CLIPPING AHPACEG 23/06/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Setor de saúde privada começa a testar compartilhamento de dados de pacientes
https://www.portaltela.com/saude/saude-publica/2025/06/22/setor-de-saude-privada-inicia-testes-para-compartilhamento-de-dados-de-pacientes
Resolução 623, da ANS, e uma nova era da saúde suplementar
https://medicinasa.com.br/nova-era-saude-suplementar/
Inteligência estratégica: o novo papel da área de suprimentos
https://medicinasa.com.br/suprimentos-hospitais/
6 dicas para implementar práticas de segurança nas instituições
https://medicinasa.com.br/6-dicas-seguranca/
PORTAL TELA
Setor de saúde privada começa a testar compartilhamento de dados de pacientes
Imagine passar por uma emergência médica durante uma viagem a outro estado, longe de casa. No pronto-socorro, em vez de precisar avisar sobre alergias, medicamentos de uso contínuo ou o histórico — como uma cirurgia recente ou um tratamento em curso —, você autoriza e o médico consulta seu prontuário completo, agilizando o atendimento. Esse é o cenário que se desenha num projeto que reúne diferentes hospitais privados, laboratórios e operadoras de planos de saúde, sob liderança do InovaHC, núcleo de inovação tecnológica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP).
Hoje, a maior parte dos hospitais e laboratórios particulares é digitalizada, com toda a jornada do paciente alimentando um sistema interno de informações. Agora, a ideia é testar a interoperabilidade, ou seja, uma integração dos dados de saúde que permita o acesso de profissionais de diferentes instituições, a partir da autorização prévia do usuário.
Para isso, as informações precisam seguir os mesmos protocolos e padrões, explica o diretor executivo do InovaHC, Marco Bego. A iniciativa se inspira na experiência do open finance, que permitiu a padronização e compartilhamento de dados entre bancos e instituições financeiras, com o aval do consumidor.
Por enquanto, hospitais como Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Oswaldo Cruz e as redes diagnósticas Dasa, Fleury e Sabin estão em fase final de negociação para o primeiro teste do projeto, previsto para ser colocado no ar em até 120 dias. Também há conversas com outras empresas.
Bego argumenta que a interoperabilidade na saúde, com a ideia de um prontuário compartilhado, “é uma pauta do setor há anos”.
Ele lembra que o HC levou para comunidades indígenas do Alto Xingu, na região amazônica, um projeto de atendimento remoto a partir de aparelhos de ultrassonografia portáteis, mas a iniciativa se deparou com entraves de compartilhamento dos laudos: quando algo era diagnosticado, o paciente tinha que entrar de novo na fila do SUS porque os dados não se comunicavam.
— Queremos que os hospitais tenham acesso às informações para oferecer um atendimento melhor. Você vai a um pronto-socorro hoje e os médicos não sabem quem você é. Com a interoperabilidade, vão saber se você tem alergias, se há algum histórico que se ligue ao problema atual, exames que foram feitos recentemente… Mais bem informado sobre o paciente, a conduta a ser adotada pelo profissional é escolhida de maneira mais eficiente — justifica Bego.
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) também participa das discussões. Antônio Britto, diretor executivo da entidade, defende que os sistemas público e privado de saúde no país estão atrasados no tema e que grande parte dos desperdícios acontece por falta de melhor uso dos dados, “que existem, mas não são integrados”:
— Não há cenário em que se melhore a assistência e que se reduzam as despesas que não parta de avaliar o histórico das pessoas. Toda vez que alguém vai ao médico, tudo começa de novo. Isso faz o paciente e o profissional perderem tempo e o hospital e a operadora de plano de saúde desperdiçarem recursos.
Diretor de Inovação e Saúde Populacional do Sírio-Libanês, Daniel Greca, acredita que o projeto pode ampliar a eficiência dos atendimentos e do sistema de saúde, auxiliando na redução de custos, mas que o teste do projeto-piloto será fundamental para validar esses objetivos e “criar modelo de negócio escalável” para diferentes perfis de instituições:
— Se os players não se conversam, se o dado não trafega, há muita dificuldade em trabalhar como um sistema. Com dados devidamente protegidos, a interoperabilidade permite entender a jornada do paciente, fazer intervenções corretas, evitar redundâncias. Isso não vale apenas para os hospitais, mas para todos os níveis assistenciais. Traz eficiência e, consequentemente, reduz custos.
O projeto é acompanhado de perto pelo Ministério da Saúde. A secretária de Informação e Saúde Digital da pasta, Ana Estela Haddad, destaca que o SUS já tem uma plataforma de interoperabilidade. Dados de municípios, estados e instituições federais são compartilhados na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que os armazena no padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a troca de dados em saúde.
Ela afirma que vê na iniciativa do Hospital das Clínicas da USP uma espécie de hub do que pode se tornar, no futuro, uma ponte para a troca de dados entre a saúde pública e privada do país.
— Se pudermos adotar uma plataforma comum, todo o setor vai ganhar muito, mas principalmente o paciente, que vai ter seu prontuário e histórico à disposição para acompanhar a própria saúde e tomar decisões. E ganha também o profissional de saúde no contexto de atendimento desse paciente — diz Ana Estela.
Além dos hospitais, a rede de farmácias RD, dos selos Raia e Drogasil, e a Bradesco Saúde, também estão em reta final de negociação para participar do piloto. Conselheira do InovaHC, Marcia Ogawa argumenta que as drogarias compartilhariam dados como testes rápidos e vacinas aplicadas nas lojas.
Já no caso das operadoras, ela defende que o projeto pode agilizar autorizações de procedimentos e facilitar o calendário de pagamentos aos hospitais, reduzindo as chamadas glosas — quando o pagamento é retido por divergência entre o prestador e o plano de saúde.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que, na saúde suplementar, os dados assistenciais são enviados pelas operadoras para a ANS, por meio do Padrão de Troca de Informações da Saúde Suplementar (Padrão Tiss). Segundo a agência, a “interoperabilidade de dados e informações é elemento essencial no ecossistema da saúde, pois contribui para o uso mais eficiente de recursos e redução de desperdícios”.
Risco e proteção de dados
Coordenadora do programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Marina Paullelli, avalia que o projeto pode potencializar a gestão e o acesso à saúde, mas que se cuidados com o uso dos dados não forem respeitados, há riscos de práticas abusivas e discriminatórias.
Ela defende que as informações sejam usadas estritamente no contexto do atendimento médico, sempre sob autorização do paciente, ou por interesse público, como pelos gestores municipais, estaduais e federais para a elaboração de políticas públicas.
— As informações não podem ser usadas para a criação de publicidade personalizada, nem para seleção de risco. Nenhum consumidor pode ser impedido, por exemplo, de contratar um plano de saúde ou acessar um atendimento por causa do seu histórico de saúde — afirma. — Há de se ter sempre consentimento qualificado da pessoa, que precisa entender as razões para o acesso aos dados.
A possibilidade de uso de dados para barreira de acesso aos planos de saúde é também uma preocupação da secretária Ana Estela. Ela defende que, em qualquer cenário, os donos das informações são os usuários, que precisam entender de maneira clara o que será acessado, para quê e por quem:
— Quem vai acessar os dados é o usuário e o profissional na hora do atendimento. Esse é o princípio a ser respeitado. O propósito do uso das informações é o cuidado e a qualidade do atendimento.
Professora do FGVSaúde, Ana Maria Malik também pondera que é preciso cautela.
— A ideia é fenomenal porque integra diferentes atores do setor privado, e não apenas operadoras de planos de saúde. O ponto de atenção, porém, é o cuidado para que os dados das pessoas não sejam usados para bloquear o acesso aos convênios nem que sejam acessados pelas empresas empregadoras, que podem evitar contratações pelo histórico de saúde — analisa.
Marina, do Idec, destaca que a regulamentação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sobre uso de informações privadas em saúde não avançou. Ela defende que um sistema de interoperabilidade armazene dados pelo Cartão Nacional de Saúde (CNS), como forma de resguardar a triangulação do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) com outras bases. Além disso, ela defende que sejam respeitadas garantias da LGPD, permitindo que a edição, correção ou exclusão de dados possa ser solicitada a qualquer momento.
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MEDICINA S/A
Resolução 623, da ANS, e uma nova era da saúde suplementar
O setor de saúde suplementar brasileiro está diante de uma transformação sem precedentes. A Resolução Normativa nº 623/2024 da ANS, que entra em vigor em julho de 2025, vai muito além de uma atualização técnica — ela representa um novo paradigma para operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços e, sobretudo, para a experiência dos beneficiários. Mais do que nunca, a tecnologia deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser um requisito essencial para operar com conformidade, eficiência e segurança jurídica.
Na prática, a RN 623 redefine as responsabilidades das operadoras ao exigir prazos claros para respostas, justificativas fundamentadas para negativas de cobertura e a obrigatoriedade de protocolos de atendimento com rastreabilidade de todas as interações. Urgências e emergências exigirão respostas imediatas. Solicitações assistenciais eletivas terão o prazo máximo de três dias úteis. Demandas administrativas e ouvidorias, até sete dias úteis. Para os prestadores, o impacto é direto: sem processos integrados e digitais, será impossível atender a essas exigências.
O desafio vai além do atendimento ao paciente. A RN 623 afeta o ciclo da receita hospitalar, tradicionalmente fragmentado entre áreas assistenciais, administrativas e financeiras. O modelo onde o faturamento começa apenas após a alta do paciente está obsoleto. A rastreabilidade de dados, a gestão de prazos e a comunicação estruturada entre prestadores e operadoras se tornam mandatórias — e, sem tecnologia, essas demandas são inalcançáveis.
Instituições que anteciparem essa mudança estarão mais preparadas para reduzir glosas, melhorar a previsibilidade financeira e garantir segurança regulatória. O que está em jogo é a sustentabilidade do setor: margens pressionadas, custos crescentes e exigências regulatórias mais complexas não permitem mais a informalidade e a gestão manual de processos críticos.
A tecnologia se impõe como a única solução viável para enfrentar esse cenário. Plataformas de gestão documental, automatização de processos, integração de dados clínicos e financeiros, controle de prazos em tempo real e alertas para inconsistências passam a ser pilares de um sistema de saúde mais seguro, eficiente e sustentável.
A RN 623 não é apenas um marco regulatório — é um sinal claro de que o setor de saúde precisa avançar para um modelo de gestão mais inteligente, transparente e conectado. Instituições que hesitarem em investir em soluções digitais podem se ver não apenas descumprindo normas, mas também perdendo espaço em um mercado cada vez mais exigente e competitivo.
Estamos vivendo um momento de virada. A conformidade é obrigatória, mas a modernização é estratégica. Quem se antecipar, modernizar seus processos e integrar tecnologia de forma inteligente não somente estará em conformidade com a nova regulamentação, mas também pavimentará o caminho para uma saúde suplementar mais eficiente, justa e sustentável para todos.
*Hanmera Gomes é especialista de produtos da Osigu.
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Inteligência estratégica: o novo papel da área de suprimentos
Durante muito tempo, o setor de suprimentos nos hospitais foi visto como uma área puramente operacional, voltada para compras e reposições. No entanto, esse cenário está mudando rapidamente. Em um contexto em que eficiência, segurança e inteligência de dados são cruciais, a área de suprimentos se posiciona como um pilar estratégico essencial à sustentabilidade da saúde — e, acima de tudo, ao cuidado com o paciente.
Considerado o segundo maior centro de custos de uma instituição de saúde, o setor de compras deixou de ser apenas um agente de execução e representa um papel fundamental no cuidado ao paciente. Hoje, o profissional da área precisa compreender tendências, dominar a cadeia de suprimentos e buscar constantemente novas formas de agregar valor à operação hospitalar.
A transformação digital é protagonista nesse processo. Plataformas de gestão, automação de processos e sistemas de análise preditiva permitem mais controle, mais visibilidade e mais agilidade. A digitalização das informações amplia o poder de decisão do profissional e o liberta de tarefas repetitivas para se concentrar na gestão estratégica.
Com o apoio da tecnologia, é possível acessar um número maior de fornecedores, comparar preços em tempo real, monitorar contratos e assegurar conformidade em todas as etapas do processo. A redução de custos se torna uma consequência de uma gestão mais inteligente e conectada.
Essa mudança de postura faz com que o setor de suprimentos deixe de ser reativo para assumir um papel proativo e inteligente. Com o uso de soluções automatizadas, o hospital ganha previsibilidade, reduz perdas, melhora a alocação de recursos e, o mais importante, garante o abastecimento eficiente de insumos fundamentais à assistência.
Estamos falando de um novo perfil de comprador hospitalar: mais estratégico, mais tecnológico e cada vez mais integrado aos demais setores. O objetivo não é apenas manter o estoque em dia, mas construir um estoque inteligente, que sirva diretamente à qualidade do atendimento e à segurança do paciente.
E é justamente neste novo cenário que a Inteligência Artificial surge como um diferencial competitivo. Ferramentas baseadas em IA oferecem análises preditivas, alertas de não conformidade, sugestões de melhorias e apoio na tomada de decisão. Com isso, o profissional de suprimentos ganha tempo, aumenta sua assertividade e contribui diretamente para os resultados da instituição.
O futuro da área de suprimentos na saúde já começou. E ele passa, inevitavelmente, por tecnologia, estratégia e integração. De coadjuvante operacional, o setor agora assume o protagonismo na construção de hospitais mais sustentáveis, eficientes e focados no bem-estar do paciente. Mais do que controlar custos, a nova missão do profissional de compras é gerar valor.
*Michael Almeida é gerente comercial da Apoio Cotações.
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6 dicas para implementar práticas de segurança nas instituições
A segurança do paciente é um pilar fundamental para a qualidade da assistência em saúde. Apesar de sua importância reconhecida, a implementação efetiva de práticas de segurança enfrenta diversos obstáculos nas instituições de saúde brasileiras. Dentro das clínicas e hospitais é possível compreender como resistência à mudança, escassez de recursos e comunicação ineficaz comprometem a adoção de protocolos fundamentais para a prevenção de eventos adversos e melhoria da segurança dos pacientes.
Além desses desafios estruturais e culturais, é importante destacar um novo aliado potencial: a inteligência artificial (IA). Com essa ferramenta, é possível transformar radicalmente a forma como identificamos riscos, prevenimos eventos adversos e melhoramos decisões clínicas. A literatura científica é clara: a maioria dos eventos adversos decorre não de más intenções, mas de falhas sistêmicas e limitações cognitivas. A IA ajuda a mitigar essas falhas ao processar grandes volumes de dados e reconhecer padrões invisíveis ao olho humano.
Para superar os desafios tradicionais e incorporar inovações tecnológicas, é preciso um esforço conjunto que envolva gestores, profissionais de saúde e todas as equipes multifuncionais. Pensando nisso, separei seis estratégias que contribuem para a melhoria e implementação das práticas de segurança:
1. Fortalecimento da Cultura de Segurança
A promoção de uma cultura organizacional que valorize a segurança do paciente é essencial. Isso implica em incentivar a comunicação aberta, o aprendizado com os erros e a participação ativa de todos os profissionais na identificação e mitigação de riscos. A substituição de uma cultura punitiva por uma abordagem de aprendizado contínuo é fundamental para engajar as equipes na adoção de práticas seguras.
Fora isso, ferramentas de IA com processamento de linguagem natural (NLP) já são capazes de analisar relatórios de incidentes e identificar padrões emocionais, fatores latentes e áreas críticas em larga escala — um apoio importante para compreender a maturidade da cultura de segurança dentro da instituição.
2. Capacitação Contínua dos Profissionais de Saúde
Investir em programas de educação permanente é importante para manter os profissionais atualizados sobre as melhores práticas de segurança. Treinamentos regulares, workshops e simulações realísticas podem aprimorar as habilidades das equipes e promover a adoção consistente de protocolos de segurança.
Nesse contexto, soluções com suporte à decisão clínica baseadas em IA estão ganhando espaço. Algoritmos podem auxiliar médicos e enfermeiros com recomendações alinhadas às diretrizes clínicas e evidências atualizadas — como, por exemplo, a escolha de um antibiótico empírico com base no microbioma local e perfil do paciente — reduzindo a variabilidade de condutas e promovendo maior aderência às melhores práticas.
3. Engajamento da Liderança Institucional
O comprometimento da alta gestão é determinante para o sucesso das iniciativas de segurança. Líderes devem participar ativamente das ações de segurança, demonstrando seu valor estratégico e incentivando a adesão das equipes. A liderança também tem papel fundamental na promoção do uso seguro e ético de tecnologias baseadas em IA, garantindo que essas ferramentas sejam utilizadas com foco no cuidado centrado no paciente.
4. Melhoria da Comunicação Interprofissional
A adoção de ferramentas padronizadas de comunicação pode reduzir falhas na transmissão de informações entre profissionais. Além disso, promover reuniões regulares e huddles diários pode fortalecer a colaboração e a coordenação das equipes. A tecnologia, mais uma vez, pode colaborar: sistemas de IA podem monitorar e rastrear dados de prontuários e identificar riscos antes que sejam comunicados formalmente.
Um exemplo prático é o uso de modelos preditivos baseados em machine learning que antecipam deterioração clínica, sepse, risco de quedas ou úlceras de pressão com horas de antecedência — permitindo intervenções clínicas proativas. O sistema Deterioration Index, da Epic, por exemplo, mostrou uma redução de 44% em paradas cardíacas em hospitais que o implementaram.
5. Implementação de Sistemas de Notificação de Eventos Adversos
Estabelecer sistemas eficazes para o relato de incidentes e eventos adversos é fundamental para identificar áreas de risco e implementar melhorias. Esses sistemas devem ser não punitivos e acessíveis, incentivando os profissionais a reportarem ocorrências sem receio de represálias.
Nesse cenário, a IA também pode desempenhar um papel decisivo. Sistemas automatizados são capazes de “ler” prontuários eletrônicos e identificar eventos adversos não notificados — como reações adversas a medicamentos ou erros de dosagem — com sensibilidade superior aos métodos tradicionais de auditoria por amostragem. Isso amplia a capacidade de vigilância e aumenta a transparência dos processos assistenciais.
6. Adequação da Infraestrutura e Recursos
Garantir recursos adequados, incluindo pessoal suficiente, equipamentos e tecnologias apropriadas, é essencial para a implementação eficaz das práticas de segurança. A escassez de recursos pode comprometer a adesão aos protocolos e aumentar o risco de eventos adversos.
Um bom exemplo de tecnologia com impacto direto é a reconciliação medicamentosa automatizada. A IA pode detectar erros de prescrição, interações medicamentosas perigosas e omissões críticas, especialmente durante transições de cuidado. Estudos mostram que esses sistemas aumentam a acurácia da prescrição em até 90% (David W. Bates, NEJM Catalyst, 2022).
*José Branco é Presidente na Sociedade Médica de Oxigenoterapia Hiperbárica, faz parte da Direção Executiva do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, atua como Diretor Técnico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e é Diretor Médico da CLOUDSAÚDE.
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Assessoria de Comunicação