CLIPPING AHPACEG 30/04/25
ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.
DESTAQUES
Inflação médica pressiona reajuste dos planos de saúde em 2025
Preços de órteses, próteses e materiais especiais seguem estáveis
https://medicinasa.com.br/precos-opme-marco-25/
Artigo - Como a inteligência artificial pode fortalecer a atenção primária
https://medicinasa.com.br/ia-atencao-primaria/
SUS poderá firmar parceria com setor privado para reduzir filas, diz ministro da Saúde
Médicos podem usar contratos de aluguel para reduzir carga tributária
Raio-x do mercado médico brasileiro
https://revistaampla.com.br/raio-x-do-mercado-medico-brasileiro/
Plano de saúde famoso entre os idosos surpreende o Brasil ao ter sua falência decretada.
https://www.otvfoco.com.br/falencia-plano-de-saude-no1-dos-idosos-60-chega-ao-fim/
Mirando 60 mil vidas, QualiSaúde investe R$ 13 milhões e quer chegar a mais dois estados
Negligência: irmãos perdem rim em transplante e movem ação milionária
CARTA CAPITAL
Inflação médica pressiona reajuste dos planos de saúde em 2025
Inflação médica avança acima da inflação geral
O aumento dos custos com planos de saúde em 2025 supera com folga a inflação oficial. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o último ano em 4,5%, a inflação médica hospitalar registrou alta média de 16,9%, segundo dados da Associação Brasileira de Planos de Saúde.
Essa diferença, que já era observada nos anos anteriores, ganhou força com a retomada dos atendimentos eletivos pós-pandemia e a incorporação de tecnologias médicas com valores elevados.
Novas tecnologias e aumento da demanda pressionam o sistema
Entre os fatores que explicam a disparidade, estão o uso ampliado de exames mais detalhados, tratamentos personalizados e uma maior procura por atendimento, inclusive preventivo.
De acordo com Leandro Giroldo, CEO da corretora Lemmo, “a conta não fecha porque o sistema ficou mais caro para todos”.
Além disso, há impacto da judicialização da saúde. Decisões que obrigam o custeio de procedimentos não previstos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acabam distribuindo os custos entre todos os beneficiários.
Reajuste atinge empresas e famílias
O cenário afeta diretamente o setor empresarial. Segundo Giroldo, “muitas empresas enfrentam dificuldades para manter os contratos sem reduzir a cobertura ou transferir parte dos custos aos funcionários”.
Já para consumidores individuais e famílias, o aumento pesa especialmente sobre idosos e pessoas com doenças crônicas, que dependem do plano para atendimento regular e contínuo.
Estratégias para conter os gastos com saúde
Frente ao cenário, especialistas recomendam revisar as coberturas contratadas, negociar reajustes e adotar práticas de uso consciente.
Programas de prevenção, modelos com coparticipação e o uso de dados para antecipar o consumo são caminhos apontados como medidas viáveis para conter os custos sem comprometer o acesso ao serviço.
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MEDICINA S/A
Preços de órteses, próteses e materiais especiais seguem estáveis
Os preços de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs) permaneceram praticamente estáveis em março, com variação de apenas -0,01%, segundo a nova leitura do Índice OPME. O indicador é resultado de uma parceria entre a Bionexo, empresa de tecnologia SaaS para gestão em saúde, e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), e tem como base as transações realizadas na plataforma Opmenexo, referência em compras hospitalares no Brasil.
A estabilidade no mês contrasta com o avanço de outros índices, como o IPCA (+0,56%) e o IPM-H (+0,36%), que mede os preços de medicamentos hospitalares. “A Bionexo tem a missão de aumentar a transparência e a inteligência de mercado no setor hospitalar. O Índice OPME é uma entrega concreta desse compromisso, ao colocar dados reais e atualizados nas mãos de gestores, reguladores e tomadores de decisão”, afirma Rafael Barbosa, CEO da Bionexo.
Considerando a composição da cesta de cálculo do Índice OPME, as seguintes especialidades registraram aumento mensal nos respectivos preços: sistema nervoso central e periférico (+0,78%); sistema urinário (+0,67%); cabeça e pescoço (+0,48%). Por outro lado, a atualização revelou variações negativas nos preços das seguintes especialidades: sistema cardiocirculatório (-1,19%); sistema genital e reprodutor (-0,55%); sistema digestivo e anexos (-0,15%); sistema musculoesquelético e articulações (-0,07%).
Levando-se em conta os últimos resultados, o Índice OPME encerrou o primeiro trimestre de 2025 ainda em terreno positivo, contabilizando um incremento marginal de 0,06%, graças ao predomínio de variações positivas em especialidades como sistema nervoso central e periférico (+1,76%); cabeça e pescoço (+1,64%); sistema urinário (+1,37%); sistema musculoesquelético e articulações (+0,71%) no período.
Já no horizonte temporal dos últimos 12 meses, os preços de órteses, próteses e materiais especiais apresentaram, em média, uma discreta retração de 0,17%. Entre as especialidades, as variações contempladas nesse horizonte se distribuíram da seguinte forma: sistema nervoso central e periférico (+3,59%); cabeça e pescoço (+2,03%); sistema musculoesquelético e articulações (+1,87%); sistema genital e reprodutor (+0,09%); sistema digestivo e anexos (-0,39%); sistema cardiocirculatório (-0,85%); e sistema urinário (-3,59%).
Finalmente, considerando o intervalo completo das séries históricas (entre janeiro de 2017 e março de 2025), o Índice OPME registrou um recuo de 0,57% nos preços de próteses, órteses e materiais especiais para os hospitais. Em termos desagregados, as seguintes especialidades contribuíram para o resultado histórico negativo: sistema cardiocirculatório (-10,15%); sistema urinário (-5,86%); sistema genital e reprodutor (-2,80%); sistema digestivo e anexos (-1,25%). Em contrapartida, três especialidades que compõem o cálculo do índice acumularam valorização no período: cabeça e pescoço (+19,90%); sistema musculoesquelético e articulações (+7,23%); sistema nervoso central e periférico (+5,44%).
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Artigo - Como a inteligência artificial pode fortalecer a atenção primária
Entre os exames laboratoriais de rotina, o hemograma completo (contagem de células do sangue) ocupa posição de destaque. Ele é muitas vezes solicitado como parte de qualquer avaliação inicial – seja em consultas de atenção primária, seja em prontos-socorros – por ser barato, acessível e informativo. Mais do que indicar anemia ou infecção, o hemograma pode ser a porta de entrada para flagrar doenças graves em estágio inicial. O principal exame para suspeitar de leucemia, por exemplo, é o hemograma, cujo uso adequado viabiliza detectar precocemente esse câncer do sangue e melhorar muito as chances de sucesso no tratamento de acordo com o Ministério da Saúde. Detecção precoce é fundamental: diagnósticos tardios dessas doenças estão associados a desfechos piores e tratamentos mais agressivos.
O problema é que interpretar um hemograma detalhadamente nem sempre é trivial para médicos generalistas. Na prática cotidiana, o clínico ou médico de família costuma checar se “está tudo dentro dos parâmetros de referência” e focar em achados mais comuns. Se o paciente apresenta anemia, por exemplo, é frequente que se prescreva suplementação de ferro de imediato, presumindo carência nutricional, sem investigar a fundo a causa da anemia. Isso funciona na maioria dos casos benignos, mas pode ser perigoso quando a anemia é, na verdade, sintoma de algo mais sério. Anemias persistentes podem ser indícios de doenças graves como leucemias, mielomas múltiplos ou síndromes mielodisplásicas, nas quais a simples suplementação de ferro não resolverá o problema e ainda pode mascarar temporariamente a evolução da doença, retardando o diagnóstico. Cada mês de atraso permite que o quadro se agrave – eventualmente, um câncer de sangue inicial pode evoluir para um estágio avançado, exigindo tratamentos muito mais complexos e caros, ou até se tornar incurável.
Um caso real ilustra bem esse ponto. Minha avó, 89 anos, sofreu com fadiga e hematomas, possíveis sinais sugestivos de alterações hematológicas. O médico generalista detectou anemia em seu hemograma e receitou ferro, atribuindo o quadro à deficiência nutricional.
No entanto, ela não melhorou. Por nove meses, peregrinamos por diferentes especialistas enquanto os sintomas pioravam, até que finalmente conseguimos uma consulta com um hematologista especializado em anemias. Bastou o médico analisar atentamente o hemograma para suspeitar do diagnóstico e pedir uma biópsia de medula óssea – confirmando, então, uma Síndrome Mielodisplásica (SMD). Ou seja, um exame simples que estava disponível desde o início já continha pistas da doença, mas faltou quem as interpretasse corretamente. Histórias como essa revelam brechas importantes no modelo atual: a atenção primária dispõe dos exames, mas carece de suporte especializado para extrair deles todo o seu valor clínico.
Inteligência artificial: um novo aliado para atenção primária
Diante do volume crescente de exames e da escassez de especialistas, a tecnologia desponta como aliada estratégica. Em particular, ferramentas de Inteligência Artificial (IA) aplicadas à análise de exames laboratoriais têm potencial de empoderar o médico generalista e aumentar a eficácia da triagem na ponta do sistema de saúde. Já existem evidências concretas desse potencial: um estudo recente conduzido por pesquisadores brasileiros e publicado na Scientific Reports mostrou que algoritmos de machine learning conseguem identificar padrões sutis em hemogramas associados a câncer, antecipando sinais de doenças como o câncer de mama a partir de variações discretas nas células sanguíneas. Essa “visão de máquina” vai além do olho humano treinado – a IA é capaz de correlacionar múltiplos parâmetros simultaneamente. Por exemplo, um aumento na razão neutrófilo/linfócito (que isoladamente poderia passar despercebido se dentro dos limites de referência) foi identificado pelo algoritmo como um indicador precoce em pacientes com câncer, mesmo antes de alterações detectáveis em exames de imagem. Em essência, a IA opera como uma lente de aumento, percebendo padrões complexos que um médico, pressionado pelo tempo e volume de informações, pode não notar.
Na atenção primária, isso significa que cada hemograma poderia vir “acompanhado” de uma segunda opinião automatizada. Imaginemos o cenário ideal: o clínico geral solicita um pacote de exames de rotina e, ao receber os resultados, conta com um sistema inteligente que analisa todos os valores do hemograma em conjunto, cruzando com bases de dados e conhecimento hematológico. Em segundos, o sistema poderia destacar: “Suspeita de condição mieloproliferativa, investigar presença de células imaturas” ou “Alteração discreta na série vermelha possivelmente compatível com anemia megaloblástica, sugerir dosagem de B12 e folato”. Esse tipo de insight automatizado daria ao médico de família uma capacidade muito maior de seguir pistas diagnósticas corretas. Ao invés de apenas repor ferro para toda anemia, o médico seria instigado a buscar a causa exata da anemia quando houvesse sinais atípicos, reduzindo o risco de tratar sintomas enquanto a doença de base evolui silenciosamente.
O médico da atenção básica ganha, assim, um assistente virtual especializado, que o ajuda a decidir quais casos ele mesmo pode conduzir (com alguma investigação adicional orientada) e quais realmente necessitam de encaminhamento imediato ao hematologista.
Em suma, a IA promete aumentar a resolutividade clínica na ponta, diminuindo a dependência exclusiva do especialista.
Benefícios clínicos e econômicos da triagem automatizada
Os ganhos potenciais dessa integração da IA na atenção primária são duplos: clínicos e econômico-administrativos. Do ponto de vista clínico, o benefício mais evidente é a
detecção mais precoce de doenças graves, o que salva vidas. Identificar uma leucemia ou uma síndrome mielodisplásica nas suas fases iniciais pode significar tratamentos menos agressivos e maior chance de cura. No âmbito econômico e de gestão em saúde, as vantagens são igualmente atraentes. Cada doença grave evitada ou controlada precocemente representa custos poupados em internações prolongadas, procedimentos de alta complexidade e terapias onerosas. Ou seja, investimentos em tecnologia de triagem têm retorno na forma de despesas evitadas a médio e longo prazo.
Além disso, a triagem automatizada otimiza o uso dos especialistas escassos. Com a IA filtrando casos potencialmente complexos, os hematologistas receberiam apenas os encaminhamentos realmente indicados, em vez de pacientes que poderiam ser manejados na atenção básica. Isso tornaria as filas por consulta especializada mais curtas e resolutivas. Para o SUS, isso significa melhor uso da capacidade instalada e dos recursos financeiros; para a saúde suplementar, pode significar redução de custos com procedimentos redundantes e melhoria na qualidade da assistência prestada aos beneficiários. Cabe destacar que nada disso substitui os métodos tradicionais – a IA não vem para trocar exames confirmatórios (como mielograma, biópsias) nem dispensar a avaliação humana, mas sim para funcionar como um “filtro inteligente” e um apoio à decisão. Assim, o cuidado permanece centrado no médico e no paciente, porém reforçado por uma análise tecnológica de alto nível.
Inovação para um cuidado básico mais forte
Em um país continental com demandas de saúde tão heterogêneas, empoderar o médico generalista com ferramentas de IA significa democratizar o acesso à expertise. Significa que um cidadão atendido no interior do Brasil pode ter praticamente o mesmo screening qualificado de doenças hematológicas que aquele atendido em um grande centro universitário, pois ambos terão seu hemograma “lido” com o auxílio de algoritmos treinados no conhecimento mais avançado da área. Essa equalização de oportunidades diagnósticas se traduz em equidade e eficiência. No limite, trata-se de salvar vidas que hoje se perdem por diagnósticos tardios, ao mesmo tempo em que economizamos recursos evitando procedimentos desnecessários e tratamentos de resgate onerosos. A atenção primária é a base de qualquer sistema de saúde forte; ao reforçá-la com inteligência artificial, estaremos dando um salto qualitativo e sustentável rumo a um modelo de saúde mais resolutivo, humano e financeiramente responsável.
Em síntese, transformar dados em decisões inteligentes é o próximo passo para levar a atenção primária brasileira do quantitativo ao qualitativo – menos exames desperdiçados, mais diagnósticos precoces, melhor cuidado ao paciente e uso judicioso dos recursos. É um caminho que exige visão e investimento, mas cujos dividendos clínicos e econômicos farão a jornada valer a pena.
*Raphael Saraiva é Co-fundador da HemoDoctor.
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O DIA
SUS poderá firmar parceria com setor privado para reduzir filas, diz ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou nesta terça-feira (29) que o Ministério da Saúde vai realizar parcerias com a rede privada de saúde para reduzir o tempo de espera por consultas especializadas, apontando ser uma prioridade da pasta a redução do tempo de espera no Sistema Único de Saúde (SUS).
O tratamento e diagnóstico de câncer deve ter uma prioridade especial na parceria. O ministro disse, em reunião com o presidente Lula, que o objetivo é “fazer as coisas acontecerem” ainda este ano.
“Para a gente dar conta de garantir o tempo adequado ao atendimento, por exemplo, da situação do câncer, que nós temos 30 dias para garantir o diagnóstico e 60 dias para iniciar o tratamento, só será possível fazermos isso se ampliarmos as parcerias com o setor privado”, disse o ministro.
De acordo com o ministro, o setor privado, em muitos serviços, tem capacidade ociosa e pode ser compartilhado com o SUS. Nesta quarta-feira (30), o Ministério da Saúde divulgará um estudo realizado com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que aponta grande concentração de médicos especialistas nas estruturas da rede privada.
“É uma verdadeira obsessão do presidente, desde o começo do seu governo, de garantir o atendimento médico especializado no tempo certo, no tempo adequado, reduzindo o tempo de espera que existe hoje no país, que é fruto de um represamento do atendimento durante a pandemia [de covid-19] e da desorganização da rede nos governos anteriores”, disse Padilha.
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PORTAL CONTÁBEIS
Médicos podem usar contratos de aluguel para reduzir carga tributária
A rotina de médicos no Brasil está prestes a ganhar uma dimensão ainda mais estratégica. Com a implementação da reforma tributária prevista para 2026, profissionais da saúde que possuem clínicas ou imóveis comerciais poderão reduzir a carga tributária de maneira significativa, utilizando contratos de aluguel para gerar créditos tributários.
A nova legislação representa uma transformação no sistema atual, trazendo tanto desafios quanto oportunidades. Para quem se preparar adequadamente, será possível transformar despesas fixas em benefícios fiscais e otimizar a saúde financeira dos negócios.
Reforma tributária e o novo IVA: o que muda para médicos
A principal mudança será a substituição de diversos tributos pelo novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). No modelo atual, médicos não conseguem aproveitar créditos fiscais sobre despesas como aluguel. Com o IVA, essa dinâmica se altera: determinados custos operacionais passarão a gerar créditos tributários compensáveis.
De acordo com levantamento da KPMG, mais de 420 mil médicos estão inscritos no Conselho Federal de Medicina (CFM). Estima-se que, até 2025, esse segmento seja responsável por mais de 7,4 milhões de metros quadrados de novas construções comerciais.
Como contratos de locação podem gerar créditos tributários
O mecanismo é simples, mas estratégico. Suponha que um médico pague R$ 1.000 de aluguel por mês, com 8,43% de tributos embutidos no valor. Isso gera um crédito tributário mensal de R$ 84,30. Se o profissional tiver receita de R$ 10.000 em procedimentos médicos e pagar 12% de IVA (R$ 1.200), poderá abater R$ 84,30 do valor devido.
Ao longo de um ano, essa dinâmica pode representar economias expressivas, principalmente em clínicas de médio e grande porte.
Cuidados na estruturação dos contratos de locação
Para que o benefício seja aproveitado plenamente, a formalização dos contratos de aluguel deve seguir padrões que atendam à nova legislação tributária. Um ponto crucial é decidir se o contrato estará em nome de pessoa física ou jurídica, pois essa escolha impacta diretamente na possibilidade e no volume de créditos tributários.
Especialistas recomendam que clínicas avaliem:
A titularidade do contrato;
A correta discriminação dos valores de aluguel e encargos;
A regularidade dos fornecedores de imóveis e serviços.
Despesas operacionais: mais oportunidades de geração de crédito
Além dos contratos de locação, despesas rotineiras de funcionamento das clínicas poderão gerar novos créditos tributários, como compras de medicamentos, contratação de serviços e aquisição de equipamentos médicos.
A importância da antecipação e do planejamento tributário
O sucesso nessa nova realidade tributária depende da preparação prévia. Médicos e empresários da saúde precisam revisar contratos, fornecedores e processos internos, ajustando-se às exigências do novo modelo.
Reforma tributária: risco ou oportunidade?
Apesar das incertezas, a reforma tributária pode representar uma oportunidade única para o setor médico. Se corretamente aproveitada, permitirá reduzir a carga tributária e elevar o nível de gestão e controle financeiro das clínicas.
A hora de se preparar é agora
A reforma tributária de 2026 será um divisor de águas. Médicos que entenderem as novas regras e se anteciparem às exigências poderão transformar custos em economia tributária e ganhos de eficiência.
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REVISTA AMPLA
Raio-x do mercado médico brasileiro
O mercado médico brasileiro vive um momento de expansão acelerada, refletido nos dados mais recentes da Demografia Médica, divulgados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2024. Com 575.930 médicos ativos, o Brasil se posiciona como um dos países com maior número de profissionais da saúde no mundo, com uma taxa de 2,81 médicos por mil habitantes, superando potências, como Estados Unidos, Japão e China.
Mesmo assim, olhar apenas para os números não basta para compreender o mercado brasileiro. Uma questão que o aumento de médicos ainda não resolveu é a concentração dos profissionais nos grandes centros urbanos. O que acentua um panorama de desigualdade na distribuição e no acesso ao atendimento. Também há disparidade no interesse e nas vagas para seguir carreira conforme a especialidade médica.
Em meio a tudo isso, o mercado de trabalho médico vem mudando rapidamente. E se adaptando também às transformações no sistema de saúde e educacional, bem como às inovações tecnológicas, como a telemedicina e a inteligência artificial.
Segmento em expansão
O mercado médico no Brasil apresenta um cenário dinâmico, com especialidades muito procuradas e outras que necessitam de mais profissionais. Uma das áreas que está em plena expansão, acompanhando os avanços tecnológicos e científicos globais, é o mercado de Genética Médica e Genômica. Segmento que vem se tornando uma peça-chave para a medicina moderna, com um impacto crescente em áreas como oncologia, doenças raras e farmacogenômica.
“Nos últimos anos, o acesso a tecnologias como o sequenciamento massivo paralelo aumentou o acesso a testes genéticos, tornando mais viável a identificação de doenças genéticas e abrindo portas para a medicina de precisão”, comentam Ida Vanessa Doederlein Schwartz, presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), pesquisadora e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Débora Gusmão Melo, secretária da SBGM e professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
De acordo com as médicas geneticistas, entre os principais temas de estudo da especialidade atualmente estão:
• Medicina de precisão: desenvolvimento de terapias personalizadas, especialmente em oncologia e doenças raras.
• Edição genômica: pesquisas com tecnologias como Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR) para corrigir mutações causadoras de doenças.
• Terapia gênica: técnica que consiste na introdução de genes saudáveis em células do paciente para corrigir genes disfuncionais ou inativos. Já tem sido utilizada para o tratamento de doenças, como a Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1.
• Farmacogenômica: estudos para entender como variações genéticas influenciam a resposta a medicamentos.
• Epigenética: investigação de como fatores ambientais podem modificar a expressão gênica sem alterar o DNA em si.
• Genética populacional: pesquisas que buscam compreender a diversidade genética da população brasileira, que é extremamente rica e complexa.
“Essas áreas não só ampliam o conhecimento científico, mas também têm implicações práticas importantes para a saúde pública”, destaca Ida Schwartz.
Apesar da relevância dos avanços nos estudos e possibilidades, a presidente da SBGM afirma que o número de profissionais especializados em Genética Médica e Genômica no Brasil é insuficiente, o que limita também o acesso da população a esses serviços. “Esse crescimento ainda enfrenta desafios, como a distribuição desigual dos serviços de genética médica no país e a falta de integração entre pesquisa, prática clínica e políticas públicas”, observa.
Para se ter ideia do cenário, atualmente existem apenas 12 programas de Residência Médica em Genética no país. E somente 36 serviços clínicos habilitados pelo Ministério
da Saúde na Política de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras no SUS. Ida Schwartz acredita que esse é um campo com grande potencial de expansão, tanto no setor público quanto no privado. No entanto, para isso, é essencial que haja mais investimentos na formação de recurso humano e infraestrutura dos serviços para atender à demanda crescente. “É um círculo: necessitamos de mais médicos geneticistas, mas necessitamos, também, que haja maior oferta de emprego para o médico geneticista. A oferta de empregos é um dos drivers na escolha da especialidade a ser seguida por um jovem recém-graduado”, analisa.
Do ponto de vista do ensino acadêmico, a professora Débora Gusmão Melo reconhece que há passos largos a serem dados. Isso porque a inclusão de conteúdos de alta especialização nos currículos médicos é limitada. “Para atender às demandas futuras, é fundamental que a genética médica e clínica seja tratada como uma disciplina essencial, integrando desde a graduação até a educação continuada”, defende. Mesmo com tantos desafios, ela vê um mundo cheio de oportunidades pela frente.
Oportunidades na saúde pública e suplementar
Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atestam que o Sistema Único de Saúde (SUS) atende a 75% da população brasileira – sendo assim um grande gerador de emprego para os médicos. A Saúde Suplementar, por sua vez, atende a 25% da população brasileira (aproximadamente 50 milhões de habitantes), e também é um grande mercado de trabalho para os médicos, principalmente para aqueles que se dedicam a empreender na prática privada.
“Os principais desafios são a elaboração de políticas públicas e privadas que melhorem as condições de trabalho e estimulem a ida dos médicos para o interior do país, a
incorporação das ferramentas digitais na assistência à saúde e o custeio dos novos medicamentos e equipamentos”, pondera o médico Luiz Henrique Picolo Furlan, que atua na área de Avaliação de Tecnologias e Valor em Saúde da Unimed Paraná.
Entre as potencialidades, Furlan menciona as possibilidades de novos modelos de cuidado médico, incluindo as ferramentas digitais, como a teleconsulta. Assim como a disponibilização de conteúdos de saúde na internet, em mídias sociais e blogs, e a utilização da IA para apoiar no processo de cuidado dos pacientes, dentro das regras da Lei Geral de Proteção de Dados. “Essas ferramentas poderão ampliar a atuação dos médicos para além dos limites geográficos locais. O novo campo de atuação também abrangerá os meios digitais, com o devido respeito à ética e o cuidado em relação à curadoria científica, em especial, para combater as informações falsas”, destaca.
Para alcançar o tão desejado equilíbrio entre a excelência na qualidade assistencial e um custo que a sociedade possa financiar, é necessário reduzir desperdícios do sistema de saúde, utilizar os recursos com racionalidade e aproveitar as tecnologias de informação para atuar preventivamente.
“Neste sentido, a Unimed Paraná vem desenvolvendo soluções e inovando nas áreas de gestão, tecnologia de informação, regulação em saúde, desenvolvimento de rede assistencial e gestão de cuidados em saúde, para apoiar as Singulares nos desafios a serem enfrentados e manter a sustentabilidade do modelo cooperativista”, conta Furlan.
Vale lembrar que o Sistema Unimed é o maior sistema cooperativo de médicos do mundo e conta, atualmente, com 339 cooperativas no Brasil, envolvendo 116 mil médicos cooperados e atendendo a quase 20 milhões de clientes da saúde suplementar. Com sua capilaridade pelo interior do país, cumpre sua missão de gerar trabalho e renda para os médicos e todos os profissionais envolvidos na saúde. No Paraná, são 23 cooperativas que atendem a 1,8 milhão de clientes.
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TV FOCO
Plano de saúde famoso entre os idosos surpreende o Brasil ao ter sua falência decretada.
O gigante chegou ao fim e deixou milhares sem assistência
Os planos de saúde desempenham um papel indispensável na vida de milhões, especialmente em um país onde, apesar da existência do SUS, a espera por consultas e exames pode ser longa e, até, inviável.
Entre os idosos, esse tipo de serviço é ainda mais valorizado, afinal, com o avanço da idade, cresce a demanda por atendimentos regulares, exames de rotina e tratamentos contínuos.
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Ter um plano de saúde, portanto, é uma necessidade que garante dignidade e segurança na fase mais delicada da vida. Contudo, quando esse serviço acaba de forma repentina, afeta vários clientes.
Conforme apurado pelo TV FOCO, foi exatamente isso que aconteceu com a All Saúde, até então considerada o plano número 1 entre os idosos com mais de 60 anos.
A operadora, que atendia mais de 35 mil usuários, sendo 80% desse público formado pelos 60+, decretou falência de forma repentina, deixando seus segurados sem qualquer respaldo.
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FOLHA VITÓRIA
Mirando 60 mil vidas, QualiSaúde investe R$ 13 milhões e quer chegar a mais dois estados
A empresa capixaba QualiSaúde – administradora de benefícios com presença em todo o Espírito Santo e em mais quatro capitais brasileiras: Aracaju, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador – acaba de investir R$ 13 milhões em automações, melhorias de plataformas e treinamentos com foco em expandir sua base de clientes, que hoje conta com 36 mil vidas. A meta agora é alcançar 60 mil vidas e expandir para o Rio de Janeiro e Brasília ainda em 2025.
Plano de expansão busca consolidar presença em mercados maduros
Ao longo do último ano, a empresa, que administra os produtos da operadora São Bernardo Saúde, cresceu 200% em vidas assistidas, chegando a 36 mil. A empresa foi fundada em Colatina, no Norte do estado, e trouxe sua sede para Vitória para expandir sua operação pelo Espírito Santo. Atualmente, atende a todo o estado e também atua no Sergipe, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador.
Agora, mirando chegar a 60 mil vidas, a empresa investiu R$ 13 milhões em automações, novos sistemas e melhorias de plataformas, além de treinamento e contratação de novos profissionais, segundo Flávio Cirilo, CEO da QualiSaúde.
“Mesmo sendo uma tendência nos últimos anos, a gente preza que o usuário não converse com robôs, em qualquer um dos nossos canais, seja pelo telefone, WhatsApp, aplicativo ou via e-mail. Então, se o usuário quiser, desde o primeiro momento ele pode ser atendido por diretamente um humano. Isso evita muitos erros que vemos pelo mercado e aumenta a satisfação do nosso cliente”, afirma.
Ainda em 2025, a empresa busca consolidar seu plano de expansão com a abertura em dois novos estados: Rio de Janeiro e Brasília – regiões que possuem mercado de saúde qualificado, de acordo com Cirilo.
“Esses dois estados já têm uma alta cobertura de plano de saúde. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, isso movimenta o mercado como um todo. Essas praças que já têm boa cobertura são oportunidades para oferecermos nossos serviços para clientes que já estão acostumados a ter plano de saúde. Nossa meta é expandir para o Rio de Janeiro e Brasília até o final deste ano”, completa o CEO.
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METROPOLES
Negligência: irmãos perdem rim em transplante e movem ação milionária
Complicações durante a cirurgia fizeram com que o rim fosse perdido poucas horas após o procedimento
O que era para ser um momento de esperança e recomeço acabou se transformando em um trauma duradouro para dois irmãos do interior da Paraíba. Após meses na fila do SUS aguardando um transplante renal, Genilson dos Santos acreditava que finalmente teria sua vida de volta ao receber um rim saudável do próprio irmão, José Enilson. Mas complicações durante a cirurgia fizeram com que o órgão fosse perdido poucas horas após o procedimento.
O transplante foi realizado em maio de 2022. Genilson entrou na sala cirúrgica às 10h da manhã. O prontuário eletrônico indicava que o anestesista escalado para o procedimento deveria permanecer até pelo menos 14h30. No entanto, documentos mostram que o mesmo médico constava como integrante da equipe de outra cirurgia iniciada às 10h30.
De acordo com Genilson, em determinado momento da cirurgia, a anestesia teria perdido o efeito. Ele relata ter recobrado a consciência e se movido na mesa, o que teria surpreendido a equipe médica. Um movimento brusco resultou em uma lesão e desencadeou uma hemorragia. O quadro evoluiu rapidamente para trombose, e o rim transplantado precisou ser removido.
Esperança frustrada
A cirurgia, que marcaria uma nova fase na vida dos irmãos, acabou sendo o ponto de partida de uma luta por justiça. O doador, antes saudável, passou a viver com um único rim e cuidados redobrados. Genilson, por sua vez, segue dependente de sessões de diálise três vezes por semana, viajando cerca de 130 km para receber o tratamento.
"Minha vida está prejudicada. Eu estava cheio de esperança. Depois de tanto tempo, a gente acreditava que tudo ia melhorar. Mas saí da sala de cirurgia com a mesma dor - e mais uma cicatriz", lamentou Genilson.
Hoje, ele vive com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), enquanto o irmão também enfrenta restrições para garantir a própria saúde.
Processo na Justiça
O advogado da família, Paulo Antonio Maia e Silva Júnior, afirma que houve negligência, especialmente do anestesista. "O profissional tinha a responsabilidade de permanecer na sala durante todo o procedimento. Não cabe ao cirurgião monitorar os níveis da anestesia. O erro, nesse caso, começa quando o anestesista divide sua atenção entre duas cirurgias ao mesmo tempo."
A família move um processo contra o hospital onde o transplante foi realizado e contra o médico responsável pela anestesia. Eles pedem R$ 2 milhões em indenização por danos físicos, emocionais e morais. A audiência de instrução e julgamento está marcada para o dia 10 de junho. A coluna procurou o hospital, que ainda não respondeu. O espaço segue aberto.
Histórico do anestesista
O anestesista envolvido já havia sido expulso da cooperativa estadual da especialidade meses antes do transplante. A decisão foi tomada após reincidência em condutas consideradas antiéticas. Entre os motivos, estava a insistência em realizar mais de um procedimento ao mesmo tempo, prática proibida pelas normas da profissão.
Denúncias anteriores apontavam que o profissional integrava grupos internos nos hospitais que restringiam a atuação de colegas fora desses arranjos, dificultando a livre concorrência e comprometendo a segurança do atendimento.
Segundo o advogado das vítimas, esse tipo de estrutura informal favorece o acúmulo de procedimentos por um mesmo médico, o que, além de antiético, compromete a qualidade da assistência prestada. "Não é possível estar em duas cirurgias ao mesmo tempo com o mesmo grau de atenção. Isso é inaceitável em qualquer área da medicina", afirmou.
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Assessoria de Comunicação