CLIPPING AHPACEG 09/05/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Denúncias de auditorias irregulares geram pressão de médicos por CPI
CFM vai lançar a plataforma Medicina Segura
https://portal.cfm.org.br/noticias/cfm-vai-lancar-plataforma-medicina-segura
III Fórum do Ato Médico debate a formação do especialista
https://portal.cfm.org.br/noticias/iii-forum-do-ato-medico-debate-a-formacao-do-especialista
Justiça suspende consulta 145 da ANS — por recomendação da própria ANS
O plano contra filas no SUS que vem ganhando força nos bastidores do governo Lula
81% de violações de segurança envolvem dados de pacientes
https://medicinasa.com.br/politicas-seguranca/
Instituto Ética Saúde analisa evolução da maturidade de compliance
https://medicinasa.com.br/ies-maturidade-compliance/
Formação médica no Brasil vai além da qualidade técnica
https://medicinasa.com.br/formacao-medica-humanizacao/
UTIs cheias e cirurgias desnecessárias: empresas perdem milhões com internações e Alper propõe solução
METRÓPOLES ONLINE
Denúncias de auditorias irregulares geram pressão de médicos por CPI
Denúncias enviadas à coluna apontam que empresas que atuam para operadoras de planos de saúde têm desviado funções e afetados pacientes
Uma mobilização recolhe assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar supostas fraudes cometidas por empresas terceirizadas de auditoria médica, com o objetivo de favorecer operadoras de planos de saúde.
As denúncias apontam que profissionais sem formação na área médica estariam atuando como fiscais, restringindo o acesso de pacientes a tratamentos. Os principais prejudicados seriam grupos vulneráveis, como crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pacientes oncológicos.
À coluna, o neurocirurgião José Ramalho Neto, responsável por iniciar a mobilização, afirmou que, nos últimos três anos, especialmente nos últimos 24 meses, o lucro das operadoras de saúde apresentou crescimento significativo.
Segundo ele, esse aumento decorre da aplicação da estratégia conhecida como "Delay, Deny, Defend", na qual as operadoras postergam a análise e a aprovação de tratamentos, negam procedimentos com justificativas infundadas e sustentam judicialmente essas negativas, dificultando o acesso dos pacientes ao tratamento necessário.
A coluna teve acesso aos documentos que fundamentaram os pedidos de instauração da investigação. Os textos indicam que as auditorias médicas são conduzidas por empresas terceirizadas contratadas pelas operadoras, sem qualquer critério técnico adequado.
Denúncias e provas
O médico destacou que o Conselho Federal de Medicina (CFM) exige que o exercício da auditoria médica seja realizado exclusivamente por profissionais registrados no Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde ocorre a prestação do serviço.
Apesar dessa exigência, as denúncias apontam que muitos auditores atuam sem a devida formação médica, sendo graduados em áreas como administração ou enfermagem.
Prints obtidos pela reportagem mostram uma mulher entrando em contato com um médico para retornar sobre uma auditoria. Ao ser questionada sobre sua formação e cargo, ela admite ser enfermeira e informa que a análise foi feita por ela e por um médico - cujo nome e número do CRM não foram revelados.
Em outro registro, de uma segunda empresa terceirizada, um suposto auditor revela ao médico com quem dialoga que sua formação é em administração.
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Danos aos pacientes
Além da atuação irregular dos profissionais, José Ramalho Neto denuncia que as barreiras impostas pelas operadoras têm causado danos irreparáveis aos pacientes. Ele citou, como exemplo, a morte de dois pacientes na Paraíba, que faleceram enquanto aguardavam a autorização das operadoras para realizar cirurgias de emergência.
Para o médico, as negativas sistemáticas aos procedimentos prescritos deixam evidente que o sistema está sendo utilizado em favor das operadoras, que priorizam o lucro em detrimento da saúde dos beneficiários.
"A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou um aumento de 500% nas reclamações, e mais de 300 mil ações judiciais foram movidas contra operadoras por negativas indevidas de tratamento. Observa-se que algumas empresas impõem condutas terapêuticas sem respaldo científico, pautadas exclusivamente por critérios econômicos. Além disso, auditorias médicas vêm sendo conduzidas por profissionais sem a qualificação técnica exigida, o que compromete gravemente a vida de milhares de pessoas", declarou.
José Ramalho afirma que, após se unir a pacientes e apresentar denúncias ao Ministério Público e a órgãos fiscalizadores do setor, passou a receber ameaças.
Mobilização
A coluna apurou que um deputado federal protocolou um documento cobrando providências diante das irregularidades relatadas.
No texto, o parlamentar solicitou um posicionamento oficial do Conselho Federal de Medicina e a apuração de possível tentativa de aparelhamento da autarquia para beneficiar operadoras de saúde, promovendo enriquecimento ilícito por meio de auditorias médicas.
A reportagem constatou ainda que cerca de 46 deputados federais, de diferentes espectros políticos - tanto da esquerda quanto da direita - , já assinaram o requerimento.
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PORTA CFM
CFM vai lançar a plataforma Medicina Segura
O III Fórum do Ato Médico, realizado nos dias 6 e 7 de maio na sede do CFM, também foi palco para a apresentação da plataforma Medicina Segura, que poderá ser usada pelos médicos para denunciar intercorrências decorrentes de atendimentos realizados por outros profissionais. A partir das denúncias, o CFM vai saber quais são os principais problemas causados pela invasão do ato médico.
“E a partir dessas informações, vamos implementar ações que coíbam abusos e irregularidades cometidos no exercício ilegal da medicina”, informou o 1º secretário do CFM e diretor de TI do CFN, Hideraldo Cabeça.
Para fazer a denúncia, o médico deve informar seu CRM, CPF e data de nascimento e preencher um formulário, onde devem constar informações do paciente, como idade e sexo, o local do atendimento que gerou a complicação e o tipo de atendimento, se foi cirurgia plástica, ou atendimento dermatológico, por exemplo. “Todos as informações dos pacientes serão tratadas com o mais absoluto sigilo e anonimato”, garantiu Hideraldo Cabeça.
O lançamento oficial da plataforma está previsto para o final de maio. Para saber sobre as linhas gerais do projeto, acesse AQUI.
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III Fórum do Ato Médico debate a formação do especialista
A última mesa do III Fórum do Ato Médico, realizado nos dias 6 e 7 na sede do CFM, tinha como tema a “Valorização da medicina e o combate à precarização do trabalho médico”. O moderador foi o conselheiro federal pelo Espírito Santo e 2º tesoureiro do CFM, Carlos Magno Dalapicola, e a secretaria foi feita pela conselheira federal suplente por Pernambuco, Leila Katz.
O primeiro palestrante foi o coordenador do Departamento Científico do CFM e representante da autarquia na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Alcindo Cerci Neto, que falou sobre o tema “A formação do especialista”. Ele defendeu que a especialização deve ser o norte de todo médico, “pois ela valoriza a medicina, é uma barreira contra a precarização do trabalho médico e gera segurança ao paciente”.
A queda na qualidade do ensino devido a abertura indiscriminada de escolas médicas, levou a residência médica, padrão-ouro para a formação de um especialista, a suprir lacunas de aprendizagem do médico recém-formado. “Essa situação nos leva a uma dicotomia entre quantidade e qualidade. Ao mesmo tempo em que precisamos de mais residências, pois elas dão acesso a um campo de prática maior para o médicos recém-formados, não podemos abrir mão da qualidade”, ponderou Alcindo Cerci.
Após discorrer sobre as formas de obtenção do título de especialista e os desafios enfrentados pelos médicos recém-formados, “ou ele vai enfrentar as difíceis provas para entrar em uma residência, ou vai fazer plantões para juntar dinheiro e posteriormente se submeter a uma prova das sociedades de especialidade, ou decide fazer uma pós-graduação, que não lhe vai conferir o título de especialista”, Alcindo Cerci defendeu uma ampliação das residências médicas, “mas com qualidade”.
Levantamento apresentado pelo palestrante mostra o predomínio dos entes privados como maiores ofertantes de cursos de pós-graduação lato sensu: enquanto 72,1% são oferecidos por entidades particulares, apenas 27,9% são ofertados em escolas médicas públicas. “O problema está na qualidade de alguns desses cursos”, argumentou. Para Alcindo Cerci, ao mesmo tempo em que as pós-graduações são necessárias, pois, quando bem estruturados são essenciais para a aperfeiçoamento dos médicos, não podem substituir as residências médicas, nem as provas aplicadas pelas sociedades de especialidade. A apresentação pode ser acessada AQUI.
Precarização – O palestrante seguinte foi o presidente da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Paulo Maurício Siqueira. Ele defendeu o ato médico e a liberdade de os médicos escolherem a forma de contratualização. “Como advogado da Cooperativa de Anestesiologistas do Distrito Federal, defendo que o médico decida se quer ser contratado como pessoa jurídica, ou como pessoa física”, opinou.
O moderador da mesa, conselheiro federal Carlos Magno Dalapicola argumentou é que hoje os médicos não têm a opção de uma contratação como pessoa física. “Raramente são oferecidos concursos e, quando abrem, são para vencimentos muito baixos. O que temos visto são contratos como pessoa jurídica, em terceirizações e quarteirizações”, argumentou.
Carreira Nacional – Antes da realização desta mesa, o III Fórum do Ato Médico contou com a presença do deputado federal e médico Osmar Terra (MDB-RS), que prestou seu apoio às causas médicas, como a luta contra o exercício ilegal da medicina. O deputado também defendeu a criação de uma carreira nacional do Sistema Único de Saúde para médicos que atuam na atenção primária. “Muitos dos problemas de saúde do país seriam resolvidos se tivéssemos uma saúde básica mais resolutiva e acredito que uma carreira nesses moldes diminuiria a precarização do trabalho médico e seria o caminho ideal para alcançarmos mais efetividade”, argumentou.
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VEJA
Justiça suspende consulta 145 da ANS — por recomendação da própria ANS
A Justiça do Distrito Federal concedeu liminar, pedida pela Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), que suspende a consulta 145 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A decisão se baseia em relatório do Grupo de Trabalho Planos de Saúde do Ministério Público Federal (MPF), que destacou manifestação de Jorge Aquino, diretor da ANS. A consulta pública 145 da ANS trata da reformulação da política de preços e reajustes dos planos de saúde.
Em janeiro deste ano, Aquino considerou que as propostas teriam de ser tratadas em conjunto. Analisá-las em separado poderia levar a soluções “fragmentadas e ineficazes”. A consulta das quatro propostas em caráter integrado coincide justamente com o pedido de liminar feito pela Abramge.
A recomendação do grupo do MPF foi de que a consulta fosse suspensa até que a ANS realize a Análise de Impacto Regulatório (AIR) dos quatro temas. De acordo com os procuradores, “uma abordagem integrada permitiria uma visão sistêmica, com a implementação de medidas mais abrangentes e equitativas”. O órgão apontou vícios da consulta sobre restrições à participação social e sua “insuficiência” como mecanismo para proporcionar o exame das propostas veiculadas.
Na decisão, o juiz Diego Câmara – da 17a Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal (SJDF), diz ser necessária “a renovação de tal procedimento consultivo”, seja pela “insuficiência do prazo oportunizado para colheita de manifestações” como “pela necessidade de eficaz publicização da documentação vinculada quando da sua abertura”.
A suspensão tem efeito imediato e vale até que seja feita a AIR das propostas da agência – de reformular a Política de Preços e Reajustes e tratar de mecanismos de regulação financeira, venda online e Revisão Técnica. A consulta deverá – após atendidas as determinações judiciais – ser reaberta para manifestações dos interessados por, no mínimo, 90 dias.
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O plano contra filas no SUS que vem ganhando força nos bastidores do governo Lula
Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), três em cada quatro brasileiros dependem do SUS para serviços médicos como consultas, exames e tratamentos. Isso explica a superlotação do serviço público: em janeiro, a fila para consultas era de 5,7 milhões de pessoas. Nesse cenário, uma proposta vem ganhando fôlego nos bastidores do governo Lula: a criação de uma espécie de plano de saúde de baixo custo, regulamentado pela ANS, com um mercado potencial de 50 milhões de brasileiros. A iniciativa, em fase de estudos, mas andando a passos largos na agência, pretende oferecer serviços básicos, como consultas e exames, sem a cobertura de internações e tratamentos, a um preço fixo mensal mais acessível do que os modelos disponíveis no mercado. O objetivo é diminuir a fila de pacientes do SUS, liberando espaço para as camadas mais pobres da população. Esse novo modelo também permitiria a operadores privados tentar conquistar um vistoso mercado potencial de beneficiários da classe C.
Para entender o que está em jogo, é preciso analisar primeiro o xadrez político que envolve o tema. O atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assumiu o posto há menos de dois meses com uma missão delegada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: garantir uma marca ao governo na área da saúde, algo que sua antecessora, Nísia Trindade, não foi capaz de fazer. A ideia maior é reduzir o tempo de espera de consultas, exames e cirurgias do SUS. Para isso, prometeu esforços para deslanchar o Mais Acesso a Especialistas, programa lançado no ano passado e que tem como meta, justamente, acelerar o acesso de pacientes às áreas mais demandadas no SUS: oftalmologia, cardiologia, ortopedia, oncologia e otorrinolaringologia. O que Padilha pretende é reformular o programa e apresentá-lo com diretrizes promissoras. Uma das pernas para diminuir a alta demanda, inclusive, seria a parceria com hospitais privados para aliviar a fila do SUS, algo que já foi avalizado por Lula, que está de olho na reeleição em 2026.
O plano de “baixo custo” complementaria o esforço de redução das filas do SUS no caso de consultas — por falta de nome melhor, ele foi batizado por ora de “Plano para consultas médicas estritamente eletivas e exames” . A ideia foi apresentada pela ANS e tem sido fortemente apoiada por operadoras de saúde, que querem comercializar o produto. O item já passou pela fase de consulta pública, encerrada em abril, e deverá ser implementado de forma experimental, no que é chamado de “sandbox regulatório”, assim que as áreas técnicas finalizarem o seu relatório. O documento precisa passar por avaliação conjunta com o Ministério da Saúde, exame jurídico da Procuradoria Federal junto à ANS e, uma vez formatada a proposta final, ela deve ser submetida à aprovação da Diretoria Colegiada da agência. Pessoas familiarizadas com o trâmite dizem que, apesar de uma ou outra resistência, a iniciativa, com a bênção de Lula e de Padilha, caminha para ser aprovada. Um dos pontos a serem afinados é a confirmação de Wadih Damous, ex-deputado do PT e aliado de Lula, à frente da ANS: ele aguarda ser sabatinado pelo Senado.
Há um outro motivo para a ANS defender a nova modalidade: fazer frente à expansão do mercado não regulado de serviços pós-pagos de cobertura médica, que é o caso de cartões de desconto e de clínicas populares. Esses serviços, hoje consumidos por cerca de 50 milhões de pessoas, sobretudo da classe C, são legais, mas não seguem regulamentação da agência. Já o plano estudado prevê um preço fixo na faixa de 100 reais mensais. Esse serviço deve atuar em concordância com as regras de cobertura da ANS e as diretrizes do SUS. Mais que isso, pleiteia ter uma integração maior público-privada, na qual o paciente obteria um diagnóstico pelo plano e, no caso de tratamentos mais complexos, seria encaminhado à rede pública — caminho que hoje não é possível. “A ideia é oferecer uma opção de produto regulado, com segurança e garantia de cobertura para consultas eletivas de todas as especialidades e uma ampla lista de exames, muitos de alta complexidade, como colonoscopia, endoscopia, tomografia e ressonância magnética, biópsia, por um baixo custo mensal e sem limite de quantidade”, diz a ANS em nota enviada à redação de VEJA.
Embora ainda esteja a caminho da regulamentação, a iniciativa desperta algumas críticas, principalmente de institutos de defesa do consumidor, como o Idec. Esse instituto foi à Justiça contra a ANS questionando a legalidade da resolução que permitiu testar planos de saúde sem internação. Os problemas levantados na fase de consulta pública foram respondidos com a garantia de que eles serão resolvidos na fase de testes. É compreensível a preocupação com algo que vai impactar uma área sensível, mas não se pode obstruir a discussão e a experimentação, com as necessárias correções, se for o caso, de uma iniciativa que pode ajudar a melhorar o complexo e problemático sistema de saúde brasileiro.
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MEDICINA S/A
81% de violações de segurança envolvem dados de pacientes
O Netskope Threat Labs publicou seu relatório de ameaças com foco na área da saúde, revelando o aumento de tentativas dos profissionais do setor de enviar informações confidenciais para locais não aprovados pela TI, tanto na web quanto na nuvem. Aplicações de IA generativa (GenAI), como ChatGPT ou Google Gemini, os dois mais usados por profissionais da saúde, estão frequentemente envolvidos nessa classe de violações de políticas de dados.
“As aplicações GenAI oferecem soluções inovadoras, mas também revelam novos vetores para potenciais violações de dados, especialmente em ambientes de alta pressão e alto risco, como o da saúde, onde profissionais de saúde precisam operar com rapidez e agilidade. As organizações de saúde devem equilibrar os benefícios da GenAI com a implementação de proteções de segurança e de dados para mitigar esses riscos”, diz Gianpietro Cutolo, pesquisador de Ameaças à Nuvem no Netskope Threat Labs.
As principais descobertas do relatório incluem:
81% de todas as violações de política de dados ocorridas em organizações de saúde nos últimos doze meses foram relacionadas a dados regulamentados de saúde, ou seja, dados protegidos por regulamentações locais, nacionais ou internacionais, incluindo informações sensíveis médicas e clínicas. Senhas e chaves, código-fonte ou propriedade intelectual também foram afetados (19% no total), e um grande número dessas violações ocorreu por envio de dados sensíveis para contas pessoais do Microsoft OneDrive ou do Google Drive.
A GenAI tornou-se onipresente no setor, e suas aplicações são utilizadas em 88% das organizações de saúde. Uma grande parcela de violações de políticas de dados ocorre agora no uso da GenAI por profissionais de saúde, com 44% envolvendo dados regulamentados, 29% envolvendo código-fonte, 25% envolvendo propriedade intelectual e 2% envolvendo senhas e chaves. Riscos adicionais de vazamento de dados podem advir de aplicações que utilizam dados do usuário para treinamento ou que incorporam recursos da GenAI, que são utilizados em 96% e 98% das organizações de saúde, respectivamente.
Mais de 2 em cada 3 usuários de GenAI na área da saúde usam e enviam dados confidenciais para suas contas pessoais de GenAI no trabalho. Esse comportamento prejudica a visibilidade das equipes de segurança sobre as atividades relacionadas à GenAI entre seus funcionários e, sem as devidas proteções de dados, afeta também a capacidade de detectar e prevenir vazamentos de dados.
Confira abaixo o que a equipe de especialistas recomenda ao implementar mais segurança:
Implementar aplicações aprovadas de IA generativa entre as equipes para centralizar o uso dessa forma, monitoradas e protegidas pela organização, e reduzir o uso de contas pessoais e “Shadow AI”. O uso de contas pessoais de GenAI por profissionais de saúde, embora ainda alto, já caiu de 87% para 71% no último ano, à medida que as organizações migram cada vez mais para aplicações aprovadas.
A implementação de políticas rigorosas de Prevenção contra Perda de Dados (DLP) para monitorar e controlar o acesso a aplicações GenAI e definir o tipo de dados que podem ser compartilhados nelas fornece uma camada adicional de segurança caso os usuários tentem ações arriscadas. A proporção de organizações de saúde que implementam políticas de DLP para GenAI aumentou de 31% para 54% no último ano.
Implementação de coaching de usuários em tempo real, uma ferramenta que alerta os funcionários caso estejam realizando ações arriscadas. Por exemplo, se um profissional de saúde tentar enviar um arquivo para o ChatGPT que inclua nomes de pacientes, um prompt perguntará ao usuário se ele deseja prosseguir. Um outro relatório mostra que a maioria dos funcionários (73%) em todos os setores não prossegue quando recebem prompts de coaching.
“No setor da saúde, a rápida adoção de aplicações GenAI e o crescente uso de plataformas em nuvem trouxeram uma nova urgência à proteção de dados regulamentados de saúde. À medida que a GenAI se torna mais integrada aos fluxos de trabalho clínicos e operacionais, as organizações estão acelerando a implementação de controles como DLP e políticas de bloqueio de aplicações para reduzir riscos. As organizações estão progredindo, mas o foco contínuo em soluções seguras e aprovadas pelas empresas será fundamental para garantir que os dados permaneçam protegidos neste cenário em evolução”, conclui Gianpietro.
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Instituto Ética Saúde analisa evolução da maturidade de compliance
O Instituto Ética Saúde (IES) analisou a evolução da maturidade em compliance entre os associados, no período de 2017 a 2024, com base nos dados obtidos por meio da aplicação anual do Questionário de Autoavaliação de Integridade. O documento mede o grau de aderência das empresas associadas às boas práticas. Anualmente, são avaliados em 44 questões: Governança e Gestão; Políticas e Procedimentos Internos; Canal de Denúncias e Tratamento de Não Conformidades; Relacionamento com Terceiros; Auditorias e Controles Internos, com enfoque na revisão periódica de processos e validação por partes independentes.
Nas perguntas com alternativas de resposta ‘sim’ e ‘não’, houve uma redução de 82% nas respostas negativas, durante todo o ciclo de avaliação, em relação a implantação de iniciativas de conformidade. “Esta queda acentuada nas respostas negativas, aliada ao aumento percentual das respostas positivas, demonstra que os programas de integridade deixaram de ser iniciativas isoladas para se tornarem parte estruturante das organizações que compõem o quadro de associados do IES”, analisa o diretor executivo do IES, Filipe Venturini Signorelli.
Outro aspecto relevante foi a eliminação da categoria ‘Em andamento’, após o ciclo de 2018. “O resultado comprova a eficácia da autorregulação privada, promovida por meio das Instruções Normativas do IES, às quais as empresas aderem voluntariamente ao se tornarem associadas e que caracterizam um compromisso maior do que a legislação vigente em relação ao compliance”, aponta o diretor.
Perguntas sobre política formal anticorrupção, existência de comitê de integridade e realização de treinamentos periódicos dentro das empresas apresentaram um aumento médio superior a 30% nas respostas positivas. Nos blocos temáticos mais complexos, como Governança e Gestão — especialmente aqueles que tratam da autonomia da área de compliance, da atuação de comitês internos e da existência de mapas de riscos — perguntas que apresentavam índices inferiores a 40% de respostas positivas em 2017 alcançaram mais de 75% em 2024, o que confirma a efetividade das orientações e ferramentas promovidas pelo Instituto.
“Importante destacar que houve uma notória mudança nas relações econômico-financeiras das empresas avaliadas, com crescimento efetivo nos padrões de transparência e aperfeiçoamento das condutas institucionais, o que gerou um grau elevado de confiança junto aos stakeholders do mercado da saúde”, salienta Filipe Venturini.
Alguns temas seguem como pontos sensíveis. Práticas relacionadas ao relacionamento com terceiros, processos de due diligence e auditoria externa ainda apresentaram menor taxa de adesão, indicando que muitas organizações permanecem em processo de desenvolvimento nessas áreas.
Na avaliação do Instituto Ética Saúde, “ainda que persistam desafios pontuais, o saldo geral é amplamente positivo. A jornada iniciada em 2017 evoluiu para muito além de uma simples avaliação de conformidade. Tornou-se um instrumento estratégico de fortalecimento institucional, de estímulo à autorregulação e de construção de um setor mais transparente, seguro e confiável para a sociedade”, conclui o assessor de ética e integridade IES, Julio Zanelli que conduziu o estudo.
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Formação médica no Brasil vai além da qualidade técnica
Entender o nível dos médicos formados no Brasil, principalmente, se considerarmos a grande expansão dos cursos de medicina no País – sendo mais de 370 faculdades de medicina, formando entre 25 e 30 mil médicos por ano, é um passo importante. Mesmo com o aumento de universidades, o Brasil ainda apresenta uma média de 2,8 médicos por mil habitantes – número abaixo de países como Estados Unidos (quase 3) e Itália (cerca de 4). Nas regiões Norte e Nordeste do País, a situação é ainda mais crítica, com menos de 1,5 médico por mil habitantes. No entanto, o problema não é somente de quantidade, mas sim, de qualidade.
A qualidade na formação médica se reflete diretamente na assistência à saúde. Um médico mal especializado gera custos imensos para o setor, impactando negativamente no ecossistema de saúde, tanto da rede pública quanto da privada e, assim, comprometendo a vida de milhões de brasileiros. Erros diagnósticos, tratamentos inadequados que impactam na jornada de cuidado e falhas na comunicação podem levar a internações prolongadas, aumento de sequelas e até mortes evitáveis. E, principalmente no sistema público, a falta de preparo de profissionais enfraquece a confiança da população, gera desperdício de recursos e sobrecarrega equipes.
A prova de múltipla escolha — como a criação do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (ENAMED) pelo Ministério da Educação – deve ser reconhecida como um pontapé inicial positivo na avaliação de critérios de habilidades técnicas para uma melhor visão do médico recém-formado, assim como o vestibular para a entrada em uma universidade. Mas, aliado a isso, formar um profissional de saúde é um processo complexo e o caminho deve ser construído de forma urgente, principalmente para alunos egressos para a vida profissional. A real competência de um médico exige avaliação de conhecimentos cognitivos e, também, da capacidade de tomada de decisão, das habilidades práticas, da comunicação interpessoal e da postura ética diante do paciente.
Acima de tudo, devemos lembrar que a medicina é, essencialmente, uma ciência humana. O médico não trata apenas doenças — ele cuida de pessoas. E esse cuidado exige empatia, escuta atenta, sensibilidade cultural e respeito pela dignidade de cada ser humano. Humanizar a formação médica é tão importante quanto dominar a técnica. Inclusive, arrisco dizer que a verdadeira competência de um médico se mede também na maneira como ele acolhe, orienta e conforta seus pacientes, especialmente, nos momentos mais difíceis da vida.
Além da avaliação, é importante fortalecer a formação contínua dos médicos, estimulando programas de educação permanente e o desenvolvimento de competências emocionais e sociais. Com médicos mais sensíveis e humanos, críticos e bem-preparados será possível construir um atendimento de saúde mais eficiente, acolhedor e capaz de atender as necessidades reais da população brasileira.
Por isso, a construção de um sistema de avaliação médica profissional mais robusto e multimodal é indispensável. Um modelo que combine provas escritas, exames práticos de habilidades clínicas, simulações de atendimentos reais, avaliações de comunicação e de tomada de decisões éticas sob pressão.
Se queremos, de fato, formar médicos mais preparados, mais humanos e mais capazes de transformar o sistema de saúde brasileiro como um todo, precisamos investir tanto na técnica quanto na essência da medicina: o cuidado genuíno com o outro e de acolher vidas.
*Manoel Canesin é médico cardiologista, professor, CEO e Sócio Fundador do Paciente 360.
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PORTAL REVISTA COBERTURA
UTIs cheias e cirurgias desnecessárias: empresas perdem milhões com internações e Alper propõe solução
Por trás dos planos de saúde empresariais, um custo milionário corrói orçamentos e impacta a saúde financeira das empresas em todo o país: as internações hospitalares. Essa despesa, subestimada no planejamento estratégico da Gestão de Benefícios, representa cerca de 50% dos custos assistenciais, pressionando a inflação médica e, consequentemente, elevando os reajustes anuais dos contratos que fornecem os planos de saúde.
Em resposta a esse cenário, a Alper Seguros emerge com uma solução estratégica: o Programa de Corregulação de Senhas. Focada na retração de desperdícios e centrada no cuidado do colaborador, a iniciativa atua em conjunto com operadoras, hospitais e empresas na revisão de solicitações de internações e cirurgias. Uma equipe especializada da Alper - formada por médicos, enfermeiros e auditores - analisa as senhas em tempo real, verificando o uso adequado de protocolos médicos baseados em evidências.
"Com tecnologia de ponta e um time clínico experiente, o programa já gerou resultados expressivos: R$ 19 milhões em economia em menos de um ano e redução de até 30% no custo médio por internação", ressalta André de Barros Martins, VP Sênior de Benefícios da Alper Seguros.
Os casos também demonstram a eficácia da abordagem ao proteger o colaborador e reduzir os custos: pacientes com indicação de cirurgias de alto custo, como colocação de implantes cocleares e próteses nos ossos da face, foram reavaliados. E internações em UTIs sem justificativa clínica foram revistas.
"Nosso objetivo é tornar a jornada de saúde mais segura para o colaborador e mais sustentável para as empresas. Estreitando o relacionamento com todas as partes envolvidas - empresa, hospital e operadora - mitigamos o risco de NIPs, que são reclamações feitas pelo paciente na ANS por uma insatisfação com a demora na autorização da sua cirurgia, ou até mesmo de uma judicialização para o tratamento de saúde. Isso impede, também, que autorizações sejam feitas no contexto do risco de uma autuação da ANS", detalha Dr. Felipe Toledo, Superintendente de Gestão de Saúde e Riscos da Alper Seguros.
O impacto da iniciativa se estende à área de RH, que encontra na Alper um suporte técnico para reduzir ruídos na comunicação, agilizar a tomada de decisões e fornecer orientações claras sobre as melhores linhas de cuidado, fortalecendo a relação entre empresa e colaborador.
A operação do Programa de Corregulação de Senhas se baseia em um sistema inteligente de BI. Essa ferramenta cruza dados clínicos com indicadores de desempenho dos hospitais, apontando taxas de reinternação, tempo médio de permanência, utilização de UTI, custo por procedimento e a adesão dos hospitais aos protocolos médicos - gerando insights para decisões e melhorias constantes. A Corregulação de Senhas da Alper representa uma revolução no setor da saúde suplementar.
André de Barros Martins reforça que, ao invés de focar unicamente na contenção de custos, a iniciativa prioriza a coordenação eficaz do cuidado. A Alper demonstra que é possível aliar humanização e qualidade operacional à eficiência econômica na gestão da saúde corporativa.
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Assessoria de Comunicação