Postado em: 04/11/2013

Ahpaceg na Mídia - Greve na Anvisa - Doentes vão pagar a conta

DIÁRIO DA MANHÃ 14/08/12
Greve na Anvisa - Doentes vão pagar a conta
No Porto Seco, medicamentos estão parados à espera de liberação. Farmácias e hospitais temem falta de produtos
Cecília Preda

A greve dos servidores federais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está causando atrasos na produção e na entrega de medicamentos. Até o final da tarde de ontem, havia cerca de US$ 38 milhões em remédios que estavam parados no Porto Seco de Anápolis. A paralisação começou há quase um mês e a categoria reivindica reajuste salarial e a contratação de novos profissionais.

De acordo com o presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, a demora na entrega prejudicará principalmente o abastecimento de remédios que fazem parte dos programas assistenciais do Governo Federal. Isso porque os insumos que são utilizados na produção de remédios também passam pela fiscalização da Anvisa. "As indústrias farmacêuticas vão ter que trabalhar em dobro para conseguir normalizar o atendimento. Os medicamentos da farmácia popular são os que mais demorarão a serem entregues", afirma.

Marçal ainda informa que a falta de medicamentos ainda não atingiu as farmácias, mas que se caso a liberação dos medicamentos continue acontecendo de forma lenta, a população poderá sofrer as consequências dessa greve. As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) também correm risco.
O superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, explica que medicamentos importados só saem do Porto Seco por meio de mandados judiciais. Esses tipos de remédios vão desde aqueles que são destinados à doenças como a gripe até os que são utilizados em casos graves, quando o paciente se encontra na UTI. Ele também informou que mais dois fis¬cais devem chegar para ajudar na retirada dos medicamentos que estão parados. "Até hoje (ontem) só havia uma fiscal da Anvisa trabalhando aqui. O procedimento que levava dois dias está demorando dez. Até quarta-feira devemos ficar com 3 pessoas aqui para fazer esse trabalho, com isso, esperamos que as cargas saiam com mais rapidez.

A Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) informa que ainda não foram registradas queixas por parte dos hospitais associados, quanto à falta ou dificuldades para a aquisição de medicamentos em função da greve dos servidores da Anvisa. No entanto, o presidente da Associação, Haikal Helou, alega que o risco de desabastecimento no setor farmacêutico preocupa a entidade. "Esperamos que esse problema da greve seja solucionado logo," afirma.

Anvisa informou por meio de nota que tem firmado convênios com os estados para agilizar as ações de vigilância sanitária diante da greve dos servidores. O órgão também informou que com a paralisação das agências reguladoras o ritmo do atendimento foi afetado, mas o trabalho não deixou de ser feito em momento algum. A direção da Agência alega que está se esforçando para manter as atividades da instituição e assegurar sua missão que é a de preservar a saúde da população e atender o setor regulado.

O presidente executivo do Sindicato da Indústria Farmacêutica de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, também informou que no acordo feito com a Anvisa, ficou estabelecido que 70% dos profissionais devem voltar ao trabalho ainda hoje.