CLIPPING AHPACEG 09/09/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro
https://www.aredacao.com.br/noticias/239768/caiado-confirma-inauguracao-do-cora-em-25-de-setembro
A inteligência artificial vai substituir os médicos?
https://medicinasa.com.br/ia-medicos/
Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers
https://medicinasa.com.br/ciberseguranca-elo-fragil/
Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde
https://medicinasa.com.br/empresas-planos-saude/
Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança
Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência
https://www.saudebusiness.com/hospitais/como-implementar-medicina-de-precisao-em-hospitais/
Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás
A REDAÇÃO
Caiado confirma inauguração do Cora em 25 de setembro
Unidade está com 97% das obras concluídas
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, confirmou a inauguração do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora) para o dia 25 de setembro. O anúncio foi feito durante a vistoria de obras, incluindo o Cora, nesta segunda-feira (8/9), em Goiânia. Para o chefe do Executivo goiano, a unidade de saúde é um marco para a saúde pública do país.
“Hoje, faz três meses que autorizamos a entrada de crianças para serem tratadas no Cora. É inédito o que nós fizemos em Goiás, superando todas as dificuldades e todos aqueles que dificultaram a construção desse hospital”, destacou, ao constatar a rapidez com que o empreendimento foi construído, em apenas 25 meses.
O Cora iniciou as suas atividades em 9 de junho, em fase de pré-operação. É o primeiro hospital estadual 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento inicial oncológico voltado a crianças e adolescentes. A unidade é administrada pela Fundação Pio XII, mesma mantenedora do Hospital de Amor de Barretos (SP), que serviu de modelo para sua implantação.
Durante a visita, o secretário de Estado da Saúde, Rasível Reis fez questão de enaltecer a parceria com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) que está à frente das obras do hospital, que está com 97% dos trabalhos concluídos. “Se não fosse pelo trabalho e controle da Goinfra, a gente não estaria entregando esse hospital em tão pouco tempo. Já estamos com todos os preparativos para a inauguração’, afirmou.
Segundo Rasível, 25 crianças já recebem tratamento contra a leucemia na unidade, evitando o deslocamento para outros estados. O diretor técnico do hospital, Mário de Paula, ressaltou que a unidade já opera em ritmo acelerado. “Tivemos uma grande surpresa com o número de pacientes que estamos atendendo. Em menos de três meses, já estamos com mais de 100 pacientes, vários diagnosticados e 60 em tratamento”, informou.
Mário de Paula ressaltou ainda que o número de procedimentos cirúrgicos também cresce rapidamente. “Estamos realizando duas neurocirurgias por semana. Esse é um volume bem grande para uma instituição que está começando e se adequando em Goiás”.
O Cora está na sua primeira etapa, das três previstas para serem concluídas, e tem capacidade para atender cerca de 300 casos de câncer por ano. Apenas em julho, o hospital realizou aproximadamente 450 consultas, 46 internações e 350 quimioterapias.
Para a inauguração dessa fase, o Governo de Goiás investiu mais de R$ 255 milhões na construção e equipagem de alta tecnologia no Cora. Quando estiver em pleno funcionamento, o complexo contará com 148 leitos e será uma das
Mais obras
Dando sequência às visitas, Caiado vistoriou às obras do Autódromo Internacional Ayrton Senna, que sediará o MotoGP 2026. A previsão é que a obra seja entregue no final de dezembro. “Estamos com duas equipes trabalhando em condições distintas. Uma trabalhando na pista e a outra trabalhando essa na infraestrutura que foi 100% derrubada e está sendo reconstruída de novo”, ressaltou Caiado, ao destacar o ritmo acelerado da obra.
O presidente da Goinfra, Pedro Sales, frisou que as vistorias serão mensais, até o fim do ano, quando uma equipe da MotorSport Mundial certificará que o autódromo está em condições de receber a prova, “Vamos acompanhar todo o andamento das obras, tudo de forma muito rigorosa”, garantiu. O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, também acompanhou a vistoria.
Na última vistoria do dia, Caiado acompanhou os trabalhos no canteiro de obras da Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França. A nova estrutura contará com mais de 200 espaços destinados à prática das diferentes modalidades artísticas. Com a expansão, a área edificada terá cinco vezes o tamanho atual. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2026.
Essa é a mais famosa escola de arte e dança que existe no mundo hoje, porque estamos superando todas as outras, o Basileu está competindo mundialmente. Estamos criando uma estrutura à altura, digna, de poder cada vez mais dar espaço para esses jovens e crianças que tenham essa capacidade e esse potencial de como desenvolver os seus predicados e as suas qualidades em cada uma dessas áreas”, ressaltou o governador.
Segundo o secretário de Estado da Infraestrutura Adib Elias, a visita evidenciou o desenvolvimento e a rapidez da evolução da obra, “Em apenas 20 dias, já estamos com todo esse andamento. A expectativa é que até março estaremos com 80% concluídos””, finalizou.
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MEDICINA S/A
A inteligência artificial vai substituir os médicos?
A medicina, historicamente, sempre caminhou lado a lado com a tecnologia. Do estetoscópio ao prontuário eletrônico, cada avanço ampliou as possibilidades de diagnóstico, tratamento e cuidado. Agora, uma nova fronteira está sendo cruzada: a inteligência artificial (IA) generativa chegou aos consultórios, aos hospitais e às decisões clínicas e com ela, surge a pergunta inevitável: a IA vai substituir os médicos?
Segundo a pesquisa TIC Saúde 2024, 17% dos médicos no Brasil já utilizam tecnologias de inteligência artificial generativa em suas rotinas profissionais. A adoção é de 14% nos estabelecimentos públicos e chega a 20% nos privados, especialmente em instituições com mais de 50 leitos. Entre os principais usos estão o suporte à pesquisa (69%) e a elaboração de relatórios médicos (54%). Esses números, embora ainda modestos, sinalizam uma tendência irreversível. Mas é preciso dizer, com clareza: não, a inteligência artificial não vai substituir os médicos. Ela vai ajudar. E muito.
A inteligência artificial não deve ser vista como uma ameaça à profissão médica. Deve ser compreendida como uma ferramenta poderosa, capaz de atuar como uma segunda opinião, um acelerador de diagnósticos e desfechos clínicos. Se o futuro comprovar que a IA reduz erros médicos, aumenta a assertividade nos diagnósticos e melhora os desfechos clínicos, então evitá-la será um ato de negligência médica.
O objetivo, aqui, não é substituir o julgamento humano. A IA funciona com base em padrões, dados históricos e grandes volumes de informação. Mas ainda está longe de alcançar a complexidade da escuta, da empatia e da intuição médica, que levam em consideração não apenas sintomas, mas histórias, contextos e emoções.
A presença da IA na prática médica exige uma mudança de mentalidade e de formação. Faculdades precisam preparar os profissionais para compreender e operar essas ferramentas, mas também para refletir sobre os impactos éticos e sociais dessa tecnologia. O uso da IA ainda depende de regulações claras da Anvisa, do CFMe de diretrizes éticas sólidas. Mas o caminho já está sendo trilhado. Médicos que dominarem essas tecnologias sairão na frente, tanto do ponto de vista técnico quanto estratégico.
A IA pode, por exemplo, agilizar a leitura de exames, sugerir condutas clínicas baseadas em evidências e gerar relatórios estruturados com rapidez e precisão. Isso libera o médico para dedicar mais tempo ao que mais importa: o cuidado humano, a escuta ativa, a decisão compartilhada com o paciente.
A medicina está mudando e, como em toda mudança, haverá resistência. Mas quem abraça a inovação com consciência crítica, ética e propósito, encontra oportunidades onde outros veem ameaça. A inteligência artificial não veio para ocupar o lugar do médico. Veio para potencializar o seu papel.
*Antonio Carlos Júnior é CEO e fundador da rede Cia do Médico.
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Cibersegurança na saúde: o elo frágil entre pacientes, sistemas e hackers
O número de ataques cibernéticos usando técnicas da engenharia social, que explora a confiança e a psicologia humana, aumenta no Brasil e no resto do mundo. E o setor de saúde é um dos mais visados, afirma Ingrid Winkler, membro do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Phishing (enviar e-mails falsos que solicitam informações de login, dados financeiros ou sensíveis), pretexting (hacker se faz passar por um funcionário de suporte técnico para obter acesso a contas ou sistemas) e vishing (fazer ligações telefônicas para enganar a vítima) são algumas das artimanhas mais aplicadas pelos cibercriminosos especializados em engenharia social.
Ingrid Winkler
Nem mesmo mecanismos de proteção de dados sensíveis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD, no Brasil), o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR, da União Europeia) e a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde dos EUA (HIPPA, nos Estados Unidos) inibem o aumento de investidas maliciosas.
“Os diferentes grupos de cibercriminosos ambicionam visibilidade ao obter informações sigilosas para serem revendidas na Deep Web ou mesmo para atuar em colaboração com outros hackers em ataques com métodos da engenharia social. Um dos crimes mais comuns é interromper a prestação de serviço de uma organização, cobrando resgates para normalizar os sistemas corrompidos”, diz Ingrid, sublinhando que o setor de saúde costuma ser um alvo preferencial dos hackers por armazenarem ativos sensíveis e cobiçados em um sistema de conexão com fornecedores terceirizados e prestadores de serviços que dificultam o gerenciamento de um perímetro de monitoramento.
A título de ilustração, para continuar na saúde, pública e privada, esse setor ainda é alvo de ações criminosas com dispositivos capazes de interromper operações, indisponibilizar atendimento e rotinas como marcação de consultas e atendimento por telemedicina. Sem contar na captura de prontuários de pacientes ou investida na cadeia de suprimentos de terceiros diretamente vinculados à rotina da organização.
Além disso, o uso da Inteligência Artificial (IA) para normalizar movimentos fora do padrão e a oferta de ransomware (um software malicioso) como serviço (RaaS) para hackers habilita novos cibercriminosos para ataque às empresas. O ransomware é uma ameaça cibernética frequente, “envolvido em 20% de todos os incidentes de cibercrime, segundo o IBM X-Force Threat Intelligence Index.
Apesar de setores como sistemas financeiro e saúde estarem entre os mais atacados por hackers usando engenharia social, as pessoas físicas também estão cada vez mais vulneráveis. Segundo pesquisa publicada no relatório Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion, divulgado em junho deste ano pela Agência Brasil, “40% dos brasileiros já foram alvo de fraudes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto e 10% dos pesquisados disseram ter caído nos golpes. As perdas atingiram uma média de R$ 6.311”.
Ainda conforme o relatório: “53% dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de 2024. E ao menos 47% disseram não reconhecer que foram alvos desses golpes”.
Como os setores podem se proteger nesse cenário
Os players do segmento financeiro, de saúde e outros ecossistemas indefesos precisam mobilizar esforços para saber quando serão ou são atacados, como isso acontece e o que pode ser feito para minimizar esse risco antecipadamente.
Ingrid recomenda a adoção de governança de risco, somada à segmentação de redes e gestão de terceiros. A estratégia de defesa também inclui backups imutáveis, patching (correção) contínua, proteção redobrada de API (Application Programming Interface, em inglês) a interface de programação de aplicativos. E mais: sistemas em nuvem, de treinamento antiphising e conscientização das equipes que podem ser vítimas de aliciamentos ou chantagens para viabilizar o acesso ilegal aos sistemas.
“Segurança é um risco de negócio inerente ao desenvolvimento de novas ferramentas para simplificar a resolução de problemas. Dessa forma, a tecnologia, os processos e os fatores humanos precisam convergir na mesma direção, com o mesmo propósito”, enfatiza Ingrid, destacando a contribuição dos Centros Setoriais de Troca de Inteligência de Segurança, conhecidos como Information Sharing and Analysis Centers (ISACs) e H-IASC no setor de saúde, por exemplo.
Em outra frente de atuação com o mesmo objetivo, existe um mecanismo de cooperação entre universidades e institutos internacionais de investigação como a sinergia entre o Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) e o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), a OEA/Interpol e centros de ensino no Brasil, como a Universidade SENAI CIMATEC, na Bahia.
Outro caminho para prevenir cibercrimes está sendo desenvolvido no laboratório da mesma instituição de ensino na Bahia. A equipe de Ingrid está debruçada em analisar como o uso de eye-tracking ou rastreamento ocular e análise de sentimento conseguem potencializar a simulação de ataques cibernéticos e, ao mesmo tempo, treinar profissionais desse setor para responderem a esses incidentes. A proposta do trabalho é medir níveis de estresse dos envolvidos na atividade e monitorar a eficácia dessas ações de controle.
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Pequenas empresas são maioria dos contratantes de planos de saúde
Pequenas empresas, com até quatro beneficiários, respondem por 88% dos contratos coletivos empresariais de planos de saúde do País, o que equivale a 2 milhões de contratos e 6,45 milhões de beneficiários (17% do total de beneficiários), no ano passado. Por outro lado, 2,7 mil empresas de grande porte, com mais de mil vidas cobertas, corresponderam a 0,1% dos contratos, mas reuniram 15,1 milhões de pessoas, ou 40,7% da base de beneficiários. Os dados integram o novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), “Estrutura e Dinâmica dos Contratantes de Planos Coletivos Empresariais no Brasil”.
Em 2024, os contratos coletivos empresariais são a principal forma de acesso à saúde suplementar no Brasil, reunindo 71% dos vínculos em planos médico-hospitalares, o equivalente a cerca de 37 milhões de beneficiários.
O setor de Serviços abriga 1,33 milhão de contratantes (57,6% do total) e responde por 20,57 milhões de beneficiários (55%). A Indústria, com 203,1 mil empresas (8,8%), cobre 9,54 milhões de beneficiários (25,5%), evidenciando maior densidade de vínculos por contrato. O Comércio aparece com 661,4 mil contratantes (28,6%) e 5,67 milhões de beneficiários (15,2%), enquanto a Construção soma 98,2 mil empresas (4,2%) e 1,32 milhão de beneficiários (3,5%) Já a Agropecuária registra 17,3 mil contratantes (0,8%) e 313 mil beneficiários (0,8%).
Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, esse retrato mostra como os contratos coletivos estão diretamente associados à dinâmica do mercado de trabalho formal. “Os serviços asseguram a maior base contratual, mas é na indústria que observamos a maior densidade de beneficiários por empresa, refletindo estruturas mais organizadas de benefícios e ligadas ao emprego formal. Já setores como comércio, construção e agropecuária, fortemente compostos por pequenos empregadores, tendem a apresentar coberturas mais restritas em número de vidas”, analisa.
Segmentos com maior contratação de planos
O estudo detalha os segmentos específicos da economia que concentram o maior número de contratos coletivos empresariais com base na Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE):
- Comércio varejista: 461,4 mil contratantes (19,9% do total) e 3,13 milhões de beneficiários (8,4%);
- Serviços de escritório e apoio administrativo: 176,7 mil empresas (7,6%) e 1,55 milhão de beneficiários (4,1%);
- Atividades de atenção à saúde humana: 119,8 mil contratantes (5,2%) e 1,63 milhão de beneficiários (4,3%);
- Setor de alimentação: 110,3 mil empresas (4,8%) e 675 mil beneficiários (1,7%);
- Educação: 107,1 mil contratantes (4,6%) e 1,25 milhão de beneficiários (3,3%);
- Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas: 102,8 mil contratantes (4,4%) e 1,85 milhão de beneficiários (4,9%); e
- Outras atividades de serviços pessoais: 99,9 mil contratantes (4,3%) e 287 mil beneficiários (0,8%).
Essas sete divisões somam aproximadamente metade de todos os contratos empresariais de planos médico-hospitalares no País. Cechin comenta que a diversidade desses segmentos reforça a pulverização do mercado. “Atividades como comércio varejista, alimentação e serviços administrativos mostram que os contratos coletivos empresariais estão enraizados no cotidiano dos pequenos negócios do Brasil”, analisa.
Segundo ele, a pulverização é positiva para o acesso, mas desafia operadoras e os próprios contratantes para o desenvolvimento de estratégias de cuidado à saúde. “Quando olhamos que 0,1% das empresas concentram mais de 40% dos beneficiários, é bastante factível pensar em programas de cuidado e promoção à saúde. Por outro lado, 95% dos contratos estão concentrados em empresas de até 19 beneficiários, o que traz muita complexidade nessa frente”, pondera
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TV ANHANGUERA
Confirmação de febre amarela em macaco acende alerta em Abadia de Goiás
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SAÚDE BUSINESS
Riscos globais e urgência de cooperação em cibersegurança
Do ransomware à escassez de talentos, passando pela cadeia de suprimentos, CEO da Health-ISAC alerta para desafios que exigem cooperação para proteger pacientes e instituições.
A transformação digital da saúde abriu caminho para ganhos inéditos em eficiência, integração e acesso. No entanto, o avanço tecnológico também escancarou vulnerabilidades que podem comprometer a operação dos hospitais e, principalmente, a segurança dos pacientes.
Em entrevista exclusiva ao Saúde Business, Denise Anderson, CEO da Health-ISAC, reforça que o momento exige uma mudança de postura das organizações: não basta investir em tecnologia, é preciso aprender a agir em rede.
“Os criminosos digitais compartilham ferramentas e táticas em um verdadeiro mercado global. Se as organizações de saúde não fizerem o mesmo, estarão sempre em desvantagem”, afirma a executiva, que lidera a organização internacional dedicada ao compartilhamento de informações sobre cibersegurança na saúde.
Em visita ao Brasil para um workshop no Einstein, Anderson ressaltou o momento estratégico da aproximação com a América Latina. “Há muito interesse do Brasil em se engajar com o Health-ISAC. A maturidade digital está crescendo, mas os riscos acompanham esse avanço. O tempo certo para intensificar esse diálogo é agora”, enfatiza.
Compartilhar para sobreviver
No Brasil, muitos hospitais e operadoras ainda relutam em dividir informações sobre incidentes, seja pelo receio de exposição da marca, seja pelas implicações da LGPD. Para Anderson, essa postura é um entrave perigoso.
“A ideia de que reportar fragiliza a organização é equivocada. Nossa rede funciona como uma comunidade de confiança, presente em 140 países, onde os dados são trocados de forma segura e controlada. Assim, todos aprendem e se protegem melhor.”
Além de relatórios técnicos, a rede oferece workshops, webinars, grupos de trabalho temáticos e alertas sobre vulnerabilidades emergentes. Um exemplo é o comitê dedicado a dispositivos médicos, que reúne hospitais e fabricantes para analisar falhas e sugerir soluções conjuntas.
Ransomware e a extorsão em novas camadas
Entre as ameaças mais preocupantes, o ransomware continua no topo. Mas, segundo Anderson, os ataques já não se limitam a sequestrar dados. “Agora, além de bloquear o acesso às informações, os criminosos expõem publicamente registros sensíveis e até chegam a contatar pacientes. É uma forma de extorsão múltipla que amplia o impacto reputacional e clínico”, explica.
Para mitigar riscos, a recomendação vai além de simplesmente não pagar o resgate. Resiliência operacional, backups contínuos e planos de recuperação de desastres são práticas indispensáveis para reduzir o tempo de inatividade e garantir a continuidade do atendimento.
O elo frágil da cadeia de suprimentos
Outro ponto crítico é a dependência de fornecedores. Hospitais utilizam centenas de softwares, serviços e insumos, e uma vulnerabilidade em um parceiro pode se transformar em catástrofe. Casos recentes envolvendo gigantes, como Cloudflare, Tenable e CrowdStrike, mostraram como falhas em terceiros podem paralisar operações em escala global.
“Não se trata apenas de monitorar seus fornecedores diretos, mas também os fornecedores deles. É preciso diligência prévia rigorosa, cláusulas contratuais de segurança e controles básicos, como o princípio do menor privilégio. A cadeia de suprimentos é hoje um dos principais vetores de risco”, alerta.
Entre as maiores preocupações, estão os ataques à cadeia de suprimentos e às infraestruturas críticas — como bancos de sangue, energia e água. “Se um hospital perde acesso a seus sistemas ou não pode confiar no estoque de sangue, vidas ficam em risco imediato. E isso pode acontecer não só por falhas técnicas, mas também por tensões geopolíticas, como já vimos em regiões como Ucrânia, Oriente Médio e Ásia”, detalha.
Regulamentação: avanço ou obstáculo?
Comparando diferentes mercados, Anderson avalia que legislações como a HIPAA, nos EUA, e a GDPR, na Europa, ajudaram a elevar padrões. No Brasil, a LGPD também impulsionou avanços, mas ainda há desafios.
“Muitas vezes, a obrigação de reportar incidentes em prazos rígidos consome energia que deveria estar dedicada à contenção do ataque. É preciso educar reguladores e permitir certa flexibilidade, sobretudo para instituições menores, que não têm os mesmos recursos das grandes redes”, pondera.
Para ela, governos não devem apenas exigir conformidade, mas também apoiar com financiamento, capacitação e incentivos. “Se um hospital tem que escolher entre comprar um equipamento para salvar um paciente ou investir em segurança, a decisão será óbvia. Mas, no longo prazo, um ataque pode custar milhões. Esse mindset precisa mudar”, analisa.
Escassez de talentos e colaboração público-privada
A falta de profissionais qualificados em cibersegurança com conhecimento do ambiente hospitalar é hoje um dos gargalos mais críticos do setor. Ampliar a formação é urgente — programas de estágio, bolsas de estudo e incentivos governamentais podem fazer a diferença.
“Singapura, por exemplo, financia estudantes que se especializam em cibersegurança. Isso atrai talentos e garante que eles estejam disponíveis para o setor de saúde”, exemplifica.
Mas, mesmo com especialistas capacitados, nenhuma instituição conseguirá enfrentar sozinha a complexidade dos ataques. É aí que a cooperação se torna indispensável. No Brasil, a integração entre setor público e privado ainda é limitada, mas precisa avançar para sustentar uma defesa consistente.
“Seja no SUS ou na saúde suplementar, todos tratamos pacientes. O ecossistema é único, e os ataques não distinguem fronteiras. A colaboração precisa ser total”, reforça.
Ameaças no horizonte
Para Anderson, a mensagem é clara: a saúde precisa adotar a cibersegurança como prioridade estratégica.
“Estamos diante de uma batalha que não respeita fronteiras físicas ou digitais. A única forma de vencer é compartilhar conhecimento, investir em resiliência e proteger o que há de mais valioso: os pacientes.”
Saiba como proteger sua instituição antes que seja tarde. Conheça as estratégias mais avançadas em cibersegurança, no Healthcare Innovation Show, nos dias 1 e 2 de outubro. O evento terá um palco novo dedicado, exclusivamente, à cibersegurança pela primeira vez. Garanta sua vaga já!
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Como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência
Planejamento estratégico, tecnologia e equipes capacitadas transformam dados em cuidados personalizados.
A medicina de precisão está mudando a forma como doenças são prevenidas, diagnosticadas e tratadas.
Ao analisar dados genômicos, clínicos e até comportamentais, essa abordagem permite criar estratégias sob medida para cada paciente, aumentando a eficácia dos tratamentos e reduzindo riscos.
No Brasil, hospitais de referência e centros de pesquisa já mostram que, com planejamento, parcerias certas e capacitação contínua, é possível transformar inovação em prática clínica.
Este conteúdo apresenta os principais desafios, etapas e aplicações para entender como implementar medicina de precisão em hospitais de forma eficiente e segura.
A medicina de precisão já é realidade no Brasil?
Sim — e com avanços expressivos. Hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês já incorporam essa abordagem em suas rotinas, especialmente em áreas como oncologia e genética.
No Einstein, por exemplo, estão em desenvolvimento 50 Centros de Excelência em Medicina Personalizada (CEMP’s), que reúnem especialistas de diferentes áreas da saúde e também profissionais de apoio, como cientistas de dados e administradores.
Essa colaboração multidisciplinar amplia a capacidade de diagnóstico, personaliza condutas e padroniza protocolos para doenças complexas, como câncer de pâncreas e Alzheimer.
Já o Sírio-Libanês se destaca como referência nacional, aplicando testes genéticos para prevenir e tratar doenças com mais precisão. A instituição investe em parcerias com centros de pesquisa e tecnologias de ponta, permitindo identificar riscos de forma antecipada e oferecer tratamentos sob medida para cada paciente.
O movimento também avança em outros centros especializados, que utilizam dados moleculares para guiar terapias contra doenças raras, distúrbios cardiovasculares e diferentes tipos de câncer.
A tendência é de expansão contínua, tornando-se um pilar estratégico de como implementar medicina de precisão em hospitais e consolidando a integração entre ciência, tecnologia e cuidado ao paciente.
Os principais desafios operacionais para implementar medicina de precisão
A adoção dessa abordagem inovadora exige mais do que tecnologia de ponta. Para transformar a teoria em prática, os hospitais precisam lidar com questões estruturais, tecnológicas e humanas.
Conhecer esses obstáculos é o primeiro passo para superá-los e avançar na jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais com eficiência.
1. Estrutura física e laboratorial limitada
Um dos entraves mais frequentes é a falta de laboratórios preparados para realizar análises moleculares complexas. O sequenciamento genético, pilar da medicina de precisão, requer equipamentos específicos, ambientes controlados e equipes técnicas especializadas.
Muitos hospitais ainda dependem de parcerias externas para viabilizar essas análises, o que pode gerar atrasos e custos adicionais. Investir em infraestrutura própria ou estabelecer redes de colaboração confiáveis é uma das soluções para garantir agilidade e qualidade.
2. Integração e interoperabilidade de dados
Em medicina de precisão, a integração de informações clínicas, laboratoriais e administrativas é vital para que dados genômicos, históricos médicos e exames funcionem em conjunto.
A interoperabilidade garante essa comunicação entre sistemas e dispositivos, evitando a fragmentação do cuidado quando o paciente passa por diferentes especialistas.
Os principais entraves estão na falta de padronização de terminologias, na adoção limitada de padrões como HL7, FHIR e DICOM, e nas exigências da LGPD. Além disso, a troca de dados precisa ser protegida contra ameaças cibernéticas, com criptografia, autenticação e políticas de segurança robustas.
Plataformas interoperáveis e soluções em cloud computing já permitem centralizar e disponibilizar informações em tempo real. Para hospitais que buscam avançar em como implementar medicina de precisão em hospitais, investir em padrões globais e segurança da informação é um passo estratégico.
3. Falta de padronização de protocolos clínicos
A medicina de precisão exige fluxos de atendimento adaptados ao perfil do hospital e à realidade dos pacientes.
No entanto, muitos serviços ainda trabalham com protocolos genéricos, que não contemplam a integração entre análise genética, diagnóstico de precisão e tratamento personalizado.
Criar e validar protocolos específicos, alinhados a diretrizes nacionais e internacionais, é fundamental para padronizar procedimentos e otimizar resultados.
4. Capacitação das equipes
A implementação bem-sucedida depende diretamente do preparo de profissionais de diferentes áreas — médicos, farmacêuticos, equipe de TI, gestores e até o pessoal administrativo.
Treinamentos contínuos sobre coleta de amostras, interpretação de dados genômicos, uso de plataformas digitais e novas diretrizes clínicas são indispensáveis. Ao investir na qualificação, o hospital não apenas reduz erros, mas também aumenta a confiança na aplicação prática dessa abordagem.
Os desafios tecnológicos da medicina de precisão
A personalização do cuidado médico só é possível quando tecnologia e ciência trabalham juntas.
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, um dos maiores obstáculos está em transformar grandes volumes de dados de saúde em decisões clínicas ágeis, seguras e personalizadas.
Isso exige integração de sistemas, recursos de análise avançada e equipes capacitadas para interpretar as informações de forma estratégica.
1. Big data e inteligência artificial na prática
Coletar, processar e cruzar dados genômicos, clínicos e até comportamentais é a base para gerar diagnósticos mais precisos e tratamentos sob medida.
Ferramentas de big data permitem reunir essas informações em escala, enquanto a inteligência artificial — com recursos como machine learning e deep learning — apoia a definição de protocolos, a escolha de terapias e a previsão de riscos com mais assertividade.
Na prática, soluções baseadas em IA podem monitorar dados em tempo real, identificar eventos adversos precocemente, sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual e até manter o engajamento do paciente por meio de aplicativos interativos.
Para que isso funcione, é preciso superar desafios de infraestrutura, segurança da informação e interoperabilidade, garantindo que toda essa tecnologia realmente se traduza em valor para o paciente e para a instituição.
2. Segurança e privacidade de dados
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a conformidade com a LGPD é indispensável. A lei exige consentimento explícito para coleta e uso de dados pessoais sensíveis, garantindo que o paciente saiba como suas informações serão tratadas.
Isso vale tanto para registros eletrônicos quanto para documentos físicos, que devem ter controle de acesso, criptografia e proteção contra vazamentos.
Na prática, a governança de dados envolve definir políticas claras, nomear um Encarregado de Proteção de Dados (DPO) e adotar camadas de segurança robustas para armazenar e transmitir informações.
Isso inclui proteger comunicações médicas, teleconsultas e integrações com sistemas como TISS e SUS.
Mais do que um requisito legal, proteger dados de saúde é uma questão ética e estratégica: falhas podem gerar sanções financeiras, perda de credibilidade e até bloqueio de informações.
Ao adotar boas práticas de segurança e ética no uso de dados, os hospitais fortalecem a confiança do paciente e garantem a sustentabilidade de projetos de medicina de precisão.
3. Escolha de plataformas e parceiros tecnológicos
Em como implementar medicina de precisão em hospitais, a seleção de soluções tecnológicas é decisiva para garantir escalabilidade, segurança e integração com os sistemas já existentes.
Plataformas confiáveis devem oferecer recursos como criptografia de ponta, autenticação multifator e controle rigoroso de acessos, protegendo prontuários eletrônicos e dados genômicos contra invasões ou vazamentos.
Outro critério essencial é a capacidade de integração com prontuários eletrônicos e sistemas preditivos. Essa conexão permite que dados clínicos e moleculares sejam analisados em conjunto, potencializando diagnósticos de precisão e decisões terapêuticas mais rápidas.
Além disso, contar com parceiros que sigam normas como a LGPD e referências internacionais, como a HIPAA, assegura que a instituição esteja alinhada às melhores práticas globais de governança e ética no uso de dados sensíveis.
Etapas para começar a implementar medicina de precisão
Para transformar a medicina de precisão em prática clínica efetiva, o hospital precisa seguir um roteiro estratégico que alinhe tecnologia, processos e pessoas.
Abaixo, estão três passos fundamentais para iniciar essa jornada de forma segura e estruturada.
1. Diagnóstico institucional
O primeiro passo é entender onde a instituição está no âmbito da transformação digital. Envolve avaliar a maturidade tecnológica, identificar gaps operacionais e mapear quais áreas têm maior potencial de impacto.
Em muitos casos, a oncologia e as doenças raras são pontos de partida estratégicos, já que apresentam protocolos de medicina de precisão mais consolidados e com resultados bem documentados.
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2. Criação de uma estratégia de implementação por fases
Ao definir como implementar medicina de precisão em hospitais, é recomendável começar pequeno. Projetos-piloto em áreas específicas permitem validar fluxos, medir resultados e corrigir eventuais falhas antes de expandir.
Paralelamente, é essencial estabelecer KPIs claros — como tempo até o diagnóstico, taxa de resposta ao tratamento e redução de custos — para monitorar a evolução clínica e operacional.
3. Formação de uma equipe multidisciplinar
Nenhum projeto de medicina de precisão se sustenta sem um time integrado. Médicos, farmacêuticos, profissionais de TI, especialistas em bioinformática e representantes jurídicos precisam trabalhar juntos.
Essa colaboração garante que a coleta e análise de dados genômicos, a definição de condutas e a conformidade com normas como a LGPD caminhem lado a lado, criando um ambiente propício para resultados consistentes e sustentáveis.
Exemplos de aplicação prática da medicina de precisão
A medicina de precisão já mostra resultados concretos no dia a dia hospitalar, especialmente na oncologia.
Hoje, é possível realizar tratamentos personalizados a partir do perfil genético do tumor, identificando alterações moleculares que indicam quais terapias terão maior eficácia e menos efeitos colaterais — um avanço que contrasta com abordagens tradicionais como a quimioterapia, mais agressivas e generalistas.
Outra aplicação crescente é o uso de algoritmos e inteligência artificial para sugerir medicamentos com maior probabilidade de resposta individual. Esses sistemas cruzam dados genômicos, históricos clínicos e evidências científicas, oferecendo ao médico opções mais assertivas para cada paciente.
O acompanhamento remoto permite monitorar o tratamento em tempo real. Essa prática possibilita ajustes rápidos na dosagem ou no tipo de medicamento, aumentando a eficácia e reduzindo riscos.
Medicina de precisão é inovação viável com gestão estratégica
Transformar a medicina de precisão em realidade depende de um plano bem estruturado, escolha de parceiros qualificados e capacitação contínua das equipes. Quando esses elementos se alinham, a tecnologia deixa de ser apenas uma tendência e passa a fazer parte da rotina hospitalar.
Hospitais que se antecipam ao futuro da saúde não apenas oferecem melhores resultados clínicos, mas também conquistam uma vantagem competitiva importante — posicionando-se como referência em cuidado personalizado e de alta performance.
A jornada de como implementar medicina de precisão em hospitais exige visão de longo prazo e integração entre ciência, gestão e tecnologia.
Ao adotar uma abordagem estratégica desde o início, as instituições estão melhor preparadas para atender às demandas de um sistema de saúde cada vez mais orientado por dados e centrado no paciente.
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Assessoria de Comunicação