Postado em: 22/01/2024

CLIPPING AHPACEG 20 A 22/01/24

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ismael Alexandrino processará repórter que o associou a empresa investigada

Modelo brasileira muda a cor dos olhos castanhos para azuis; veja como funciona procedimento, custo e riscos

Casos de dengue no país têm 'boom' em 2024 e dobram em relação ao mesmo período de 2023; seis mortes foram confirmadas

Pacientes com câncer tem tratamento suspenso devido falta de verba

Alcance e capacitação profissional são desafios do SUS para tratamento de autismo

Brasil recebe primeiras 750 mil doses de vacina contra dengue

"Não queremos o cooperado no prejuízo", afirma presidente da Unimed Vitória

JORNAL OPÇÃO

Ismael Alexandrino processará repórter que o associou a empresa investigada

Defesa do deputado federal, conduzida pelo advogado Demóstenes Torres, diz que jornal Metrópoles ligou indevidamente o deputado à firma Amme Saúde

Neste domingo, o portal de notícias Metrópoles publicou reportagem intitulada “Laranja sacou R$ 787 mil de firma com verba pública ligada a deputado”, em referência ao deputado federal Ismael Alexandrino (PSD-GO). A matéria descreve como uma funcionária sacou grandes quantias em dinheiro da empresa Amme Saúde, que tinha contratos públicos à época em que Alexandrino era secretário de Saúde do Estado de Goiás. 

A sócia majoritária da Amme Saúde é Andréia Lopo, ex-recepcionista de uma clínica de Brasília do médico Daniel Alexandrino, irmão de Ismael. Para a Delegacia de Combate à Corrupção de Goiás (Deccor), Andréia seria “laranja” de Daniel na empresa. 

O Jornal Opção ouviu a defesa do deputado, conduzida pelo advogado Demóstenes Torres, que afirmou que Ismael processará o repórter do portal Metrópoles por associar o deputado à empresa a partir do título da matéria. 

Em janeiro de 2023, a Polícia Civil de Goiás deflagrou a Operação Sinusal, prendendo preventivamente Daniel Alexandrino, Andreia Lopo e Fernando Borges de Oliveira. Os três sócios da Amme Saúde foram ouvidos, soltos, e a investigação ainda não foi concluída.

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PORTAL G1

Modelo brasileira muda a cor dos olhos castanhos para azuis; veja como funciona procedimento, custo e riscos

A cirurgia foi feita numa clínica oftalmológica em Lausanne, na Suíça, perto de Genebra, onde ela mora. O Fantástico conversou com o médico que operou a Layyons.

Modelo brasileira passa por cirurgia na Suíça que troca cor dos olhos

E se, um dia, você resolvesse mudar a cor dos seus olhos? Foi o que fez uma modelo brasileira de 24 anos.

Desde o ano passado, Layyons Valença deixou de ter olhos castanhos para ter olhos azuis. O procedimento feito por ela se chama ceratopigmentação e não foi realizado no Brasil.

Com ajuda de uma microagulha ou de laser, os médicos aplicam uma pigmentação na córnea, parte mais externa e transparente do olho, para promover a mudança de cor. É como se fosse uma tatuagem. O procedimento dura, em média, 30 minutos.

"E pigmentar essa área significa pigmentar de forma definitiva, injetando um pigmento para que mude a cor de acordo com o que se deseja", explica ao Fantástico Wilma Lelis, Presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

'Não me identificava'

"Com os meus olhos marrons, que é a minha cor natural, eu não me identificava, eu não conseguia me olhar no espelho", diz a modelo brasileira.

Layyons chegou a usar lentes de contato antes de decidir mudar de vez a cor dos olhos.

"Eu optei pela cirurgia porque eu não tinha os cuidados certos, porque eu queria dormir com a lente, eu dormia com a lente. Eu acordava com a lente. Então, em várias ocasiões eu peguei infecções. Aí foi quando eu realmente falei: 'eu preciso mudar a cor dos meus olhos'".

Entenda como foi feita a cirurgia

A cirurgia foi feita numa clínica oftalmológica em Lausanne, na Suíça, perto de Genebra, onde ela mora. O Fantástico conversou com héodore Hojabr, médico que operou a Layyons na Europa.

"Criamos uma espécie de túnel na córnea, que é feito em sete segundos. Em seguida, começo a introduzir o pigmento para termos a mudança de cor dos olhos com a ceratopigmentação [...] São pigmentos naturais derivados de metais e minerais. O laboratório que produz esses pigmentos obteve todas as validações com as autoridades da Europa", afirma o médico Théodore Hojabr.

A clínica chega a atender, por ano, 250 pacientes para esse tipo de cirurgia. Théodore destaque que, em uma cirurgia, nunca há risco zero.

"Por isso fazemos um check-up completo no paciente para termos certeza de que a operação pode ser feita. E, depois da cirurgia, indicamos medicamentos em gotas para garantir que a cicatrização ocorra em boas condições."

Trocar a cor dos olhos é possível em alguns países, como na Suíça. Mas investir nesse sonho tem um preço alto. A cirurgia de Layyons custou oito mil francos suíços, o equivalente a mais de R$ 45 mil.

"Se me perguntam, eu falo: são os meus olhos. Eu comprei, são meus. Eu estou feliz, me sinto realizada, me sinto muito bem. Minha autoestima mudou muito."

Layyons explica que os cuidados com os olhos redobraram após a cirurgia.

"Os três primeiros meses você fica muito sensível à luz. E depois disso passa. Às vezes eu coloco algumas gotinhas para hidratar o olho mesmo". Ela também diz que usa óculos de sol com frequência.

Ela também afirma que recebeu muitas críticas de pessoas dizendo que o procedimento "ficou muito feio" e "artificial", mas que também teve apoio de quem gostou.

Procedimento é permitido no Brasil?

No Brasil, a mudança de cor de olho só é permitida em casos específicos.

"A cirurgia ela é originalmente relacionada a casos em que há uma opacidade extensa da córnea, em que realmente o olho ele está "branco", como consequência de alguma doença muito grave, como um glaucoma avançado, um histórico de uma doença ocular extensa, que levou à perda da função daquele olho", explica Flavio Mac Cord, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Wilma Lelis complementa. "O que não é permitido é com fins estéticos para olhos que têm visão."

Quais são os riscos?

Os especialistas destacam ainda os riscos do procedimento.

"Essa pigmentação ficando vai impedir a visualização do olho quando esse paciente precisar de cirurgias. Então, se ele for fazer uma cirurgia de catarata, que é o mais comum, vai ter uma dificuldade muito grande para acessar esse olho", diz Wilma Lelis.

Além da tatuagem na córnea, os especialistas no Brasil fazem um alerta para outros procedimentos nos olhos, como o implante de íris artificial, que o Fantástico revelou em 2013. Outra prática é mudar a cor da esclera, como é chamada a parte branca dos nossos olhos, geralmente feitas em estúdios de tatuagem.

"Imagina numa situação em que você não tem esses cuidados de um centro cirúrgico? Então, os riscos tanto de infecções quanto de alergias, irritações, inflamações graves, são muito maiores. O risco de uma perda é real. Se você quer mudar a cor dos seus olhos, use lentes de contato. Com uma adaptação adequada, você está muito menos exposto a riscos e vai conseguir o mesmo objetivo que você quer. Inclusive, pode até trocar de cores", conclui Wilma Lelis.

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Casos de dengue no país têm 'boom' em 2024 e dobram em relação ao mesmo período de 2023; seis mortes foram confirmadas


O número de casos de dengue nas duas primeiras semanas de 2024 foi mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nas duas primeiras semanas deste ano, houve 55.859 casos prováveis de dengue no país. Seis pessoas morreram por complicações da doença. A incidência de casos neste ano é de 27,5/100 mil habitantes.

No mesmo período de 2023, haviam sido registrados 26.801 casos, com 17 mortes.

âO aumento de casos ocorre em meio ao anúncio do governo de que o número de doses da vacina de dengue só dará para imunizar no máximo 3 milhões de pessoas em 2024.

O país é o primeiro no mundo a oferecer o imunizante na rede pública, mas enfrenta o desafio com a baixa quantidade de doses.

Considerada pelo ministério como a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, a dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

O período do ano com maior transmissão é justamente nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio, e, portanto, o alerta é para o combate ao mosquito.

Água parada é o principal foco, e os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

A infectologista Luana Araújo afirma que o cenário para 2024 é "extremamente preocupante com relação às arboviroses de uma forma geral" em razão do momento climático favorável para a proliferação do mosquito - por causa do El Niño, que vem com calor intenso e muita chuva.

É tudo que o mosquito precisa. No calor, ele coloca os ovos, vem a chuva, que hidrata esses ovos e permite o desenvolvimento da larva. A larva eclode, vem o calor de novo, ela amadurece, vira um outro mosquito e por aí vai.

- Luana Araújo, infectologista

Ela ressalta a necessidade de diminuir a presença do mosquito.

"É muito importante que as pessoas cuidem de suas casas, aquilo que a gente sempre falou a vida inteira: pratinho de planta, garrafa retornável que está coletando água e não tem um escoamento, bandeja de degelo de geladeira, fonte em quintal, fontes ornamentais, depósitos, coisas ao ar livre, tudo isso pode coletar água. É de responsabilidade da gente, enquanto cidadão, cuidar de casa para diminuir isso", afirma.

Surto no RJ


No Rio de Janeiro, mais de 4 mil casos de dengue foram registrados em 13 dias. O número representa alta de 669%, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2023, no mesmo período, 566 casos foram registrados no estado.

Vacina contra a dengue


Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, a ministra, Nísia Trindade, disse que o novo imunizante deverá começar a ser aplicado em fevereiro deste ano.

O ministério deve priorizar a imunização de crianças e jovens de 6 a 16 anos. A definição sobre por qual faixa etária e grupo a vacinação começará, além da quantidade de doses a ser distribuída aos estados, será tomada nas próximas semanas.

ð A Qdenga é um imunizante contra a dengue desenvolvido pelo laboratório japonês Takeda Pharma.

A farmacêutica conseguiria entregar de fevereiro até novembro cerca de 5 milhões de doses. No entanto, esse número seria menor em volume de pessoas imunizadas, já que são necessárias duas doses para o ciclo completo.

Combate ao aedes

Entre as ações de combate à dengue, o ministério informou que foram distribuídos cerca de 175 mil testes aos estados para fazer a testagem da população.

Para a infectologista Luana Araújo, essa quantidade não será suficiente para o número de casos projetados, mas que também, em razão da validade dos testes, não é recomendável entregar a quantidade total agora.

Se a gente pensar que a projeção de número de casos para esse ano é maior, é claro que esse número de testes distribuídos não vai ser suficiente para lidar com esse cenário. Mas também não se faz a distribuição da quantidade total que se prevê necessária para um ano no começo do ano. Existe validade de teste.

- Luana Araújo, infectologista

Também foram distribuídas pelo ministério cerca de 30 toneladas de inseticidas utilizados no combate das larvas e dos mosquitos adultos. A pasta disse ainda que repassou neste ano R$ 256 milhões para ações de fortalecimento da vigilância e combate de endemias, com foco nas arboviroses.

Outras medidas incluem a implantação de uma Sala Nacional de Arboviroses (para tratar do controle, pesquisa e resposta) e a capacitação de médicos e enfermeiros. Além disso, o ministério tem programado apoio técnico a estados e municípios com aumento de casos.

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TV ANHANGUERA

Pacientes com câncer tem tratamento suspenso devido falta de verba

https://globoplay.globo.com/v/12285062/

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FOLHAPRESS

Brasil recebe primeiras 750 mil doses de vacina contra dengue

Ministério da Saúde vai priorizar vacina para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos

Ministério da Saúde informou que chegaram ao Brasil neste sábado (20) as primeiras 750 mil doses da vacina contra a dengue, que serão oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

A pasta lembra que, por causa do número limitado de unidades recebidas, foram estabelecidos critérios para a vacinação, levando em conta regiões com alta transmissão e a faixa etária com maior número de hospitalizações, entre 10 e 14 anos.

A chegada do primeiro lote acontece em meio a uma escalada no número de casos da doença no início deste ano.

O primeiro lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses da vacina que foram fornecidas, sem custos ao governo brasileiro, pela farmacêutica Takeda. O Ministério da Saúde acrescenta que adquiriu todas as 5,2 milhões de doses do imunizante, chamado Qdenga, disponíveis pelo fabricante para este ano, que serão entregues por etapas até o mês de novembro.

De acordo com os critérios de vacinação estabelecidos pela pasta em conjunto com estados e municípios, as vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte —população igual ou superior a 100 mil habitantes— e com alta transmissão da doença nos últimos dez anos.

Além disso, serão vacinadas crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que são as idades com maior número de hospitalizações por dengue. O ministério explica que essa faixa etária também está dentro do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

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Alcance e capacitação profissional são desafios do SUS para tratamento de autismo


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Na sala de estimulação sensorial, equipada com piscina de bolinha, rede e pula pula, a pequena Lara de Almeida, 4, é acompanhada por uma psicóloga e uma fonoaudióloga. A sessão terapêutica mais parece uma brincadeira, mas a mãe da menina atesta os resultados do tratamento, iniciado há dois anos, quando ela foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

"Depois que eu trouxe ela para cá, ela começou a se desenvolver. Antes era muito agitada, não conseguia fazer uma atividade ou parar para almoçar", conta Leonice de Almeida, 43, que tem mais uma filha autista, Liana, de 9 anos.

As duas meninas são atendidas semanalmente no CER (Centro Especializado de Reabilitação) Milton Aldred, equipamento do SUS (Sistema Único de Saúde) localizado na zona sul de São Paulo. "Minha filha mais velha também melhorou muito, já está lendo e quase alfabetizada", comemora a mãe.

Cerca de 300 pessoas com autismo -entre adultos e crianças- fazem tratamento contínuo na unidade de saúde, que atende pacientes na região do Grajaú, distrito mais populoso da cidade.

O equipamento oferece diferentes tipos de reabilitação: física, visual, auditiva e intelectual. Dentro dessa última modalidade, hoje, a maioria dos pacientes é autista. "A gente tem pacientes novos entrando todos os meses no serviço. Trabalhamos sempre com 100% da ocupação das vagas", afirma a gerente do CER, Karine Cristina Castão.

A alta demanda está diretamente relacionada à maior conscientização sobre o tema e também a mudanças na compreensão sobre o que é autismo pela comunidade médica. Hoje, o transtorno é entendido como um espectro, com diferentes níveis de gravidade e suportes necessários, e que pode ou não estar atrelado a deficiência intelectual.

Na rede pública de saúde da capital paulista, a procura pelo tratamento de TEA é cada vez maior. No ano passado, o sistema registrou quase 130 mil atendimentos, alta de 384% na comparação com 2019 (26.521).

A terapia multidisciplinar é oferecida nos CERs e nos Caps (Centro de Atenção Psicossocial) infantis e adultos. Enquanto o primeiro oferece diversas modalidades de reabilitação, o atendimento no Caps é direcionado a pacientes com deficiência intelectual mais grave e sofrimento psíquico -justamente por isso, o serviço funciona de portas abertas.

"Nenhum serviço consegue cuidar sozinho dessas pessoas. A gente precisa trabalhar em rede e se articular, principalmente, com a atenção básica", acrescenta Castão. Além de porta de entrada, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) são responsáveis pelo acompanhamento dos pacientes depois que eles recebem alta.

Lançada em 2022, a linha de cuidado do município para TEA preconiza o diagnóstico a partir de uma equipe multiprofissional e o tratamento individualizado, com olhar para as particularidades de cada paciente. "A gente tem pacientes que se desenvolvem muito rapidamente, mas tem outros que precisam de um longo tempo de terapia e de muito estímulo para conseguir se desenvolver", disse Castão.

O programa terapêutico elaborado por médicos e outros profissionais especializados é chamado PTS (Projeto Terapêutico Singular) e estabelece objetivos para o desenvolvimento em diversas áreas, como fala, interação social e habilidades motoras. O tratamento pode incluir sessões com psicólogo, terapia ocupacional, fisioterapia e fonoaudiologia, incluindo atividades em grupo. Na maioria dos casos, os pacientes fazem de uma a duas sessões semanais.

A diretriz municipal também destaca a importância da estimulação precoce das crianças, mas não estabelece abordagens ou técnicas terapêuticas específicas.

Segundo fonoaudióloga Lígia Maria Brunetto Borgianni, assessora técnica da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), cabe ao médico definir, a partir de sua formação e dos recursos disponíveis, a melhor abordagem. A linha de cuidado do Ministério da Saúde também não orienta métodos terapêuticos específicos.

Esta lacuna é alvo de críticas por especialistas consultadas pela reportagem. "Esses pacientes são atendidos não necessariamente na linha que a gente preconiza para o autismo, que são as intervenções comportamentais", avalia a neuropsicóloga Joana Portolese, coordenadora do Ambulatório de Autismo do Hospital das Clínicas, serviço que oferece diagnóstico e encaminhamento médico gratuito para TEA. Ela afirma que a maioria dos pacientes que atende não tem plano de saúde e depende unicamente do SUS.

"A assistência no país acaba sendo muito irregular, já que o tratamento varia dependendo da formação do médico", afirma Cristiane de Paula, coordenadora de pós-graduação em psicologia na Universidade Mackenzie.

Para as duas especialistas, que já desenvolveram estudos sobre o tratamento de autismo no SUS, a capacitação dos profissionais em metodologias baseadas em evidências e a ampliação da rede de atendimento estão entre os principais desafios do sistema público de saúde, que é marcado por desigualdades regionais.

Em 2022, De Paula analisou o acesso a serviços de saúde por cerca de 900 famílias brasileiras com crianças autistas, e identificou maior concentração de equipamentos no Sudeste e em capitais. "O estudo mostrou que 25% das famílias têm que andar mais de 100 km para obter o diagnóstico. Na região Norte, sobe para 40%", diz ela, que defende modelo com centros de referência regionais.

Procurada, a Federação Nacional das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) reafirmou a existência de desigualdades regionais nos serviços de atendimento. "Em grande parte da rede Apae, identificamos demanda reprimida e considerável fila de espera para os atendimentos a pessoas com TEA", afirma Eduardo Mesquita, coordenador de saúde da entidade.

Questionada, a Prefeitura de São Paulo disse que dois novos CERs e cinco novos Caps foram implantados desde 2020, e que novos profissionais serão contratados com repasses do Ministério da Saúde.

Em outubro passado, o Ministério da Saúde anunciou repasse de R$ 540 milhões a estados e municípios para ampliação e qualificação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Unidades CER que atendem pacientes autistas receberão incremento de 20% no orçamento.

Atualmente, o país tem 301 CERs e 300 Caps infantojuvenis. O novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) prevê recursos para construção de novas unidades.

Procurado, o Governo de São Paulo disse que tem projeto para a criação de Centros de Referência e Atendimento Especializado às Pessoas com TEA. "O objetivo é que todas as regiões do estado sejam contempladas", diz nota da Secretaria de Estado da Saúde.

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A GAZETA ONLINE

"Não queremos o cooperado no prejuízo", afirma presidente da Unimed Vitória


O médico cirurgião Fabiano Pimentel Pereira assumiu o comando da Unimed Vitória em 27 de março de 2023. Dois meses depois, em 31 de maio, o jornal Valor Econômico publica a informação de que a Unimed Vitória era um dos maiores cotistas dos fundos da Infinity Asset, gestora que entrou em grave crise e que foi fechada para resgates. O curso do mandato foi alterado radicalmente logo na decolagem. De lá para cá, o presidente de uma das maiores cooperativas do Estado mergulhou no trabalho, ficou semanas sem conseguir dormir, montou (ao lado da diretoria e dos executivos) uma estratégia para tomar decisões com agilidade e não falou com a imprensa. Esta é a primeira entrevista que ele concede. "O susto inicial foi grande, mas felizmente conseguimos organizar. Colocamos para rodar um plano focado em melhorar a operação e a gestão da Unimed. Em abril, primeiro mês da nossa gestão, o resultado já foi positivo, em setembro, apesar de tudo o que aconteceu de maior em diante, revertemos todo o acumulado negativo do ano".O buraco causado pela Infinity ainda não foi completamente coberto, ainda faltam perto de R$ 140 milhões. Os próximos dias serão decisivos. Uma carta de crédito foi apresentada pelos administradores e a data marcada para o dinheiro pingar é 12 de fevereiro, segunda-feira de carnaval, que é um dia oficialmente útil. A carta é assinada pela ICP Ventures, empresa do próprio Grupo Infinity.Sobram dúvidas sobre se o dinheiro virá ou não, mas o clima, por conta da melhora dos resultados operacionais, é grande. "Só para você ter uma ideia, lá atrás, quando assumimos, a previsão era de ter de mandar um boleto para cada cooperado da ordem de R$ 150 mil para suprir a perda que estava sendo prevista para dezembro. Os 2,6 mil cooperados teriam de aportar esse recurso, na Unimed. Hoje, na pior situação, se o fundo não pagar o que ainda precisa pagar, fica na casa de R$ 15 mil por cooperado. Mas a nossa expectativa, alguns fatos ainda estão acontecendo, é levar um superávit entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões ao cooperado".

Na entrevista, ao lado de Fabiano Pimentel Pereira, estavam Gustavo Knupp, executivo da Unimed Vitória, e o médico ortopedista Dejair Cordeiro, diretor de Mercado.

O grande fato da Unimed Vitória no último ano foi o rombo causado pelo investimento feito no fundo Infinity. Foi logo no início da sua gestão e certamente te obrigou a mudar os planos de voo logo no começo do seu mandato. Como foi aquilo?

Aquilo ali foi uma surpresa. Quando nós ingressamos, no início do ano passado (27 de março), sabíamos que os desafios seriam grandes, mas nos deparamos com algo muito maior sob o ponto de vista operacional. O Infinity foi uma grande surpresa porque, na transição, os gestores antigos não comunicaram nada sobre o Infinity. Eles já tinham conhecimento, mas não nos passaram absolutamente nada. Este fundo teve mais de seis fatos relevantes (comunicados ao mercado) dizendo o seguinte: "tira o meu dinheiro daqui, ele não pode continuar aqui". Em fevereiro, antes de entrarmos, o fundo já tinha sido remarcado, o recurso já estava preso, não poderia ser sacado. Só que como ainda não tinha o default (calote) de fato, a contabilidade que nos foi apresentada pela equipe financeira da Unimed da época estava toda ok. Diante disso, partimos para tocar o nosso plano. Quando, por terceiros, descobrimos o que estava acontecendo, foi uma enorme surpresa. Com o fato consumado, fomos buscar entender qual era o impacto daquilo ali na Unimed Vitória. Observamos que apenas 10% (R$ 18 milhões) deste fundo estavam como garantidor na ANS (Agência Nacional de Saúde), que temos de deixar para garantir o atendimento dos clientes em caso de problema da operadora. Chamamos imediatamente ANS para conversar, apresentamos o nosso plano para reverter a situação, eles entenderam, nos apoiaram e em três meses o dinheiro necessário já estava novamente no fundo garantidor da ANS.

Como estão as finanças da Unimed Vitória hoje?

Além do problema com o Infinity, eram R$ 186 milhões da Unimed Vitória ali, a antiga gestão (liderada por Fernando Ronchi) assumiu compromissos de caráter assistencial, cerca de R$ 140 milhões, que precisavam ser quitados, tomou empréstimos junto a instituições financeiras da ordem de R$ 140 milhões e tinha fechado o primeiro trimestre de 2023 com R$ 16,3 milhões no negativo. Somando isso tudo dava um rombo de algo perto de meio bilhão de reais. Imediatamente colocamos para rodar um plano focado em melhorar a operação e a gestão da Unimed. Em abril, primeiro mês da nossa gestão, o resultado já foi positivo, em setembro, revertemos todo o acumulado negativo do ano. Hoje, o resultado da Unimed Vitória é positivo, estamos investindo com recursos próprios e vamos investir mais. A robustez está voltando. Ainda aguardamos o desfecho da situação do Infinity para termos uma resposta sobre sobras ou perdas referente ao ano passado. Importante dizer, novamente, que estamos com superávit nas provisões técnicas exigidas pelas ANS. Só para você ter uma ideia, lá atrás, quando assumimos, a previsão era de ter de mandar um boleto para cada cooperado da ordem de R$ 150 mil para suprir a perda que estava sendo prevista para dezembro. Os 2,6 mil cooperados teriam de aportar esse recurso, na Unimed. Hoje, na pior situação, se o fundo não pagar o que ainda precisa pagar, fica na casa de R$ 15 mil por cooperado. Mas a nossa expectativa, alguns fatos ainda estão acontecendo, é levar um superávit entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões ao cooperado. Não queremos o cooperado no prejuízo. Temos até o final de março para apresentar o balanço.

"A nossa expectativa, alguns fatos ainda estão acontecendo, é levar um superávit entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões ao cooperado. Não queremos o cooperado no prejuízo. Temos até o final de março para apresentar o balanço."

Um investidor secreto, pelo menos para o grande público, se comprometeu a aportar US$ 100 milhões no Infinity, ressarcindo a Unimed Vitória. Esse dinheiro deve ser depositado agora em fevereiro. Qual é a expectativa de vocês? Saindo o dinheiro, o que será feito?

Há um compromisso de pagamento no dia 12 de fevereiro. Este compromisso foi firmado em meados do ano passado, na assembleia dos cotistas do Infinity. Fomos à RJI, que é a administradora, buscar mais garantias. A RJI nos apresentou uma contraparte com uma carta de crédito de US$ 100 milhões. Fomos à contraparte e conseguimos com eles uma carta de crédito exclusiva para a Unimed Vitória. Se comprometeram a honrar tudo. Estamos, agora, formalizando um contrato com eles e aguardando o retorno desses recursos. É isso que está acontecendo agora.

Quem é esta contraparte? Qual é a confiança que vocês têm de que esse dinheiro de fato irá voltar aos cofres da Unimed Vitória?

Nós trabalhamos com cenários. Com o cenário de que o dinheiro retornará e com o cenário da ausência deste recurso. Baseado nesses cenários, apresentamos as alternativas para o cooperado, tudo, aliás, apresentado em assembleia. Esta carta de crédito existe, mas só vamos saber se o dinheiro virá ou não em 12 de fevereiro.

Mas quem assina a carta?

Isso é um fato estranho que compartilho com você. Como uma administradora de fundo, no caso a RJI, apresenta uma contraparte e não remarca o fundo (atualizar o preço do ativo)? Numa condição normal não precisaria de carta creditória.

"Há um compromisso de pagamento no dia 12 de fevereiro. Este compromisso foi firmado em meados do ano passado, na assembleia dos cotistas do Infinity. Fomos à RJI, que é a administradora, buscar mais garantias"

Então vocês não sabem quem é a contraparte?

É a ICP Ventures. Dejair Cordeiro: Não temos todos os detalhes da contraparte. Diante deste cenário, a Unimed Vitória tomou todas as medidas para minimizar os danos do fundo. Não temos a garantia de que o dinheiro irá retornar, o que temos é uma série de ações que tomamos para otimizar a possibilidade desse retorno, mas não sei se teremos sucesso, vamos esperar o dia 12 de fevereiro. Independente da volta do fundo, a Unimed Vitória está com a sua vida financeira equalizada e, mais importante, ninguém - fornecedor, cooperado, parceiro e cliente - tomou prejuízo por conta desse fundo. E não fomos ao mercado financeiro para resolver o problema, a solução foi interna, melhorando a gestão, potencializando as oportunidades e usando a força da marca. Quando saiu a informação do problema no fundo, tínhamos 406 mil clientes, chegamos aos 420 mil, mesmo retirando da carteira contratos deficitários. Claro que trabalhamos muito para que os recursos do fundo voltem, seria um balão de oxigênio gigantesco, mas, se não vier, a vida da Unimed está resolvida. Importante dizer que uma parte dos recursos foram remarcados, estamos falando do retorno de algo perto de R$ 140 milhões.

Tudo bem, mas, se o dinheiro não entrar, haverá desdobramentos...

Dejair Cordeiro: Sim, se não entrar, vamos fechar o exercício de 2023 no negativo, afinal, vamos perder esses ativos que estão lá, aí temos os desdobramentos que já estão sendo trabalhados dentro da cooperativa. O mais simples seria fazer um rateio entre os cooperados. Podemos também lançar mão de uma série de reservas e provisionamentos que nós temos para cobrir o rombo sem danos para o cooperado. O maior objetivo dessa gestão é que o cooperado não receba esse reflexo.

Vocês estão relatando um cenário financeiro que era muito ruim, no começo de 2023, e que acabou sendo contornado mesmo se a Unimed não receber os recursos do Infinity, que é o pior cenário. Como foi possível?

Importante dizer que não foi via reajuste de planos. A média do mercado ficou em 25%, a nossa ficou em 18,15%, para suprir a sinistralidade, que é uma obrigação nossa. O que de fato mudou foi a gestão: diminuição das despesas administrativas, das despesas operacionais, ampliação da carteira de clientes, combate às fraudes... Foram mais de 300 iniciativas no decorrer de 2023, é muito trabalho e busca por oportunidades.

E os investimentos? Vocês já anunciaram a intenção de ampliar o Hospital Unimed, em Vitória, de ter mais presença na Serra... Como está o planejamento?

Vamos manter os investimentos com os pés no chão. Temos aportes relevantes em unidades novas para o tratamento do autismo e de oncologia. Na Serra, vamos inaugurar, agora no primeiro semestre, uma unidade avançada, com atendimento 24h e parque de diagnóstico. Para o segundo semestre, a ideia é termos seis salas de cirurgia e 27 apartamentos. É um chamado hospital-dia, com assistência intermediária. O investimento total fica na casa dos R$ 150 milhões. No Hospital Unimed, em Vitória, temos um projeto grande, que envolve todos aqueles terrenos no entorno, mas, no curtíssimo prazo, vamos reformar toda a área do estacionamento, ampliando o espaço e o número de vagas. Até o final do ano, esperamos iniciar a primeira das três torres que faremos ali, trazendo grande parte de nossos serviços para aquele local. O cliente vai chegar e se resolver ali dentro.

Depois de dez meses à frente da Unimed, com crise e tudo, o que o senhor tem a dizer aos cooperados e aos clientes da Unimed Vitória?

Baseado no que fizemos em 2023, teremos um bom 2024 para os cooperados e para os usuários. Estamos canalizando esforços para aumentar os honorários médicos. Com o médico satisfeito, o cliente fica satisfeito. Aumentar o valor da consulta é um desafio nosso para 2024, também queremos corrigir os plantões a um patamar superior ao ofertado por qualquer outra operadora. Queremos estar cada vez mais robustos, vamos seguir crescendo a carteira, ofertando cada vez mais oportunidades de atendimento para a clientela e, claro, para dar conta disso tudo, investindo. Importante dizer aos nossos clientes que vamos intensificar a busca por um melhor atendimento, mais acolhimento e mais entregas. Estamos comprometidos com tudo isso.

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Assessoria de Comunicação