Postado em: 07/03/2021

AHPACEG NA MÍDIA - Hospitais particulares sofrem com a escassez de insumos em Goiás

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Em meio ao pior momento da pandemia da Covid-19, os hospitais da rede particular de Goiás estão enfrentando dificuldades para encontrar alguns insumos usados no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus (Sars-CoV-2). Além da dificuldade de obtenção de insumos, as unidades da rede se deparam a superlotação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 


O presidente da Associação dos Hospitais Particulares de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, explica que as principais queixas têm sido sobre relaxantes musculares, chamados Rocurônio e Pancurônio, usados para entubar pacientes e também de cateteres nasais de alto fluxo,usados em oxigenioterapia. “São itens essenciais para o tratamento de pacientes com Covid-19 e que não tem como ser substituídos por outros”, diz. 

O presidente da Ahpaceg conta que a compra destes insumos tem sido complexa porque os fabricantes são internacionais e, por isso, eles acabam competindo com o mundo inteiro pelos produtos. “Não é uma questão de preço, nem de falta de dinheiro. É o fato de não conseguirmos comprá-los”, afirma. Helou diz que recentemente a Ahpaceg conseguiu fazer uma compra destes insumos e que eles devem chegar nos próximos sete dias. “Até lá, vamos ter de ir nos virando”, aponta. 

Helou afirma que nos últimos dias, para não faltar insumos em nenhuma unidade de saúde, os hospitais que possuem estoques têm fornecido para aqueles que estão em falta. “Estamos dando conta na base da fraternidade. Já auxiliamos até hospitais fora da associação. Essa semana mesmo tinha uma unidade sem relaxantes musculares e conseguimos com outro hospital a quantidade necessária para eles continuarem trabalhando”, relata.

A reportagem conversou com médicos que atuam nas redes privada e pública do Estado e todos confirmaram que tem ocorrido um aumento muito grande na demanda por esses medicamentos e também por cateteres. Uma das médicas, que atua na rede privada e preferiu não se identificar, afirma que na unidade em que ela trabalha os insumos já chegaram a faltar, assim como aconteceu no ápice da primeira onda da doença.

Na última quarta-feira (3), reportagem do POPULAR mostrou que os hospitais de Goiás registraram alta no consumo de oxigênio nos últimos dias. A alta do uso fez com que os gestores passassem a monitorar os estoques. Na quinta-feira (4), o médico e diretor do Hospital Municipal de Itauçu, Breno dos Santos, gravou um vídeo que viralizou nas redes sociais falando sobre a alta taxa de ocupação dos leitos de UTI no município e sobre o grande consumo de oxigênio na unidade. “Estamos gastando uma média de cinco a oito bombas dessa de oxigênio por dia e não está sendo suficiente”, desabafou.

Rede Pública

A Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES/GO) informou por meio de nota que não há notícia de falta de insumos nas unidades hospitalares da rede estadual, para as quais a SES/GO dá suporte e garante os repasses regulares de recursos também para aquisição desses materiais pela organização de sociais.

A pasta informou ainda que mantém diálogo constante com instituições privadas e a constatação é de que não faltam insumos hospitalares em Goiás, sendo que em relação oxigênio, por exemplo, é importante ressaltar que as próprias empresas fornecedoras relataram que para o Estado de Goiás, mesmo que todos os leitos estejam sendo utilizados, não há sinalização da falta do gás.

Leitos pode ser regulados juntos

O presidente da Ahpaceg explica que na última reunião do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (COE) foi sugerido à SES/GO que toda a regulação dos leitos de Goiás ficasse nas mãos do Estado. “Precisamos unir forças agora. Trabalhamos juntos para conseguir passar por esse momento”, explica.

Até essa sexta-feira (5), a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva da Ahpaceg era de 95% na capital e 71% no interior. A associação já tem alertado há alguma semana sobre a alta taxa de ocupação nas unidades de saúde. “Estamos em um momento crítico. As pessoas precisam ficar em casa. Não conseguimos abrir leitos na mesma velocidade que as pessoas ficam doentes”, esclarece Helou.

Em nota, a SES/GO informou que a própria pasta já apresentou uma proposta de regulação única para o Estado e que ela permaneça em discussão, sendo caso seja aprovada, “todos os leitos destinados para pacientes com a doença seriam concentrados em uma só central, de modo organizado, lógico e transparente, com a formação de uma fila única estadual”.

 

Fonte: O Popular