Postado em: 11/06/2025

CLIPPING AHPACEG 11/06/25

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

68,9% dos serviços do SUS sob gestão de OSS têm acreditação

https://medicinasa.com.br/sus-gestao-oss/

O papel transformador da IA no diagnóstico médico

https://medicinasa.com.br/ia-diagnostico-medico/

Direito da saúde: por que nem todo erro médico gera indenização?

https://medicinasa.com.br/erro-medico-indenizacao/

Artigo - Transformação digital revoluciona a gestão de OPME

https://medicinasa.com.br/transformacao-digital-opme/

Jogador Pedro Severino recebe alta após 98 dias de luta

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2025-06/pedro-severino-recebe-alta-apos-98-dias-de-tratamento#:~:text=O%20jogador%20Pedro%20Severino%2C%20da,neurol%C3%B3gica%20e%20f%C3%ADsica%20em%20casa%E2%80%9D

Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialista

https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2025-06/pedro-severino-recebe-alta-apos-98-dias-de-tratamento

Secretaria quer passar administração das unidades de saúde para organizações sociais

https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/secretaria-quer-passar-administracao-das-unidades-de-saude-para-organizacoes-sociais-13670602.ghtml

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde?

https://www.saudebusiness.com/operadoras/o-desafio-dos-reajustes-dos-planos-de-saude/

MEDICINA S/A

68,9% dos serviços do SUS sob gestão de OSS têm acreditação

Um levantamento realizado pelo Ibross (Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde) em parceria com o Instituto Ética Saúde (IES) e a Organização Nacional de Acreditação (ONA) revela que 68,9% dos serviços de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) sob gestão das principais Organizações Sociais de Saúde do país possuem selos de acreditação.

O alto índice demonstra a preocupação de entidades do terceiro setor que firmam contratos com secretarias municipais e estaduais de saúde em garantir e comprovar a qualidade e a segurança proporcionada aos pacientes nas unidades.

O levantamento utilizou uma amostragem de 219 serviços de saúde, entre hospitais, ambulatórios, Unidades Básicas de Saúde, UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), laboratórios e outros, dentre as entidades associadas ao Ibross, o que representa 12% do total de 1,8 mil equipamentos sob a gestão de organizações sociais no país. As associadas do Ibross respondem por cerca de 50% do total de serviços no Brasil sob gestão de organizações sociais.

“Esta pesquisa demonstra que, a cada ano, os órgãos públicos estão cada vez mais preocupados em oferecer segurança e humanização. Isso é um passo muito importante, principalmente, porque a maioria da população depende desse sistema para cuidar de sua saúde. Nossos processos promovem a melhoria contínua da qualidade e segurança dos serviços de saúde, garantindo que os pacientes recebam cuidados mais confiáveis, eficientes e humanizados. Estamos muito lisonjeados em fazer parte desta história para oferecer uma melhor jornada aos pacientes”, ressalta Gilvane Lolato, gerente geral de Operações da ONA.

Conforme o estudo, 56,6% dos serviços certificados na amostra analisada possuem acreditação expedida pela própria ONA e os demais, por instituições como JCI (Joint Comission International), Qmentum (Quality Global Alliance) e ACSA (Association of Clinical Safety Assessment), entre outras.

Do total de unidades acreditadas, 76% receberam a certificação há menos de cinco anos, 14% possuem o selo entre seis e dez anos e outros 10% há mais de 10 anos.

Ainda segundo o levantamento, 88,6% das unidades de saúde geridas pelas principais OSS do país realizam periodicamente treinamentos relativos à segurança do paciente e 99% possuem programas de segurança dos usuários. Também foi constatado que 95,4% dos serviços possuem protocolos e fluxos de trabalho padronizados para procedimentos clínicos. O número de serviços de saúde sob gestão de OSS que estabeleceram um programa de capacitação de colaboradores representou 97,3% do total.

Mais da metade (50,7%) dos serviços de saúde pesquisados estão localizados no estado de São Paulo, seguidos por Minas Gerais, com 25%, e Pernambuco, com 11%. Ceará (6,4%), Goiás (3,7%) e Bahia (3,2%) completam o quadro.

“A iniciativa é mais uma ação que estas três instituições realizam em conjunto visando o fortalecimento do SUS e o modelo de OSS. O objetivo é espalhá-lo cada vez mais pelo Brasil para, na ponta, fazer a diferença na qualidade dos serviços prestados. Os números podem ser considerados positivos, mostrando que estamos no caminho certo para transformar um cenário de desafios numa jornada de qualificação contínua e de impactos concretos na assistência aos usuários da rede pública de saúde”, diz o presidente do Ibross, Sergio Daher.

Segundo o executivo, ao mapear os valores obtidos, foi possível obter novas percepções sobre obstáculos, metas estratégicas e práticas de monitoramento. “A pesquisa abrangeu instituições de diversas regiões do país, permitindo uma visão representativa do panorama nacional e um maior planejamento de ações estruturantes voltadas a projetos de apoio específicos a cada localidade”.

Ainda conforme o presidente do Ibross, mais do que um levantamento, as informações obtidas configuram-se como base estratégica para desenvolver e aprofundar as políticas de incentivo à qualificação das OSS, impulsionando a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de avançar na implantação de uma cultura de excelência e que gere confiança na população.

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O papel transformador da IA no diagnóstico médico

Estudo inédito realizado pelo Ministério da Saúde, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Associação Médica Brasileira (AMB) evidencia maior concentração de médicos especialistas na rede privada de saúde e distribuição desigual no país. Ele representa a Demografia Médica do Brasil em 2025. É o mais completo levantamento já realizado sobre a oferta, a formação, a especialização e o exercício profissional dos médicos no país.

Formação e distribuição dos especialistas

Em dezembro de 2024, o Brasil contava com 353.287 médicos especialistas, o que representa 59,1% do total de médicos registrados. Os demais 244.141 (40,9%) eram generalistas, graduados em medicina, mas sem título de especialista. Entre as 55 especialidades regulamentadas no Brasil, sete delas concentram 50,6% do total de especialistas: Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Cardiologia e Ortopedia e Traumatologia.

No Brasil, a parcela de especialistas (59,1%) em relação ao total de médicos está pouco abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 62,9%. O estudo revela que 63,7% dos títulos em especialidades foram obtidos por meio da Residência Médica, enquanto 36,3% foram concedidos por exames de titulação pelas sociedades médicas vinculadas à Associação Médica Brasileira (AMB). Entre os médicos especialistas, a maioria (79,1%) possui um título, enquanto 20,9% acumulam dois ou mais títulos em diferentes especialidades.

Apesar do crescimento, a distribuição dos especialistas no território nacional é desigual. O percentual de especialistas em relação ao total de médicos varia de 72,2% no Distrito Federal e 67,9% no Rio Grande do Sul a 46,5% em Rondônia e 45,1% no Piauí. A região Sudeste concentra 55,4% de todos os médicos especialistas, seguida pelas regiões Sul (16,7%), Nordeste (14,5%), Centro-Oeste (7,5%) e Norte (5,9%).

Quantos médicos hematologistas atuam hoje no Brasil?

Dados da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) destacam a quantidade de médicos hematologistas no Brasil atualmente. Além disso, a instituição faz um importante alerta sobre a desigualdade regional na distribuição de médicos no país.

Apenas na área da Hematologia e Hemoterapia, cujos especialistas são responsáveis pelo diagnóstico e tratamento de doenças do sangue e pelo acompanhamento da doação de sangue, eram 3.271 médicos registrados em 2024.

Neste contesto, a incorporação da inteligência artificial (IA) no setor de saúde está promovendo uma transformação estrutural no paradigma diagnóstico. Longe de ser um mero recurso auxiliar, os sistemas baseados em aprendizado de máquina e redes neurais profundas estão se consolidando como elementos centrais no suporte à decisão clínica, especialmente na análise e interpretação de exames de imagem e dados laboratoriais complexos.

Na radiologia, por exemplo, algoritmos de deep learning treinados com grandes volumes de imagens rotuladas têm alcançado desempenhos comparáveis aos de radiologistas humanos. Modelos como os baseados em CNNs (redes neurais convolucionais) vêm sendo aplicados com sucesso na detecção de nódulos pulmonares, microcalcificações mamárias, fraturas ocultas e lesões intracranianas, com métricas de acurácia, sensibilidade e especificidade que reforçam sua confiabilidade como ferramenta clínica.

Além das imagens, a IA também tem se mostrado promissora na análise de exames laboratoriais, correlacionando múltiplas variáveis bioquímicas com perfis de risco e gerando alertas automatizados para patologias silenciosas ou em estágio inicial. A combinação de dados estruturados (como hemogramas, marcadores tumorais e genômica) com dados não estruturados (como prontuários clínicos e anotações médicas) possibilita a construção de sistemas preditivos mais robustos e personalizados.

Outro vetor de impacto é a celeridade do processamento. Em sistemas de saúde sobrecarregados, a IA representa uma estratégia de escalabilidade diagnóstica, possibilitando triagens automatizadas, priorização inteligente de exames e redução significativa no tempo entre a coleta do dado clínico e a tomada de decisão médica. Isso é particularmente relevante em contextos de atenção primária, regiões com déficit de especialistas ou em situações de emergência, como pandemias e catástrofes.

Contudo, a implementação responsável desses sistemas exige atenção rigorosa a aspectos éticos, regulatórios e técnicos. A validação clínica multicêntrica, a mitigação de vieses algorítmicos, a interoperabilidade com sistemas legados e a rastreabilidade das decisões automatizadas (explainable AI) são requisitos indispensáveis para garantir a segurança e a equidade no uso dessas tecnologias.

Em última análise, a IA no diagnóstico médico não deve ser vista como substituta da expertise humana, mas como um multiplicador de capacidade clínica. Ao automatizar tarefas repetitivas, reduzir variabilidade interobservador e fornecer insights em tempo real, esses sistemas liberam os profissionais para funções de maior complexidade cognitiva e interpessoal — aquelas em que a empatia, o julgamento clínico e o contexto individual do paciente são insubstituíveis.

O diagnóstico hematológico e seus desafios na atenção primária

A jornada do paciente com doenças hematológicas é uma das mais desafiadoras no sistema de saúde por causa de sintomas inespecíficos e da sobreposição com outras condições. O hemograma, exame fundamental na triagem inicial, é frequentemente solicitado, mas sua interpretação pode apresentar limitações se não for realizada por um hematologista.

O uso de ferramentas de Inteligência Artificial capazes de identificar sinais de alerta no hemograma permite o acionamento de protocolos automatizados para investigação precoce e encaminhamento rápido a especialistas. A startup brasileira Hemodoctor exemplifica a aplicação da IA no contexto hematológico. Sua ferramenta analisa o hemograma, detecta alterações relevantes, sinaliza a criticidade do caso e sugere os próximos passos, como a solicitação de exames.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), em 2023, o Brasil realizou um total de 2,4 bilhões de exames diagnósticos, sendo 1,2 bilhão no setor privado e 1,2 bilhão no SUS e outros serviços públicos. O hemograma é o exame mais solicitado, evidenciando sua importância na prática clínica.

No Sistema Único de Saúde (SUS), o tempo médio para diagnóstico de leucemia pode chegar a nove meses, entre o primeiro atendimento e a consulta com um hematologista. Apesar de existir legislação que prevê a realização de exames em até 30 dias e início de tratamento em até 60 dias, essa realidade ainda está distante para muitos pacientes.

A história de J.P.A, 42 anos, é um exemplo real e tristemente comum entre os brasileiros. Ele começou a sentir cansaço com frequência, apresentando palidez e dores de cabeça constantes. Procurou uma Unidade Básica de Saúde, onde foi atendido por um clínico geral que solicitou um hemograma. O exame indicava anemia, mas não foi especificada a causa. J.P.A. foi orientado a tomar suplementos de ferro e voltar em três meses.

Durante os meses seguintes, seus sintomas se agravaram: perdeu peso, passou a ter febre recorrente e episódios de desmaio. Só após quase seis meses, ao ser encaminhado a um hematologista em hospital de referência, recebeu o diagnóstico correto: a anemia do paciente era secundária a um linfoma não Hodgkin em estágio inicial.

No intervalo entre a primeira consulta e o diagnóstico do linfoma, a condição de J.P.S. evoluiu de forma silenciosa e perigosa, exigindo internação, transfusões sanguíneas e um tratamento oncológico mais agressivo. Além de prejudicar significativamente sua qualidade de vida, o atraso representou maior custo ao sistema de saúde, que poderia ter evitado a hospitalização e parte do tratamento com um diagnóstico precoce e adequado.

Estamos diante de uma transição de paradigma: da medicina baseada exclusivamente na observação e interpretação humana para uma prática clínica ampliada por dados e inteligência computacional. É responsabilidade de todos os atores do ecossistema de saúde — profissionais, desenvolvedores, gestores e reguladores — assegurar que essa transformação seja ética, transparente e centrada no paciente.

*Carlos Rolemberg é Co-fundador da Hemodoctor.

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Direito da saúde: por que nem todo erro médico gera indenização?

É comum associar um desfecho clínico negativo à ideia automática de responsabilidade médica. Contudo, no Direito brasileiro, o dever de indenizar exige mais do que a existência de um erro: pressupõe a comprovação de culpa, por negligência, imprudência ou imperícia.

Em muitos casos, o médico adota todas as providências cabíveis — observa os protocolos, requisita exames, monitora a evolução — e, mesmo assim, não acerta no diagnóstico. Nessas situações, não há omissão ou falha ética, mas o que a doutrina e a jurisprudência denominam erro escusável: falha justificável diante das limitações técnicas e científicas da medicina. Quando assim caracterizado, não se configura o dever de indenizar.

O erro escusável não representa descuido. Ocorre quando o profissional atua com diligência, utiliza os meios disponíveis e respeita os padrões da boa prática médica. Ainda assim, diante da complexidade dos sintomas ou da ambiguidade do quadro, o resultado pode não ser o ideal. No Brasil, a atividade médica, como regra, envolve obrigação de meio, não de resultado. O médico não promete cura, mas sim empenho técnico. Exigir infalibilidade seria não apenas injusto — seria incompatível com a própria natureza da medicina, que lida com probabilidades, não com garantias.

Essa compreensão está presente na jurisprudência. Três decisões recentes do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ilustram como a responsabilidade médica deve ser analisada com base na conduta adotada, e não no resultado. No processo nº 1001035-03.2022.8.26.0003, um paciente com fratura no fêmur foi atendido em hospital público, mas a lesão passou despercebida. O quadro evoluiu para infecção generalizada e óbito. A perícia indicou falha técnica no exame clínico inicial, e o tribunal reconheceu a culpa. A relatora, desembargadora Paola Lorena, apontou que “houve demora injustificada na adoção de condutas que o quadro clínico exigia, com prejuízos graves e evitáveis”.

Situação oposta ocorreu no processo nº 1001575-67.2021.8.26.0009. A família de uma paciente com câncer de mama alegou que ela teria contraído Covid-19 durante a internação hospitalar. Contudo, a perícia não confirmou falha nos protocolos de prevenção. O relator, desembargador Paulo Sergio Mangerona, afastou a responsabilidade por inexistência de nexo causal entre a conduta médica e a infecção.

O processo nº 1013633-58.2022.8.26.0562 revela uma hipótese intermediária. A paciente foi tratada inicialmente para um distúrbio gástrico, mas sofria de um problema cardíaco. Embora a confusão sintomática fosse plausível, a reavaliação do quadro demorou além do razoável. O tribunal entendeu que houve falha no tempo de resposta e fixou indenização por danos morais em R$ 10 mil. Para o relator, desembargador José Rubens Queiroz Gomes, “a dúvida diagnóstica é aceitável, mas o tempo excessivo de reavaliação gerou prejuízos concretos à paciente”.

Esses julgados demonstram que não basta apontar um equívoco. A responsabilidade civil exige prova de que o profissional se afastou do padrão exigido pela técnica médica e violou seu dever de cuidado. Julgar a conduta médica apenas pelo desfecho, sem considerar o contexto clínico e as medidas efetivamente adotadas, compromete a justiça da decisão.

Essa lógica estimula a chamada medicina defensiva: o médico deixa de decidir com base na melhor conduta assistencial e passa a agir por temor de processos, o que gera pedidos de exames desnecessários, recusa a pacientes com quadros complexos e prolongamento indevido de internações. O custo aumenta, a confiança na relação médico-paciente se deteriora e o próprio sistema de saúde é impactado.

A responsabilidade civil é um instrumento legítimo de controle e reparação. Corrige condutas desviantes, oferece compensações proporcionais e reforça os limites éticos da atuação médica. No entanto, quando aplicada sem critério, perde sua função pedagógica e transforma o erro humano em presunção automática de culpa. O Judiciário deve reconhecer o sofrimento, mas também distinguir o que decorre de uma falha evitável do que resulta dos limites intrínsecos da medicina. Sem essa distinção, pune-se não o descuido, mas o risco — e isso fragiliza tanto os profissionais quanto os pacientes.

Em tempos de judicialização crescente, reconhecer essa distinção é essencial para assegurar decisões proporcionais, tecnicamente fundamentadas e juridicamente responsáveis. Quando ela se perde, o direito deixa de proteger e passa a punir não a culpa, mas o acaso.

Diwlay Ferreira Rosa e Wagner Roberto F. Pozzer são, respectivamente, sócio e sócio coordenador no escritório Rubens Naves Santos Júnior. 

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Artigo - Transformação digital revoluciona a gestão de OPME

O setor de saúde, em especial, a gestão do ciclo de receita de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), passa por um momento crítico no Brasil. A complexidade operacional, o excesso de burocracia e a comunicação fragmentada entre hospitais, médicos, fornecedores e operadoras de planos de saúde resultam em processos morosos, onerosos e pouco transparentes. Nesse contexto, a transformação digital surge como uma poderosa aliada para enfrentar esses desafios e revolucionar o modelo atual.

A ABRAIDI, ao longo dos últimos anos, tem exposto as distorções na saúde que comprometem a sustentabilidade da saúde suplementar e, na última pesquisa divulgada, revelou que os pagamentos pendentes ou não realizados por planos de saúde ou hospitais chegaram a R$ 4,587 bilhões, o que representou 36% do faturamento das empresas. A Associação propõe avançar para uma fase de construção coletiva de soluções e maior colaboração entre todos os envolvidos.

A ideia é criar uma Agenda de Convergência, baseada em ética, diálogo, transparência e compromisso com o bem coletivo. Essa construção deve ser mediada por uma terceira parte neutra – como, por exemplo, o Instituto Ética Saúde – e envolver acordos formais entre hospitais, operadoras, fornecedores e entidades reguladoras, com o objetivo de reconfigurar o relacionamento comercial com foco na sustentabilidade do setor e na qualidade da assistência ao paciente.

O ciclo de receita de OPME é caracterizado por etapas que vão desde a solicitação e aprovação dos materiais até seu uso em procedimentos cirúrgicos e posterior faturamento. A gestão envolve múltiplos atores – hospitais, médicos, fornecedores e operadoras de planos de saúde – e um fluxo descentralizado de informações, o que gera atrasos, erros e perdas financeiras.

Entre os principais problemas, destacam-se a solicitação descentralizada, quando médicos indicam os materiais com base na necessidade clínica, mas a burocracia para aprovação pelas operadoras pode ser demorada e inconsistente; aquisição ineficiente onde a logística hospitalar, baseada em mapas cirúrgicos diários, pode gerar impactos no estoque e na previsibilidade de entrega; falta de integração onde registros físicos e ausência de sistemas compartilhados prejudicam a rastreabilidade de uso e dificultam o controle de inventário.

Somados a esses três primeiros entraves, o faturamento lento das contas hospitalares, muitas vezes dependente de processos manuais, gera glosas, atrasos e desconfiança na relação com fornecedores. Isso compromete o recebimento com pagamentos tardios ou condicionados à liberação de operadoras, o que mina a sustentabilidade dos fornecedores repassando esses riscos aos preços praticados.

Diante de um cenário tão desafiador, a digitalização surge como solução estratégica. A proposta é integrar todo o ecossistema de OPME em uma única plataforma digital, com informações compartilhadas em tempo real por todos os integrantes da cadeia. Essa abordagem pode eliminar falhas operacionais, aumentar a previsibilidade e trazer maior controle financeiro.

As funcionalidades essenciais de uma solução digital incluem a autorização antecipada de procedimentos, garantindo que fornecedores possam preparar estoques com segurança; visibilidade de agendas cirúrgicas para melhorar a logística e reduzir cancelamentos ou atrasos; rastreabilidade de materiais em tempo real e assim permitindo controle preciso do consumo e facilitando o fechamento de contas; automação financeira com dashboards inteligentes para monitorar o status de contas e pagamentos; e uso da tão aplicada inteligência artificial e blockchain para prever necessidades logísticas, mitigar riscos e garantir conformidade regulatória.

A implementação de um modelo digital integrado promete benefícios expressivos com redução de ineficiências operacionais, melhoria no controle de custos e estoques, transparência e confiança nas relações comerciais e ciclo de receita mais curto e confiável. Embora demande investimento inicial e mudança cultural, os ganhos em eficiência, sustentabilidade e segurança compensam. Instituições que adotam soluções digitais tendem a apresentar melhor desempenho financeiro, maior capacidade de planejamento estratégico e menores riscos regulatórios.

A transformação digital aplicada à gestão de OPME não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente. Ela permite modernizar processos, reduzir perdas e garantir que os dispositivos médicos certos cheguem ao paciente com agilidade e precisão. Somente com colaboração real e ferramentas tecnológicas eficazes será possível construir um novo ciclo – desta vez virtuoso – para o sistema de saúde brasileiro.

*Gustavo Veloso é CEO da Surgical Mapp e Davi Uemoto, gerente executivo da ABRAIDI.

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AGÊNCIA BRASIL

Jogador Pedro Severino recebe alta após 98 dias de luta

O jogador Pedro Severino, da equipe sub-20 do Bragantino, recebeu alta médica após 98 dias de tratamento, informou a equipe de Bragança Paulista nesta terça-feira (10). Segundo a nota do Massa Bruta, o atleta seguirá “processo de recuperação motora, neurológica e física em casa”.

O atleta de 19 anos de idade e seu companheiro de equipe Pedro Castro ficaram feridos em um acidente de trânsito no dia 4 de março na Rodovia Anhanguera. Segundo o Bragantino, os atletas estavam em um veículo que colidiu com uma carreta. Nenhum dos jogadores dirigia o veículo no momento do acidente. Pedro Castro teve apenas ferimentos leves.

Já Pedro Severino foi encaminhado inicialmente ao Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana, onde passou por cirurgia por causa de um traumatismo craniano. O atleta permaneceu dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição e, no dia 6 de março, foi transferido para um hospital particular em Ribeirão Preto.

Nesta nova etapa do tratamento, Pedro permaneceu monitorado na UTI, passando por diversos exames e procedimentos cirúrgicos, incluindo a reconstrução da parte frontal do crânio, que foi considerada bem-sucedida.

“O Red Bull Bragantino agradece o carinho e a solidariedade de todos que, de alguma forma, estiveram ao lado de Pedro e sua família ao longo dos últimos meses. O clube seguirá acompanhando de perto sua evolução e reforça que permanece integralmente à disposição para oferecer todo o suporte necessário neste novo momento da recuperação”, diz a nota da equipe de Bragança Paulista.

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Saúde anuncia 3 mil bolsas de residência e 500 vagas para especialista

Amazônia Legal e Nordeste estão entre as prioridades do programa

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (10) a oferta de 3,5 mil bolsas no intuito de ampliar o número de médicos especialistas, com foco em regiões desassistidas. Do total de vagas, 3 mil visam fomentar a formação de residentes especialistas e 500 são para provimento imediato de médicos especialistas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em nota, a pasta informou que os 500 profissionais serão selecionados em edital do Mais Médicos Especialistas, com bolsas no valor de até R$ 10 mil por mês para uma carga de 20 horas semanais. A atuação será focada na prática em áreas prioritárias para a rede pública de saúde e a previsão é que as atividades comecem em setembro.

Já as 3 mil bolsas de residência médica serão destinadas a profissionais que buscam qualificação. Neste caso, a formação segue o cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica, com a avaliação dos programas e o início das atividades previstos para março de 2026.

Serão consideradas prioridade para distribuição das bolsas de residência médica as seguintes áreas: Amazônia Legal, Nordeste e regiões com número de especialistas abaixo da média nacional. Poderão ser disponibilizadas bolsas para novos programas e para programas já existentes, desde que a instituição amplie o número de vagas ofertadas. 

Até o momento, segundo a pasta, 205 instituições já demonstraram interesse para 628 novos programas.

Qualidade

O ministério vai destinar ainda até R$ 200 mil para comissões estaduais de residência médica a fim de garantir a qualidade de programas de residência. As comissões são responsáveis pela avaliação dos programas de residência médica no país.

A pasta informou que também vai apoiar financeiramente coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados com foco inicial nas seguintes áreas: anestesiologia, patologia e radioterapia

Provimento

No caso de provimento de médicos especialistas em regiões desassistidas, os profissionais, segundo a pasta, poderão contar com o suporte de hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

“Esses profissionais vão ter a maior parte da carga horária de sua atuação presencial em hospitais regionais, estaduais, municipais, policlínicas e ambulatórios do SUS”, explicou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Felipe Proenço.

De acordo com o ministério, as vagas, neste caso, são consideradas estratégicas e alinhadas a seis áreas classificadas como prioritárias no âmbito do programa Agora Tem Especialistas: oncologia, ginecologia, cardiologia, cirurgia geral, anestesiologia e apoio diagnóstico.

Parcerias

A pasta anunciou parcerias no intuito de potencializar a formação de especialistas, incluindo entidades como Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital Sírio-Libanês.

Esses polos formadores, segundo o ministério, vão garantir suporte técnico, imersões presenciais, mentoria e acompanhamento pedagógico contínuo no processo de aprimoramento de especialistas.

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TV ANHANGUERA

Secretaria quer passar administração das unidades de saúde para organizações sociais

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SAÚDE BUSINESS

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde?

A ANS definiu em 6,91% o índice de reajuste dos planos de saúde individuais e familiares em 2025, após aumentos expressivos em anos anteriores. A mudança impacta diretamente os custos do plano, convênios médicos e planos de saúde coletivos. Saiba mais!

O reajuste dos planos de saúde é uma das maiores preocupações de quem depende de um convênio médico para garantir atendimento de qualidade. A cada ano, os beneficiários conhecem uma nova tabela de valores, que varia conforme o tipo de plano, faixa etária e modalidade de contratação — individual, coletivo ou empresarial.

Em 2025, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu um reajuste anual do convênio em 6,91% para os planos individuais e familiares, um índice abaixo dos registrados nos últimos dois anos. 

Mas o que isso representa na prática? Como ficam os custos do plano, os contratos coletivos e corporativos e o impacto da faixa etária nos reajustes? A seguir, entenda como essa mudança no plano de saúde empresarial e particular afeta diretamente o bolso do consumidor.

O que é o reajuste dos planos de saúde? 

O reajuste dos planos de saúde é a atualização periódica dos valores pagos pelos beneficiários para manter seus convênios ativos. 

Esse aumento considera fatores como custos assistenciais, inflação médica, frequência de uso dos serviços e faixa etária. Ele pode ser aplicado tanto em planos individuais quanto nos modelos coletivo empresarial ou plano de saúde corporativo.

A cada ano, o valor das mensalidades sofre alterações que impactam diretamente o orçamento dos usuários e das empresas contratantes. Por isso, entender como funciona o reajuste anual do convênio é fundamental para acompanhar mudanças de valor e evitar surpresas na fatura.

Como funciona o ajuste anual dos valores?

Nos planos individuais e familiares, o reajuste anual do convênio é regulado diretamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O índice é calculado com base na variação das despesas assistenciais das operadoras e outros indicadores econômicos, como a inflação do setor.

Segundo a ANS, a metodologia considera o Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA) e o Índice de Reajuste dos Planos Individuais (IRPI). O objetivo é equilibrar a sustentabilidade das operadoras e o direito do consumidor de ter um convênio médico com valores previsíveis.

Já nos planos de saúde coletivo por adesão e empresarial, o índice de reajuste dos planos de saúde não é definido pela ANS. Ele é negociado entre operadora e contratante, o que pode gerar aumento dos planos de saúde muito acima da média — exigindo atenção especial das empresas e consumidores.

Recomendado: Tendência de diminuição dos reajustes aplicados pelas operadoras de saúde

O que mudou com o reajuste dos planos de saúde individuais?

Em 2025, a ANS autorizou um reajuste dos planos de saúde individuais e familiares de até 6,91%. Esse índice representa uma redução em relação ao reajuste de 2023 (9,63%) e ao de 2022 (15,5%), o maior da história recente. O novo percentual afeta cerca de 15,6% dos 51 milhões de beneficiários de planos no Brasil, ou seja, mais de 7,9 milhões de pessoas.

nova tabela de reajuste da ANS leva em conta a desaceleração nos custos médico-hospitalares e o comportamento das operadoras após a pandemia. Mesmo sendo um percentual menor, o impacto ainda é sentido por famílias e aposentados, principalmente em faixas etárias mais elevadas, onde o aumento dos planos de saúde tende a ser mais oneroso.

Desafios dos planos de saúde coletivos no Brasil

Enquanto os planos individuais contam com índice de reajuste dos planos de saúde fixado pela ANS, os planos de saúde coletivos, sejam empresariais ou por adesão, funcionam de forma diferente. 

Nesses casos, o reajuste anual do convênio é definido pela própria operadora em negociação com a empresa contratante ou entidade responsável. Esse modelo, que não segue os mesmos limites regulatórios, pode provocar uma mudança de valor muito mais significativa.

Nos últimos anos, o aumento dos planos de saúde coletivos foi em média três vezes maior do que o dos planos individuais. Em 2024, a expectativa é de que os planos de saúde corporativos e por adesão sofram reajustes entre 18% e 25%, conforme projeções do setor levantadas pelo InfoMoney.

Essa realidade preocupa, sobretudo porque os planos de saúde coletivos representam cerca de 80% do mercado de saúde suplementar no Brasil, segundo a Agência Brasil

Diante desse cenário, há uma proposta em discussão para regulamentar os reajustes também nos planos coletivos, com o objetivo de trazer mais equilíbrio e previsibilidade aos custos do plano para empresas e beneficiários.

A ausência de limites claros para os aumentos tem gerado insegurança para empresas contratantes e uma mudança no plano de saúde empresarial em busca de alternativas mais sustentáveis.

O reajuste dos planos de saúde em 2025 trouxe mudanças significativas para beneficiários e empresas, com índices mais controlados nos planos individuais, mas pressões crescentes sobre os planos de saúde coletivos. 

Em um cenário onde o aumento dos planos de saúde impacta diretamente o orçamento familiar e os custos operacionais das empresas, é fundamental buscar informações atualizadas, avaliar alternativas e entender seus direitos. 

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Assessoria de Comunicação