Postado em: 10/06/2022

CLIPPING AHPACEG 10/06/22

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil é confirmado em São Paulo

Hospitais particulares registram alta de 94% dos casos de coronavírus

Sobe taxa de ocupação de UTIs em GO e PE

Seguros Unimed cria fundo para hospitais próprios

Hapvida registra mais de 1,5 milhão de teleatendimentos no Brasil

Efeito colateral: pandemia faz explodir no Brasil mercado de seguro de vida

Planos de saúde: Pacientes vivem indefinição sobre tratamentos após decisão do STJ

Médicos reclamam de falta de estrutura para aborto legal; paciente relata preconceito em hospital

Projetos para ampliar cobertura surgem no Congresso

Modelo de planos de saúde esgotou, mas há novas opções aos consumidores

Ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, enxerga CPI da Saúde com tranquilidade e diz que a pasta possui transparência

Instauração e revogação de CPI causam desconfortos na Assembleia Legislativa de Goiás

Rol taxativo da ANS deve aumentar pressão de judicialização do SUS, diz especialista

Hospital Estadual da Criança e do Adolescente é escolhido para receber medalha na Câmara dos Deputados

AGÊNCIA ESTADO

Primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil é confirmado em São Paulo

O Estado de São Paulo confirmou nesta quinta-feira (9/6) o primeiro caso da varíola dos macacos no Brasil. O paciente é um homem de 41 anos, que mora na capital paulista e tem histórico de viagem para Portugal e Espanha. Ele está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e, segundo a secretaria estadual de Saúde, "em bom estado clínico".

Todos os contatos do paciente nas últimas semanas estão sendo monitorados pelas equipes de vigilância, segundo a pasta estadual. A confirmação de que o paciente estaria infectado pela varíola dos macacos foi feita pelo Instituto Adolfo Lutz, após realização de diagnóstico diferencial de detecção por RT-PCR do vírus Varicela Zoster (com resultado negativo) e análise metagenômica do material genético, quando então foi identificado o genoma do Monkeypox vírus.

monkeypox

Imagem de microscópio eletrônico mostra sinais da varíola dos macacos em uma amostra de pele humana. Um segundo caso suspeito da doença, também no Estado, é acompanhado desde a semana passada pelo Centro de Vigilância Epidemiológico (CVE) estadual e a pela Prefeitura de São Paulo.

A paciente é uma mulher de 26 anos, que também mora na capital paulista. Ainda na véspera, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que ela está internada em um hospital público, apresenta quadro clínico estável e não tem histórico de viagem recente nem de contato com casos suspeitos, a princípio. 

Até a última quarta-feira, o Brasil acompanhava oito casos suspeitos da doença, nos Estados de São Paulo, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia. 

O primeiro caso europeu da varíola dos macacos foi confirmado ainda em 7 de maio, em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a doença é endêmica. Desde então, países como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos. 

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FOLHA DE S.PAULO

Hospitais particulares registram alta de 94% dos casos de coronavírus

Pesquisa com unidades de ponta mostra aumento da taxa de ocupação de pacientes com a doença

Cláudia Collucci

são paulo Hospitais privados de todo o país registraram aumento médio de 94% dos casos de Covid-19 nas últimas duas semanas, mostra pesquisa inédita da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) com 21 instituições.

Dos atendimentos feitos nos prontos-socorros, 4,5% tem gerado internação. Dos hospitalizados, pouco mais de um quarto (28%) precisa de terapia intensiva.

A alta de casos tem reflexo na taxa de ocupação dos hospitais. Em abril, segundo a pesquisa, estava em 77,5%. No fim de maio, atingiu 84%. A Anahp reúne 135 instituições, entre elas Albert Einstein, Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz, todos em São Paulo.

"O momento é de atenção. Há um aumento claríssimo das internações, e os hospitais estão tendo que ampliara destinação de leitos para Covid. Não há ainda uma situação preocupante de UTIs, mas, em relação às semanas anteriores, essa foi a de maior preocupação", afirma Antônio Britto, diretor-executivo da Anahp.

O crescimento de casos têm levado os hospitais a ampliar o número de leitos de isolamento, a remanejar procedimentos de pacientes com testes positivos para o coronavírus e até "pisar no freio" de cirurgias eletivas.

O Hospital Israelita Albert Einstein, por exemplo, voltou a reservar 114 leitos para a Covid, que já estavam desocupados com queda dos casos nos meses anteriores. "Agente aprendeu a ser flexível e ágil na reconfiguração reconfiguração das unidades de internação. Transforma em Covid, depois em não Covid conforme a necessidade", diz Miguel Cendoroglo Neto, diretor superintendente da instituição.

Na primeira onda, o hospital teve 186 pacientes internados com Covid-19. "Parecia impossível lidar com esses 186. Na segunda onda, a gente bateu em 305". Na terça (7), o Einstein tinha 72 pacientes internados, desses 54 em apartamentos e 18 em UTIs e unidade semi-intensiva.

Segundo Cendoroglo, o sal do de leitos ainda é "positivo", mas o hospital decidiu segurar um pouco alguns procedimentos cirúrgicos eletivos. "(Em meses anteriores] Chegamos a ter dez pacientes internados com Covid. Como agora passamos dos 70, é de se esperar que haja um pouco de dificuldade de acomodação", afirma.

No Hospital Sírio-Libanês, também houve uma readequação dos leitos que já tinham sido desativados para a Covid. Segundo o hospital, nesta terça, 43 pessoas estavam hospitalizadas com a doença, seis delas na UTI.

Há duas semanas, no dia 24 de maio, eram 22 internados, quatro na UTI.

Na Rede de Hospitais São Camilo são 31 pacientes internados com Covid-19, contra oito no dia 15 de maio.

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o maior impacto até agora tem sido no pronto atendimento. Em quatro se manas, do início de maio até agora, dobrou o número de pessoas com sintomas respiratórios, de 160 para 320. A ta xa de positividade dos testes para Covid passou de 30% para 60% nesse período.

Na quarta-feira (8), havia 41 pacientes hospitalizados com Covid, dos quais 11 na UTI. No dia 8 de maio, eram cinco internados no total. O hospital tem 32 leitos de apartamento e 14 de UTI dedicados à Covid, mas pode ampliar o número conforme a demanda, segundo José Marcelo Oliveira, diretor-presidente do Oswaldo Cruz. A taxa média de ocupação atual é de 90%

Os pacientes imunossuprimi dos e os mais velhos são os grupos que têm apresentado um maior grau de gravidade. "Entre eles a gente sabe que a efetividade da vacina é menor", afirma o infectologista Felipe Piastrelli, do serviço de controle de infecção hospitalar.

O Oswaldo Cruz tem registrado adiamentos de algumas cirurgias eletivas devido à confirmação da Covid nos pacientes. Até o início de maio, 0,5% dos pacientes assintomáticos que faziam teste de Covid antes de cirurgias agendadas tinham resultado positivo. Agora, a taxa pulou para 1,5%.

Para o gestor do Oswaldo Cruz, o momento é de atenção porque a curva de casos subiu muito rápido nas últimas quatro semanas. "E não estamos vendo platô ainda. Não sabemos em que momento da curva estamos. Ninguém sabe."

A notícia alentadora é que, no geral, a situação dos internados está menos grave do que nas ondas anteriores, segundo Cendoroglo, do Einstein. "O tempo médio de permanência no hospital caiu muito. Era pouco mais de dez dias em março de 2021, depois passou para sete dias no pico da ômicron, em janeiro, e agora está em quatro dias. Está muito próximo dos pacientes não Covid"

Essa constatação está levando o hospital a revisar todas as internações e avaliar se elas realmente foram necessárias.

Metade dos pacientes inter nados na terça no Einstein tinha acima de 60 anos. Do to tal, 85% se autodedararam vacinados contra a Covid com pelo menos uma dose, 13,9% disseram que não foram imunizados e 1,4% não tinha registro no prontuário. A idade média é de 52 anos, o que reforça a necessidade da quarta dose às pessoas acima de 50 anos.

Cendoroglo afirma que, em geral, pacientes não graves de Covid-19 são candidatos à internação quando estão muito prostrados e precisando de hidratação. "Por isso têm alta logo, precisam muito menos de oxigenoterapia." Inflamações e infecções de garganta têm sido sintomas clássicos.

Segundo Vanessa Teich, superintendente de economia da saúde do Einstein, outros dados reforçam essa diminu ição da gravidade. Em março de 2021, dos 750 internados no Einstein, 52% foram para UTI ou para semi-intensiva e quase 20% precisaram de ventilação mecânica. A taxa de mortalidade foi de 7,s%.

Em janeiro deste ano, das 720 internações, 28% foram para a UTI ou semi e 7% precisaram de intubaçáo. E a taxa de mortalidade foi de 5%. Em abril e maio últimos, dos 228 internados, 28% foram para a UTI, 2% precisaram de intemação. A taxa de mortalidade está em 04%.

Para o infectologista Ica ro Boszczowski, do Oswaldo Cruz, a menor frequência de casos graves tem a ver com evolução natural da pandemia, à medida que as pessoas estão vacinadas e, ao mesmo tempo, expostas à doença natural.

"A tendência é que as próximas ondas sejam menos intensas não do ponto de vista do número de infectados, mas do nível de gravidade. Até que a Covid se torne uma doença endêmica, que vá ter períodos sazonais e internações dos mais vulneráveis, mas que não estresse tanto os sistemas de saúde", afirma.

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O momento é de atenção. Há um aumento claríssimo das internações, e os hospitais estão tendo que ampliar a destinação de leitos para Covid

Antônio Britto - diretor-executivo da Anahp

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Sobe taxa de ocupação de UTIs em GO e PE

Maioria dos estados mantém índice abaixo de 50% nos leitos para Covid-19, como São Paulo e Distrito Federal

Depois de uma queda nas internações, Goiás e Pernambuco registraram alta na ocupação de UTIs (unidades de terapia intensiva) com casos graves de pacientes com Covid-19, com taxas de 80% e 72%, respectivamente.

Também houve crescimento na taxa de ocupação de leitos nos estados do Sul do país, porém os governos não separam quais internações se referem somente a casos relacionados ao coronavírus.

Nas demais unidades da Federação, em sua maioria, a taxa fica abaixo de 50%.

Em Goiás, no início de maio, a taxa de ocupação atingia 50%, com 71 leitos. No começo desta semana, subiu para 80%, com 66 leitos, segundo boletim epidemiológico.

Com o aumento de infecções, o número total de leitos de UTI subirá para 116. Também haverá o acréscimo de 60 vagas de enfermaria.

Na avaliação do governo, a alta de casos é sazonal, influenciada pelo dima frio, e a abertura de vagas se deve também ao aumento de pedidos de internações de casos suspeitos, que precisam de isolamento.

Em Pernambuco, a taxa de ocupação de leitos de Srag (síndrome respiratória aguda grave), incluindo casos de Covid-19, é de 72% nas UTIs, de um total de 808 leitos. No começo de maio, o índice era de 63% - o número de leitos utilizados à época não foi informado.

A maior pressão está sobre os leitos pediátricos para pacientes com problemas respiratórios, com a ocupação chegando a 88% nas UTIs infantis.

O governo de Pernambuco afirma que conta com 302 leitos para crianças com Srag, sendo 158 de UTI e 144 de enfermaria. Segundo a gestão estadual, o avanço de problemas respiratórios no público infantil "extrapola qualquer planejamento".

Quanto à taxa de ocupação dos leitos para as outras faixas etárias, a Secretaria de Saúde pernambucana diz, em nota, que a ocupação se mantém em estabilidade. A pasta acrescentou que essas taxas sofrem interferência da redução no número de leitos. Segundo o governo, "muitas vagas, por causa da redução nos indicadores da Covid-19, foram reconvertidas para o atendimento de outras doenças".

No estado de São Paulo, em 2 de maio, 847 pessoas com suspeita ou confirmação da doença ocupavam um leito de enfermaria e 448 estavam na terapia intensiva. Na última segunda (6), foram contabilizados 2.416 e 1.050 pa cientes, respectivamente alta de 185% nas enfermarias e de 134% nas UTIs.

Em relação às taxas de ocupação, no dia 2 de maio, o estado registrou 16,6% nas enfermarias e 20% nas UTIs, contra 43,1% e 45,6%, atualmente.

"Embora o total de pessoas internadas hoje seja inferior ao registrado em ondas de contágio anteriores, o ritmo das novas admissões hospitalares tem sido compatível com outros momentos críticos da pandemia", afirma Wallace Casaca, coordenador da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia.

Na capital paulista, dos 186 leitos UTI Covid, 137 estavam ocupados na última segunda-feira, o que corresponde a 74%. Nas enfermarias, a ocupação estava menor (46%), com 144 dos 312 leitos em operação.

Em 2 de maio, dos 175 leitos UTI Covid, 30 estavam ocupados (17%). Nas enfermarias, a ocupação estava menor (10%), com 31 dos 296 leitos em operação.

Quanto à média móvel de novas internações no estado de São Paulo, comparando os dias 2 de maio e 6 de junho, a alta foi de 189% - de 174 para 503. Em relação aos leitos pediátricos, o estado conta com cerca de 600 de enfermaria (494% de ocupação) e 300 leitos de UTI (46,8%).

A capital paulista dispõe de 376 leitos de enfermaria pediátrica e 131 de Unidade de Terapia Intensiva para este público nas unidades hospitalares municipais.

No dia 6 de junho, 343 leitos de enfermaria pediátrica estavam ocupados (91% do total). Nas UTIs pediátricas, ha via 109 leitos internados (83% do total).

Na região Sul, os estados apresentam patamares elevados de ocupação de UTI, porém os governos não detalham quais são pacientes só de Covid.

A onda de frio que chegou adiantada em 2022 aumentou a pressão sobre o sistema de saúde, mas a Covid-19 passou a ser um problema menor nesta equação em comparação ao ano passado.

Embora o Rio Grande do Sul tenha fechado a semana com o menor número de leitos de UTI disponíveis desde 7 de ju lho de 2021 (651 de um universo de 2.495 leitos), os casos de Covid (suspeitos e confirmados) somam um número sete vezes menor. Eram 1.594 em 2021, e 230 nesta semana.

No estado, em maio, a média de internações em leitos clínicos por Covid ficou em Soocasos por dia. Levando em conta os sete primeiros dias de junho, essa média cresceu para 768. O número está acima de 700 desde 30 de maio.

O índice chama a atenção e repete patamares do início de março de 2022, quando as internações sofreram impacto do rescaldo do verão e do Carnaval. Mas é bem distante do ápice da pandemia, em março de 2021, quando ha via 6.189 internados por Covid em leitos clínicos de hospitais gaúchos.

Em Santa Catarina, o sistema de saúde também é pressionado pela chegada do frio. Dos 1.051 leitos de UTI pelo SUS ativos no estado, 1.026 estão ocupados (98%). Porém, apenas29deles são ocupados por pacientes com Covid. Há 36 leitos no estado reservados para a Covid.

No Paraná, a taxa chega a 95% de ocupação, do total de 1.855 leitos de UTI. Em relação aos 6441 leitos de enfermaria adulto, a taxa de ocupação era de 47%.

No Distrito Federal, a taxa de ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 na rede pública é de 32%. Dos 94 leitos de UTI do SUS, 30 estão ocupados e 15 estão interditados.

Todos os leitos públicos de UTI para crianças com Covid estão ocupados. A rede pública tem hoje dez leitos pediátricos para Covid-19. Em maio, eram 12. A taxa de ocupação também estava em 100%.

No Rio de Janeiro, em meio ao crescimento dos casos, o governo não está reunindo e divulgando os dados a respeito da ocupação dos leitos.

A Secretaria Estadual de Saúde argumenta que a taxa de ocupação vinha sendo reportada pelos municípios, que pararam de repassar a informação quando a maior parte dos leitos deixou de ser exclusiva para a doença. "Por esse motivo, esse dado está sendo revisto para voltar a ser informado", diz a pasta em nota.

A secretaria afirma que conta com um cronograma escalonado para reversão dos leitos de Covid-19, caso haja necessidade de ampliação. No sábado (4), 30 lei tos de enfermaria do Hospital Estadual Dr. Ricardo Cruz foram revertidos para atendimento de Covid-19. O mesmo ocorreu com outros dez leitos de UTI, na última segunda-feira.

O número de atendimentos a casos de síndrome gripai em UPAs do estado teve um aumento de 5% em relação à média móvel dos últimos sete dias. Na primeira semana de maio, foram 358 atendimentos. Na semana de 22 a 28 de maio, 395.

Minas Gerais também passou a não separar dados de casos graves de Covid em UTIs das doenças em geral. O nú mero diário de casos confirmados da doença tem crescido, saltando de 210 em 2 de maio para 9.063 nesta quarta (8), conforme dados da Secretaria de Saúde. O número de mortes pela doença também teve alta expressiva no período, passando de 24 para n3.

O total de casos sob acompanhamento (pessoas infectadas e que estão sob monitoramento) mais que dobrou neste intervalo, passando de 70.813 em2 de maio para 173.272 nesta quarta-feira.

No Ceará, a ocupação das vagas é de 40%, mesmo percentual computado no mês anterior. Do total de leitos públicos para UTI no sistema cearense, 24 estão concentrados na capital, Fortaleza, que registra uma taxa de ocupação de 40% - o mesmo nível do estado. São 12 pontos percentuais a menos do que apontava o levantamento realizado em maio. Marcelo Toledo, José Matheus Santos, Caue Fonseca, Patrícia Pasquini, Thaísa Oliveira, Mauren Luc, Ana Luiza Albuquerque, Isac Godinho, Leonardo Augusto, Matheus Rocha c Franco Adailton

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Embora o total de pessoas internadas hoje seja inferior ao registrado em ondas de contágio anteriores, o ritmo das novas admissões hospitalares tem sido compatível com outros momentos críticos da pandemia

Wallace Casaca

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O ESTADO DE S.PAULO

Seguros Unimed cria fundo para hospitais próprios

Saúde Captação de recursos

A Seguros Unimed, grupo segurador e braço financeiro do sistema de cooperativas médicas da Unimed, quer acelerar a construção de novos hospitais para os próximos anos, evitando perder espaço para concorrentes como a Rede D'Or e a Hapvida. Para isso, a empresa aposta na criação de um fundo imobiliário centralizado para captar dinheiro e distribuir para suas cooperativas. A ideia é operar diretamente em cidades importantes onde a companhia não possui operação relevante, como São Paulo, Brasília e Salvador. A meta inicial é levantar mais de R$ 1 bilhão.

Esse é um movimento que a companhia já vem fazendo por meio da InvestCoop Asset Management, gestora de recursos financeiros do Sistema Unimed, criada em 2020.

Por meio da gestora, a companhia captou R$ 101,7 milhões para construir o hospital Unimed Campina Grande (PB).

PADRONIZAÇÃO. Segundo Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, um fundo nacional ajudará a criar uma uniformidade entre as filiais da Unimed pelo Brasil, que têm gestões independentes. Em 2015, por exemplo, houve a falência da Unimed Paulistana, mas o fato não impactou a operação das outras cooperativas.

Com a intenção de acelerar a expansão dos hospitais próprios, a ideia da Seguros Unimed é que, para utilizar recursos do fundo, a cooperativa interessada entre com metade do dinheiro. "O R$ 1 bilhão é a parte do fundo. Será necessária uma contrapartida, e o total vai para R$ 2 bilhões", diz Freitas.

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PÁGINA ONLINE

Hapvida registra mais de 1,5 milhão de teleatendimentos no Brasil -

Hapvida registra mais de 1,5 milhão de teleatendimentos no Brasil Dona da maior rede de telemedicina da América Latina, operadora registra recorde de 151.582 consultas virtuais em janeiro

Dona da maior rede de telemedicina da América Latina, a Hapvida já registrou mais de 1,5 milhão de teleconsultas desde a sua implementação, em abril de 2020, após a eclosão da pandemia de Covid-19. Em janeiro deste ano, a operadora cravou o recorde de 151.582 atendimentos virtuais por mês - o equivalente a 16% de todas as consultas da rede - , confirmando o sucesso e a importância do teleatendimento no Brasil.

Autorizada em todo o país como forma de enfrentamento à pandemia para evitar aglomerações em unidades de saúde e reduzir a circulação de pessoas nas ruas, a telemedicina teve a regulamentação de suas regras aprovada pela Câmara dos Deputados em 27 de abril. Neste momento, o projeto de lei 1.998/2020, que trata do tema, está em análise pelo Senado. Sendo aprovado pela Casa, seguirá para sanção presidencial.

Hoje, o Sistema Hapvida conta com 49 hospitais conectados também a sua rede de teleatendimento hospitalar, abrangendo 26 especialidades, como clínica médica, pediatria, gastroenterologia, infectologia, hematologia, nefrologia, neurologia, psiquiatria, endocrinologia, psicologia e nutrição, 24 horas por dia.

GRANDE ADESÃO

"O Sistema Hapvida apostou fortemente na telemedicina e o nível de adesão de pacientes e médicos tem sido enorme. A sociedade se digitalizou bastante na pandemia e passamos a resolver muitas coisas on-line, como compras, pagamentos bancários, aulas à distância e consultas médicas também. A tecnologia se tornou uma grande aliada nossa, permitindo que ofereçamos maior comodidade, rapidez e segurança no teleatendimento médico", explica o diretor-médico de saúde digital do Sistema Hapvida, Luciano Cunha.

"O mais importante aqui é reafirmar a relação de confiança entre paciente e médico. A única diferença é o ambiente de atendimento, que é tão seguro quanto e mais ágil. Claro que o cliente poderá decidir se quer ou não ser atendido à distância, e o médico, por sua vez, somente o fará se não houver necessidade real de atendê-lo pessoalmente. Nada é imposto e esta é uma forma também de o paciente manter o seu médico de confiança se, por exemplo, tiver se mudado para o interior, como muita gente fez na pandemia aproveitando-se do benefício do home-office", comenta o diretor de serviços médicos do grupo, Marcelo Moreira.

FUNCIONAMENTO

O sistema de teleatendimento do Sistema Hapvida funciona por meio de uma plataforma digital (). Nesse ambiente, os usuários são atendidos por médicos, que, por sua vez, têm acesso ao prontuário e aos exames laboratoriais dos pacientes, emitem pareceres, receitas e atestados e solicitam novos exames por ali.

Para isso, os profissionais de saúde da Hapvida passam por um processo de capacitação. Além disso, a plataforma digital atende à Lei Geral de Proteção de Dados.

Dentre os aspectos previstos no projeto de lei, está o direito dos pacientes de escolherem a forma de consulta que preferem, presencial ou virtual. Os médicos também poderão optar pelo atendimento pessoal, in loco, sempre que assim entenderem necessário.

HAPVIDA

O Sistema Hapvida é a maior rede de saúde integrada do país em número de beneficiários, nos segmentos de saúde e odontologia. Em 2022, a combinação de negócios do Hapvida com a NotreDame Intermédica (NDI) resultou na criação de uma das maiores operadoras de saúde verticalizadas do mundo, com cerca de 15 milhões de clientes e 18% de participação de mercado em planos de saúde. Tanto o Hapvida quanto a NDI participaram intensamente da consolidação do mercado de saúde nos últimos anos através de uma combinação de crescimento orgânico e aquisições. A companhia possui mais de 68 mil funcionários, cerca de 27 mil médicos e 28 mil dentistas. Com o objetivo de garantir o acesso a saúde de qualidade a um custo eficiente, a empresa comercializa planos de saúde e odontológicos e presta serviços através de rede assistencial própria composta por 85 hospitais, 77 prontos atendimentos, 318 clínicas médicas e 269 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial.

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ISTOÉ

Efeito colateral: pandemia faz explodir no Brasil mercado de seguro de vida

Seguro de vida individual, que nunca chamou muita atenção dos brasileiros, registra crescimento de 26%.

A expressão fazer do limão uma limonada nunca foi tão adequada para ilustrar o cenário do mercado de seguros de vida nos últimos dois anos. Desde o início da pandemia de Covid-19, o setor amargou pesados aumentos nos pagamentos de sinistros. Em 2020, alta de 18%, para R$ 6,8 bilhões, em indenizações. Em 2021, um salto ainda maior, de 55%, para R$ 10,7 bilhões. Mas surpreendentemente o segmento de seguro de vida individual já acumula crescimento de 26,4% somente nos primeiros três meses deste ano em relação a igual período de 2021, conforme dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). Uma elevação bastante superior à do setor de seguros de vida e acidentes em geral, que cresceu 10,7% de janeiro a março deste ano, ante mesmo período de 2021.

De acordo com o CEO do grupo Life Brasil, Alberto Junior, a contratação de um seguro exige consciência da pessoa sobre a necessidade daquela garantia. E foi exatamente o que aconteceu na pandemia. Diante da iminência da gravidade da situação, muitas pessoas se deram conta da necessidade de garantir o futuro. "Ninguém acorda querendo um seguro de vida. Mas, diante da morte, pensar na possibilidade de deixar a família bem é o que mobiliza", disse.

Por outro lado, as seguradoras fizeram sua parte. Mesmo não tendo a obrigatoriedade de arcar com o pagamento dos 175.307 sinistros registrados entre abril de 2020 e março de 2022, por serem considerados frutos de uma pandemia - ou seja, um evento imprevisível e fora das apólices - elas pagaram os prêmios. Ao arcar com os pagamentos de bilhões às famílias enlutadas, essas empresas fizeram um "investimento futuro". As pessoas perceberam de forma assertiva a real necessidade de um seguro.

E assim o mercado deu uma guinada no Brasil, segundo o vice-presidente e diretor técnico da Minuto Seguros, Manes Erlichman. "Especialmente o de seguro individual, porque as pessoas passaram a olhar com mais cautela para a vida", disse. A plataforma Minuto Seguros, ainda em abril de 2021, no ápice da pandemia, registrou aumento de 150% na procura pelo seguro em relação ao mesmo mês de 2020. O que chamou atenção, pois o brasileiro não contratava seguros além daqueles destinados à saúde e proteção de veículos. "A tendência é que a popularização desse produto continue", afirmou Erlichman. A plataforma registrou nos primeiros três meses de 2022 um incremento de 24,6% na procura sobre igual período de 2021.

"A pandemia ampliou a consciência sobre necessidade de seguro de vidas" Alberto Junior CEO do grupo Life Brasil.

POTENCIAL Para o vice-presidente comercial da Prudential do Brasil, Rodrigo Prosdocimi, ainda há um grande potencial a ser explorado, uma vez que o mercado nacional está muito atrás de países como Estados Unidos e Japão - cerca de 60% dos americanos e 90% dos japoneses têm algum seguro de vida. "No Brasil, só 15% da população economicamente ativa tem esse tipo de seguro." Para aproveitar isso, a empresa aposta no conceito de microfranquia, no qual o franqueado se torna um corretor da marca. Hoje a Prudential tem mais de 1,6 mil corretores franqueados e deve chegar a 3 mil até 2025.

A boa onda extrapolou o segmento vida. E veio atrelada a uma mudança positiva nos hábitos do consumidor brasileiro. De acordo com o diretor-gerente da Bradesco Saúde, Flávio Bitter, depois da pandemia a preocupação passou a ser com o bem-estar geral da pessoa. Isso passa por manter bons hábitos de alimentação e atividade física, sem esquecer a saúde mental. "A prevenção se tornou primordial e o seguro de vida está embarcado nesse pensamento", disse o executivo.

De olho no "legado da pandemia", a seguradora amplia a regionalização do seguro saúde, fazendo acordos locais com hospitais e laboratórios de todo o País para oferecer produtos mais acessíveis. Nos últimos 12 meses, a companhia registrou crescimento de 60% no número de pequenas empresas que contrataram planos de saúde regionais. Ao todo, já são mais de 130 mil segurados atendidos pela modalidade, o que representa cerca de 13% do total de beneficiários que a Bradesco Saúde possui.

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TERRA

Planos de saúde: Pacientes vivem indefinição sobre tratamentos após decisão do STJ

Pai que obteve na Justiça acesso a medicamento para o filho diagnosticado com epilepsia agora teme reversão do caso

A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que desobriga os planos de saúde a cobrirem procedimentos fora da lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), como exames, terapias, cirurgias e medicamentos, trouxe uma nova preocupação para o coordenador administrativo Aguinaldo Vicente Junior, morador de São Paulo. Ele já viveu momentos de angústia quando seu plano de saúde negou por duas vezes o tratamento com canabidiol para seu filho, diagnosticado com epilepsia nos primeiros dias de vida. O plano alegava justamente que o tratamento com a medicação não constava no rol de cobertura obrigatória da ANS. Ele recorreu ao Judiciário e, após uma primeira negativa, conseguiu decisão judicial determinando ao plano de saúde o fornecimento do canabidiol.

Desde então ele vem recebendo regularmente a medicação do convênio, com a condição de, a cada seis meses, apresentar relatório médico dizendo da necessidade de ser mantido o tratamento. "Recebi com surpresa a decisão, pois acreditava que o STJ iria julgar favorável a quem mais precisa. Com essa decisão de quarta-feira, não sei se ela começa a valer a partir de já ou vai ter um período para que entre em vigor. Até o momento não recebi nenhuma informação do convênio, mas espero que os casos já julgados não sofram nenhuma mudança", disse.

O filho de Aguinaldo, atualmente com 22 meses, dias após o nascimento apresentou sangramento digestivo, sendo transferido para UTI neonatal, onde evoluiu para hemorragia intensa que atingiu áreas do cérebro. Durante o período em que esteve na unidade, a criança apresentou crises epiléticas resistentes aos tratamentos convencionais. Ao longo dos meses de acompanhamento o bebê evoluiu para a síndrome de Lennox Gastaut, um tipo de epilepsia de controle difícil mesmo com medicação.

A equipe médica decidiu introduzir o canabidiol para controlar as crises epiléticas, até então refratárias aos medicamentos. A nova medicação, segundo o relatório, reduziu as crises e melhorou a qualidade do sono da criança. Devido ao alto custo do medicamento, Aguinaldo recorreu ao plano de saúde e por duas vezes o fornecimento foi negado por não constar da lista da ANS. Inconformado, o pai entrou com ação na justiça para obrigar a empresa de saúde a fornecer a medicação. Três meses depois, o juiz Carlos Eduardo Prataviera, da 5a. Vara Cível da Capital, julgou o caso dando razão a Aguinaldo.

"É irrelevante o fato do procedimento não ter cobertura contratual obrigatória determinada pela ANS, já que se enquadra na cobertura contratual fornecida pela ré (plano de saúde) e possui expressa indicação médica", escreveu o juiz.

O magistrado condenou também o plano de saúde a reembolsar os gastos de Aguinaldo com a compra do canabidiol no período anterior à decisão. Conforme o coordenador administrativo, mesmo com decisão taxativa do STJ, sua expectativa é de que ela não alcance as decisões que já foram dadas. "O que foi decidido lá atrás precisa continuar valendo. Eu tenho uns 10% de receio de que algo aconteça e a decisão que beneficia meu filho seja revertida, mas 90% da minha convicção é de que vai continuar como estava antes dessa nova decisão. Acho que eles não vão ser desumanos ao ponto de que os casos já decididos voltem atrás. Acredito que a nova situação vale daqui para a frente. É o que espero, para o bem do meu filho."

O corretor de imóveis Washington Miranda, residente em Belém (PA), foi acometido de problemas de saúde que levaram os médicos a atestarem a necessidade de um transplante de fígado, no final de abril deste ano. Devido à complexidade, a equipe médica o encaminhou para realizar o procedimento em um hospital privado de São Paulo. Quando ele recorreu ao plano de saúde, foi informado de que a cirurgia não estava no rol de procedimentos cobertos pelo plano. Miranda recorreu à justiça e obteve decisão favorável. "O juiz mandou o plano de saúde arcar com as despesas. O transplante correu bem, mas quando estava para receber alta, após um mês de internação, tive um problema de retenção de líquidos que me obrigaram a novos procedimentos", contou.

Miranda ficou mais um período hospitalizado, totalizando 48 dias de internação, e teve as despesas cobertas pelo plano, em cumprimento à decisão judicial. "Hoje estou me recuperando bem, graças a Deus e à sentença do juiz. Se não fosse pela via judicial, não sei como iria conseguir o tratamento, nem como seria minha vida hoje. Por isso, acho essa decisão do tribunal (STJ) muito preocupante. Espero que o meu caso esteja resolvido, mas imagino a dificuldade que as pessoas vão ter a partir de agora para tratar da saúde", disse.

O advogado Rafael Robba, especialista em direito à saúde do escritório Vilhena Silva Advogados, disse que casos como o do filho de Aguinaldo, podem ser revistos à luz do novo entendimento do STJ. "O canabidiol é usado para várias doenças. Caso a doença específica do paciente tenha um tratamento no rol, pode ser que ele tenha uma decisão desfavorável, caso o plano de saúde peça a revisão da sentença. Se o rol não tiver outro tratamento ou se os tratamentos disponíveis não surtiram efeito, nesse caso o paciente terá direito ao canabidiol", disse.

Segundo o advogado, ficou mais complicado para os usuários de planos de saúde conseguirem um tratamento não listado no rol, mas os juízes terão liberdade de julgar caso a caso, conforme a convicção pessoal, independentemente da súmula do STJ. "O argumento da taxatividade pode criar a equivocada ideia de que os planos de saúde estão autorizados a recusar a cobertura de tratamentos. Com base no rol, hoje os planos de saúde interferem na decisão do médico que acompanha o paciente e limitam, por exemplo, o número de sessões de terapia, como as recomendadas para pessoas com autismo, cardiopatias e assistência em home care. Além disso, os planos de saúde também negam cobertura para algumas quimioterapias orais, cirurgias de alta complexidade que exigem novas tecnologias como a cirurgia robótica. Por tudo isso, mesmo com o entendimento do STJ, a judicialização ainda deve continuar", afirmou.

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O GLOBO

Projetos para ampliar cobertura surgem no Congresso

Já são três propostas no Senado e nove na Câmara. Parlamentares querem manter lista da ANS como indicador mínimo

Após a a decisão da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinando que os planos de saúde não são obrigados a cobrir tratamentos e serviços médicos que não estiverem na lista obrigatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vários parlamentares apresentaram projetos de lei no Congresso com o objetivo de ampliar os procedimentos oferecidos. Até agora, foram três projetos no Senado e nove na Câmara. Eles se somam a outros que já estavam em tramitação, mas ainda não foram votados e, portanto, não são lei ainda.

Até aqui, o entendimento majoritário no Judiciário era que o rol da ANS era exemplificativo, ou seja, era possível a cobertura de procedimentos não listados quando fossem recomendados pelo médico.

Em seus projetos, os parlamentares tentam transformar em lei esse entendimento que prevalecia antes.

Em nota, o deputado Luis Miranda (Republicanos-DF) disse que "entrou na briga". Afirmou também que, na terça-feira, antes da decisão do STJ, já havia se reunido com pais e mães de pacientes contrários à medida e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Miranda disse que quer criar um grupo de trabalho para tratar da questão, inclusive com a participação do presidente da ANS.

"A mudança coloca todo o sistema em uma situação de insegurança. Tratamentos diversos serão negados a famílias com respaldo jurídico e o problema repercutirá também no sistema público de saúde com mais sobrecargas", afirmou Miranda em nota.

O projeto do senador Fabiano Contarato (PT-ES) também tenta deixar expresso que a lista não é taxativa. Para ele, o rol da ANS é apenas uma "referência básica mínima para cobertura assistencial pelos planos de saúde".

"Não podemos permitir que a população seja prejudicada em prol do lucro dos planos de saúde. Entrei com projeto garantindo que o rol de procedimentos e medicamentos previsto pela ANS seja apenas uma referência mínima, explicativa, e não uma lista taxativa. Quem paga tem que ter direito ao tratamento adequado, e não são os planos de saúde que devem definir isso, mas um corpo médico qualificado", disse Contarato em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.

Além de Contarato, apresentaram propostas os senadores Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Rogério Carvalho (PT-SE). Na Câmara, há projetos de Eduardo da Fonte (PP-PE),Guiga Peixoto (PSC-SP), Alencar Santana (PT-SP), Fábio Trad (PSD-MS), Miguel Lombardi (PL-SP), da bancada do PCdoB, e outro em conjunto entre os deputados Ney Leprevost (União-PR) e Felipe Francischini (União-PR). Além disso, a deputada Natália Bonavides (PT-RN) apresentou um requerimento com o objetivo de incluir na pauta do plenário um projeto anterior de autoria dela.

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Médicos reclamam de falta de estrutura para aborto legal; paciente relata preconceito em hospital

Aos 26 anos, Paula*, natural do interior da Bahia, realizou um procedimento de aborto legal em Uberlândia, Minas Gerais. Apesar de estar amparada pela legislação brasileira, já que sua gravidez foi resultado de uma violência sexual, e de ter sido avaliada por uma equipe com médicos, assistente social e psicólogo, ela ainda assim sofreu preconceito por parte de um grupo de enfermeiras quando estava internada para fazer a operação.

"Eu ouvia algumas enfermeiras conversando que eu não tinha direito. Duvidando mesmo da minha história, que fosse um abuso. Quando era para elas entregarem medicação, se a doutora ainda não tava lá, elas não entregavam", contou Paula*, em entrevista ao g1.

Para médicos ouvidos pelo g1, a falta de preparo das equipes para a realização do aborto legal também é fruto da completa ausência de políticas públicas para a saúde da mulher - apesar da legislação que prevê amparo para os casos de aborto permitidos por lei há mais de 80 anos.

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É o que explica o obstetra Jefferson Drezett, que implementou e chefiou por mais de 25 anos o principal serviço de aborto legal do Brasil, no Hospital Pérola Byington, em São Paulo.

Para ele, é preciso investir em treinamento para evitar que mulheres vítimas de violência sexual tenham que passar por situações como a que viveu Paula*.

"Toda a equipe que atende essas mulheres deve ser uma equipe que fala a mesma linguagem. Por isso que a seleção e o processo de capacitar essas pessoas são importantes, para que todo mundo fique distante de preconceitos. Não adianta você ter um médico extremamente empático, uma psicóloga muito solidária, mas ter uma recepção péssima, um serviço de enfermagem péssimo, um serviço de ultrassom péssimo, por exemplo", disse.

Apesar de autorizado por lei em três casos, o aborto é um procedimento de difícil acesso para mulheres brasileiras, na prática. Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou uma cartilha controversa na qual afirma que "não existe aborto 'legal'" e defende que os casos permitidos sejam submetidos a "investigação policial".

1 de 1 Hospital Pérola Byington é referência no atendimento a mulheres para fazer aborto nos três casos previstos em lei no Brasil - Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1

Coordenadora do Programa Superando Barreiras, da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) de Fortaleza, a ginecologista Débora Britto destacou que muitos profissionais de saúde saem da faculdade sem passar por um processo de sensibilização em relação aos direitos das mulheres.

Para ela, as desigualdades de gênero estão na origem de importantes temas de saúde pública, como a violência contra as mulheres.

"Uma vez que eu estou trabalhando dentro de um equipamento de saúde isso pode ser modificado, mas eu vou precisar que a gestão deste equipamento tome essa decisão, que ela acolha um projeto que vai acolher essa demanda de cuidado - que no caso que a gente está falando é interrupção de gestação prevista em lei - e trabalhe realmente para sensibilizar e capacitar suas equipes", explicou.

Gestores ignoram demanda, dizem médicos

Segundo Drezett, que já realizou mais de 600 abortos legais em toda a carreira, as secretarias municipais e estaduais, bem como o Ministério da Saúde, não cumprem seus papéis na hora de organizar serviços de aborto legal bem estruturados, com médicos ginecologistas ou obstetras, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.

Por conta disso, faltam hospitais que realizem o procedimento no país - um levantamento do g1 mostrou que só 175 municípios brasileiros registraram ao menos um aborto legal no último ano.

"Apesar da grande responsabilidade que os médicos e outros profissionais de saúde têm nessa situação, não é deles a responsabilidade de organizar serviços, de fazer o recrutamento de pessoal especializado, de garantir um espaço físico adequado, de garantir as medidas de rotina dentro de uma instituição", disse Drezett.

"Não é um médico que decide isso, não é uma assistente social que pode tomar essa decisão: essa decisão cabe aos gestores locais. E os gestores das unidades hospitalares, e da área da saúde no geral, deveriam estar com essa responsabilidade há 82 anos respondida", completou.

Para a médica sanitarista Tânia di Giacomo do Lago, os lugares que fazem aborto legal atualmente são fruto do esforço de uma pequena parcela de gestores para garantir o direito ao aborto legal.

"São lugares onde o poder público municipal garantiu a existência do serviço, e onde conseguiram manter uma equipe profissional que enfrenta as dificuldades. É uma conjunção de fatores que infelizmente a gente não encontra na maioria das cidades brasileiras", explicou Lago.

"Não adianta só você ter o poder público apoiando e vencendo a resistência conservadora, reconhecendo que essas mulheres devem ser assistidas. São raras as autoridades que pensam assim. Mas, mesmo quando o gestor municipal ou estadual quer, ele precisa encontrar equipes e hospitais que também queiram. E isso não é fácil", completou a especialista.

Preconceito no hospital

Paula* foi estuprada pelo ex-namorado no interior da Bahia e, quando procurou um hospital e soube que poderia interromper a gestação legalmente, a gravidez já tinha cerca de 20 semanas.

No Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC/UFU), onde ela foi atendida, há um Núcleo de Atenção Integral a Vítimas de Agressão Sexual (Nuavidas). Apesar disso, segundo relatou ao g1, nem todos os profissionais de saúde envolvidos no seu atendimento estavam preparados para lidar com um caso de aborto legal.

O g1 entrou em contato com o HC/UFU, que disse que "não compactua com o comportamento relatado e ressalta que frequentemente realiza treinamentos com as equipes assistenciais sobre acolhimento, técnicas e humanização" (leia a nota completa abaixo).

"O preconceito ainda era ainda bem grande, demais. Eu ficava chamando as enfermeiras e tinha que ligar pra doutora e pedir pra doutora ligar pro hospital pra elas entregarem a medicação. Aí eu pedi uma medicação e nada de me entregar, e eu falo que já tinha passado do horário. E aí a doutora chegou lá se reclamando mesmo, sabe? Dando um esporro nelas", contou Paula*.

Um dos momentos que a marcou foi quando, após a conclusão do procedimento de aborto legal, quando toda a equipe médica estava no quarto, uma das funcionárias do hospital falou que não era justo que ela recebesse aquele atendimento.

"A enfermeira tava falando que não era justo, que eu não tinha direito, falando uma pá de coisas comigo, super grossa, só que eu não tava nem prestando atenção muito nela porque eu tava sentindo muita dor", disse

Para o médico Jefferson Drezett, que comandou o maior serviço de aborto legal no Brasil, atitudes como a desta equipe de enfermagem devem ser corrigidas por meio de investigações internas e processos de capacitação.

"O serviço não tem como evitar que uma enfermeira faça uma comentário impróprio. Isso pode acontecer. Mas a responsabilidade do serviço é identificar essas situações e ter esses comportamentos corrigidos", declarou.

Entre as medidas que podem ser adotadas está a adoção de uma pesquisa com as pacientes no momento da alta médica.

"A gente oferecia para essa mulher a oportunidade de ela fazer uma queixa escrita e, assim, a gente conseguia localizar o profissional, dar uma resposta àquela colocação. É um cuidado cotidiano, não tem jeito", explicou Drezett.

A obstetra Débora Britto lembrou que o profissional de saúde não sabe as dificuldades que aquela mulher passou para chegar até ali. Para ela, é fundamental que o hospital a acolha sem julgamento.

"Muitas pessoas colocam questões religiosas e valores morais quando vão defender que são contra esses procedimentos de interrupção, mas muitas vezes a gente negligencia que aquela mulher que traz esse pedido de interrupção, ela é atravessada pelos mesmos valores, as mesmas crenças, a mesma religiosidade - às vezes, até uma religiosidade muito mais vivida na prática do que a pessoa que tá atendendo ela. Então ,ela precisou lidar com todos esses atravessamentos para estar ali", explicou.

Veja a nota do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia:

O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), sob gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que não compactua com o comportamento relatado e ressalta que frequentemente realiza treinamentos com as equipes assistenciais sobre acolhimento, técnicas e humanização.

No início da pandemia, pacientes de algumas especialidades foram assistidos em local diverso ao habitual, devido à necessidade de readequação do espaço físico e equipes para o atendimento à grande demanda de pacientes com covid-19, o que pode ter interferido na rotina assistencial usual.

O HC-UFU/Ebserh mantém abertos canais de comunicação com toda a comunidade por meio da Ouvidoria, que acolhe e dá as tratativas adequadas a todas as manifestações recebidas.

Veja a nota do Ministério da Saúde sobre o tema:

"O Ministério da Saúde informa que, em 2020, foram realizados 2.071 procedimentos com excludente de ilicitude. Em 2021, foram registrados 1.997 procedimentos. Em 2022, até o mês de fevereiro, foram registrados 385 (dados preliminares, sujeitos à alteração). Atualmente, o Brasil conta com 111 estabelecimentos de saúde habilitados para realizar procedimento de interrupção da gestação nos casos excludentes de ilicitude. Considerando a complexidade e necessidade de cada caso, ou quando os serviços de saúde locais não dispõem de equipe qualificada para realização dos procedimentos, as mulheres são encaminhadas para outras unidades, com o objetivo de garantir o acesso, a integralidade e a segurança do cuidado previsto em lei."

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VEJA

Modelo de planos de saúde esgotou, mas há novas opções aos consumidores

O aumento nas mensalidades e a limitação de cobertura voltaram a entrar em pauta nesta semana. É uma novela com capítulos repetidos

A vida do brasileiro com plano de saúde é uma novela com capítulos repetidos. Nas últimas duas semanas, lá voltaram eles, provocando cansaço em quem está farto de acompanhar uma história que parece não ter final feliz. Os 8 milhões de pessoas que têm planos individuais e familiares, regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ficaram em choque com o anúncio do aumento de 15,5% nas mensalidades. O espanto se somou à ansiedade dos outros 41 milhões de clientes de planos corporativos que acompanharam, mais uma vez, a discussão judicial sobre a pertinência de obrigar as operadoras a cobrir qualquer procedimento. Como de hábito, as empresas invocaram em sua defesa a necessidade de garantir a sustentabilidade financeira do setor. Sobre o aumento, ele seria referente aos últimos dois anos, já que em 2021 as mensalidades ficaram 8% mais baratas. Não convenceu muita gente, como era de esperar.

No Congresso Nacional, dez projetos pedem a suspensão do reajuste e o Supremo Tribunal Federal acolheu pedido do partido Rede Sustentabilidade para que a ANS explique as razões para a elevação de preço. "Os valores deveriam ser calculados de forma transparente", defende a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ligia Bahia, pesquisadora do tema no Brasil. Sobre o pedido de livre incorporação de procedimentos médicos, a alegação para a negativa foi a de que sem uma avaliação técnica prévia seria impossível prever os custos. E então, na quarta-feira 8, o Superior Tribunal de Justiça decidiu favoravelmente às operadoras, mantendo as regras. Fica como está: os planos não pagam atendimentos fora do rol da ANS. O que não está descrito não precisa ser coberto. "A decisão garante a segurança do paciente, segurança jurídica e a sustentabilidade dos planos", diz Vera Valente, diretora-executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar.

Nenhum desses debates é novo. O que chama atenção é quanto cada um deles revela, hoje, o esgotamento de um modelo. O instituto da saúde suplementar nasceu no Brasil na década de 60 e a relação entre os clientes e as empresas nunca foi pacífica. Na raiz dos conflitos estão as negativas de cobertura e o preço. Um levantamento recém-concluído pela Universidade de São Paulo (USP) evidencia isso de forma cristalina. O relatório informa que 48,2% dos 11?600 acórdãos publicados entre 2018 e 2019 pela Justiça paulista em ações movidas por clientes versavam sobre cobertura. Outros 26% relacionavam-se com acusações de aumentos abusivos. É um índice altíssimo, considerando que 73% dos usuários usam até 33% de sua renda em despesas com saúde e esperam, portanto, atendimento satisfatório. "Existe uma inflação do setor, mas as operadoras querem repassá-la automaticamente para o beneficiário ou o contratante do plano", afirma Mário Scheffer, da USP. "O setor está diante de uma encruzilhada", resume. De fato, vários gargalos na cadeia que sustenta a saúde suplementar dificultam o equacionamento do desequilíbrio entre a satisfação e o preço pago pelos usuários. Um dos nós mais relevantes é o sistema de pagamento, calcado nos serviços prestados, uma porta aberta para exageros de exames e procedimentos. Outro é a cultura de que planos são usados para tratar doenças e não promover a prevenção. E tratar, como se sabe, é mais caro do que prevenir.

Contudo, um novo entendimento sobre como deve ser o cuidado com a saúde, considerando a urgência em prevenir as doenças crônicas, e a ascensão do acesso digital aos serviços de saúde tornam inevitável a mudança de rumo. Ela está em curso, sustentada pela saudável força da livre-iniciativa de healthtechs que entenderam o cenário e ofertam serviços com custo mais baixo. Entre outras condutas, elas focam na prevenção, na personalização, no uso de inteligência de dados e na telemedicina. O amplo cuidado evita a realização de 40% de exames e 18% de idas aos prontos-socorros, de acordo com a ANS.

Lançada em 2020, a QSaúde nasceu sob esses novos preceitos. Hoje, tem 12?000 clientes (45% deles não tinham plano quando a contrataram). O primeiro contato é com médicos de família do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, ou da Cia da Consulta, dependendo do plano. São eles que guiarão os beneficiários nos cuidados necessários, auxiliados por uma equipe multidisciplinar que monitora a saúde do cliente bem de perto. "Estamos mostrando a eficácia de um novo modelo concentrado para valer na assistência primária", diz José Seripieri Junior, fundador da QSaúde. A gestora de saúde Alice tem serviço semelhante, assegurando ao cliente um time formado por médico, enfermeiro, nutricionista e preparador físico. As duas ofertam também têm atendimento a distância, caminho eficiente na solução da maioria dos casos. "As pessoas desejam atendimento personalizado. Uma ligação pró-ativa para saber como elas estão ou o acesso a um médico contribuem para melhores desfechos", diz Bruno Porto, sócio da PwC Brasil, empresa que acaba de concluir uma pesquisa sobre o cenário das healthtechs no Brasil.

Para as empresas, modelos assim vêm em boa hora. Há urgência em baixar os custos com os planos oferecidos aos funcionários e, por isso, uma saída encontrada é a contratação de consultorias para fortalecer a assistência primária entre os empregados. O Einstein é uma das instituições que prestam assessoria do gênero, desenvolvendo entre os funcionários das companhias contratantes a cultura de cuidado com a saúde física e mental. "Quanto mais conhecimento sobre saúde, menos custos", diz Eliézer Silva, diretor do Einstein.

Há dezenas de healthtechs trabalhando no mesmo sentido, mas atendendo diretamente clientes. Para quem não consegue pagar um plano e não quer depender do SUS, há opções que incluem cartões com créditos a ser usados em consultas e exames, pacotes de consultas e de exames mais baratos e financiamento para procedimentos e remédios. O leque, enfim, se amplia. É uma ótima notícia.

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JORNAL OPÇÃO

Ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, enxerga CPI da Saúde com tranquilidade e diz que a pasta possui transparência

Por Ysabella Portela

CPI foi instaurada na tarde de quarta-feira, 8, e o próximo encontro para discussão será no dia 14

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprovou na tarde de quarta-feira, 8, a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos da saúde no Estado. Presidida pelo deputado estadual Helio de Sousa (PSDB), terá como vice-presidente o deputado Paulo Trabalho (PL) e relatoria de Humberto Teófilo (Patriota). Atualmente, a pasta está sob o comando do médico Sandro Rogério, mas até o mês de abril, Ismael Alexandrino, hoje pré-candidato a deputado federal, esteve a frente da gestão.

Ao Jornal Opção, Ismael diz que recebeu de forma tranquila a notícia sobre a CPI da Saúde, pois “todas as ações da gestão na Secretaria Estadual de Saúde (SES) foram corretas, coerentes e transparentes”, afirma. Alexandrino não chegou a ser convocado para prestar esclarecimentos. A abertura da CPI do Sistema de Regulação da Saúde, o ex-secretário diz que o processo de trabalho tem sido acompanhado “pari passu” pelo Ministério Público e que a transparência adotada pela SES-GO tem sido exemplo para outros estados brasileiros. “Numa democracia, é comum toda e qualquer manifestação parlamentar, algumas consistentes, outras meramente eleitoreiras; todas elas legítimas e sempre as respeitamos”, pontua.

O Complexo Regulador Estadual (CRE), pauta da CPI, é um órgão da SES-GO que tem a função de regular e/ou intermediar os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, as vagas em leitos de internação, consultas e exames.

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Instauração e revogação de CPI causam desconfortos na Assembleia Legislativa de Goiás

Por Nielton Soares dos Santos

Líder do governo, deputado Bruno Peixoto, alegou que houve atropelos ao regimento interno da Casa

Líder do governo de Ronaldo Caiado (UB) na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (UB), criticou a maneira de como a oposição conseguiu que o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSD), instaurasse por decreto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na Saúde.

Nos bastidores houve conversas até que o diretor parlamentar, Rubens Sardinha, que tradicionalmente auxilia nos trabalhos da Mesa Diretora, teria juntado o decreto com outros documentos para ser assinado pelo presidente Lissauer, a mando do ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Ao jornal Opção, o servidor negou que isso tenha ocorrido. No entanto, Lissauer disse que perdeu a confiança nos trabalhos dele e que agora em diante todos os atos deverão ser revisados pelo secretário-geral da presidência, Luiz Carlos de Moraes.

Peixoto argumentou que a comissão foi instalada sem consulta às principais bancadas da Alego, formadas pelos partidos que possuem mais deputados, dentre os quais o União Brasil e o MDB. Ele aponta que houve muitas irregularidades. “Foi apresentado a nós as assinaturas e continuo levantando suspeição de dúvidas. Não abro mão, até mesmo porque, eu não vi o original, me apresentaram uma cópia e eu não sei se foi assinada eletronicamente ou não. E pelo que consta no nosso regimento, não houve a permissão para a assinatura eletrônica para CPI ou apresentação”, esclareceu, citando o artigo 48 e parágrafo 7 do regimento.

Segundo o deputado, se as assinaturas forem comprovadas as bancadas irão apresentar os nomes para compor a comissão “sem nenhum problema. A assessoria de Lissauer informou que o presidente revogou apenas os nomes e deu prazo para uma nova composição que atenda aos critérios do regimento.

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Rol taxativo da ANS deve aumentar pressão de judicialização do SUS, diz especialista

quinta-feira 09 junho 2022 16:07 

Por PH Mota

Decisão impacta sistema público de saúde, que deve receber demandas não cobertas por planos de saúde

O julgamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que altera o entendimento sobre o rol de procedimentos listados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para cobertura dos planos de saúde também deve impactar diretamente os atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a decisão, tomada nessa quarta-feira, 8, planos de saúde não precisam mais oferecer tratamentos que não constam na lista preliminar da ANS e, dessa maneira, pacientes sem cobertura podem buscar a oferta na saúde pública, por meio da judicialização.

É isso que acredita o consultor de gestão pública Alessandro Melo, que explica que o impacto no sistema público pode ser imediato. “A possibilidade de aumentar a demanda no SUS é enorme. Quando o paciente não enxergar caminho de judicialização no plano de saúde que ele paga, vai tentar encontrar no setor público”, afirma. Alessandro lembra que a judicialização já é um problema com o qual o SUS convive hoje em dia, mas a situação deve se agravar com a transferência dos alvos das disputas judiciais.

Além disso, ele destaca a possibilidade da decisão impactar o resultado das decisões da Justiça, mesmo quando a briga for com as instituições públicas. Atualmente, já existem vários tratamentos que não fazem parte da lista de serviços e diariamente administrações são obrigadas a custear por decisão judicial, mas o novo julgamento sobre planos de saúde pode motivar argumentações durante disputas no setor público. “As procuradorias municipais e estaduais vão usar essa decisão pra tentar resguardar os estados e municípios”, explica. “Mas acredito que, para o SUS, o princípio constitucional de direito da saúde vai ser maior”. Conforme o art. 196 da Constituição Federal, “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, o que, em casos que não fujam da razoabilidade, deve sobressair nas decisões.

Mudança de sistema

Num outro olhar sobre a decisão, porém, Alessandro destaca que o momento é de discussão dos modelos que temos hoje, especialmente no SUS. Ele lembra que os planos de saúde tratam a saúde como negócio, explorando comercialmente os serviços, enquanto o sistema público tem foco no interesse social, mas num modelo muito antigo. “Essa discussão mostra que devemos buscar uma forma de colocar tratamentos novos dentro da lista do SUS e da ANS com maior velocidade, para entregar os melhores atendimentos”, defende. “Não pode demorar dez anos pra reconhecer um tratamento, um medicamento já reconhecido no mundo inteiro”.

Dentro disso, o especialista retorna ao debate sobre a questão judicial, especialmente sobre o custo que isso geral. Alessandro destaca que a prática de judicialização encarece todo o sistema e, se os recursos destinados a esse setor fossem convertidos para oferta de tratamentos de saúde, de fato, o benefício seria de todos. “A própria discussão da pandemia deixou isso claro. Por que tanta dificuldade de recepcionar soluções na saúde, liberar vacinas, remédios? Precisamos ser mais velozes”, finaliza.

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Hospital Estadual da Criança e do Adolescente é escolhido para receber medalha na Câmara dos Deputados

Por Thauany Melo

Reconhecimento é destinado a instituições ou pessoas que se destacaram pela contribuição ao desenvolvimento, à atenção, à proteção ou à garantia de direitos da primeira infância no país. A cerimônia ocorrerá em 24 de agosto.

O Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) foi escolhido para receber a Medalha Amigo da Primeira Infância em 2022, concedida pela Câmara dos Deputados. A cerimônia de entrega está prevista para o dia 24 de agosto deste ano.

O reconhecimento é destinado a instituições ou pessoas que se destacaram pela contribuição ao desenvolvimento, à atenção, à proteção ou à garantia de direitos da primeira infância no país. A indicação foi do deputado federal Zacharias Calil, profissional que atua no Hecad e um entusiasta do novo hospital pediátrico. 

A premiação tem o intuito de consolidar e fortalecer políticas públicas direcionadas à atenção integral da criança nos cinco primeiros anos de vida, considerados cruciais para o seu desenvolvimento cognitivo e social. 

Inaugurado em fevereiro deste ano, o Hecad é um centro especializado em pediatria com 124 leitos, 30 deles de UTI, e é referência para vários tratamentos. Localizado no Parque Acalanto, em Goiânia, o Pronto-Socorro funciona ininterruptamente durante 24 horas em todos os dias da semana. O hospital conta ainda com 12 consultórios de especialidades como cardiologia, pneumologia, alergia/imunologia, neurologia, endocrinologia, cirurgia pediátrica, gastroenterologia e outros.

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Assessoria de Comunicação