CLIPPING AHPACEG 23/05/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Médico e hospital são condenados a indenizar paciente que perdeu um rim após cirurgia
Presidente da SBD-GO defende banimento do PMMA em audiência pública na Câmara de Goiânia
https://www.folhadoplanalto.com.br/2025/05/presidente-da-sbd-go-defende-banimento.html
Pais denunciam descredenciamento de clínicas pela Unimed Goiânia
https://ohoje.com/2025/05/22/pais-denunciam-descredenciamento-de-clinicas-pela-unimed-goiania/
Faculdade Sírio-Libanês lança curso de medicina com 100 vagas
Paralisação afeta atendimentos no Hospital das Clínicas da UFG
https://www.maisgoias.com.br/cidades/paralisacao-hospital-clinicas-ufg/
Justiça condena cirurgião por erro que matou paciente em Goiânia
https://www.maisgoias.com.br/cidades/justica-cirurgiao-erro-goiania
Ações por burnout na Justiça do Trabalho crescem 14,5% em 2025
Uma década de avanços em compliance e transparência no setor da Saúde
https://medicinasa.com.br/avancos-compliance/
Conselho de lideranças entrega relatórios sobre problemas em unidades de saúde de Goiânia a secretário
TV ANHANGUERA
Médico e hospital são condenados a indenizar paciente que perdeu um rim após cirurgia
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FOLHA DO PLANALTO
Presidente da SBD-GO defende banimento do PMMA em audiência pública na Câmara de Goiânia
O uso estético do polimetilmetacrilato (PMMA) voltou a ser alvo de críticas em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Goiânia, no dia 20. O presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), Samir Pereira, participou do encontro e defendeu com firmeza o banimento total da substância em procedimentos estéticos, alertando para os riscos graves associados ao seu uso.
A audiência foi proposta pelo vereador Dr. Gustavo (Agir), presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social da Casa, e reuniu especialistas da área médica, pacientes e representantes da indústria. Também participou o cirurgião plástico e conselheiro por Goiás no Conselho Federal de Medicina (CFM), Marcelo Prado, que reforçou o posicionamento contrário ao PMMA.
“Os riscos superam em muito qualquer benefício alegado. Estamos falando de um produto que pode causar complicações graves locais deformantes como necrose tecidual e complicações sistêmicas como hipercalcemia e insuficiência renal”, destacou Samir Pereira, alinhando-se à posição do CFM, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que também defendem a retirada definitiva da substância do mercado estético.
Durante a audiência, pacientes que sofreram complicações após o uso do PMMA em procedimentos faciais e corporais relataram experiências traumáticas, marcadas por mutilações, dores crônicas, alterações na pele e sofrimento psicológico.
Um representante da indústria defendeu o produto, atribuindo os problemas à imperícia de profissionais. A justificativa foi refutada por Marcelo Prado, que frisou que o problema não está no profissional que aplica, mas no produto apresentado como um preenchedor ou bioestimulador. “O CFM e a SBCP já alertaram que o polimetilmetacrilato não tem nenhuma indicação de uso”, disse.
O vereador Dr. Gustavo apresentou um projeto de lei para fiscalizar o uso do PMMA nas clínicas da capital. Porém, tanto a SBD-GO quanto a SBCP-GO sustentam que apenas a proibição total pode evitar novos casos de complicações graves. “Não se trata de uso incorreto, mas da inadequação do produto em si”, concluiu Samir Pereira.
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O HOJE
Pais denunciam descredenciamento de clínicas pela Unimed Goiânia
Mãe de criança autista afirma que alternativas indicadas pelo plano de saúde não possui estrutura, nem vagas e que muitos pacientes podem perder o acompanhamento com profissionais
“Querem que a gente mude de clínica, mas não tem vaga, não tem estrutura. Nossos filhos não são pacotes que você realoca de um lugar para outro”, desabafa Wanderleia Foto: Divulgação
Pais e responsáveis por crianças com necessidades especiais como autismo, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), dislexia e síndrome de Down denunciam um cenário de incerteza e insegurança após a Unimed Goiânia anunciar, no último dia 15 de maio, o descredenciamento de três clínicas referência em atendimento terapêutico: a Clínica Amplitude, o Centro de Reabilitação e Aprendizagem Psicopedagógica (CRAP) e o Instituto Sara Jacobi. O atendimento será oficialmente encerrado em 29 de junho.
Segundo as famílias, a medida foi tomada de forma unilateral e compromete diretamente a continuidade dos tratamentos multidisciplinares de crianças que já estabeleceram vínculos com profissionais especializados. A situação afeta mais de 200 pacientes, muitos deles em situação de vulnerabilidade e com laudos que exigem terapias específicas e intensivas.
A mãe do Matheus, de 7 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), relata que o comunicado oficial não chegou por meio da operadora, mas sim das próprias clínicas. “Na crap, eles foram avisados por um motoboy que levou a documentação. As famílias foram informadas com pouco tempo para reorganizar as terapias dos filhos. A Unimed deu uma lista com quatro clínicas como alternativa, mas nenhuma delas tem todas as especialidades que nossos filhos precisam”, denúncia Wanderleia Teixeira de Oliveira, que também é psicóloga e atua na área de atendimento a pessoas atípicas.
Ela afirma que há hoje cerca de 30 clínicas credenciadas pelo plano médico em Goiânia, mas apenas 14 possuem todas as especialidades exigidas nos laudos das crianças, e mesmo essas não têm vagas. “A maioria das clínicas só tem vaga em uma especialidade. Uma atende psicologia, outra TO, outra fono. Mas como levar uma criança com necessidades complexas em locais diferentes com apenas cinco minutos entre uma sessão e outra? É inviável”, explica.
Wanderleia também chama atenção para o despreparo das clínicas ao lidar com casos mais severos ou com adolescentes. “Muitas recusam atender acima de 12 anos. Alegam rigidez comportamental, agressividade. Isso mostra que não estão prontas para receber esse público. E é esse o redirecionamento que estão oferecendo para nós?”, questiona.
Ela relata que, mesmo após o anúncio, a Unimed não dialogou diretamente com os pais e desmarcou reuniões com as clínicas. “Tentaram marcar reuniões com os diretores das clínicas, mas desmarcaram. Marcaram reunião pro CRAP só depois do prazo de descredenciamento. Isso mostra total falta de compromisso com a continuidade do tratamento”, desabafa.
Em nota oficial, a empresa afirmou que o descredenciamento foi realizado dentro das normas contratuais e com base na política de gestão da rede de prestadores. A operadora também assegura que a medida segue as diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e que nenhum tratamento será interrompido, já que clínicas substitutas foram indicadas. “Foram realizados testes de capacidade com os prestadores, que confirmaram disponibilidade de vagas e estrutura para absorver os pacientes”, afirmou.
No entanto, pais e responsáveis seguem denunciando que a realidade é outra. “As crianças não são pacotes que você muda de lugar. Elas criam vínculos, têm rotinas. Tirar isso delas, de forma abrupta, é cruel. Parece que querem reduzir nossas terapias só pra cortar custo”, finaliza Wanderleia.
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CORREIO POPULAR
Faculdade Sírio-Libanês lança curso de medicina com 100 vagas
A Faculdade Sírio-Libanês anunciou nesta quinta-feira (22) o lançamento de graduação em medicina, recém autorizada pelo Ministério da Educação (MEC). A faculdade contará com 100 vagas por ano para o bacharelado em medicina, com duração de 12 semestres e carga horária total de 8.600 horas. O corpo docente será composto com 98% de profissionais doutores, que acumulam, em média, 17 anos de prática clínica e 9 anos de experiência no ensino. A faculdade já oferece os cursos de enfermagem, psicologia, fisioterapia e, mais recentemente, biomedicina.
Segundo a presidente do Sírio-Libanês, o curso oferece uma formação que une rigor científico e inovação tecnológica a uma abordagem humanizada.
“O lançamento do curso de medicina da Faculdade Sírio-Libanês é um marco histórico que reforça nosso legado centenário e materializa o compromisso genuíno com a formação de profissionais que buscam excelência no cuidado, no ensino e na pesquisa”, disse.
De acordo com o diretor geral do Sírio-Libanês, Fernando Ganem, a grade curricular integra teoria e prática desde o primeiro semestre, com conteúdo estruturado em unidades curriculares, que incluem, além dos temas inerentes à formação médica, conteúdos sobre empreendedorismo, gestão, pesquisa e inovação.
“Atuando de forma personalizada e centrada no paciente, nossos alunos estarão preparados para oferecer cuidados seguros, sustentáveis e humanizados ao longo de toda a vida. Estarão aptos a compreender e influenciar os sistemas de saúde como um todo, público e privado, aplicando conhecimentos de gestão para promover eficiência, eficácia e efetividade nos serviços, sempre com atuação colaborativa e interprofissional”, afirmou.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os médicos e biomédicos formados serão especialistas em gente, o que está cada vez mais difícil de acontecer.
“Porque isso significa se confrontar com novas tecnologias que às vezes distanciam o profissional do cuidado com o ser humano. Significa se confrontar e interagir com novas tecnologias que nos ajudam a trazer mais informação como a inteligência artificial, com a busca ativa de informação”.
Padilha afirmou ainda confiar que a instituição formará médicos que reconheçam a evidência científica como a ciência que tem guiar sua conduta, sua prática clínica e terapêutica.
“Eu duvido que vai ter médico negacionista formado por essa instituição. Os formados aqui vão confiar de forma permanente na prática e na evidência clínica e com isso nos ajudar a enfrentar tantos desafios”, ressaltou.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que, mais do que a abertura de um curso, o que se celebrou hoje foi o compromisso com uma medicina humanizada, socialmente referenciada e academicamente robusta.
“O curso autorizado pelo MEC representa uma iniciativa de excelência, com 100 vagas anuais oferecidas por uma instituição que obteve nota máxima em todas as dimensões avaliadas pelo Ministério: projeto pedagógico, corpo docente e infraestrutura. Este curso nasce do contexto da lei 12.871, que instituiu o programa Mais Médicos e previu a abertura de cursos em hospitais que atendam a rigorosos requisitos de qualidade”.
De acordo com Santana, o Hospital Sírio-Libanês atendeu com excelência a todos os requisitos, com residências médicas em mais de 10 especialidades, mais 400 leitos próprios, convênios com o SUS, estrutura de ensino, laboratórios modernos e um ambiente interdisciplinar que articula ensino, serviço e pesquisa.
“Também quero lembrar que 10% do faturamento bruto do curso de medicina será destinado à estrutura de serviço, ações e programas de saúde do SUS. E 10% do total das vagas autorizadas serão de gratuidade para a seleção que a faculdade irá realizar. Mais do que formar médicos esta iniciativa se propõe a formar profissionais cidadãos com sólida formação científica, competência clínica, empatia, ética, liderança e compromisso com a justiça social”, finalizou o ministro.
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MAIS GOIÁS
Paralisação afeta atendimentos no Hospital das Clínicas da UFG
Aproximadamente 70% dos técnicos-administrativos do HC trabalham em plantão para que 30% dos servidores participem das atividades, o que inclui uma viagem a Brasília para reunião
O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG/EBSERH), em Goiânia, funciona com restrições nesta quinta (22) e sexta-feira (23). A situação ocorre em decorrência de uma paralisação de 48 horas dos colaboradores da UFG.
Conforme comunicado, o atendimento em todas as unidades de internação poderá ser afetado, uma vez que o hospital opera com capacidade reduzida durante esse período. A direção do HC pediu compreensão da população e garantiu que trabalha para manter a qualidade do atendimento, mesmo diante das limitações temporárias.
A paralisação é uma mobilização dos trabalhadores da universidade, o que impacta diretamente os serviços prestados dentro do hospital, que é vinculado à instituição. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), aproximadamente 70% dos técnicos-administrativos do HC trabalham em plantão para que 30% dos servidores participem das atividades de paralisação, incluindo uma caravana a Brasília para reunião da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) com o governo Federal nesses dias.
“Em Brasília vamos discutir a implementação das pautas acordadas que ainda faltam ser efetivadas, como: reposicionamento dos aposentados, revisão dos adicionais, reconhecimento de pós-graduação no exterior, democracia interna das IFES; 30 horas semanais, escala 12×60; carga horária das profissões regulamentadas, etc.”, detalha João Pires, diretor de comunicação do Sint-Ifesgo.
Sobre a paralisação, o sindicato esclarece que a ação ocorre após o governo federal descumprir um acordo firmado com a categoria (sobretudo, a reestruturação do plano de carreira dos cargos técnico-administrativos em educação). Ainda segundo a entidade, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir a Reforma Administrativa, com um prazo de apenas 45 dias para apresentar propostas. Ou seja, sem debate profundo com os envolvidos.
“Enquanto os servidores públicos cobram diálogo e transparência, essa nova proposta surge como uma tentativa de acelerar mudanças profundas, sem o devido debate com a população”, diz o sindicato que alerta para o risco de:
Enfraquecimento do serviço público;
Risco de precarização do trabalho de servidores
Redução de direitos históricos;
Impacto direto na saúde, educação e segurança.
O Mais Goiás procurou a assessoria do Hospital das Clínicas, que enviou a seguinte nota:
“O Hospital das Clínicas da UFG, vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) informa que os atendimentos de urgência e emergência permanecem inalterados e, até o momento, nenhum procedimento eletivo foi suspenso. O HC-UFG informa ainda que todos os esforços estão sendo feitos para garantir a continuidade dos serviços assistenciais com a força de trabalho dos empregados públicos da Ebserh.”
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Justiça condena cirurgião por erro que matou paciente em Goiânia
Thaisa Maia Gonçalves Pereira faleceu em 29 de julho de 2023 durante um procedimento cirúrgico comandado pelo profissional
O juiz Luís Henrique Lins Galvão de Lima condenou o cirurgião geral e do aparelho digestivo, Luiznei Francisco da Rocha, por homicídio culposo em um ano, nove meses e dez dias de reclusão, além de prestação de serviços à comunidade pagamento de dez salários-mínimos pela morte de uma paciente, em um hospital no setor Bueno, em Goiânia. A decisão é de quarta-feira (21).
Consta nos autos que Thaisa Maia Gonçalves Pereira faleceu em 29 de julho de 2023 durante um procedimento cirúrgico comandado pelo médico. Ela tinha sido diagnosticada com colelitíase (pedra na vesícula) e foi submetida a cirurgia abdominal sob responsabilidade do denunciado. Segundo o Ministério Público, entretanto, o profissional agiu com “imperícia, violando regras técnicas da profissão, ao perfurar ramos da aorta abdominal e da veia cava inferior com o instrumento de punção da parede abdominal (trocarte), o que resultou em grave hemorragia e choque hipovolêmico, ocasionando a morte da paciente”.
No processo, a defesa, por sua vez, negou imperícia ou descumprimento de regra técnica, e disse não haver prova de conduta censurável ou inabilidade técnica por parte do réu. Além disso, reforçou que o médico é um profissional qualificado e experiente, “e que a simples ocorrência do resultado danoso não implica responsabilidade penal, especialmente quando ausente demonstração de erro grosseiro”. Ainda conforme o defensor, a complicação ocorrida “constitui risco inerente ao procedimento, ainda que raro, mas reconhecido pela literatura médica especializada”.
Já o magistrado citou que o parecer do IML indicou que a causa da morte foi perfuração acidental de grandes vasos abdominais. “O laudo foi categórico ao apontar que esse tipo de lesão é incomum nesse tipo de procedimento e que a cirurgia de retirada da vesícula nem chegou a ser realizada, dada a gravidade da intercorrência.” E ainda: “Ainda que o acusado tenha declarado ter seguido os protocolos técnicos recomendados para a introdução do trocarte, é incontroverso que o instrumento ultrapassou o espaço seguro criado pelo pneumoperitônio, atingindo estruturas vasculares retroperitoneais que não deveriam ser alcançadas por esse tipo de acesso.”
Ele ressaltou, também, que se tratava de um procedimento considerado tecnicamente simples, amplamente difundido na prática médica cotidiana, cuja taxa de complicações graves é notoriamente baixa. Assim, para o juiz, com base no apurado, “o evento danoso não decorreu de risco inerente ou inevitável da medicina, mas sim de falha humana individualizada”.
O Mais Goiás procurou o advogado do médico para se posicionar, uma vez que ainda cabe recurso. Não houve retorno até o fechamento da matéria.
Advogado da família
O advogado da família de Thaisa, Henrique Tibúrcio, afirma que a decisão é um alento. Segundo ele, é o mínimo que se poderia fazer, já que não se pode mais trazer ela de volta. “O reconhecimento que houve um erro médico, por imperícia e negligência, é o que sustentávamos desde o início.” Segundo ele, ficou afastada qualquer possibilidade de alegação de intercorrência na cirurgia. Reforçou, inclusive, que essa decisão vai subsidiar um processo cível que já está em andamento.
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FOLHA DE S.PAULO
Ações por burnout na Justiça do Trabalho crescem 14,5% em 2025
Pedidos de indenização representam passivo de R$ 3,75 bilhões, com valor médio de R$ 368,9 mil por processo
A ações na Justiça do Trabalho por burnout cresceram 14,5% nos primeiros quatro meses de 2025 ante o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do escritório Trench Rossi Watanabe exclusivo para a Folha.
Os dados mostram que, de janeiro a abril de 2024, foram distribuídos 4.585 novos processos. Já no mesmo período deste ano, o volume subiu para 5.248. Os pedidos de indenização somam um passivo de R$ 3,75 bilhões para as empresas, com valor médio de R$ 368,9 mil por ação.
O burnout é um esgotamento profissional crônico, como consequência do excesso de trabalho altamente desgastante. A doença foi reconhecida como ocupacional pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em 2022, passando a fazer parte da CID (Classificação Internacional de Doenças) sob o código 11.
No Brasil, o governo inclui o burnout na lista das que garantem afastamento do trabalho, com pagamento de auxílio-doença pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) - para quem contribui com a Previdência- , e pelos regimes próprios de previdência de estados, municípios e do Distrito Federal.
Ações na Justiça por burnout crescem entre 2024 e 2025 e ligam alerta de especialistas e governo, com passivo de R$ 3,75 bilhões
A advogada Leticia Ribeiro, líder da área trabalhista do Trench Rossi Watanabe, afirma que o número de ações por burnout saltou no ano de 2024, como consequência das mudanças no trabalho trazidas após a pandemia de Covid-19, quando, no confinamento, perdeu-se o limite entre o profissional e o privado.
"A verdade é que, com a pandemia, a gente passou a 'dormir no trabalho', e isso teve consequências, que culminaram em adoecimento e uma alta de ações na Justiça do Trabalho, e vemos que essa tendência continua", diz Leticia.
O levantamento do escritório mostra que, durante todo o ano de 2024, foram distribuídas 16.670 novas ações sobre burnout, quase 22 vezes mais do que há dez anos, em 2014, quando foram 771 novos processos do tipo, em um momento em que a síndrome ainda não era tratada como doença ocupacional, mas como "fenômeno ligado ao trabalho".
Segundo Leticia, o passivo trabalhista cresce e a Justiça do Trabalho passa a se ver ainda mais abarrotada de ações em causa que pode chegar a R$ 100 milhões ou mais. Ela afirma ainda que, do ponto de vista da empresa, provar que o adoecimento do profissional não está ligado ao trabalho tem ficado mais difícil.
"Quando o trabalhador entra com a ação, apresentando atestados e documentos médicos, cabe à empresa provar que não tem a ver com o trabalho. O que pode ser usado com prova de que o adoecimento eestaria ligado a outros fatores é ter um ambiente de trabalho bom, onde não há assédio, excesso de jornada extraordinária nem dano psicológico que pode gerar esgotamento", afirma.
Neste sentido, Leticia diz que as mudanças na NR-1 (norma regulamentadora 1), promovidas pelo MTE (Ministério do Trabalho Emprego), que obrigam empresas a mapearem os riscos psicossociais do ambiente de trabalho pode auxiliar as companhias contra futuros processos, para quem seguir as regras.
A validade da NR, que passaria a contar a partir de 26 de maio, foi adiada para 2026. Segundo o MTE, neste período de um ano, as empresas não serão multadas, mas deverão se adaptar ou que está sendo determinado pelo norma regulamentadora.
O adiamento ocorreu após pressão do empresariado, especialmente no setor de comércio e serviços e na indústria. O setor bancário afirma que já se adaptou às novas normas, publicadas há um ano, após grupo de trabalho formado entre governo, trabalhadores empregadores para debater as mudanças.
Em 2024, o MTE criou também um selo de saúde mental para as companhias, medida que, na prática, ainda está funcionando, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Glauco Callia, especialista em medicina do trabalho e criador da plataforma Zenith para monitorar os riscos psicossociais das atividades, acompanha há mais de dez anos questões ligadas à saúde ocupacional em todo o mundo e, segundo ele, o Brasil é das últimas grandes democracias a adotar essa legislação.
"Com base na experiência internacional de quem há 20 anos vem implementando ações em diversos países, o quanto antes uma empresa consiga mapear a causa-raiz de um problema do tipo, muito mais fácil é estabelecer soluções para isso e evitar que as pessoas cheguem ao burnout."
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MEDICINA S/A
Uma década de avanços em compliance e transparência no setor da Saúde
O Instituto Ética Saúde nasceu com o propósito de promover a integridade no setor da saúde, buscando aprimorar a cultura de negócios pautados na ética e transparência, sempre pensando em benefício do paciente e do sistema como um todo. E os últimos dez anos mostraram que o esforço coletivo é capaz de promover mudanças estruturais importantes. Começamos com foco específico nos dispositivos médicos, mas ampliamos seus eixos de atuação para todo o setor de saúde. Hoje, o IES é um marco na América Latina e um dos maiores do mundo.
A autorregulação da saúde é um processo pelo qual empresas, entidades e profissionais do setor estabelecem, voluntariamente, regras, padrões éticos e mecanismos de fiscalização para garantir práticas transparentes e justas, alinhadas com princípios de integridade. Por meio do Acordo Setorial de 2015 - do qual participei desde o início em uma parceria entre a Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde (ABRAIDI) e o Instituto Ethos - estabelecemos diretrizes éticas que vêm sendo aprimoradas continuamente. Instruções normativas foram criadas para orientar a conduta dos associados e promover um ambiente de transparência e integridade. Além disso, iniciativas como o QualIES, um programa avaliação da maturidade dos programas de compliance, auxiliam empresas a implementarem sistemas que efetivamente ajudam na disseminação dessas boas práticas em toda a cadeia da saúde.
Um dos resultados mais evidentes desse processo de autorregulação é a transformação cultural que temos presenciado nas empresas, ao longo desses anos. Muitas adotaram departamentos de compliance bem estruturados, com autonomia e acesso direto à alta liderança. Criaram canais de denúncia sólidos, capazes de apurar irregularidades de forma eficaz e transparente. Um estudo recente do IES, que avaliou as respostas dos associados ao Questionário de Autoavaliação de Integridade do Instituto Ética Saúde, de 2017 a 2024, confirma um processo contínuo de amadurecimento institucional e operacional, refletido na qualidade crescente das respostas e na incorporação prática de políticas e controles voltados à ética, conformidade e governança. No bloco temático Governança e Gestão - especialmente aqueles que tratam da autonomia da área de compliance, da atuação de comitês internos e da existência de mapas de riscos - algumas perguntas com índices inferiores a 40% de respostas positivas em 2017 alcançaram mais de 75% em 2024, o que confirma a efetividade das orientações e ferramentas promovidas pelo Instituto.
É importante destacar também a influência no Instituto na gestão pública e o setor privado, como o trabalho junto ao Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (IBROSS), cujas associadas são responsáveis por gerenciar cerca de 50% dos contratos de gestão das organizações sociais de saúde do país. Essa atuação ampliada contribuiu significativamente para a disseminação de padrões éticos, especialmente em grandes capitais. Ainda falando de gestão pública, estamos desenvolvendo, em conjunto com a prefeitura de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, um modelo piloto de boas práticas de máxima transparência e governança nas ações da Secretaria de Saúde do Município. Uma ação inédita que pode se replicar Brasil a fora.
Outro avanço concreto dessa uma década de trabalho é a diminuição significativa dos descontos financeiros sistemáticos, que eram práticas comuns e distorcidas nas negociações comerciais envolvendo hospitais e operadoras. É notória ainda a diminuição dos incentivos indevidos a profissionais de saúde. Antigamente, era comum a prática de comissões ilegítimas, brindes disfarçados e patrocínios sem propósito técnico ou científico. Hoje, critérios éticos claros regulam os processos comerciais e, em muitos casos, contratos são cancelados quando se identificam condutas antiéticas reincidentes. A relação com médicos e instituições também mudou significativamente. As interações passaram a ser registradas formalmente, com contratos claros e prestação de contas transparente sobre consultorias e eventos. Essa prática se tornou um importante balizador de integridade nas relações comerciais.
O IES sempre defendeu que a ética nas relações econômicas deve ser trabalhada já na formação dos futuros médicos, enfermeiros, biomédicos, odontólogos, fisioterapeutas e afins. E há avançando neste sentido. Apresentamos, no início de abril, ao Ministério da Educação uma proposta de inclusão de disciplinas transversais que promovam a formação da Ética e da Integridade das relações econômicas do profissional da saúde no currículo das escolas voltadas às ciências da saúde. Temos certeza que ensinar sobre os oportunismos existentes nas relações profissionais e como estas más-práticas impactam na vida do cidadão dentro de cada área de atuação garantirá aos pacientes serviços de saúde de qualidade, independentemente de sua situação financeira ou social.
O Instituto também se destacou por promover um diálogo ético entre o setor privado e o poder público. A colaboração mútua com instituições como o Ministério da Saúde, Anvisa, ANS, CADE, TCU e CGU se intensifica, ano a ano. Esses órgãos governamentais apoiam inclusive o Marco de Consenso para a Colaboração Ética Multissetorial na Área de Saúde, outra grande entrega para a sociedade brasileira. Com mais de 40 entidades signatárias, esse documento define diretrizes para condutas éticas entre empresas, profissionais e instituições de saúde, com atualizações que abrangem temas contemporâneos como o uso ético de algoritmos e inteligência artificial.
Em paralelo, temos acompanhado e proposto projetos de lei junto ao Congresso Nacional. Entre as iniciativas em andamento, destaco a proposição de um "Mês da ética na saúde", com o desenvolvimento de mecanismos legais que obriguem estados e municípios a promoverem transparência nas suas relações econômicas e financeiras.
As parcerias com grupos de pesquisas vinculados a algumas das mais importantes e respeitadas faculdades do país, como Universidade Mackenzie, FGV e PUC, para desenvolvimento de estudos que nos ajudem a entender melhor o mercado e atuar de maneira ainda mais assertiva, são fundamentais e estão sendo de extrema importância para guiar os próximos passos. Entre as pesquisas e projetos em andamento estão a atualização das principais práticas oportunistas das empresas - com o descritivo de cada prática para conhecimento amplo dos profissionais do setor e da sociedade, que foi desenvolvido com base no canal de denúncia do IES, discussões com profissionais do setor da saúde, grupos de trabalho e denúncias informais; a percepção de corrupção na cadeia da saúde; e o mapeamento da legislação vigente para o combate às práticas ilícitas na saúde e o que pode ser melhorado.
Os avanços alcançados pelo Instituto Ética Saúde ao longo desses 10 anos são inegáveis. Esses são os frutos do trabalho conjunto de diferentes agentes do setor, que compreenderam a importância de se comprometer com os princípios éticos que defendemos. Olhar para trás e perceber essa evolução é um reconhecimento de que estamos no caminho certo.
Embora a estrada seja longa, tenho convicção de que continuaremos evoluindo e consolidando esse movimento de integridade que iniciamos há uma década. Hoje, mais de 300 empresas e entidades da cadeia da saúde, de diferentes portes e segmentos, estão engajadas voluntariamente com as normas de autorregulação. Essa adesão é um reflexo da credibilidade que o Instituto conquistou ao longo desses anos e de sua capacidade de influenciar positivamente o mercado. Vamos em frente!
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JORNAL OPÇÃO
Conselho de lideranças entrega relatórios sobre problemas em unidades de saúde de Goiânia a secretário
Conselho de lideranças da Região Noroeste leu relatório e estabeleceu prazo de 60 dias para retornas às unidades e verificar a solução dos problemas
O Conselho de Lideranças Comunitárias da Região Noroeste de Goiânia se reuniu com o secretário de Saúde de Goiânia, Luiz Pellizer, para entregar um relatório sobre a inspeção de nove unidades de saúde da região. O documento aponta diversas irregularidades, como o fechamento das farmácias nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros São Carlos e Alto do Vale, além da falta de medicamentos como sertralina, tramadol, captopril, diazepam e paracetamol.
Também foram relatadas carências de insumos básicos — como cateteres (abocaths) para aplicação de injeções em crianças, capotes descartáveis, álcool, pilhas e até papel sulfite A4, utilizado na impressão de receitas e documentos médicos.
Durante a audiência com o secretário de saúde, os membros do conselho leram o relatório ao secretário e estabeleceram um prazo de 60 dias para novas visitas à unidade para averiguar a resolução dos problemas. Pellizer garantiu que uma resposta formal às demandas e disse que buscará solução para as questões.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que já comprou e distribuiu de forma emergencial mais de 80 tipos de medicamentos e diversos materiais essenciais à assistência à saúde e que já aplicou penalidades a mais de 50 empresas que tem contrato com a pasta por falta de regularidade no fornecimento de insumos. A pasta também reforçou ter realizado a contratação de 150 profissionais da saúde para ampliar, qualificar e fortalecer a rede de atenção básica, além de 98 profissionais para atuar na urgência e emergência. Confira abaixo a nota na íntegra.
Pellizer agradeceu aos membros do conselho presentes na reunião e disse que a ação de controle e fiscalização por parte da população é importante e auxilia a gestão na resolução dos problemas. “Quanto mais dados vocês trouxerem pra gente, quanto mais problemas vocês trouxerem, mais facilmente a gente vai poder resolver”, disse. Ele pontuou, porém, que algumas informações descritas no relatório já foram resolvidas, como o envio errado do álcool e alguns medicamentos que já não estão mais em falta.
Problemas
Professor e membro do conselho, Alonso de Oliveira disse ao Jornal Opção que as visitas foram realizadas diante das reclamações de moradores e usuários do Sistema Único de Saúde e sem o apoio de vereadores. “Criamos o conselho com lideranças comunitárias da região noroeste de Goiânia há dois anos, é um conselho autônomo, apartidário e independente”, conta. Ele lembra que a região tem dezenas de unidades de saúde e que as visitas devem continuar com o objetivo de identificar falhas na prestação do serviço e para fiscalizar a atuação dos profissionais.
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) Noroeste, de acordo com o Conselho, está sem o gestor da unidade, o que, na visão de Alonso, dificulta a solução dos problemas da unidade. “Não tem segurança, falta canalizar o gás da cozinha da unidade, o local precisa de roçagem e retirada de entulhos. Além disso, não tem telefone há mais de oito meses e os servidores precisam utilizar seus próprios aparelhos celulares quando precisam entrar em contato com pacientes ou familiares”, conta. Ele revelou à reportagem que a unidade não regula os pacientes do CAPs e que a Unidade de Pronto Atendimento da Região (UPA) fica responsável pelos encaminhamentos.
Os moradores também reclamam que a UPA – Maria Pires Perillo – não está com a equipe de enfermagem completa na última terça-feira, 20, além da falta de alguns insumos na unidade. “O muro da parte externa está com um buraco que facilita o acesso de vândalos, os enfermeiros estão com uma escala de 12h x 60h e há falta de medicamentos para a unidade que é de pronto atendimento”, contou Florisvaldo Pereira.
Farmácias e centros odontológicos fechados
A vistoria no Posto de Saúde Família (PSF) do Jardim Curitiba II revelou o mato alto e muito entulho no entorno da unidade. “Falta materiais de limpeza, papel higiênico, papel toalha e até chamex para impressão de documentos”. Pacientes e servidores da unidade relataram à reportagem que falta segurança na unidade tanto no período noturno quanto no período diurno. Além disso, a farmácia da unidade só funciona no período da manhã e há falta de medicamentos no local.
O conselho constatou ainda que a sala de odontologia da UBS do bairro São Carlos está fechada há mais de cinco anos. “A farmácia está fechada por falta de servidores, o que vem causando grandes impactos para a população que dependem desse departamento da unidade funcionando”, disse um morador à reportagem. Os usuários reclamam ainda de objetos em estados degradantes, mofo em diversos locais, móveis sucateados e que a unidade precisa de uma roçagem e retirada de entulhos do entorno.
A situação é ainda mais grave na unidade do Setor Alto do Vale, que não tem gestor na unidade por falta de nomeação por parte da prefeitura. Segundo relatado à reportagem, faltam insumos como fita para medir glicemia, capotes descartáveis, dispositivo intrauterino (DIU), luvas, gazes, ataduras, pilhas para os aparelhos de pressão arterial, além do álcool, já que a empresa responsável pela distribuição do insumo mandou o tipo errado. “A farmácia está fechada, a sala de odontologia está fechada e a unidade precisa de manutenção na parte externa. Precisa de reparo pois foi identificado muito mofo na parte interna”, conta.
Nota SMS
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informa que o médico titular da pasta, Luiz Pellizzer, participou de reunião com as lideranças comunitárias da Região Noroeste, recebeu as demandas apresentadas e detalhou as principais ações da atual gestão para o enfrentamento do estado de calamidade em que a rede municipal de saúde foi recebida.
A SMS ressalta que já comprou e distribuiu de forma emergencial mais de 80 tipos de medicamentos e diversos materiais essenciais à assistência à saúde e que já aplicou penalidades a mais de 50 empresas que tem contrato com a secretaria por falta de regularidade no fornecimento de insumos.
A secretaria destaca que realizou a contratação de mais de 150 profissionais de saúde para ampliar, qualificar e fortalecer a rede de atenção básica, além de 98 profissionais para atuar na rede de urgência e emergência. A pasta tem ainda novo credenciamento em andamento para assegurar o dimensionamento adequado de pessoal às unidades de saúde. A SMS ressalta que todas a carga horária de todas as escalas de trabalho está de acordo com a legislação vigente.
A SMS informa que, por determinação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e da Controladoria Geral do Município (CGM), o contrato da pasta com a empresa Porto Engenharia, responsável pelas obras e serviços de manutenção predial nas unidades da rede de saúde de Goiânia foi suspenso. A secretaria aderiu a processo licitatório do estado para contratação de empresa de engenharia para realização de reparos estruturais nas unidades de saúde do município e assim que forem finalizados os trâmites legais, iniciará as reformas necessárias.
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Assessoria de Comunicação sin