Postado em: 08/11/2023

CLIPPING AHPACEG 08/11/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Piso da enfermagem: TST recusa proposta para pagamento no setor privado

Lucro líquido da Rede D'Or cresce 75% no 3º trimestre

Planos de saúde e a obrigação da cobertura de medicamento prescrito de valor elevado

Hospital das Clínicas seleciona médicos temporário para 12 especialidades

PEC do Plasma traz riscos ao SUS, dizem professores da USP

Mulher para em UTI após exagerar em exercício; médica explica riscos

2° maior fator de risco para demência, hipertensão não é controlada por 2/3 dos diagnosticados no país

Grupo Santa Joana investe em ensino e pesquisa e inaugura Faculdade



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Piso da enfermagem: TST recusa proposta para pagamento no setor privado

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) não aceitou, nesta terça-feira (7/11), a proposta apresentada pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para a implantação do piso da enfermagem no setor privado.

A entidade sugeriu um parcelamento de 24 a 36 meses dos salários, como adiantou o JOTA, durante uma reunião realizada nesta terça-feira (7/11). Em nota divulgada, o TST informou que, em razão da negativa, a proposta não será apresentada aos representantes dos trabalhadores.

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Após a reunião, a entidade solicitou prazo para apresentar uma nova proposta capaz de atender a ambos os interesses e implantar o novo piso nacional da categoria. Ela deve ser apresentada no dia 17/11, e depois de analisada pelo TST. Novas reuniões podem ser marcadas com os trabalhadores e o setor privado.

Entenda

Presidida pelo vice-presidente do Tribunal, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, a reunião marcada após um pedido da CNSaúde, que solicitou auxílio do TST para destravar as negociações relacionadas ao pagamento dos novos salários da categoria.

Em acórdão publicado em 25 de agosto, o STF definiu que, em 60 dias, patrões e funcionários do setor privado devem realizar negociação coletiva para a implementação do piso salarial para a iniciativa privada. Se não houver acordo, prevalece o valor legal do piso da enfermagem - R$ 4.750 para os profissionais de enfermagem; R$ 3.325 para os técnicos de enfermagem e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.

Em seu pedido de auxílio, a CNSaúde, que representa hospitais e clínicas privadas, justificou que a conciliação é necessária devido a dificuldade de chegar a acordo com os trabalhadores após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), publicada em 25 de agosto.

A CNSaúde argumenta que há uma "atuação nacional coordenada" das organizações que representam os trabalhadores para "procrastinação das tratativas" sobre o piso da enfermagem, no intuito de deixa vencer o prazo de 60 dias sem negociação concluída - mantendo, assim, os valores antes estabelecidos por lei.

"Ambas as situações caracterizam tensões no ambiente negocial e a descacterização de um dos primados volitivos deste expediente tão caro não só à Justiça do Trabalho como também à Organização Internacional do Trabalho (OIT), porque a coação subliminar de subjugar um dos negociadores, no caso os empregadores da saúde, não reflete iluminada dimensão atribuída à negociação coletiva", reclamou a Confederação.

Os trabalhadores justificam a falta dos acordos. De acordo com eles, as propostas apresentadas sugerem prazos longos para recebimento dos novos valores. O problema, continuam, é enfrentado desde o começo das negociações. Além disso, cada estado tem se manifestado de forma distinta contra o não pagamento. "Temos sindicatos que optaram pela judicialização, outros vão fazer paralisações e alguns querem já marcar greve. Ainda não temos uma decisão nacional, vamos aguardar o que será discutido no encontro com o TST", afirmou Valdirlei Castagna, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (NCTS).

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Lucro líquido da Rede D'Or cresce 75% no 3º trimestre

A Rede D'Or, a maior operadora independente de hospitais do Brasil, registrou lucro líquido de R$ 760,3 milhões no 3º trimestre de 2023. Houve um crescimento de 74,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o valor fechou em R$ 435,4 milhões.

A receita líquida fechou o período em R$ 12 bilhões. Os resultados financeiros do intervalo de julho a setembro foram divulgados nesta 3ª feira (7.nov.2023). Eis a íntegra do relatório com os dados (PDF - 3 MB).

O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,1 bilhões e registrou crescimento de 9,3% em 1 ano.

A Rede D'Or incorporou a Sul América S.A., a SulAmérica, em dezembro de 2022. Os resultados da empresa adicionada estão incluídos no resultado.

Só a SulAmérica (R$ 6,95 bilhões) rendeu uma receita líquida maior que a Rede D'Or (R$ 6,50 bilhões).

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PORTAL AB

Planos de saúde e a obrigação da cobertura de medicamento prescrito de valor elevado


O tratamento de qualidade ao câncer, por vezes, é garantido àqueles que são beneficiários de convênios privados, ante a precariedade para tanto do sistema público de saúde e a supressão assistencial estatal. Todavia, o segurado ao plano de saúde, pode ser impedido de ter acesso ao procedimento prescrito por médico para intervenção à cura da patologia.

Recentemente, a Sulamérica negou cobertura ao custeio de tratamento ao câncer em metástase de sua beneficiária, alegando a ausência de previsão contratual sob a égide de que existiam outras terapias a serem desempenhadas em favor da doença, cujo procedimento determinado pelo profissional médico para combater o câncer em seu estágio terminal, "não poderia ser autorizado por não atender as normas da ANS.

" Dada a negativa e ausência de resolução através das esferas administrativas-extrajudiciais, a juíza da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, determinou, em caráter liminar, a autorização e concessão ao tratamento inerente à beneficiária: o custeio do medicamento Alfinitor por parte do convênio de saúde e a respectiva introdução por meio da quimioterapia, sob pena de multa diária em caso de descumprimento.

A rigor, as despesas decorrentes do uso do medicamento recomendado pelo profissional médico para combate ao câncer em estágio terminal e levada as características da paciente, o Alfinitor 2,5 mg, Novartis, passaram a ser custeadas pelo plano de saúde, cujo valor mensal do medicamento determinante para o tratamento se resumiu a mais de R$ 23 mil.

Urge esclarecer, que um dos pressupostos para que a operadora não seja obrigada a arcar com o pagamento de tratamento não constante do rol da ANS é demonstrar que existe, para a cura do paciente, outro procedimento igualmente eficaz, efetivo e seguro já incorporado a ele.

Tal, contudo, não foi feito. A Sulamérica não comprovou haver outro meio seguro para garantir o tratamento da beneficiária, que não fosse o uso do medicamento nos moldes em que prescrito, restando absolutamente claro que a terapia indicada era a mais indicada para o quadro de saúde da segurada, sobretudo pela comprovação da autora nos autos - à luz das ciências da saúde, baseada em evidências científicas - e que o uso do medicamento determinado seria a terapia mais adequada ao enfrentamento do câncer.

Nesse cenário, foi o caso de o Poder Judiciário excepcionar a taxatividade do rol da ANS e confirmar a utilização do tratamento prescrito fora do que permitia a autarquia, a fim de garantir o tratamento mais adequado, sobretudo mais eficaz, a partir do uso do medicamento Alfinitor à usuária do plano de saúde.

Na ocasião, ante a injustificada recusa ao tratamento e a indisponibilização do medicamento, o Tribunal reconheceu a violação dos direitos de ordem moral da beneficiária, e condenou, ainda, o plano de saúde a indenização de danos morais, que foram arbitrados em R$ 10 mil. Além disso, a seguradora pagou à autora, multa pelo descumprimento da ordem judicial, ante os dias de atrasado em fornecer o fármaco.

De mais a mais, não cabe à seguradora definir qual o meio a ser utilizado para o seu tratamento, inclusive para fins de averiguação e origem da doença, assim como a terapia que deve ser adotada para fins de cobertura. Anota-se que toda e qualquer medida tendente a minimizar ou eliminar a doença relacionada deve ser coberta, sob pena de inviabilizar a própria fruição do plano contratado, devendo ser considerada abusiva toda cláusula que exclui de sua cobertura procedimento cuja moléstia encontra-se acobertada

Por óbvio, há uma defasagem entre a prescrição médica e a cobertura oferecida pelas seguradoras. Além disso, considerando-se a especificidade de doenças, a cura, ou a chance de sobrevida do paciente, com dignidade, é feita utilizando-se drogas e meios cada vez mais recentes, devendo de ser respeitada a prescrição do profissional que cuida do enfermo.

O consumidor que procura pelo sistema privado de planos de saúde visa a contar com serviços melhores, pagando alto preço por isto, de forma que não se deve permitir que as seguradoras ofereçam seus produtos como se o consumidor possuísse garantia de acesso a todo e qualquer tratamento, iludindo-o, quando, na verdade, poderá se deparar com a negativa de cobertura ao buscar procedimentos mais avançados e custosos. O pior se dá quando, indicado tratamento por determinação médica e o consumidor, lutando pela vida ante o estágio terminal que a doença se encontra, se depara com a negativa injustificada da seguradora.

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A REDAÇÃO

Hospital das Clínicas seleciona médicos temporário para 12 especialidades

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) vai selecionar  médicos temporário para doze especialidades. O contrato, com duração de dois anos, será feito com base em um Processo Seletivo Público Simplificado, cujo prazo de inscrição segue até às 23h59 desta quarta-feira (8/11) - além de análise curricular.

A carga horária é de 24 horas semanais e o salário, de R$ 10.463,79. Há vagas para médicos psiquiatra, reumatologista pediátrico, cirurgião pediátrico, otorrinolaringologista, coloproctologista, médico do trabalho, clínico geral, cancerologista clínico, endocrinologista pediátrico e cirurgião torácico. Inscrições e informações estão disponíveis no site do HC-UFG

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OLHAR DIGITAL

PEC do Plasma traz riscos ao SUS, dizem professores da USP


O plasma sanguíneo, que representa cerca de metade do volume do sangue, é fundamental para o transporte de nutrientes, sais minerais e proteínas pelo corpo. Além disso, é utilizado na fabricação de medicamentos hemoderivados para tratar uma variedade de doenças.

Atualmente, a produção desses remédios é feita exclusivamente pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás). Contudo, um Projeto de Emenda Constitucional (PEC 10/2022), aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, planeja abrir o processo de coleta de plasma para a iniciativa privada.

O professor Fernando Aith, da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, destaca que a principal finalidade da PEC é permitir a venda do plasma para uso privado e para a produção de medicamentos.

Conforme Aith explica, os defensores do projeto argumentam principalmente que:

O Brasil não dispõe de infraestrutura industrial para processar todo o plasma coletado;

Como resultado, uma porção desse plasma é atualmente descartada, representando um desperdício de recursos que poderia ser aproveitado pelo setor privado.

Comercialização do plasma

No entanto, a Hemobrás foi estabelecida com o propósito de processar o plasma e fabricar hemoderivados para distribuição gratuita no mercado nacional.

Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista e professor da Faculdade de Saúde Pública, ressalta que a questão central associada à aprovação da PEC é a comercialização do plasma.

No passado, quando nós fizemos a primeira Política Nacional do Sangue e proibimos a remuneração de doação de sangue total, nós estávamos justamente tentando acabar com esse comércio. É a partir desse ponto que veio a proibição constitucional da remuneração do sangue.

Vecina Neto afirma que a PEC, embora tenha justificativas válidas, não está formulada de maneira adequada para atingir seu objetivo de aumentar a oferta de plasma para a produção de hemoterápicos.

A PEC teria que ser escrita de uma outra maneira e não falar em remuneração da doação. Eventualmente, poderia falar em pagamento de alguma ajuda de custo para o doador e estabelecer limites para doações.

Efeitos da iniciativa privada

A introdução desse recurso na iniciativa privada teria como resultado a diminuição do estoque de plasma disponível para o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Hemobrás.

Segundo Fernando Aith, isso poderia levar a um aumento nos custos desse produto devido à concorrência entre o SUS e o setor privado, uma vez que o plasma já está em disputa no mercado internacional.

Se já existem problemas de custo com a compra e a distribuição de hemoderivados no Brasil com o plasma gratuito, fruto da solidariedade para distribuição no mercado interno nacional, imagina quando isso virar uma disputa de mercado.

Vecina Neto sugere que a proposta pode aumentar as desigualdades, já que envolve doações remuneradas de plasma, afetando especialmente as pessoas de menor renda que teriam dificuldades em repor as proteínas doadas.

Quem tem recursos vai continuar tendo acesso facilitado a esses importantes insumos e produtos; e quem não tem acesso ao mercado privado, que são 150 milhões de brasileiros, vai continuar dependendo dos modelos derivados distribuídos pelo SUS, que vão reduzir em quantidade.

Ao reduzir o número de doadores, consequentemente, haveria uma diminuição do volume de hemácias disponíveis no sistema de saúde público.

Indústria internacional

É importante destacar que o Brasil ainda conta com a indústria internacional para o processamento de plasma e hemoderivados, porém, há anos, tem se empenhado na busca pela autonomia por meio de uma política industrial.

A Hemobrás foi criada para isso e está entrando em fase de produção. O desenvolvimento, o investimento e a ampliação da Hemobrás, ou a criação de outras indústrias nacionais voltadas ao processamento, seriam a política correta a ser adotada para melhorar esse cenário. Fernando Aith

Por fim, o especialista destaca que a proibição da venda de sangue na Constituição Federal de 1988 visa promover doações solidárias, garantindo tratamento adequado ao doador e a confiabilidade do material para o receptor.

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METRÓPOLES

Mulher para em UTI após exagerar em exercício; médica explica riscos

O relato de uma mulher que foi parar na UTI após "exagerar" em uma aula experimental de viralizou nas redes sociais - até o momento, acumula mais de 45 mil curtidas no TikTok (assista aqui). Aos 25 anos, Kamila Rigobeli chegou a ser hospitalizada após apresentar sintomas de rabdomiólise. Mas, o que isso significa?

"É uma doença causada por lesão de fibras musculares. A lesão da musculatura gera liberação de grande quantidade de uma proteína chamada mioglobina no sangue que pode levar à disfunção renal", explica a endocrinologista do Hospital Brasília Unidade Águas Claras, da rede Dasa, Isabela Carballal.

No vídeo publicado por Kamila, a jovem conta que o caso ocorreu depois que ela foi fazer a aula de pela primeira vez com uma amiga. Relata, ainda, que começou a sentir desconforto ainda durante o treino e que, três dias depois, não conseguia mais ficar em pé e começou a urinar um líquido preto. Ao procurar ajuda médica, precisou ser hospitalizada na UTI porque os níveis de toxina liberada pela lesão muscular eram altíssimos.

O excesso de atividade física é apenas uma das causas da rabdomiólise, como explica a médica Isabela Carballal. Ainda é possível destacar, como motivo, lesão muscular por trauma, por exemplo, no caso de acidentes que levam a esmagamento de músculos; doenças endocrinológicas, como hipertireoidismo descompensado; medicamentos; crises convulsivas; uso de drogas ilícitas e doenças genéticas.

"As principais manifestações de sintomas são dor muscular intensa acompanhada de fraqueza e urina escura que acontece devido ao excesso de mioglobina na urina", detalha Carballal.

O tratamento, por sua vez, deve ser iniciado o mais rápido possível devido ao risco de insuficiência renal e necessidade de hemodiálise. "O tratamento consiste em hidratação venosa vigorosa inicialmente e podemos lançar mão de medicações para ajudar a eliminar o excesso de mioglobina e impedir as complicações possíveis", acrescenta a endocrinologista.

Sinais de alerta

Dentro do "grupo de risco" da doença, estão homens com baixa aptidão física, com excesso de peso; pessoas em pós-operatório (principalmente de cirurgias longas); pessoas que fazem uso de drogas ilícitas ou de medicações para colesterol; atletas que praticam exercícios físicos extenuantes e vítimas de trauma.

Contudo, pessoas sedentárias também exigem cuidado e atenção, conforme pontua Larissa Pacheco, CEO de estúdio de .

"As pessoas sedentárias iniciam a prática de exercícios muito tarde e não levam em consideração o tempo que passaram sem ter estímulos. Além disso, normalmente, elas começam a praticar pelo fator "estético", querendo acelerar o processo, sem respeitar a evolução da atividade, e acabam colocando a própria vida em risco", explica.

Larissa chama a atenção para a importância de ter um profissional por perto para orientar e acompanhar a prática da atividade física e de sempre respeitar os limites do próprio corpo.

"É importante que a pessoa busque por profissionais e locais qualificados para tentar evitar isso, além de começar o exercício de forma leve e crescente. No caso de aulas coletivas, é necessário que os profissionais auxiliem o aluno que está começando, para que ele entenda os próprios limites. E o mais importante, quanto maior o tempo de vida ativa, menor o risco de passar por situações como essa. A vida ativa e equilibrada é sempre melhor que o sedentarismo, basta saber começar e ter constância nos treinos", afirma.

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FOLHA.COM

2° maior fator de risco para demência, hipertensão não é controlada por 2/3 dos diagnosticados no país


A hipertensão arterial é o segundo principal fator de risco modificável para demência. Apesar disso, quase 7 em cada 10 (66%) brasileiros com diagnóstico de pressão alta não fazem o controle da doença. O alerta sobre a falta de tratamento adequado da doença crônica e das suas consequências foi abordado no mês passado na capital paulista no 1º Big Data Abraz - a sigla se refere à Associação Brasileira de Alzheimer. Na ocasião, foi divulgada a estimativa de que o país acumula 1,7 milhão de pessoas com 60 anos ou mais com algum tipo de demência - o equivalente a 6% da população nessa faixa etária. Só o Alzheimer corresponde a 55% desses casos (966.594). Outros dados apresentados indicaram o risco da hipertensão e, sobretudo, da falta de controle da condição.

Ao todo, estima-se que 38 milhões de adultos têm pressão alta - cerca de um quarto da população com mais de 18 anos. Considerando só a condição, sem levar em conta se ela está sendo controlada ou não, projeta-se que ela aumente em 72% a taxa de mortalidade por demência em dez anos. Além disso, a condição pode elevar o risco de desenvolver demência em até 45%, na faixa etária de 50 a 75 anos, conforme pesquisa publicada no fim de 2022 e cujos dados também foram abordados no evento em São Paulo. Entre os autores do trabalho está a professora de geriatria na FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) Claudia Suemoto. Esse estudo também aponta que 48% dos casos de demência no país são atribuídos a fatores modificáveis, ou seja, não são genéticos e podem ser alterados, por exemplo, com mudança no hábito de vida. O primeiro deles é a escolaridade (7,7% de prevalência) e o segundo, justamente a hipertensão arterial (7,6%).

A alteração desses fatores, ainda de acordo com a pesquisa, pode diminuir em até 54% os casos de demência em locais pobres. Contudo, 25 milhões dos hipertensos, a maior parte do contingente, não seguem as indicações médicas para manter a condição sob controle. "Mesmo em indivíduos mais jovens que fazem o diagnóstico precoce e o controle, a pressão alta aumenta o risco de demência", afirma a cardiologista Erika Campana, professora adjunta do Departamento de Doenças do Tórax da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e especialista da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia). "E, infelizmente, temos só um terço dos hipertensos controlados. Muitas vezes quando faz o diagnóstico tardio já não é mais possível frear o processo." Para Campana, o caráter assintomático da hipertensão é a principal barreira para o controle. "Ele é muito importante, porque leva a uma percepção de que não tem nada acontecendo, principalmente porque os sintomas mais graves podem surgir em um intervalo de médio a longo prazo." Segundo Polyana Piza, neurologista e coordenadora do Programa de Especialidades Clínicas do Hospital Israelita Albert Einstein, há uma correlação entre as doenças neurodegenerativas e doenças crônicas, como hipertensão.

"Vemos nos pacientes hipertensos crônicos as alterações cognitivas típicas de demência vascular ou Alzheimer antes do que seria o esperado, ou seja, a hipertensão é um fator de risco para demência e é também um estressor, ela piora o quadro neurodegenerativo." Por isso, é importante mapear quanto antes a prevalência de hipertensão, mesmo nos mais jovens, para evitar esse possível declínio cognitivo no futuro. "No início, a pressão alta não costuma apresentar os sintomas clássicos, o que pode ser um fator determinante para as pessoas buscarem ajuda", afirma ela. Foi o caso do corretor de imóveis Francisco Nóbrega. Ele tinha apenas 43 anos quando sofreu um infarto, em junho do ano passado. Na véspera, tinha passado o dia no mar surfando, seu esporte preferido. Ao chegar ao hospital, sua pressão estava em 240 por 140 mmHg (considerada bem acima do normal, de 120 por 80). "Antes disso, não tinha nenhum problema de saúde.

Fui ao hospital uma vez com pressão alta [140 por 100 mmHg], mas os médicos disseram eu tinha abusado no fim de semana, comido muito churrasco, tomado cerveja. Mas, depois que você sofre [o infarto], vê a vida com novos olhos", conta. Em sua família, os pais eram hipertensos e um tio e um avô também sofreram infartos jovens, com idades entre 45 e 55 anos. Piza, do Einstein, afirma que recentemente diversos estudos buscaram compreender melhor quais seriam as causas que levam à associação da hipertensão com o risco neurológico. De acordo com ela, existe uma barreira chamada hematoencefálica, que atua como um "filtro" das substâncias que entram no cérebro via corrente sanguínea. "Essa proteção existe porque o cérebro é muito vulnerável a toxinas. Substâncias tóxicas para o organismo em um nível muito menor já são prejudiciais ao sistema nervoso central [que inclui o encéfalo e a medula espinhal].

Por isso, existe essa barreira", afirma. "Em indivíduos hipertensos crônicos, porém, há a quebra dessa barreira, por causa da pressão arterial, danificando as células do sistema nervoso precocemente e levando à perda cognitiva." Outra forma de a pressão alta acelerar o declínio cognitivo é sua associação com as doenças cardiovasculares, em especial os AVCs (acidentes vasculares cerebrais). De acordo com a neurologista, há uma diferença entre a demência de origem neurodegenerativa, que inclui o Alzheimer, e a demência vascular. "A demência vascular se origina de pequenos AVCs isquêmicos [quando há obstrução de uma artéria cerebral] que, em uma quantidade difusa, acabam interferindo na cognição. E, no paciente que tem alteração vascular, mesmo sem ter sofrido AVC, mas com alteração da parede do vaso, a gente chama de leucoaraiose, ou a doença da substância branca que, em grande quantidade, também leva a alterações cognitivas significativas", explica.

O aumento da prevalência de alguns outros fatores de risco, como obesidade e diabetes, especialmente nos jovens e nas mulheres, também preocupa. "Os próprios AVCs têm relação com hábitos de vida. Diabetes, pressão arterial, obesidade, colesterol alto, eles caminham juntos. Então é preciso pensar em uma reeducação na parte do estilo de vida", afirma Piza. De acordo com as especialistas, esses fatores podem ser evitados com o controle da hipertensão por meio da medicação e do monitoramento. "Pensando no contexto do tratamento mesmo, o nosso grande gargalo é convencer o paciente de que ele tem que fazer o tratamento contínuo, o monitoramento diário e a mudança de hábitos de vida", avalia Campana. O principal motivo para os pacientes não aderirem ao tratamento, segundo um estudo recente apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia, nos dias 25 a 28 de agosto em Amsterdã, foi o esquecimento, relata Campana.

O segundo, não sentir nada. "É importante observar esses resultados porque muitos dos pacientes, ao serem perguntados porque não contavam ao médico sobre o esquecimento, respondiam que não queriam incomodar o médico, ou tinham medo de levar uma bronca", relata a médica. Nóbrega monitora a pressão todos os dias, além de tomar medicação para controle. Segundo ele, é importante não deixar de fazer exames regularmente para detectar qualquer alteração precocemente. "A hipertensão, ela é silenciosa, não te dá um aviso antes. E é um negócio que quando vem, é de uma vez só."

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SAÚDE BUSINESS

Grupo Santa Joana investe em ensino e pesquisa e inaugura Faculdade

Após conquistar nota máxima no MEC, o Grupo Santa Joana, - que conta com os hospitais e maternidades Santa Joana, Pro Matre Paulista e Santa Maria – inaugura a Faculdade Santa Joana, localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo, e lança seu primeiro curso de graduação presencial na área da saúde, o de Enfermagem. As inscrições para o vestibular 2024 já estão abertas e a realização das provas será em dezembro próximo.

Fundada com o objetivo de qualificar e capacitar interessados em cursos técnico, de graduação e pós-graduação em diferentes especialidades da saúde, além do curso de graduação em Enfermagem, a Faculdade, que já nasce com experiência de mais de 80 anos e a reputação de excelência do Grupo Santa Joana, irá abrigar um novo curso pioneiro de pós-graduação em Anestesia Obstétrica, e os já existentes cursos de pós-graduação em Neonatologia e de técnico em Enfermagem. O corpo docente da Faculdade inclui profissionais do Grupo Santa Joana e convidados, todos com vasta experiência acadêmica e renomados em suas áreas de atuação, que ministram aulas com equilíbrio entre teoria e prática aproveitando toda a infraestrutura hospitalar da rede.

O curso de graduação em Enfermagem será noturno com turmas de 50 alunos e duração de quatro anos (oito semestres), com novo processo seletivo a cada semestre. Os alunos farão estágio obrigatório nos hospitais do Grupo Santa Joana ou instituições parceiras, tanto privadas quanto da rede pública municipal, o que contribui para a formação de profissionais ainda mais bem preparados para todo o mercado e com competências desde a atenção primária até tecnologias de ponta.

Estrutura

Outro atrativo é que os alunos têm à sua disposição toda a estrutura do Grupo Santa Joana que tem o compromisso social de disseminar o conhecimento conquistado ao longo de mais de 80 anos de atuação, além da excelência médica e clínica dos profissionais da Instituição para a sala de aula e personalização no processo de aprendizagem com foco no cuidado centrado na pessoa e na segurança do paciente. É uma forma de atrair e reter profissionais com formação de alta qualidade em um momento importante que o setor de saúde atravessa, e ainda com grandes chances de seguir carreira em uma instituição que é referência.

A estrutura da Faculdade irá contar com o apoio das salas equipadas com instrumentos de ensino de última geração do Centro de Simulação Realística do Grupo Santa Joana, criado em 2015, e que possibilita que equipes multidisciplinares treinem os alunos a como agir de maneira coordenada no dia a dia e em situações extremas. Para se ter uma ideia, por exemplo, o Centro conta com manequins de alta fidelidade de adulto, recém-nascido e prematuro, que respondem fisiologicamente às mais diversas e adversas situações clínicas reais, além de robôs que simulam as reações do corpo humano e salas equipadas para anatomia, semiologia e semiotécnica (adulto e criança). No início de 2023, o Centro recebeu a certificação do SESAM - Society for Simulation in Europe, tornando-se o primeiro Centro acreditado na América do Sul.

A Faculdade também irá compartilhar dos recursos humanos e tecnológicos do Grupo Santa Joana, cuja área de ensino da Instituição caminha lado a lado com as tendências do mercado de saúde, pesquisa e inovação: como o Centro de Estudos Santa Joana, que foi criado há mais de 25 anos e também está localizado no bairro do Paraíso (SP), e da Escola de Ciências da Saúde, criada em 2019. A estrutura da Escola de Ciências da Saúde Santa Joana foi projetada para oferecer ao aluno o que há de mais moderno e inovador para o desenvolvimento de atividades de ensino e aprendizagem, incluindo a metodologia de simulação realística; biblioteca, centro de leitura, sala multimídia e laboratório de informática; além de laboratório de procedimentos de enfermagem.

“A iniciativa surge para atender às necessidades da formação de profissionais qualificados e de forma humanizada, contribuindo com a melhora dos serviços prestados à sociedade, além de reforçar a frente estratégica do Grupo Santa Joana no investimento contínuo na geração de conhecimento nas áreas de Ensino, Pesquisa e Inovação”, explica a Dra. Ligia Mathias, diretora da Faculdade Santa Joana.

A expectativa é que, a partir do segundo semestre de 2024, a Faculdade Santa Joana comece a funcionar em um novo prédio na Rua Vergueiro, na região da Liberdade em São Paulo, assim como a Instituição passe a contar com novos cursos de graduação na área da saúde para ampliar o leque de possibilidades de formação de novos profissionais para o setor.

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Assessoria de Comunicação