CLIPPING AHPACEG 16/06/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Família de aposentado denuncia que ele está internado mas sem receber tratamento
Presidente do CFM fala sobre ética e exame de proficiência em medicina na UB
Como a precarização do trabalho médico afeta toda a sociedade brasileira
Rede D'Or: excelência em qualidade técnica redefine padrões na saúde
Saúde Suplementar: judicialização e a inteligência artificial preditiva
https://medicinasa.com.br/judicializacao-saude-suplementar/
TV ANHANGUERA
Família de aposentado denuncia que ele está internado mas sem receber tratamento
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O EXTRA
Presidente do CFM fala sobre ética e exame de proficiência em medicina na UB
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, realizou visita institucional à Universidade Brasil, em Fernandópolis (SP), a convite da reitoria da instituição. Na oportunidade, ele conheceu as instalações do campus e interagiu com os gestores e o corpo docente e discente da escola.
“Este é um momento de muita felicidade para mim. Tenho a chance de me revigorar ao encontrar tantos jovens cheios de energia. Fico contente em saber que, em algum tempo, vão estar graduados em medicina e autorizados legalmente ao exercício diário dessa profissão, que é um misto de vocação, ciência e arte”, afirmou o presidente do CFM.
No auditório da Universidade, na sexta-feira (30), José Hiran Gallo fez uma exposição para os alunos sobre aspectos-chaves citados no Código de Ética Médica; os valores e compromissos impressos no Juramento de Hipócrates; e alguns dos desafios no exercício da medicina.
Várias autoridades locais e da comunidade acadêmica acompanharam a palestra que tratou de questões como a violência contra médicos.
Para o presidente do CFM, este fenômeno tem origem, entre outros fatores, no sucateamento e do excesso de demanda na rede pública. “Assim, o desespero de quem procura por cuidados faz com que, indevidamente, jogue sua insatisfação sobre os ombros do médico que está na porta da emergência”, disse.
Outro ponto abordado foi a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina (Projeto de Lei nº 2.294/2024), cuja proposta já foi aprovada na Comissão de Educação do Senado e está em análise na de Assuntos Sociais. Conforme explicou José Hiran Gallo, o teste funciona como uma barreira de proteção para a sociedade, em especial das parcelas que dependem exclusivamente do SUS.
“A intenção não é punir, mas proteger os pacientes e oferecer a possibilidade de aperfeiçoamento aos egressos que ainda precisam de treinamento”, complementou.
Participaram da atividade, Barbara Izabela Costa (reitora da Universidade Brasil), Rafael Mesquita Lopes (reitor do Centro Universitário de Brasília), João Paulo Cantarella (prefeito de Fernandópolis), dentre outros representantes da comunidade.
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REVISTA VEJA
Como a precarização do trabalho médico afeta toda a sociedade brasileira
Nas últimas décadas, o exercício da medicina no Brasil vem passando por transformações profundas e preocupantes. O que se observa é a consolidação de um modelo de saúde que, embora tenha como base o ideal do Estado de Bem-Estar Social, vem sendo progressivamente moldado por interesses econômicos, gerenciais e mercadológicos que colocam em risco a autonomia médica, a qualidade da assistência e a própria segurança dos pacientes.
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS), consagrado pela Constituição Federal de 1988, representou um marco histórico na defesa do direito à saúde como prerrogativa universal, pública e integral. Ao lado do SUS, desenvolveu-se e consolidou-se o Sistema Suplementar de Saúde, que hoje atende cerca de 25% da população brasileira.
Essa coexistência entre os setores público e privado, longe de ser apenas complementar, resultou na transformação da saúde em um setor altamente lucrativo, que movimenta bilhões de reais por ano e envolve interesses diversos — operadoras de planos de saúde, hospitais privados, indústria farmacêutica, além do próprio Estado.
Neste novo cenário, a prática médica deixou de ser marcada pela tradicional relação direta e de confiança entre médico e paciente. Em seu lugar, instaurou-se um sistema intermediado por burocracias, protocolos rígidos, limitações de cobertura e imposições de metas e indicadores de produtividade.
O profissional médico vê-se frequentemente impedido de exercer sua autonomia para solicitar exames, indicar tratamentos ou optar por condutas que julgue mais adequadas ao caso clínico individual, sendo forçado a obedecer às regras e diretrizes estabelecidas por gestores públicos e privados.
Essa realidade compromete gravemente a qualidade da atenção prestada e gera efeitos colaterais preocupantes: atendimentos cada vez mais breves e impessoais, deterioração do vínculo terapêutico, insegurança na tomada de decisões clínicas, frustração profissional, e — o que é mais grave — desconfiança por parte da população, que percebe a limitação imposta ao médico como um obstáculo ao seu direito pleno à saúde.
Além disso, a fragmentação do cuidado, marcada pela ausência de acompanhamento longitudinal e pela superespecialização desarticulada, favorece a descontinuidade terapêutica e o aumento dos riscos assistenciais. As decisões clínicas, em muitos contextos, passam a ser guiadas por considerações financeiras em vez de serem exclusivamente orientadas pelas necessidades dos pacientes.
A esse cenário se somam dois fatores particularmente alarmantes:
1. A expansão descontrolada de cursos de medicina, sobretudo no setor privado, sem critérios de qualidade, sem infraestrutura adequada, sem hospitais universitários e sem vagas suficientes em programas de residência médica. Tal processo tem gerado a inserção no mercado de profissionais com formação deficiente, o que compromete a segurança da assistência e o prestígio da profissão.
2. O aumento expressivo da judicialização da saúde, que reflete não apenas as lacunas do sistema em garantir acesso, mas também o crescimento dos conflitos entre usuários, operadoras e profissionais. Médicos vêm sendo cada vez mais responsabilizados por falhas estruturais do sistema, muitas vezes exercendo sua atividade em condições adversas e sem o devido respaldo institucional.
Hoje, o médico brasileiro deixou de ser, em grande medida, um profissional liberal para tornar-se um “prestador de serviço”, submetido à lógica de mercado e à precarização de seus vínculos trabalhistas. Contratos temporários, jornadas exaustivas, ausência de direitos trabalhistas, pressão por produtividade e remuneração desvalorizada tornaram-se realidade cotidiana para muitos.
Esse processo de precarização impacta não apenas o bem-estar do médico, que sofre com altos índices de estresse, síndrome de burnout e insatisfação profissional, mas também a própria população, que recebe um cuidado cada vez mais mecanizado e menos humano. A qualidade da assistência médica está intrinsecamente relacionada às condições em que ela é prestada — e é impossível oferecer cuidado digno em ambientes que não garantem dignidade ao profissional.
Diante desse cenário, a Associação Médica Brasileira reafirma seu compromisso com a valorização da medicina e de seus profissionais. É urgente que a sociedade, os gestores e os legisladores compreendam que a sustentabilidade do sistema de saúde passa pela construção de um modelo que respeite e fortaleça a autonomia médica, ofereça condições dignas de trabalho e priorize a qualidade da assistência em vez da lógica do lucro.
As nossas propostas são:
• A regulamentação dos vínculos trabalhistas, com garantia de contratos estáveis e direitos sociais.
• A valorização da remuneração médica, especialmente em regiões de difícil acesso.
• Investimentos consistentes em infraestrutura, para que médicos possam exercer sua função com segurança.
• A revisão da política de abertura de escolas médicas, com critérios rigorosos de qualidade e fiscalização.
• A implementação de políticas públicas que incentivem a fixação de profissionais em áreas carentes, sem abrir mão da formação adequada.
A medicina é uma atividade essencial à vida e ao bem-estar da população. A desvalorização de seus profissionais não é apenas uma afronta à classe médica — é um risco à saúde pública. A luta contra a precarização do trabalho médico é, portanto, uma luta por um sistema de saúde mais justo, eficiente e humano.
* Florisval Meinão é médico especialista em otorrinolaringologia, atual secretário-geral da Associação Médica Brasileira (AMB) e ex-presidente da Associação Paulista de Medicina (APM)
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METRÓPOLES
Rede D'Or: excelência em qualidade técnica redefine padrões na saúde
A transparência na divulgação de indicadores assistenciais contribui para que os pacientes façam escolhas assertivas
A Rede D'Or acredita que o paciente merece um cuidado baseado nas melhores práticas, na segurança e na transparência. Por isso, investe no Programa de Qualidade Técnica mais robusto da América Latina, consolidando-se como referência em saúde no Brasil e elevando os padrões de atendimento no país.
Esse programa é sustentado em três pilares: acreditação dos hospitais, monitoramento rigoroso de indicadores e transparência na divulgação dos resultados. Cada etapa é voltada para ampliar a confiança e a segurança de quem escolhe a Rede D'Or.
Qualidade aplicada à realidade
A acreditação é uma certificação que confirma a excelência no cuidado e na segurança assistencial. A Rede D'Or adota metodologias reconhecidas pela ISQua, como a Joint Commission International (JCI), a principal acreditadora do mundo.
Além de certificações da Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía (ACSA), Qmentum International, National Integrated Accreditation for Healthcare Organizations (Niaho) e Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Hoje, 90% dos hospitais da Rede D'Or são acreditados - e os 10% restantes já estão em processo para obtenção da acreditação. Desses hospitais acreditados, 55% possuem acreditações internacionais. Entre os hospitais certificados pela JCI no Brasil, 40% pertencem à Rede D'Or.
Monitoramento de indicadores com dupla auditoria
A Rede D'Or monitora 53 indicadores de qualidade assistencial nas 79 unidades, localizadas em 13 estados e no Distrito Federal. Esses indicadores passam anualmente por uma revisão minuciosa de especialistas, garantindo a atualização com as melhores práticas clínicas.
O diferencial do programa é a dupla auditoria. Em que, primeiro, uma equipe interna especializada audita os dados coletados e depois, uma auditoria externa e independente valida essas informações.
Transparência na divulgação dos resultados
Desde 2022, a Rede D'Or lidera a divulgação pública dos indicadores de qualidade técnica, reforçando o compromisso com a transparência. Essa prática permite que pacientes e parceiros tomem decisões mais seguras, baseadas em informações confiáveis.
Os resultados da Rede D'Or se destacam em bases de comparação nacionais como a da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e a da Epimed, que avalia UTIs em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
Na última análise, 89% das unidades da Rede D'Or foram reconhecidas entre as de melhor desempenho clínico, conquistando a premiação UTI Top Performer e/ou UTI Eficiente. A cada quatro UTIs reconhecidas no país, uma pertence à Rede D'Or.
Reputação reconhecida
O programa de qualidade técnica da Rede D'Or não apenas transforma a experiência dos pacientes, mas também é reconhecido no Brasil e no exterior.
A instituição foi eleita "Empresa da Década" em Serviços Médicos pelo Valor 1000 e representa 25% dos hospitais premiados no ranking World's Best Hospitals 2025, da revista , com 28 hospitais listados - sete a mais que no ano anterior.
Em sustentabilidade, a Rede D'Or mantém o Selo Ouro no programa GHG Protocol, integra o anuário The Sustainability Yearbook da S&P Global ESG Scores e faz parte, pelo segundo ano consecutivo, do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3.
Para a Rede D'Or, as certificações e os prêmios são importantes, mas o objetivo central é sempre a melhoria do cuidado ao paciente.
A instituição promove uma cultura de segurança em todas as unidades, incentivando os profissionais a identificar oportunidades de melhoria e compartilhar boas práticas.
Com o programa de qualidade técnica, a Rede D'Or reafirma diariamente o compromisso com a excelência, a inovação e o cuidado genuíno com cada paciente.
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MEDICINA S/A
Saúde Suplementar: judicialização e a inteligência artificial preditiva
A judicialização da saúde suplementar representa um dos fenômenos mais emblemáticos da sobrecarga estrutural do sistema judiciário brasileiro. Segundo levantamento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2025, foram ajuizadas 53.157 ações relacionadas à saúde no estado. Esse volume corresponde a uma média de 35 novas ações por dia útil, evidenciando o caráter sistêmico da litigância em saúde e sua recorrência factual e jurídica.
A análise estatística dessas demandas demonstra que 31% têm como objeto o acesso a tratamentos médico-hospitalares negados, enquanto 12% estão relacionadas ao fornecimento de medicamentos - frequentemente de alto custo ou não incorporados às diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Outros percentuais expressivos envolvem pedidos de home care, insumos médicos e acesso à terapia intensiva, indicando um padrão que transcende casos isolados e aponta para disfunções sistêmicas na regulação, contratação e entrega de serviços no setor suplementar de saúde.
Diante desse quadro, a aplicação de inteligência artificial preditiva (IAP) surge como um mecanismo central de enfrentamento do contencioso de massa. Trata-se da utilização de algoritmos estatísticos e modelos de aprendizado de máquina (machine learning) treinados com grandes volumes de dados extraídos de jurisprudência, protocolos administrativos e normativos regulatórios. O objetivo é construir sistemas que possam prever com alto grau de acurácia os possíveis desfechos de um litígio, a partir da identificação de variáveis-chave, como fundamentos da petição, tipo de cobertura pleiteada, perfil do beneficiário, jurisprudência local e decisões anteriores do mesmo juízo ou relator.
Tais modelos têm potencial para revolucionar a gestão jurídica no setor da saúde suplementar. A partir da classificação automatizada de litígios por grau de risco e recorrência, torna-se possível estruturar estratégias de autocomposição padronizadas, aprimorar a tomada de decisão em tempo real e estabelecer filtros técnicos para a formação de teses defensivas com base em clusters jurisprudenciais. Em ambientes empresariais, especialmente no contexto das operadoras de planos de saúde, a IAP viabiliza o mapeamento de litígios evitáveis, o redesenho de fluxos internos de análise contratual e o redirecionamento de recursos para disputas de maior complexidade e impacto econômico-regulatório.
Paralelamente, o Poder Judiciário e os órgãos reguladores vêm ampliando o escopo de projetos estruturantes orientados à desjudicialização. Em novembro de 2024, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) firmou acordo de cooperação técnica com a ANS, prevendo a elaboração de pareceres técnico-científicos para subsidiar decisões judiciais, o incentivo ao uso de métodos alternativos de resolução de conflitos e o monitoramento sistemático das principais causas da litigância no setor. A cooperação, com duração inicial de 36 meses, prevê também a formação de um grupo de trabalho interinstitucional para acompanhamento e avaliação periódica de impacto.
Inserida nesse ecossistema de inovação institucional, a plataforma +Acordo, desenvolvida pelo TJ-RJ em parceria com a PUC-Rio, representa um exemplo relevante - embora não exclusivo - da aplicação de soluções digitais alinhadas às diretrizes da Justiça 4.0. Inicialmente voltada para demandas do Direito do Consumidor, a plataforma passou a incluir operadoras de saúde suplementar, com destaque para a adesão da Unimed Ferj no final de 2024. O sistema permite a submissão de propostas de acordo automatizadas, com cláusulas dinâmicas baseadas em decisões anteriores, jurisprudência dominante e parâmetros objetivos, sendo sua homologação realizada diretamente no processo judicial eletrônico.
A estrutura da plataforma reflete um modelo orientado por dados, onde a IA atua na sugestão parametrizada de termos conciliatórios e na filtragem de litígios elegíveis à autocomposição. Ainda que experimental, a iniciativa alinha-se à tendência de valorização da resolução extrajudicial assistida por tecnologia, especialmente em segmentos marcados por alta incidência de litígios com baixa complexidade técnica ou elevada padronização de causa de pedir.
A aplicação coordenada de inteligência artificial preditiva e plataformas digitais especializadas não apenas favorece a eficiência judicial e a racionalidade administrativa, como também reforça a previsibilidade e a segurança jurídica no setor regulado. Ao permitir a identificação antecipada de litígios com elevado potencial de composição, a IAP atua como elemento de racionalização sistêmica, contribuindo para o redesenho dos limites entre o contratual e o judicializável, com impacto direto sobre a governança regulatória e a sustentabilidade econômico-financeira das operadoras.
Assim, o futuro da resolução de conflitos no setor da saúde suplementar depende cada vez menos da resposta reativa dos tribunais e cada vez mais da inteligência coordenada entre dados, tecnologia e decisão institucional. Trata-se de transitar de um modelo fragmentado e casuístico para uma lógica preventiva, parametrizada e estratégica, em que o litígio não seja a regra, mas a exceção tecnicamente qualificada. A inteligência artificial preditiva, nesse cenário, consolida-se não apenas como ferramenta, mas como infraestrutura analítica essencial à modernização do Direito e à racionalização do acesso à justiça.
*Lívia Linhares é sócia responsável pelo Contencioso e Rachel Quintana Rua Duarte é advogada do Bhering Cabral Advogados.
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Assessoria de Comunicação