CLIPPING AHPACEG 22/12/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Panorama da Educação Médica
https://medicinasa.com.br/educacao-edicao32/
Menos desperdício, mais acesso: a equação da saúde suplementar
https://medicinasa.com.br/equacao-saude-suplementar/
Viagens ao exterior, carros e apartamentos à beira mar: a vida de luxo do empresário acusado de desviar dinheiro da saúde pública
Promessas de cura rápida e tratamentos milagrosos: anúncios falsos de saúde usam IA e imagem de famosos
Como calcular ROI em clínicas com exemplos práticos
https://www.saudebusiness.com/gestao/como-calcular-roi-em-clinicas/
MEDICINA S/A
Panorama da Educação Médica
Brasil ultrapassa 50 mil vagas anuais em medicina após abertura de 77 novos cursos. Projeção indica que o país pode superar 1,2 milhão de médicos até 2030
Um levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostra que o Brasil vive uma nova fase de expansão no ensino médico. Entre janeiro de 2024 e setembro de 2025, o Ministério da Educação (MEC) autorizou a criação de 77 novos cursos de Medicina, totalizando 4.412 vagas de graduação. No mesmo período, outros 20 cursos já existentes tiveram suas turmas ampliadas, o que representou 1.049 vagas adicionais.
No total, o país ganhou 5.461 novas vagas em menos de dois anos. Com isso, o Brasil chega a 494 escolas médicas em 2025, com 50.974 vagas anuais de graduação, das quais 80% estão em instituições privadas.
A análise, que utilizou dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI), foi realizada pelo grupo de pesquisa Demografia Médica no Brasil, coordenado pelo Prof. Dr. Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, com a participação dos pesquisadores Ivan Hossni e Cristiane Almeida.
O grupo avaliou 197 portarias publicadas no Diário Oficial da União (152 referentes a pedidos de novos cursos e 45 a aumentos de vagas), excluiu os pedidos indeferidos e cruzou as informações com o sistema e-MEC, base pública do Ministério da Educação, para calcular o total de cursos e vagas de graduação de medicina no país.
Expansão regional
A região Nordeste concentrou 43% das novas vagas (2.365), seguida por Sudeste (1.225), Norte (835), Sul (729) e Centro-Oeste (307). Os estados que mais receberam novos cursos foram Pará, Bahia e São Paulo, com oito cada. Entre as capitais, destacam-se São Luís (MA), que sozinha obteve cinco autorizações, e Belém (PA), Teresina (PI) e Boa Vista (RR), com dois cursos cada.
Entre os municípios do interior, chamaram a atenção aqueles que receberam duas autorizações simultâneas: Feira de Santana (BA), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sobral (CE), Tianguá (CE), Cariacica (ES), São Mateus (ES), Ariquemes (RO), Santarém (PA) e Joinville (SC).
“Essa expansão reflete tanto o lobby do setor privado da educação e a pressão de prefeitos e parlamentares dos municípios beneficiados quanto diferentes fluxos e marcos regulatórios que orientam os processos de abertura de cursos ou ampliação de vagas, que podem seguir a lei Mais Médicos, ações judiciais ou portarias do MEC”, explica o Prof. Dr. Mário Scheffer.
Impactos no sistema de saúde
Com o ritmo atual de formação, que supera 50 mil novos médicos por ano, o Brasil poderá alcançar 1,2 milhão de profissionais até 2030, o equivalente a mais de cinco médicos por mil habitantes.
“A expansão terá impactos significativos no sistema de saúde. Por um lado, aumenta a disponibilidade de médicos; por outro, acentua a defasagem entre vagas de graduação e de residência médica. O Brasil precisa planejar melhor a qualificação, a distribuição e a inserção desses novos profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS)”, avalia Scheffer.
As novas Diretrizes Curriculares Nacionais para Medicina, homologadas pelo MEC em setembro, que preveem avaliação obrigatória no quarto ano do curso, antes do internato, juntamente com o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), são parte dos esforços para assegurar a qualidade dos cursos e da formação dos futuros médicos.
Raio X da medicina no estado de São Paulo
Ao final de 2025, o estado de São Paulo contará com aproximadamente 197 mil médicos. O estudo “Demografia Médica do Estado de São Paulo 2026”, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), projeta um aumento expressivo da oferta nos próximos anos, quando o número de profissionais poderá ultrapassar 235 mil em 2030, chegando à marca de 340 mil profissionais ao final da década.
Esse crescimento acelerado fará com que a razão de médicos por habitantes suba de quatro por mil habitantes em 2025 para sete por mil em 2035. Apesar do aumento geral, a distribuição permanecerá desigual. Enquanto em 2025 a região de Ribeirão Preto dispõe de 5,2 médicos por mil habitantes, a de Registro tem 2,1.
“Ter acesso a dados tão importantes e confiáveis é fundamental para nortear nossas ações e seguir no caminho da qualidade, tomando decisões baseadas em informações concretas e objetivas, com condições de estabelecer uma política de saúde pública competente”, destaca o secretário de estado da saúde de São Paulo, Eleuses Vieira de Paiva.
Especialistas x generalistas
O estudo aponta que 60% dos médicos em São Paulo (aproximadamente 117,7 mil) são especialistas, confirmando o papel do estado como centro formador e empregador. Ainda mais concentrados do que os médicos em geral, 57% dos especialistas estão na Grande São Paulo e outros 10% na região de Campinas.
Já o grupo de médicos generalistas (sem título de especialista) cresce em ritmo muito maior que o de especialistas. Atualmente, são cerca de 80 mil profissionais nessa condição, correspondendo a 40% do total, um salto significativo em comparação ao ano 2000, quando representavam menos de 25%.
Expansão e privatização do ensino
O fenômeno do crescimento do número de médicos generalistas está relacionado, dentre outros fatores, à expansão do ensino privado e à insuficiência de vagas de residência médica (RM) para todos os egressos. Nos últimos dez anos, foram abertos 40 novos cursos de medicina em São Paulo, totalizando 87 escolas médicas em 2025. A expansão consolidou a privatização do ensino: hoje, 92% do total de vagas são oferecidas por escolas médicas privadas, enquanto menos de 10% estão em instituições públicas.
Embora tenha havido descentralização, a Grande São Paulo ainda detém mais de 40% das vagas de graduação. A oferta de residência, apesar de ter aumentado, não acompanhou o mesmo ritmo e ainda atrai muitos candidatos de outros estados.
“A abertura indiscriminada de cursos de Medicina e o crescimento acelerado do número de médicos generalistas, uma vez que não há vagas de residência médica para todos, são uma grande preocupação da APM e de todo o movimento associativo”, afirma o presidente da Associação Paulista de Medicina, Antonio José Gonçalves.
Mulheres e jovens redefinem a profissão
O perfil dos médicos em São Paulo vem apresentando mudanças. As mulheres consolidaram-se como maioria e, em 2025, passaram a representar 52% do total de médicos. A tendência de feminização é contundente: a projeção é de que elas passem a representar 70% da população de médicos na próxima década.
Atualmente, as médicas predominam em 22 das 55 especialidades, sendo maioria expressiva (mais de 60%) em áreas como pediatria, ginecologia e obstetrícia, e medicina de família e comunidade. Além de mais feminina, a profissão rejuvenesceu: mais de um terço dos médicos no estado tem 35 anos ou menos.
“A feminização da medicina brasileira é uma conquista irreversível. Esse fato reflete o momento de transformação que vivemos, mas também impõe novos compromissos. Precisamos garantir que essa superioridade numérica venha acompanhada de equidade real em cargos de chefia, remuneração e condições de trabalho compatíveis com a realidade da mulher contemporânea”, analisa a diretora da FMUSP, Profa. Dra. Eloisa Bonfá.
Atualização profissional
A qualificação e a atualização dos profissionais de saúde serão determinantes para que o Brasil enfrente o envelhecimento populacional e a multimorbidade de doenças, e reduza desigualdades estruturais na formação e na oferta de mão de obra no sistema até 2035. O novo estudo da série Caminhos da Saúde Suplementar 2035, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), mostra que o país carece de políticas integradas de desenvolvimento profissional e convive com forte assimetria regional, marcada pela concentração de profissionais nas capitais.
“A força de trabalho em saúde precisa estar preparada para uma sociedade que envelhece rapidamente e que exige competências técnicas, sociais e culturais mais amplas do que as práticas tradicionais contemplam”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.
O relatório destaca que o Brasil não possui uma política nacional obrigatória de capacitação para todas as categorias da saúde e que fragilidades nos currículos e na formação em serviço dificultam o atendimento às necessidades da população. Mesmo com expansão de cursos, a preparação continua insuficiente para estimular competências interprofissionais, sensibilidade cultural e domínio de tecnologias emergentes. Esse descompasso fica evidente na distribuição dos profissionais: municípios com mais de 500 mil habitantes concentram 57,8% dos médicos, com 5,75 por mil habitantes, enquanto municípios com menos de 5 mil têm apenas 0,51.
“Sem investir em qualificação permanente, continuaremos formando profissionais que não respondem adequadamente às necessidades reais da população, especialmente nas regiões mais vulneráveis”, destaca Cechin.
Tendências na qualificação
Entre as recomendações, o estudo defende políticas de desenvolvimento profissional contínuo, fortalecimento da formação interprofissional, maior uso de tecnologias educacionais — como simulação e teleducação — e mecanismos de certificação e acreditação das práticas formativas. A análise também apresenta experiências de Canadá, Austrália e Reino Unido, que adotam sistemas estruturados de atualização com avaliações periódicas, prática reflexiva e documentação sistemática. “Esses países mostram que a formação não termina na graduação. É preciso acompanhar, avaliar e garantir padrões mínimos de competência ao longo de toda a carreira”, complementa Cechin.
No Canadá, o programa Maintenance of Certification (MOC), conduzido pelo Royal College of Physicians and Surgeons of Canada, constitui uma das principais estruturas de desenvolvimento profissional contínuo (DPC) do país. O modelo é baseado na premissa de que a aprendizagem ao longo da vida é essencial para manter a competência clínica, promover o aprimoramento profissional e garantir a qualidade dos serviços de saúde. Nesse contexto, o CPD (Continuing Professional Development) é a unidade básica de mensuração das atividades formativas, sendo que cada hora de participação em uma atividade reconhecida equivale a um crédito de CPD.
O programa exige que, em um ciclo de três anos, o profissional acumule pelo menos 150 créditos, distribuídos em diferentes tipos de atividades que reflitam tanto a atualização técnica quanto o desenvolvimento de habilidades transversais. As oito categorias de CPD reconhecidas são:
Aprendizagem em grupo (Group Learning), como congressos, workshops e cursos presenciais.
Aprendizagem autodirigida (Self-Learning), que envolve leitura crítica de literatura científica, módulos online ou podcasts educacionais.
Avaliação de desempenho pessoal (Assessment of Performance), com uso de feedbacks, auditorias clínicas e análise de resultados próprios.
Avaliação de resultados da prática profissional (Assessment of Outcomes), baseada em indicadores de desempenho clínico e impacto das ações sobre os pacientes.
Ensino e supervisão (Teaching and Supervision), incluindo preceptoria, orientação de residentes e palestras educacionais.
Contribuições para a profissão (Contribution to the Profession), como atuação em comitês, publicações científicas, revisão de periódicos ou participação em conselhos regulatórios.
Planejamento de aprendizado pessoal (Personal Learning Projects), nos quais o próprio profissional define objetivos, métodos e evidências de aprendizagem.
Atividades de desenvolvimento profissional estruturadas institucionalmente, como programas formais de mentoria e treinamento organizacional.
De acordo com o IESS, as abordagens adotadas revelam a importância de sistemas formais e estruturados de capacitação e revalidação profissional. Embora existam diferenças quanto à rigidez regulatória, à natureza das atividades formativas e aos mecanismos de avaliação, todos enfatizam a prática reflexiva, a integração de competências não clínicas e a necessidade de documentação sistemática.
“Desafios persistem, especialmente na equidade de acesso, na capacitação digital e na formalização da avaliação de competências transversais. O aprendizado a partir dessas experiências pode orientar o aperfeiçoamento das políticas de educação permanente no Brasil e em outros contextos”, conclui o estudo.
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Menos desperdício, mais acesso: a equação da saúde suplementar
As fraudes, erros e desperdícios ocupam um espaço relevante no custo das operadoras de saúde no Brasil. A estimativa é que aproximadamente 16% da despesa do setor seja consumida por pagamentos indevidos, o equivalente a mais de R$30 bilhões em 2024. Um volume bilionário que não produz qualquer ganho em saúde e reduz a capacidade do sistema de ampliar acesso aos planos de saúde. Afinal, em um mercado de sinistralidade elevada e margens estreitas, perdas desse tipo comprimem ainda mais a margem das operadoras e aumentam a pressão sobre preços ao longo do tempo.
Pesquisa recente do Vox Populi encomendada pelo Instituto de Estudos em Saúde Suplementar (IESS) expõe um paradoxo que o setor de saúde suplementar já conhece, mas ainda não conseguiu resolver. De um lado, o plano de saúde permanece como um dos benefícios mais desejados pelos brasileiros. Entre quem não possui cobertura, 85% dizem que ter um plano é importante e 61% afirmam que gostariam de contar com um hoje. De outro, a porta de entrada segue estreita, com o fator econômico sendo o principal impeditivo. Ou seja, o plano de saúde é valorizado, mas para muitos permanece fora do alcance.
A pesquisa também revela um outro lado da equação: a experiência dos usuários que já possuem um plano de saúde. Ainda que 85% dos beneficiários estejam satisfeitos com seus planos de saúde, melhor índice na série histórica, quase um quarto deles (24%) relata ter recebido alguma negativa de autorização de procedimento ou exame no último ano. O que impressiona aqui é que, no maior número de casos, essas negativas chegam sem transparência: 54% dizem não ter recebido justificativa clara. Não por acaso, a própria regulação avançou nesse tema com a nova RN 623, que passa a exigir transparência ativa nos canais de comunicação entre operadoras e beneficiários.
O efeito mais grave, contudo, não é apenas a fricção com o cliente. Quando a cobertura é recusada, 57% das pessoas simplesmente deixam de realizar o procedimento por não conseguirem arcar com o custo do particular. Em outras palavras: para muitos brasileiros, a negativa não vira alternativa – vira desistência, com risco direto para diagnóstico e tratamento no tempo certo. É um sinal claro de que, quando o controle de custo opera por bloqueio e burocracia, ele não só corrói confiança, como pode piorar desfechos e alimenta um ciclo de judicialização.
Tudo isso é reflexo da pressão econômica que o setor da saúde suplementar vive hoje. Os números da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ajudam a dimensionar o contexto: entre 2021 e 2024, o número de beneficiários passou de 49 milhões para 52 milhões de pessoas – um crescimento de 6%. No mesmo período, a despesa assistencial avançou 24%.
Isso tensiona o próprio princípio de mutualidade: em um sistema baseado na diluição de risco, o equilíbrio depende de mais vidas compartilhando um custo relativamente previsível. Quando as despesas disparam sem crescimento equivalente da base, a mutualidade perde potência. Como consequência, o risco fica menos distribuído, o custo médio sobe e o setor passa a operar em modo defensivo. Isso aparece para o usuário na forma de burocracia, demoras na aprovação e, muitas vezes, negativas.
Diante desse contexto, obter equilíbrio financeiro é um grande desafio para as operadoras de saúde. Controlar custos é necessário, mas não pode vir às custas de barreiras ao cuidado, nem transferir o peso da ineficiência do sistema ao beneficiário. Afinal, se uma parcela relevante dos custos nasce de ineficiências e pagamentos indevidos, então endereçar esse tema é a maneira mais direta de olhar para recuperação de margens no setor.
É por isso que as operadoras têm avançado para modelos de auditoria mais inteligentes, baseados em IA e análise de dados. Essas ferramentas permitem identificar padrões de comportamento suspeito, detectar cobranças irregulares e evitar pagamentos indevidos antes que eles ocorram, eliminando gargalos que custam bilhões todos os anos. Em outras palavras, a tecnologia permite o surgimento de uma barreira de alta precisão, evitando somente aquilo que realmente não melhora a saúde das pessoas, permitindo que os pacientes continuem tendo acesso ao tratamento devido.
É inegável que o equilíbrio econômico da saúde suplementar depende de múltiplas variáveis, e não só de eliminar pagamentos indevidos. Mas ignorar o peso das ineficiências é desperdiçar uma das oportunidades mais objetivas de aliviar a pressão sobre o sistema. Cada real que deixa de ir para o ralo em desperdícios retorna ao sistema como capacidade de investimento, expansão de rede, contenção de reajustes e ampliação de cobertura.
A tecnologia já está pronta e os resultados são visíveis e promissores. O desafio é ganhar escala, ampliar sua implementação e dar espaço para inovação dentro da operação, a fim de fortalecer as áreas de auditoria e transformar a eficiência em política permanente do setor.
*Fabricio Valadão é CEO e cofundador da Arvo.
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PORTAL G1
Viagens ao exterior, carros e apartamentos à beira mar: a vida de luxo do empresário acusado de desviar dinheiro da saúde pública
A Polícia Federal prendeu no fim de novembro o empresário Humberto Silva, acusado de liderar um esquema que desviou pelo menos R$ 25 milhões de recursos.
Por Fantástico
O Fantástico deste domingo (21) deu detalhes de um golpe que financiava viagens ao exterior, festas em apartamentos à beira mar e compra de carros e lanches. Tudo com dinheiro público desviado de postos de saúde e hospitais.
A Polícia Federal prendeu no fim de novembro o empresário Humberto Silva, acusado de liderar um esquema que desviou pelo menos R$ 25 milhões de recursos destinados à saúde pública para financiar uma vida de ostentação.
Segundo as investigações, Humberto e outros empresários usaram o Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (IRDESI), uma organização social sem fins lucrativos responsável pela gestão de hospitais, para desviar recursos públicos.
Entre 2022 e 2025, o instituto recebeu R$ 340 milhões, sendo a maior parte do valor paga pela Prefeitura de Embu das Artes, com verba federal.
O Fantástico deste domingo (21) deu detalhes de um golpe que financiava viagens ao exterior, festas em apartamentos à beira mar e compra de carros e lanches. Tudo com dinheiro público desviado de postos de saúde e hospitais.
O esquema
A Polícia Federal prendeu no fim de novembro o empresário Humberto Silva, acusado de liderar um esquema que desviou pelo menos R$ 25 milhões de recursos destinados à saúde pública para financiar uma vida de ostentação, incluindo viagens internacionais, aluguel de imóveis de luxo e um casamento em Paris.
Segundo as investigações, Humberto e outros empresários usaram o Instituto Riograndense de Desenvolvimento Social Integrado (IRDESI), uma organização social sem fins lucrativos responsável pela gestão de hospitais, para desviar recursos públicos. Entre 2022 e 2025, o instituto recebeu R$ 340 milhões, sendo a maior parte do valor paga pela Prefeitura de Embu das Artes, com verba federal.
Vida de ostentação
Segundo a polícia, parte do dinheiro desviado foi usada para pagar despesas pessoais, como aluguel de um apartamento de frente para o mar em Balneário Camboriú, viagens e compras de artigos de luxo.
A atual esposa de Humberto, Maíne Baccin, que foi pedida em casamento aos pés da Torre Eiffel, recebia salário de R$ 23 mil sem trabalhar. A ex-esposa também se beneficiava do esquema, com aluguel pago pelo instituto.
A PF também identificou empresas fictícias que emitiam notas fiscais falsas para justificar serviços não realizados. Só com duas dessas empresas, foram desviados pelo menos R$ 8 milhões.
Impacto na saúde
Enquanto o dinheiro era usado para ostentação, hospitais administrados pelo IRDESI enfrentavam falta de medicamentos e equipamentos básicos. Em Jaguari (RS), um idoso morreu após não conseguir nebulização por falta de aparelho de R$ 70.
“É absurdo, porque está faltando na base, no atendimento, no remédio, nos cuidados de saúde”, resumiu um morador de Embu das Artes.
Medidas judiciais
Até agora, a Justiça bloqueou 14 imóveis, 53 veículos, uma lancha e contas bancárias de 20 investigados. O prejuízo estimado é de R$ 25 milhões.
Em nota, a defesa de Tássia Nunes disse que ninguém é culpado antes do devido processo legal. E que a antecipação de juízos condenatórios viola a presunção de inocência. Também por nota a defesa de Maíne Baccin afirma que "está realizando análise detalhada de todos os documentos e informações constantes do inquérito".
A reportagem também procurou a defesa de Humberto Silva, mas não teve retorno.
Por nota a Prefeitura de Embu das Artes disse que "se confirmadas as condutas apontadas na investigação, são de inteira responsabilidade da organização social contratada. Quanto à falta de medicamentos esclarece que a obrigação e responsabilidade é da organização gestora."
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Promessas de cura rápida e tratamentos milagrosos: anúncios falsos de saúde usam IA e imagem de famosos
Estudo da UFRJ revelou que mais de 76% das propagandas na internet são enganosas; cerca de 5 mil são golpes relacionados à saúde.
Anúncios com promessas de cura rápida, resultados garantidos e tratamentos milagrosos circulam nas redes sociais usando fotos e vídeos de médicos, apresentadores, políticos e outras figuras conhecidas para dar credibilidade às fraudes.
Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou quase 170 mil anúncios no Facebook e Instagram e constatou que mais de 76% eram enganosos.
Entre os mais de 6 mil analisados individualmente, cerca de 5 mil eram golpes relacionados à saúde.
Segundo a pesquisa, os anúncios se concentram em doenças graves ou crônicas, oferecendo supostos tratamentos para câncer, diabetes, emagrecimento e disfunção erétil.
Os criminosos usam nomes conhecidos para dar credibilidade às ofertas. O médico Drauzio Varella é o mais citado nos anúncios falsos.
Promessas de cura rápida, resultados garantidos e tratamentos milagrosos. Anúncios com esse tipo de mensagem circulam nas redes sociais usando fotos e vídeos de médicos, apresentadores, políticos e outras figuras conhecidas para dar credibilidade às fraudes.
Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou quase 170 mil anúncios no Facebook e Instagram e constatou que mais de 76% eram enganosos. Entre os mais de 6 mil analisados individualmente, cerca de 5 mil eram golpes relacionados à saúde.
Segundo a pesquisa, os anúncios se concentram em doenças graves ou crônicas, oferecendo supostos tratamentos para câncer, diabetes, emagrecimento e disfunção erétil. Em 85% dos casos, basta um clique para que a vítima seja direcionada ao WhatsApp, onde os golpistas pressionam para fechar a “compra”.
"É um problema sistêmico. A rede social é escolhida porque é um anúncio que é bem segmentado e barato, você atinge só aquele segmento que você tem interesse", afirma Marie Santini, pesquisadora da UFRJ.
Uso de imagens de famosos
Os criminosos usam nomes conhecidos para dar credibilidade às ofertas. O médico Drauzio Varella é o mais citado nos anúncios falsos. Ele conta que processa a Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp — por permitir a veiculação dessas propagandas.
"Fui obrigado a contratar um escritório de advocacia para tentar tirar do ar essas propagandas porque a gente tentava explicar, olha, isso aí é absurdo, eles não davam nem bola nem respondiam, você mandava um e-mail explicando que aquilo era falso, eles nem não se dava o trabalho de responder".
Em alguns casos, vídeos manipulados com inteligência artificial imitam a voz dele para vender medicamentos sem registro.
“Existe um curso dado pela internet para ensinar os falsários a imitar a minha voz por inteligência artificial e a criar as imagens para vender remédios falsos", disse Drauzio.
Segundo o estudo, além de Drauzio, nomes como Susana Vieira, Simone Mendes e até o ex-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, aparecem entre os dez mais usados pelos golpistas.
Riscos à saúde
Médicos alertam que, além do prejuízo financeiro, esses golpes também colocam a vida de pacientes em risco.
“É um crime que deve ser taxado como hediondo, porque é inadmissível alguém querer ganhar dinheiro dessa forma, expondo as pessoas a riscos”, afirma Neuton Dornellas, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
O que diz a Meta
Segundo o estudo da UFRJ, alguns anúncios permanecem online por mais de dois anos — e mesmo quando são removidos, outros muito parecidos entram no lugar.
"O anúncio está sendo pago, né?", diz a pesquisadora Marie.
Em nota, a Meta disse que os golpes têm aumentado, estão mais sofisticados e que os esforços para combatê-los se intensificaram. A nota também diz que a empresa está testando o uso de tecnologia de reconhecimento facial, aplicando políticas para coibir golpes e capacitando as pessoas a se protegerem por meio de diversas ferramentas de segurança e alertas disponíveis nas suas plataformas.
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SAÚDE BUSINESS
Como calcular ROI em clínicas com exemplos práticos
Saber como calcular ROI em clínicas é a habilidade mais importante para a gestão financeira. Veja como o cálculo transforma a intenção de investimento em uma decisão objetiva, baseada em lucratividade.
No ambiente altamente competitivo da saúde, tomadas de decisões precisam ser orientadas por dados — não por achismos. Adquirir um novo equipamento, expandir a unidade ou implementar um software de gestão exige uma análise financeira rigorosa. É aí que entra a importância de saber como calcular o ROI em clínicas.
O ROI (Retorno sobre o Investimento) é o indicador financeiro que quantifica a eficiência de um investimento, mostrando quanto foi ganho (ou perdido) em relação ao valor investido.
Para o gestor de saúde, saber como calcular é essencial para justificar custos, priorizar projetos e garantir a eficiência financeira no consultório.
Dessa forma, o ROI se torna uma ferramenta primordial para transformar gastos em investimentos estratégicos. Neste guia, vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre o assunto.
Fórmula: como calcular ROI em clínicas
O cálculo de ROI para clínicas utiliza uma fórmula universal, mas exige atenção aos detalhes da gestão financeira em clínicas médicas para ser preciso.
Fique atento à fórmula:
ROI = (Lucro Obtido – Investimento) / Investimento
O resultado é geralmente multiplicado por 100 para ser expresso em percentual.
Lucro Obtido: refere-se ao ganho gerado pelo investimento em um determinado período (ex: 12 meses). É a Receita Incremental menos os custos operacionais em clínicas gerados.
Investimento: é o custo total (equipamento, implementação, treinamento etc.).
Exemplos práticos de cálculo de ROI
Para ilustrar como calcular ROI em clínicas, veja dois cenários comuns:
Exemplo 1: decisão de adquirir um ultrassom
Este cálculo é típico para a análise de investimentos em clínicas em retorno financeiro de equipamentos médicos.
Custo do equipamento (Investimento): R$ 120.000
Receita extra/mês com exames: R$ 18.000
Custos operacionais (insumos, manutenção, salário técnico): R$ 2.000/mês
Cálculo da Receita Anual Adicional Líquida:
(18.000 − 2.000) × 12 = 192.000
ROI = 192.000 − 120.000 × 100 = 60%
__________________
120.000
Conclusão: com este cálculo, notamos que a clínica ganha R$ 0,60 para cada 1 real investido em um ano. O Payback (tempo de recuperação do investimento) é inferior a 8 meses. Este é um forte argumento para aquisição.
Exemplo 2: implementação de um software médico
Este exemplo demonstra como uma gestão baseada em dados em hospitais e clínicas pode gerar retorno pela redução de custos assistenciais.
Custo anual do software (Investimento): R$ 1.200/mês x 12 = R$ 14.400
Economia mensal com redução de glosas e otimização de estoque: R$ 4.000
Ganho Anual Líquido: R$ 4.000/mês x 12 = R$ 48.000
Cálculo do ROI:
ROI = 48.000 − 14.400 × 100 = 233%
_______________
14.400
Conclusão: o software gera mais do que o dobro do investimento anual (233%). O impacto direto no fluxo financeiro e a facilidade de aprovação imediata pela diretoria são evidentes.
Checklist: o que analisar antes de aprovar um investimento
Antes de aplicar a fórmula do ROI, o gestor de saúde deve fazer perguntas estratégicas para avaliar o potencial do projeto.
Se a maioria das respostas for “sim”, é provável que o investimento tenha um ROI positivo e um bom payback de investimentos em clínicas.
1. O investimento gera nova receita?
Avalie se o projeto amplia o faturamento, seja pelo aumento da capacidade instalada, pela oferta de novos serviços ou pela melhoria no desempenho por procedimento.
2. Há redução de custos operacionais ou de perdas financeiras?
Considere impactos em insumos, energia, eficiência dos fluxos e redução de glosas. Quanto maior a economia recorrente, mais rápido o retorno.
3. A produtividade da equipe aumenta?
Projetos que elevam o número de consultas, atendimentos ou exames por dia tendem a mostrar resultados de curto prazo, sem necessariamente exigir contratação adicional.
4. O investimento melhora a experiência do paciente?
Redução do tempo de espera, simplificação de processos ou mais conforto na jornada geram fidelização e isso impacta diretamente o resultado financeiro.
5. Há diminuição de erros operacionais ou de faturamento?
Iniciativas que reduzem retrabalho, inconsistências e perdas administrativas fortalecem o caixa e trazem previsibilidade.
6. O payback é curto (até 12 ou 18 meses)?
Projetos com retorno rápido são mais seguros, especialmente em cenários de restrição de orçamento.
7. O investimento melhora indicadores assistenciais ou de qualidade?
Se há impacto na segurança do paciente, desfechos clínicos ou resolutividade, o valor agregado vai além do financeiro e ainda reduz riscos para o gestor.
Em resumo, mais do que analisar planilhas, investir bem significa entender onde o capital realmente transforma a operação de saúde.
Quando essas respostas apontam na mesma direção, o gestor ganha clareza para priorizar projetos que entregam valor, aceleram resultados e fortalecem a sustentabilidade do serviço.
Como apresentar o ROI para diretoria ou sócios
A comunicação financeira deve ser clara e direta. O ROI deve ser mostrado em um formato objetivo para facilitar a análise financeira baseada em dados e a aprovação interna.
Apresente os seguintes pontos-chave para eliminar a subjetividade:
Custo Total do Investimento (Cᵢ): O valor exato a ser gasto.
Receita Incremental Anual (Rₐ): O faturamento líquido esperado.
ROI (%): O resultado do cálculo.
Payback (meses): Em quanto tempo o dinheiro investido retorna.
Impacto Operacional (Justificativa): Como o investimento afeta a margem de lucro na área da saúde e a produtividade.
Ao estruturar a apresentação nesses cinco pontos, o gestor transforma o ROI em uma ferramenta de decisão. Isso facilita discussões com diretoria e sócios, reduz ruídos na aprovação e mostra, com transparência, como o investimento fortalece a operação e a rentabilidade do seu negócio.
Quando usar o ROI como decisão final
O ROI, combinado ao Payback, funciona como um filtro decisivo para investimentos relevantes em clínicas. Ele deve ser aplicado especialmente em situações como:
Compra de equipamentos médicos (ultrassom, laser, raio-X, etc.).
Expansão ou abertura de novas unidades.
Contratação de novas linhas de serviço (abertura de novos consultórios).
Implementação de softwares (gestão, telemedicina, faturamento).
Grandes investimentos em marketing médico.
Decisão final: quando o ROI é positivo (acima de 0%) e o payback é inferior a 18 meses, o investimento tende a ser financeiramente sólido, sustentável e alinhado a uma operação de saúde orientada à eficiência. Esse é o sinal verde para avançar com segurança e com dados.
Dúvidas frequentes
Qual a fórmula correta para calcular o ROI?
A fórmula correta para calcular o ROI é:
O Ganho do Investimento deve incluir a receita incremental líquida de quaisquer custos operacionais adicionais gerados pelo próprio investimento.
Como calcular o valor do ROI?
Para calcular o valor do ROI, determine o lucro líquido gerado pelo investimento (receita menos custos operacionais) em um período.
Subtraia o custo total do investimento inicial desse lucro e, por fim, divida o resultado pelo custo do investimento. O valor é geralmente apresentado em percentual.
Se o ROI for positivo, o investimento gerou lucro; se for negativo, gerou prejuízo.
O que é ROI na saúde?
ROI na saúde é o indicador financeiro que mede o retorno sobre investimento na saúde.
Ele é usado por clínicas, hospitais e operadoras para avaliar a lucratividade de serviços médicos, seja na aquisição de investimentos em tecnologia médica, na expansão de unidades ou na contratação de novos profissionais. O ROI ajuda a justificar custos e a tomar decisões baseadas em dados.
Quais os 3 fatores que são levados em consideração para o cálculo do ROI?
Os três fatores principais levados em consideração para o cálculo de ROI para clínicas são:
Investimento Inicial: o custo total do projeto (compra, instalação, treinamento).
Receita/Ganho Incremental: o aumento de faturamento ou a redução de custos assistenciais gerados pelo investimento.
Custos Operacionais Adicionais: todas as despesas recorrentes (manutenção, insumos, salário) para manter o investimento em funcionamento.
Saber como calcular ROI em clínicas é o primeiro passo para uma gestão financeira em clínicas médicas de sucesso.
O ROI transforma a incerteza do gasto em uma decisão estratégica e mensurável, garantindo que cada real investido contribua diretamente para a lucratividade de serviços médicos e o crescimento sustentável.
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Assessoria de Comunicação