Postado em: 10/12/2021

CLIPPING AHPACEG 10/12/21

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Novas medidas para entrada no Brasil passam a valer a partir de sábado

Governo exige vacinação e diz que não é passaporte

Surto de gripe às vésperas do verão

Plano individual da Amil vai para Fiord Capital

Opinião - Ruth De Aquino Quarentena de 5 dias é patética'

Os “Prevent Senior” de Goiás: empresários que desprezaram a vida para ficar do lado do lucro

CORREIO BRAZILIENSE

Novas medidas para entrada no Brasil passam a valer a partir de sábado

Decreto publicado deixa claro que quem apresentar documento provando estar imunizado não terá problemas. Mas, quem não tiver vai para a quarentena

Maria Eduarda Cardim

Os viajantes de procedência internacional, brasileiros ou estrangeiros, que chegarem ao Brasil por vias aéreas, a partir de amanhã precisarão apresentar o comprovante de vacinação contra a covid-19 para provar que estão imunizados. Caso contrário, devem cumprir uma quarentena de cinco dias na cidade de destino e realizar um teste no final do período para comprovar um resultado negativo e sair do isolamento. A medida, na prática, adota o "passaporte da vacina", rejeitado pelo governo federal e criticado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para a entrada de passageiros por transporte aéreo, o governo aderiu a toda orientação feita pela agência. Já as recomendações feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o desembarque por via terrestre sofreram alterações.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, explicou que a decisão foi tomada baseada no tamanho da fronteira terrestre do Brasil e indicou que a maioria dos viajantes chega pela via aérea. "É a grande fronteira do Brasil com o mundo. São esperados, a cada semana, cerca de 100 mil passageiros, dos quais cerca de 70% são brasileiros e 30% estrangeiros", salientou. A Anvisa considerou que as novas regras alinham "o Brasil a um movimento de alcance global".

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"A adoção do comprovante de vacina como ferramenta para controle de entrada de viajantes no país é medida que alinha o Brasil a um movimento de alcance global e pavimenta o caminho para uma política de fronteiras guiada pela segurança sanitária", afirmou a Anvisa em nota.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, "o requisito da portaria é de que a imunização tem que ser completa há mais de 14 dias". Cruz informou também que o governo federal volta a se reunir daqui a 30 dias para rediscutir as medidas adotadas agora. Segundo ele, a revisão é necessária já que o cenário epidemiológico do país e do mundo pode mudar até lá.

Postos em aeroportos

O governo federal anunciou, ainda, que disponibilizará postos de vacinação nos três aeroportos que recebem maior fluxo de passageiros estrangeiros. Dessa forma, Guarulhos (SP), Tom Jobim (RJ) e Brasília terão doses para quem chegar e tiver interesse em se vacinar contra a covid-19. A medida visa incentivar a imunização, mas não impede que os turistas que forem vacinados ainda nos aeroportos tenham que passar pela quarentena imposta aos não imunizados.

A publicação das novas medidas veio depois do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente Jair Bolsonaro serem duramente criticados pela não adoção do "passaporte vacinal" - e criarem um vácuo administrativo que levou os governos de São Paulo e do Distrito Federal analisarem a possibilidade de cobrar o documento de vacinação para quem desembarcar dentro das fronteiras das duas unidades da Federação. Alegando que o governo preserva as "liberdades individuais", Queiroga chegou até a citar Bolsonaro ao dizer que "às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade".

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Governo exige vacinação e diz que não é passaporte

Novas medidas para o ingresso no país passam a valer a partir de amanhã. Decreto publicado deixa claro que quem apresentar documento provando estar imunizado não terá problemas. Mas, quem não tiver vai para a quarentena

» MARIA EDUARDA CARDIM

Os viajantes de procedência internacional, brasileiros ou estrangeiros, que chegarem ao Brasil por vias aéreas, a partir de amanhã precisarão apresentar o comprovante de vacinação contra a covid-19 para provar que estão imunizados. Caso contrário, devem cumprir uma quarentena de cinco dias na cidade de destino e realizar um teste no final do período para comprovar um resultado negativo e sair do isolamento. A medida, na prática, adota o 'passaporte da vacina', rejeitado pelo governo federal e criticado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Para a entrada de passageiros por transporte aéreo, o governo aderiu a toda orientação feita pela agência. Já as recomendações feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o desembarque por via terrestre sofreram alterações (veja ao lado).

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, explicou que a decisão foi tomada baseada no tamanho da fronteira terrestre do Brasil e indicou que a maioria dos viajantes chega pela via aérea. 'É a grande fronteira do Brasil com o mundo. São esperados, a cada semana, cerca de 100 mil passageiros, dos quais cerca de 70% são brasileiros e 30% estrangeiros', salientou. A Anvisa considerou que as novas regras alinham 'o Brasil a um movimento de alcance global'.

'A adoção do comprovante de vacina como ferramenta para controle de entrada de viajantes no país é medida que alinha o Brasil a um movimento de alcance global e pavimenta o caminho para uma política de fronteiras guiada pela segurança sanitária', afirmou a Anvisa em nota.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, 'o requisito da portaria é de que a imunização tem que ser completa há mais de 14 dias'. Cruz informou também que o governo federal volta a se reunir daqui a 30 dias para rediscutir as medidas adotadas agora. Segundo ele, a revisão é necessária já que o cenário epidemiológico do país e do mundo pode mudar até lá.

Postos em aeroportos

O governo federal anunciou, ainda, que disponibilizará postos de vacinação nos três aeroportos que recebem maior fluxo de passageiros estrangeiros. Dessa forma, Guarulhos (SP), Tom Jobim (RJ) e Brasília terão doses para quem chegar e tiver interesse em se vacinar contra a covid-19. A medida visa incentivar a imunização, mas não impede que os turistas que forem vacinados ainda nos aeroportos tenham que passar pela quarentena imposta aos não imunizados.

A publicação das novas medidas veio depois do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente Jair Bolsonaro serem duramente criticados pela não adoção do 'passaporte vacinal' - e criarem um vácuo administrativo que levou os governos de São Paulo e do Distrito Federal analisarem a possibilidade de cobrar o documento de vacinação para quem desembarcar dentro das fronteiras das duas unidades da Federação. Alegando que o governo preserva as 'liberdades individuais', Queiroga chegou até a citar Bolsonaro ao dizer que 'às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade'.

As regras para entrar no Brasil

Veja as orientações para os viajantes procedentes do exterior, brasileiros ou estrangeiros, para entrar no território nacional Testagem Necessária apresentação do resultado negativo do teste de covid-19, do tipo antígeno, realizado em até 24h antes do embarque, ou do tipo RT-PCR, realizado em até 72h antes do embarque.

Declaração de Saúde do Viajante

Necessária apresentação, em no máximo 24h de antecedência ao embarque para o Brasil, o comprovante, impresso ou em meio eletrônico, do preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV), com a concordância sobre as medidas sanitárias que deverão ser cumpridas durante o período em que estiver no país.

Vacinação'

Necessária apresentação do comprovante, impresso ou em meio eletrônico, de imunização contra a covid-19 antes do embarque para o Brasil.

Serão aceitas vacinas aprovadas pela Anvisa, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ou pelas autoridades do país em que o viajante foi imunizado;

A aplicação da segunda dose ou a injeção única da vacina deve ter sido feita em, no mínimo, 14 dias antes da data do embarque;

A apresentação do comprovante da vacina será dispensada aos viajantes considerados não elegíveis para a imunização, de acordo com critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Por exemplo: crianças menores de 12 anos, que ainda não podem tomar a dose no Brasil, não precisam apresentar o comprovante.

Caso o viajante não possua comprovante de vacinação. . . .

Ele pode entrar no Brasil desde que aceite realizar quarentena no território brasileiro, por cinco dias, na cidade de destino e no endereço registrado na Declaração de Saúde do Viajante;

Precisa realizar um novo teste de antígeno ou RT-PCR ao final da quarentena. Dando resultado negativo, o isolamento acaba e o viajante pode circular pelo Brasil. Em caso de recusa à realização do teste ou resultado positivo, o indivíduo permanece em quarentena.

Proibição: viajantes estrangeiros procedentes ou com passagem, nos últimos 14 dias antes do embarque, por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue - continuam proibidos de embarcar para o Brasil.

Fonte: Portaria Interministerial Nº 661/governo federal

POR VIA TERRESTRE: Passageiros de procedência internacional que ingressam no país por rodovias ou outro meios terrestres deverão apresentar à autoridade migratória ou sanitária quando solicitado: W Comprovante, impresso ou em meio eletrônico, de vacinação contra a covid-19 (considerar os mesmos parâmetros exigidos na via aérea); ou

Resultado negativo do teste de covid-19, do tipo antígeno, realizado em até 24h antes do embarque, ou do tipo RT-PCR, realizado em até 72h antes do embarque.

Apresentação do teste negativo ou do comprovante de vacinação não se aplica a alguns casos. Por exemplo: viajantes em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária e viajantes que realizam transporte de carga.

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Surto de gripe às vésperas do verão

A notícia de que o vírus Influenza está circulando de forma acelerada em várias cidades do país, principalmente no Rio de Janeiro, às vésperas do verão, causou surpresa e acendeu o sinal de alerta de especialistas. Até novembro, o vírus H3N2 não tinha sido identificado na capital fluminense e hoje, conforme levantamento feito pela rede integrada de saúde Dasa, está presente em mais de 90% das amostras.

A circulação acelerada da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos últimos dias também tem provocado uma corrida aos postos de saúde e hospitais no Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo, conforme o Boletim InfoGripe da Fiocruz.

A ocorrência de Influenza A a poucos dias do início do verão intriga especialistas. A circulação do H3N2 não é comum neste período de temperaturas elevadas. A cepa identificada no Brasil é a mesma que está circulando no Hemisfério Norte, que entra agora no período de inverno mais rigoroso. No entanto, conforme o painel viral da Dasa, já tem maior incidência que o rinovírus e até mesmo o Sars-Cov-2, causador da covid-19.

Ainda conforme a Dasa, em 2021, não havia histórico de circulação desse tipo de vírus. O primeiro caso identificado de H3N?2 foi em 13 de novembro. No estado do Rio de Janeiro, houve aumento de 76% dos exames de Influenza A no mês passado, em relação a setembro de 2021, sendo 11% com diagnósticos positivos. Já em dezembro (até o último dia 6), houve aumento de 41% dos exames, em relação a setembro, alcançando a marca de 56% de positividade nos diagnósticos realizados.

Com as atenções voltadas para a imunização contra a covid-19, as pessoas deixaram de se vacinar contra a gripe. Mesmo nos grupos prioritários, como idosos e crianças, a adesão foi baixa. O Ministério da Saúde, que em anos anteriores fazia uma campanha forte de conscientização sobre a importância dessa proteção, este ano não intensificou a divulgação para atingir uma cobertura vacinal maior da população contra a gripe. A meta do governo no início da campanha, em abril, era cobrir 90% dessa parcela da população.

No Rio, apenas 53% do grupo prioritário foi imunizado, conforme dados do Vacinômetro do SUS. Em Belo Horizonte, de acordo com a prefeitura, a cobertura vacinal contra a gripe está em 62%. Desde 19 de julho, a vacina da gripe passou a ser aplicada na população em geral, a partir dos seis meses de idade.

Segundo informações do Ministério da Saúde, em 2020 foram diagnosticados 94. 584 casos de gripe, provocados pela Influenza e com outras manifestações respiratórias por vírus não identificado. Neste ano, os dados apurados até o último dia 4 de novembro mostram que o número de diagnósticos pulou para 123. 084.

A vacina contra a Influenza é importante pelo fator de proteção contra as formas mais graves de síndromes respiratórias. Não existem grandes diferenças entre os vírus HINI, H2N3 e H3N2 no que diz respeito às doenças e maneiras de prevenção e tratamento. Mas o HINI é considerado um tipo mais agressivo se não tratado de forma adequada.

Especialistas creditam o aumento de casos de Influenza ao fato de que as pessoas passaram a circular mais livremente agora, após o isolamento social imposto pela covid-19 em 2020. Antes da pandemia, as pessoas tinham contato com o vírus ao longo do ano, o que garantia uma certa imunidade para a forma mais grave da doença. Agora, com o relaxamento das medidas de proteção e o aumento de viagens, elas estão mais vulneráveis, e, portanto, mais sujeitas à gripe e às suas complicações, principalmente no caso de idosos e crianças.

A mesma atenção que se dá agora à vacinação contra a covid-19 precisa ser dispensada à Influenza. Postos de saúde e laboratórios particulares oferecem o imunizante e essa cobertura precisa atingir uma parcela grande da população para reduzir o ritmo de contágio e até mesmo descartar casos do coronavírus, já que os sintomas dos dois vírus são muito parecidos. A recomendação é que não haja atraso entre as duas vacinas e desde o final de setembro não há mais a necessidade de aguardar duas semanas de intervalo entre as doses contra covid-19 e gripe, podendo, inclusive, serem tomadas no mesmo dia. Antes, o Programa Nacional de Imunização (PNI) estabelecia um intervalo mínimo de 14 dias.

Além disso, as medidas de segurança contra a covid-19 devem ser mantidas para evitar as síndromes respiratórias, ou seja, o uso de máscara de proteção facial e a higienização frequente das mãos. Com esses cuidados, é possível diminuir a circulação não só do coronavírus como também da Influenza e suas complicações.

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O GLOBO

Plano individual da Amil vai para Fiord Capital

Fundo de investimento se associa à operadora APS em negócio de R$ 3 bi, que inclui a carteira de 370 mil beneficiários e a compra de quatro hospitais. Protocolo de transferência já está em análise pela ANS. Veja quais são as regras para o consumidor

LUCIANA CASEMIRO E RENNAN SETTI

Fiord Capital, veículo de investimento, se juntou à operadora paulista APsS (Assistência Personalizada à Saúde), que tem pouco mais de 11 mil usuários, para assumir a carteira de planos de saúde individuais da Amil, que totaliza 370 mil beneficiários em Paraná, Rio e São Paulo (onde há maior concentração, 260 mil).

A operação na qual a Amil se desfaz de seus planos individuais foi antecipada pelo jornal Valor Econômico. A UnitedHealth, dona da Amil, vai pagar R$3 bilhões para que outra empresa assuma os contratos.

Segundos fontes, do valor total, R$ 1, 6 bilhão se refere à carteira, que é deficitária. O restante inclui quatro hospitais da Amil para garantia de atendimento e o pagamento de provisão (espécie de depósito) à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A princípio, para os consumidores nada muda, pois os contratos deverão ser mantidos pela nova operadora.

A Amil protocolou a informação de transferência de carteira na ANS na última semana. A solicitação ainda está em análise, mas, segundo fontes do setor, na prática há pouco espaço para o regulador interferir, tratando-se mais de um processo protocolar.

FOCO NO COLETIVO

No entanto, a agência pretende fazer recomendações às empresas envolvidas para garantir uma transição sem problemas para o consumidor e manterá o monitoramento contínuo da assistência. Uma reunião deve ser marcada já na próxima semana.

A negociação dessa carteira pela Amil deixa claro o desejo das grandes operadoras de focarem no mercado coletivo, em que há menos regulação da ANS, e se livrarem dos planos individuais -diz a advogada Maria Stella Gregori, ex-diretora da ANS.

Os planos individuais têm reajuste limitado pela ANS. Nos coletivos, eles são negociados entre as partes.

Composta primordialmente de idosos, a carteira de planos individuais da Amil é deficitária. O índice de sinistralidade - percentual que representa o custo de prestação de assistência sobre o total arrecadado -é de 120%, quando a média de mercado fica entre 80% e 85%. Fontes próximas afirmam, porém, que mudanças na gestão abririam caminho para que 80% da carteira se tornassem lucrativos. Segundo pessoas a par da negociação, esses contratos já não fazem parte da estratégia central da Amil, mas a nova gestão deve trabalhar com horizonte de cinco a sete anos para rentabilizar a carteira e evitar o comprometimento do negócio.

O Fiord foi fundado em novembro por profissionais com experiência no mercado de restruturação financeira, vindos da gigante Starboard Partners. Nos bastidores, diz-se que a negociação com a Amil teria sido a razão da abertura do Fiord. Nem o fundo nema Amil quiseram se manifestar sobre a negociação.

O advogado Rafael Robba, especialista em saúde, teme que se repitam problemas vistos em 2013, na venda de planos individuais da Golden Cross à Unimed-Rio: - Houve uma enorme judicialização, principalmente por mudanças na rede credenciada. É fundamental que a ANS seja muito diligente.

ENTENDA AS REGRAS NA TROCA DE GESTÃO DA CARTEIRA

Com a venda da carteira, o valor da mensalidade pode mudar?

Não. De acordo com a ANS, em uma operação de transferência de carteira é obrigatório que a operadora adquirente garanta a manutenção das condições contratuais dos beneficiários, inclusive o valor da mensalidade e as regras de reajuste previstos em contrato, não sendo permitida qualquer cobrança de carência para as já cumpridas pelos beneficiários.

E quanto à rede credenciada, ela pode ser modificada? Numa negociação como essa também é prevista a manutenção da rede credenciada. Qualquer alteração deve ser submetida à avaliação da ANS, mas, na prática, especialistas afirmam que é comum haver mudanças na rede. Segundo especialistas, esse costuma ser o ponto mais sensível quando é feita a mudança de operadora. Para analistas, a ANS deveria recomendar que os clientes da Amil em tratamento pudessem manter o atendimento na rede credenciada atual.

Pode haver alteração no critério de reajuste por faixa etária?

Não. A operadora deve manter tudo que estabelecido em contrato, inclusive as datas e percentuais de reajustes por mudança de faixa etária previamente acordados. Se eu não quiser permanecer na nova operadora, há algum benefício para portabilidade?

Não há nenhuma condição especial para troca de operadora prevista para casos de transferência de carteira. ANS destaca, no entanto, que os beneficiários que não ficarem satisfeitos com a transferência podem optar pela portabilidade, seguindo as condições previstas pelas regras da ANS , entre elas, estar em dia com a mensalidade e ter cumprido o prazo de carência na Amil. Quem optar por aceitar a transferência de carteira e se vincular à nova operadora poderá, no futuro, optar pela portabilidade. Nesse caso, será computado todo o tempo passado na Amil na transferência para outro plano. Alguma coisa muda para os clientes da Amil que não têm contrato individual?

De forma alguma. A operadora permanece como responsável assistencial de todos contratos atrelados a produtos não contemplados na operações de transferência de carteira, não havendo qualquer modificação na relação contratual em virtude de eventual alienação de parte da carteira.

Em casos de problema ou de dúvidas, a quem recorrer?

As operadoras deverão informar a mudança clara e ostensivamente aos consumidores. Em caso de dúvidas ou problemas, os usuários dos planos podem se informar ou registrar queixa na ANS pelo Disque ANS (0800 701 9656) ou pelo site (www. gov. br/ans/pt-br). Também é possível registrar reclamações nos Procons ou pela plataforma de intermediação de conflito do Ministério da Justiça, Consumidor. gov. br.

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Opinião - Ruth De Aquino Quarentena de 5 dias é patética'

RUTH DE AQUINO

Essa quarentena de cinco dias é patética, injusta e impossível de fiscalizar, especialmente num país continental como o Brasil. Quem afirma é a Dra. Margareth Dalcolmo. 'O passaporte vacinal é o mínimo civilizatório neste momento. Todos os países pedem. O Brasil será uma exceção e, desculpe o termo forte, vai virar uma espécie de bordel de entrada de pessoas não vacinadas. Para onde elas irão viajar no fim do ano e nas férias se nenhum país aceita? Patético'.

O período é curto demais também para a incubação e detecção do vírus. 'Cinco dias é um número arbitrário, sem base científica, alguns países estabelecem sete dias, outros, como a China, 21 dias'. Como me disse a Dra. Margareth, que acaba de lançar seu livro 'Um tempo para não esquecer', o Brasil complica ao apelar a esse arremedo de isolamento. Uma barreira muito mais complexa e trabalhosa do que a requisição de um passaporte sanitário.

'E uma medida injusta com nossa população. Vai expor os brasileiros, depois de tanto esforço para conseguir um ritmo de cruzeiro em nossa imunização'. Tivemos a adesão em massa do povo às vacinas. Pais, mães, filhos. De todas as classes. Fizemos fila. O Brasil surpreendeu positivamente. Confiamos na ciência, no SUS e nos médicos sérios. Fomos solidários e ótimos, em comparação com os europeus.

Quando cheguei a Paris em maio, o Brasil estava na zona vermelha. Eramos turistas indesejados no mundo. Punidos pela irresponsabilidade, ignorância e desprezo à vida do governo Bolsonaro. Quem conseguia entrar na França era sujeito a várias exigências. Além do PCR antes de ir e teste antígeno ao chegar ao aeroporto, era preciso informar endereço, celular, email. No mesmo dia de minha chegada, recebi a visita de dois gendarmes, uma moça e um rapaz, para checar se eu estava isolada. Durante dez dias, policiais, de farda e à paisana, foram a meu endereço em horários diversos. Se eu não estivesse, - a multas e ria de 1. 500 euros, ou R$ 10 mil.

Uma funcionária da Assurance Maladie me telefonou para saber se eu tinha sintomas estranhos ou se estava bem. Pediu - desculpas por incomodar. E mandou um e-mail orientando como fazer, no meu bairro, um PCR no penúltimo dia da quarentena. Essa é uma quarentena à francesa. Como seria a quarentena à brasileira? Em pleno verão? Ahsim, a fiscalização ficaria por contados Cievs -centros de informações estratégicas em vigilância em saúde. Alguém realmente acredita que os não vacinados serão fiscalizados e monitorados? Ou estarão no bar e na praia no dia seguinte? À quarentena tropical é pra gado dormir. Até agora nem se falou de multa ou punição para quem transgredir.

Um leitor escreveu para o GLOBO contando como foi bem recebido, sem restrições, no Brasil, chegando de Lisboa. 'Ninguém me exigiu teste de Covid, que fiz em Portugal, e nem o formulário Anvisa que preenchi via internet. Só passaporte. Vim de uma cidade que apresenta casos da nova variante. E se estivesse contaminado ou sem teste?' O leitor, Luiz Renato Quintanilha, chamou o que viveu de 'gravíssima negligência oficial' e 'descontrole sanitário'. Ninguém consciente se sente a salvo hoje chegando a um país assim.

Mas o cardiologista e ministro da Saúde Marcelo Queiroga discorda. Ele acha 'melhor perder a vida do que a liberdade'. Talvez ache melhor perder o diploma do que o cargo. Melhor perder o pescoço do que a boquinha. Se o saudoso e irônico Xexéo estivesse vivo, Queiroga seria fortíssimo candidato a mala do ano. Mala não, baú.

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JORNAL OPÇÃO

Os “Prevent Senior” de Goiás: empresários que desprezaram a vida para ficar do lado do lucro

A pandemia trouxe grandes desafios aos líderes da política e da economia; alguns deles se afundaram no abismo em busca de faturar mais

Neste mês se completam dois anos desde o alerta do oftalmologista chinês Li Wenliang sobre o risco de um novo vírus ser responsável por uma série de casos de internações por problemas respiratórios graves em Wuhan, na China. O médico foi duramente reprendido e silenciado pelo regime político autoritário de seu país e morreria em 7 de fevereiro, justamente em decorrência da exposição ao coronavírus. O governo se penitenciou depois e considerou Li um herói.

Em todas as nações houve personagens que, mais do que vítimas, foram mártires da Covid-19. Gente que buscava de alguma forma ajudar outras pessoas afetadas direta ou indiretamente pela doença. Eles se expuseram além da conta, fosse por dever de ofício, como várias categorias de profissionais da saúde, fosse por empatia e espírito coletivo, para arrecadar e entregar alimentos e outros donativos a quem havia perdido a fonte de renda, por causa do fechamento da economia, ou simplesmente levar consolo espiritual às famílias enlutadas e aos doentes.

Por outro lado, no Brasil e no mundo, houve homens públicos que minimizaram os riscos trazidos pelo coronavírus. Eles serão lembrados nas futuras eleições e seus nomes serão eternizados pela história por seu papel sórdido. Da mesma forma, desde o início, autoridades dignas dos cargos que obtiveram com o voto da população, buscaram, em meio às grandes incertezas que ainda pairavam em relação ao novo vírus e à nova doença, se preparar para o cenário de uma pandemia como o mundo não sofria havia um século.

Esses são os que arriscaram sua popularidade seus votos nas urnas em prol de preservar o máximo de vidas dos cidadãos que estavam sob sua guarda. Medidas amargas, como o isolamento social e o fechamento de comércios, tiveram de ser tomadas a contragosto por chefes de governo de todas as esferas.

Em Goiás, especialmente, é preciso ressaltar o papel central que teve o governador Ronaldo Caiado (DEM) na liderança desse processo. Quando o pânico com o vírus ameaçou se instalar, em meio a todas as dúvidas e todos os medos decorrentes das cenas sombrias de caminhões militares carregados de caixões deixando os hospitais na Itália e centros de convenções transformados em hospitais e necrotérios na Espanha, seu instinto de preservação de vidas forjado nos bancos da Faculdade de Medicina se sobressaiu à tentação política de jogar a situação para debaixo do tapete: foi à frente das câmeras e, de forma clara e transparente, disse aos goianos que era hora de obedecer às necessárias regras sanitárias.

E foi assim, caminhando sempre de acordo com o que prezava a ciência, com o apoio de uma equipe técnica competente e de instituições de pesquisa, como a valorosa e prestativa Universidade Federal de Goiás (UFG), que Caiado pautou e tem pautado seu corolário de resoluções nada fáceis, às vezes tendo de desagradar a categorias que foram fundamentais para sua eleição. Seu posicionamento pró-ciência também o afastou do presidente Jair Bolsonaro (PL), sempre refratário ao combate da pandemia por meio das medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foi o confronto entre dois políticos em atitudes opostas: um que arriscou abrir mão do próprio eleitorado – que basicamente era convergente ao de Bolsonaro, apoiador que foi de primeira hora de sua campanha à Presidência – e outro que arriscou a vida de seus apoiadores com aglomerações, recomendação de medicamentos ineficazes e extrema má vontade em relação às vacinas.

Bolsonaro não teria ido tão longe na pregação anticiência se não tivesse uma base sólida de apoiadores influentes em áreas estratégicas, esses também com seus próprios interesses. O exemplo mais conhecido é o da operadora de planos de saúde Prevent Senior, responsável em grande parte por dar a casca de falsa legitimidade aos argumentos sem comprovação científica liderados pelo Palácio do Planalto. Foi baseado em uma “pesquisa” da empresa que o presidente disse, por exemplo, que a cloroquina funcionava contra a Covid-19.

A Prevent Senior, de origem paulista e que tem como proprietários os irmãos Eduardo e Fernando Parrillo, atrai pessoas idosas como massa de clientes, oferecendo mensalidades mais em conta no mercado de seguros de saúde. Havia, desde a chegada da pandemia ao Brasil, a suspeita de que cometia irregularidades, até que uma denúncia de médicos prestadores de serviços foi parar na CPI do Senado.

No depoimento aos parlamentares concedido por Bruna Morato, advogada dos profissionais denunciantes, a empresa foi acusada pelos ex-colaboradores de práticas dignas de uma Comenda Joseph Mengele, o médico “anjo da morte” dos nazistas: usar como cobaias de seus experimentos com hidroxicloroquina e outros placebos os próprios pacientes; reduzir nível de oxigenação de pessoas internadas há 14 dias ou mais em determinadas UTIs para economizar gastos; e deixar seus profissionais da saúde e administrativos sem equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e trabalhando mesmo contaminados pelo vírus.

A Prevent rechaçou as acusações, o que também já havia feito quando do depoimento de seu diretor-executivo, Pedro Benedito Batista Júnior, que entrou como testemunha na sala da comissão e saiu como investigado.

Na segunda-feira, 29, a operadora divulgou um comunicado em grandes veículos da mídia, dirigindo-se aos associados e à comunidade, afirmando que não existe qualquer pesquisa científica que comprove a eficácia dos medicamentos do chamado “kit Covid”. Da mesma forma, alegou ter suspendido sua distribuição. A divulgação estava prevista no termo de ajustamento de conduta (TAC) feito com a Promotoria de Saúde do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e homologado pelo Conselho Superior do MP.

Doutrina curandeira em Goiás
Providências estão sendo tomadas contra a empresa, mas obviamente não só ela se esbaldou no discurso negacionista ou no simplismo de que bastaria tomar um medicamento – ou um kit com eles – para seguir a vida normalmente em meio à pandemia. Em Goiás há pelo menos dois casos que mereceriam uma apuração rigorosa das autoridades, justamente por destacarem fatos e pessoas com poder e prestígio e que foram fundo na mesma doutrina curandeira.

Um desses personagens é o ex-deputado e empresário Sandro Mabel, atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). Ele foi um dos maiores críticos das medidas de contenção da pandemia, sempre muito preocupado com os prejuízos para o setor industrial e de serviços. Para Mabel, era preciso que a vida seguisse normalmente e não poucas vezes se mostrou alinhado às atitudes intempestivas do presidente Jair Bolsonaro, notadamente em defesa dos remédios de ineficácia comprovada para o tratamento da Covid-19.

Mais do que isso, em março deste ano, com todos os estudos já ressaltando a inutilidade e até os danos que tais medicamentos poderiam provocar, Sandro Mabel solicitou à Procuradoria Geral da República (PGR) que responsabilizasse prefeitos goianos que não cumprissem uma recomendação do Ministério Público Federal no Estado para uso do tratamento precoce no combate à Covid-19.

Mas Mabel já tinha feito coisa pior: ele promovera, por meio de sua autoridade sindical, lives para disseminar o uso de kits nas empresas. Foi assim no dia 17 de setembro de 2020, quando ao lado das médicas Pollyana Pimenta, Lucy Kerr (esta organizadora de estudo sobre o uso da ivermectina no combate à Covid-19), Helen Brandão e do gerente de Saúde e Segurança do Sesi, Bruno Godinho, liderou a live intitulada “Tratamento Precoce à Covid-19”. Em nota sobre o evento, que ainda hoje consta no site do Sesi Goiás, o presidente da Fieg afirma que “se o Brasil tivesse adotado esse protocolo [de tratamento precoce], teríamos menos de um terço das mortes que tivemos”. Baseado em quê? No puro achismo, na frieza calculista de quem quer ver trabalhadores se expondo para não perder lucros ou, na melhor das hipóteses, no chamado “wishful thinking”, expressão idiomática inglesa para o ato de tomar os próprios desejos por realidade ou seguir raciocínios baseados nesses desejos.

No mesmo texto do site do Sesi Goiás, com o título “Sandro Mabel anuncia ampliação do tratamento precoce contra a Covid-19”, está escrito que “a estratégia do Sesi com o atendimento é oferecer ao público-alvo (empresas e trabalhadores da indústria) o tratamento precoce logo no início da infecção e dos primeiros sintomas, proporcionando assim, ao paciente, ser diagnosticado, orientado e monitorado por equipe médica, a fim de evitar o agravamento da doença e reduzir as chances de internação hospitalar. O atendimento, aberto também à comunidade, está disponível por teleconsulta para todo o Estado.”

Outro caso emblemático – e este um escândalo divulgado nacionalmente – envolvendo goianos foi o da farmacêutica Vitamedic, com sede em Anápolis e de propriedade do empresário José Alves Filho, principal nome do Grupo José Alves (GJA), com grandes empreendimentos em vários ramos. Na mesma CPI do Senado que levou a Prevent Senior aos holofotes de forma negativa, mais discretamente passou o diretor-executivo da empresa goiana, Jailton Batista, para tentar explicar como a Vitamedic lucrou milhões de reais com a venda de ivermectina.

A suspeita dos senadores, colocada em relatório, é de que a bonança da empresa de José Alves Filho tenha sido à custa de milhares de vidas perdidas para a Covid-19. Por essa razão, a CPI colocou o empresário como um de seus 80 indiciados, com o crime “epidemia com resultado morte”.

Para entender melhor o caso, em julho passado surgiu a informação de que a Vitamedic estaria por trás de anúncios assinados pela Associação Médicos pelo Brasil, em defesa do tratamento precoce contra o coronavírus. Publicações nos grandes jornais de cada Estado, bem como outdoors espalhados por todo o País, compuseram a estratégia de marketing para propagar o tratamento precoce. Um dos itens do “kit Covid” é a ivermectina, da qual a empresa é uma das maiores fabricantes no Brasil. Dados que chegaram à CPI revelaram aumento de vendas do medicamento pela Vitamedic em mais de 1.000%.

Diante de indícios tão claros e documentados de pouco caso com a vida e tanto compromisso com o lucro, o mínimo que se espera é que o Ministério Público de Goiás e demais autoridades policiais e sanitárias levem a cabo uma investigação sobre esses casos notórios e partindo de pessoas e firmas conhecidas e reconhecidas.

Talvez esses empresários goianos tenham levado a fundo demais a premissa de que “enquanto uns choram, outros vendem lenços”. Em meio a uma pandemia de tantas dores, é sinistro imaginar que tenha gente sorrindo com cifrões e metas de produção, ainda que para isso haja a morte de tantos. No julgamento do tempo, que atravessa décadas e séculos, esse capitalismo de resultados, lá na frente, vai se encontrar com os piores parâmetros de civilidade da história.

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Assessoria de Comunicação