Postado em: 24/08/2023

CLIPPING AHPACEG 24/08/23

ATENÇÃO: Todas as notícias inseridas nesse clipping reproduzem na íntegra, sem qualquer alteração, correção ou comentário, os textos publicados nos jornais, rádios, TVs e sites citados antes da sequência das matérias neles veiculadas. O objetivo da reprodução é deixar o leitor ciente das reportagens e notas publicadas no dia.

DESTAQUES

Ministério da Saúde faz repasse para pagamento do piso da enfermagem

Mães de crianças cardiopatas reivindicam especialistas no Hapvida; representantes do plano de saúde prometem contratação de profissionais

Após voto da relatora contra seguradoras, STJ suspende julgamento sobre rol taxativo da ANS

Servidoras da Saúde são presas suspeitas de ‘rachadinha’ ao receberem horas extras de plantões que nunca foram feitos

Sem curso superior, falsa esteticista investigada por lesionar pacientes disse que 'aprendeu' procedimentos na prática e ‘vendo conteúdos’, diz delegado

Farmácias das unidades que atendem pacientes com HIV estarão fechadas no dia 31

Bolsonaro, o Einstein e o Vila Nova Star: mistério e refúgio desde o caso Adélio

Transplante de órgãos: Faustão furou a fila?

JORNAL DE BRASÍLIA

Ministério da Saúde faz repasse para pagamento do piso da enfermagem


O Ministério da Saúde informou que foram repassados nesta quarta-feira (23), a estados e municípios, os recursos para o pagamento do piso nacional da enfermagem.

"Os recursos previstos na portaria nº 1.135/2023 foram creditados pelo Ministério da Saúde nas contas dos estados e municípios nesta quarta-feira (23). Mais de 97% das prefeituras foram contempladas a partir do cadastro realizado na plataforma InvestSUS. Dos 5.570 municípios do país, apenas 117 não informaram profissionais que necessitam de auxílio federal para complementação do piso", informa o ministério.

O governo federal alocou R$ 7,3 bilhões, em crédito especial, para os repasses aos estados e municípios em 2023. "Foram pagas quatro parcelas do auxílio federal para implementação do piso retroativamente a maio. As outras cinco parcelas deste ano, incluindo o 13º, serão pagas até dezembro", informa o ministério.

Entenda

Em maio, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o pagamento do piso nacional da enfermagem após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sancionado a abertura de crédito especial de R$ 7,3 bilhões para o pagamento do piso.

Até então, o novo piso nacional, definido pela Lei nº 14.434, estava suspenso, desde setembro de 2022, por decisão do próprio Barroso, até que os entes públicos e privados da área da saúde esclarecessem o impacto financeiro. Segundo os estados, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões e não há recursos para suplementar o pagamento.

Na nova decisão, Barroso determinou que estados, Distrito Federal e municípios, bem como às entidades privadas que atendam, no mínimo, 60% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade de implementação do piso nacional só existe no limite dos recursos recebidos por meio da assistência financeira prestada pela União para essa finalidade. As informações são da Agência Brasil.

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ISTOÉ

Após voto da relatora contra seguradoras, STJ suspende julgamento sobre rol taxativo da ANS


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu, nesta quarta-feira, 23, o julgamento de três processos que podem definir quais tratamentos as seguradoras de plano de saúde devem cobrir para pacientes. O pedido de vista foi feito pelo ministro Ricardo Villas Bôas Cueva. Antes da suspensão, a relatora, a ministra Nancy Andrighi, votou contra as operadoras de planos para determinar que mesmo os tratamentos fora das diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) devem ser pagos pelas empresas.

Segundo Nancy Andrighi, mesmo com a mudança na lei sobre o rol taxativo da ANS, em 2022, já havia jurisprudência no STJ para "impor à seguradora a cobertura do tratamento fora das diretrizes de uso da ANS".

"A prescrição de medicamento para uso fora da bula não encontra vedação legal, assim como a indicação fora das diretrizes de utilização não é vedada por lei", afirmou a ministra, durante a sessão.

Para ela, cabe à seguradora demonstrar que o tratamento ou exame está fora das diretrizes de uso da ANS ou da bula do medicamento e fundamentar "a recusa de custeio do tratamento sob pena de incorrer em negativa indevida de cobertura".

Nos recursos, usuários de planos de saúde pleiteiam a cobertura do exame Pet Scan para câncer colorretal, fornecimento de medicamento experimental contra lúpus e tratamento ocular quimioterápico. As ações são contra a Hapvida e São Francisco Sistemas de Saúde Sociedade Empresária Limitada.

Os advogados das seguradoras, durante sustentação oral, argumentaram que a alteração do rol taxativo da ANS, feita em 2022, não se aplicava ao caso, pelos eventos serem anteriores à entrada em vigor da legislação. Eles também defenderam que seria necessária uma regulamentação pelo presidente da República, o que não foi feito.

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PORTAL G1

Sem curso superior, falsa esteticista investigada por lesionar pacientes disse que 'aprendeu' procedimentos na prática e ‘vendo conteúdos’, diz delegado

Investigação indicou que Karina Jéssica usava um documento falso que a habilitava como graduada e pós-graduada em estética. Suspeita falou à polícia que ela mesma produziu o diploma.

Por Michel Gomes, g1 Goiás

À Polícia Civil, Karina Jéssica Gomes Souza, de 34 anos, suspeita de se passar por esteticista e lesionar pacientes, disse que aprendeu a fazer os procedimentos estéticos na prática e “vendo conteúdos”. O delegado Wellington Lemos disse que a mulher não tem formação superior, apenas o ensino médio completo.

g1 não localizou a defesa de Karina até a última atualização desta reportagem.

Segundo o delegado, Karina não especificou onde via os conteúdos, mas acredita que ela quis dizer que assistia à vídeos. Informalmente, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, a mulher falou à polícia que ela mesmo produziu o diploma.

“Ela adulterou, falsificou, e usava um documento falso que a habilitava como graduada em estética e também pós-graduada nessa área”, explicou o delegado.

Vítimas

O delegado explicou que pacientes denunciaram que tiveram o rosto deformado e Karina chegava até a receitar remédios controlados após as complicações. A investigação apontou que as pessoas eram atraídas pelo preço abaixo da média do mercado.

A polícia apurou, inclusive, que Karina teve complicações após fazer um procedimento no próprio rosto. Ao delegado, a mulher disse que teve edema após fazer um preenchimento no queixo.

Mandados

Na última terça-feira (22), a polícia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na casa e em quatro clínicas em que a mulher atendia os pacientes. Segundo o delegado, pelo menos 7 vítimas relataram terem sofrido inchaços, edemas, perdas da sensibilidade, deformação temporária e dor.

“Após ser contatada por essas vítimas que ficaram lesionadas, ela receitava por escrito ou verbalmente, via mensagens, para essas vítimas tomarem medicações até de uso controlado”, descreveu o delegado.

Clínicas interditadas

Durante a operação, duas das clínicas foram interditadas, segundo o delegado. Wellington explicou que a polícia cumpriu os mandados de busca e apreensão “para reprimir esse tipo de atividade” e verificar se os estabelecimentos possuíam as documentações legais e alvarás de funcionamento. Além de verificar se os profissionais das unidades possuíam as devidas habilitações.

“Ela sublocava essas salas para atuar. Ela não era a profissional responsável por essas clínicas e apenas sublocava esse horário”, explicou.

O nome das clínicas não foi divulgado, por isso, o g1 não as localizou para obter um posicionamento até a última atualização desta reportagem.

Investigação

De acordo com o delegado, a investigação começou após a denúncia de uma vítima há cerca de um mês. À polícia, a vítima disse que sofreu lesões após fazer um procedimento com Karina em 2022, em uma clínica no Setor Bueno.

Os atendimentos

Conforme apurou a polícia, até o momento, sete vítimas da falsa esteticista foram identificadas. O delegado explicou que todos os procedimentos eram feitos no rosto dos pacientes, como preenchimentos labiais, de bigode chinês e olheiras, por exemplo.

Prisão

Karina está sendo investigada por exercício ilegal da medicina, exercício ilegal de profissão, lesão corporal e uso de documento falso. Segundo o delegado, a imagem da investigada foi divulgada para encontrar novas vítimas.

Conforme detalhou o delegado, a suspeita não foi presa, por se tratar de uma fase inicial da investigação.

“A sua liberdade não demonstra um risco contra a segurança pública, os requisitos da prisão preventiva não estão ainda configurados e o objetivo dessa operação foi para arrecadar material probatório dos fatos relatados pelas vítimas”, finalizou.

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Servidoras da Saúde são presas suspeitas de ‘rachadinha’ ao receberem horas extras de plantões que nunca foram feitos

Investigação indicou que mais de 10 pessoas estão envolvidas no esquema e cada funcionário devolvia em média R$ 500 para a dupla. Caso aconteceu em São Simão.

Por Michel Gomes e Guilherme de Andrade, g1 Goiás

As servidoras da Saúde Adriana Batista e Waldirene Soares foram presas suspeitas de fraudar folhas de ponto para receber horas extras de plantões que nunca foram feitos em São Simão, na região sudoeste de Goiás. De acordo com o delegado Márcio Marques, para a espécie de "rachadinha", a dupla lançava os plantões extras na fatura de diversos servidores e exigia os valores de volta.

“No esquema todo são mais de 10 pessoas. Nós temos recibos e transferências bancárias que elas receberam. Cada servidor devolvia em média R$ 500 para elas”, detalhou o delegado.

A dupla foi presa na última terça-feira (22). Segundo o delegado, não há uma estimativa do total que as duas lucraram, mas a polícia apura que o crime acontecia há cerca de um ano.

“Além de adicionar nas horas de plantões delas, colocavam em horas de outras enfermeiras e elas utilizavam um tipo de coação para fazer isso”, completou.

Em nota, Maria Paula Lino, advogada de Adriana, informou que tomou conhecimento do teor do procedimento policial nesta quarta-feira e vai tomar as medidas judiciais cabíveis para "restabelecer a liberdade de Adriana e identificar os equívocos que levaram à decisão que acolheu a representação cautelar formulada pela autoridade policial” (leia nota completa no fim da reportagem).

Ao g1, o advogado Gabriel Queiroz Bernardes, da defesa de Waldirene, informou que está apurando o caso e fazendo uma "investigação defensiva para elucidar melhor os fatos". Além disso, o advogado informou que as medidas cabíveis já estão sendo tomadas (leia nota completa no fim da reportagem).

Conforme mostrou a TV Anhanguera, Adriana é técnica de enfermagem efetiva na prefeitura. Já Waldirene, enfermeira contratada. Segundo o delegado, quem denunciou as funcionárias foi a secretária de Saúde da gestão anterior.

g1 pediu um posicionamento à Prefeitura de São Simão, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

Responsabilidade dos envolvidos

Segundo o delegado, a polícia está apurando o envolvimento dos servidores que repassavam o dinheiro às servidoras. Márcio explicou que vai concluir o inquérito para analisar como os pedidos eram feitos e se os funcionários poderiam ou não recusar os pedidos.

“Vamos apurar se era uma coação resistível ou irresistível. Se a coação for irresistível, elas não respondem pelo crime. Se a coação for resistível, elas vão responder pelo crime”, explicou.

Nota da defesa de Adriana

A defesa de Adriana tomou conhecimento do teor do procedimento policial em questão hoje. Nas próximas horas, estaremos tomando as medidas judiciais cabíveis para restabelecer a liberdade de Adriana e identificar os equívocos que levaram à decisão que acolheu a representação cautelar formulada pela autoridade policial.

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GAZETA DO ESTADO

Farmácias das unidades que atendem pacientes com HIV estarão fechadas no dia 31

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) informa que as farmácias das unidades que realizam a dispensação de medicamentos antirretrovirais a pacientes com HIV/ Aids estarão fechadas no dia 31 de agosto.

A data é reservada para a realização do Inventário Nacional de Medicamentos Antirretrovirais, em todo o país, de acordo com determinação do Ministério da Saúde. O objetivo da avaliação dos estoques é prevenir a falta ou o desperdício dos medicamentos distribuídos a pacientes com HIV.

O fechamento das farmácias por um dia vai atingir 19 unidades em Goiás, incluindo o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), que atende cerca de 20 mil usuários. 

A orientação da Gerência de  Assistência Farmacêutica da SES-GO é que os pacientes que dependem dos antirretrovirais se programem para buscar os medicamentos antes ou após o dia 31 de agosto. A retomada da dispensação será na sexta-feira (1).

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GOIÁS 24 HORAS

Mães de crianças cardiopatas reivindicam especialistas no Hapvida; representantes do plano de saúde prometem contratação de profissionais

Integrantes da Associação Amigos do Coração Goiás se reuniram na última sexta-feira com representantes do plano de saúde Hapvida, unidade hospitalar materno-infantil, no Setor Marista, em Goiânia. O motivo da reunião foi a reclamação da falta de especialistas na área de cardiopediatria, um problema que afeta diretamente crianças e suas famílias.

A Associação Amigos do Coração Goiás é composta por mães de crianças e adolencentes com cardiopatia congênita. O grupo atua como um espaço de compartilhamento de dicas, dúvidas e reivindicações.

Segundo Geyza Machado, uma das representantes da associação, durante a reunião a direção do hospital se comprometeu a tomar medidas para solucionar a falta de especialistas na área. “Nós precisamos de uma equipe completa que inclua tanto cirurgiões quanto profissionais para o pós-operatório, para garantir um cuidado adequado às crianças que necessitam de tratamento cardíaco”, afirmou.*

Essa situação de escassez de especialistas em cardiopediatria tem gerado preocupações por parte das famílias. Há diversos casos de crianças que precisam de cirurgias urgentes, como é o caso de Emanuelle, filha de Márcia Messias. A cirurgia estava marcada para este mês de agosto, entretanto, devido à falta de cirurgião disponível no plano de saúde, a operação teve que ser adiada.

Marcia ressaltou a importância do tratamento pontual: “As cirurgias cardíacas não podem ser adiadas, pois o atraso pode agravar a condição das crianças. É essencial termos profissionais prontos para atender essas necessidades urgentes”, disse.

O Goias24Horas seguirá acompanhando.

Em nota a Hapvida se posicionou sobra a reunião:

“O compromisso da empresa é sempre prestar a melhor assistência aos clientes. Nos últimos dias, a unidade hospitalar materno infantil de Goiânia recebeu representantes da Associação Amigos do Coração Goiás e pais de crianças com cardiopatias congênitas.

No encontro, foram ouvidas iniciativas, sugestões e feedbacks apresentados pelos membros da associação, que vão contribuir para garantir ainda mais eficiência nos serviços já prestados pela operadora.

A companhia reforça que está à disposição para esclarecer as dúvidas e acolher pacientes e familiares, sempre que necessário.”

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BRASIL 247

Bolsonaro, o Einstein e o Vila Nova Star: mistério e refúgio desde o caso Adélio


Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: [email protected]

Ao falar sobre o evento de Juiz de Fora, na live do canal de Abraham Weintraub, o advogado e ex-bolsonarista Victor Metta (sim, existe ex-bolsonarista) disse que, após a internação de Jair Bolsonaro, em setembro de 2018, foi proibido de entrar no Einstein.

"Deu uma confusão, teve a parte suja do processo, depois eu fui proibido de entrar no Einstein, me colocaram lá como militante de esquerda, teve um bando de , a campanha foi assim, do começo ao fim", disse ele em abril do ano passado, ao recordar os fatos de 2018.

A confusão está associada à ida do oncologista e gastrocirurgião Antônio Macedo para Juiz de Fora, horas depois do evento que envolveu Bolsonaro e Adélio Bispo de Oliveira.

Foi Victor Metta quem levou Macedo para a cidade mineira em seu avião particular, depois de se articular com Meyer Nigri, o empresário agora investigado por disseminar fake news e discurso de ódio a partir do comando de Bolsonaro.

O Einstein não se manifesta sobre os fatos mencionados por Victor Metta, nem comenta a saída de Antônio Macedo dos quadros do hospital alguns meses depois das primeiras internações de Bolsonaro, ainda em 2019.

O hospital foi procurado pela Polícia Federal no início do inquérito sobre o evento de Juiz de Fora, que queria o prontuário de Bolsonaro. O hospital se limitou a fornecer um relatório, que descreve os procedimentos ali realizados.

É este o documento que está no processo e a que tive acesso quando realizei a apuração em Juiz de Fora, para o documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil", que acabaria censurado pelo YouTube. Mas está disponível na ClaroTV.

Uma cópia do documento foi fornecida pelo juiz Bruno Sabino, da 3a. Vara Federal de Juiz de Fora. Ele não permitiu que eu olhasse o processo, mas disse que forneceria cópia de tudo aquilo que eu pedisse.

Pedi o prontuário, entre outros documentos. Pedi no escuro, já que não é possível saber exatamente o que o processo contém. As indicações das peças foram feitas a partir da sentença do juiz.

Era o que tinha à disposição.

Antônio Macedo passou a atender no Vila Nova Star - onde Bolsonaro se internou nesta quarta-feira -, depois de mais de 40 anos de atuação no Einstein e de se firmar no hospital da comunidade judaica como um dos médicos mais prestigiados.

Macedo não foi o único médico de peso contratado pelo Vila Nova Star, inaugurado em 2019, coincidentemente depois do evento de Juiz de Fora (e é coincidência mesmo, já que a construção do hospital tinha começado bem antes).

Seria coincidência também a ascensão da Rede D'or durante o governo Bolsonaro? O grupo já era grande, com a rede de hospitais pelo Brasil, mas o grupo fundado pelo médico e milionário Jorge Moll deu um salto maior de 2019 para cá.

Adquiriu a empresa de planos de saúde SulAmérica e parte expressiva do controle acionário do grupo Qualicorp, a maior administradora de planos de saúde do Brasil. Tudo com autorização da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Bolsonaro acompanhou Macedo na sua transferência para o Vila Nova Star e parece ter uma ligação muito forte com ele, a ponto de, em janeiro de 2022, estar no centro de uma operação aérea para ser atendido por esse médico

Bolsonaro estava no litoral de Santa Catarina quando, segundo boletim médico, sofreu uma obstrução intestinal por conta de um camarão mal mastigado. Ele veio a São Paulo no avião presidencial e Macedo foi trazido de jatinho da Bahamas, onde passava as festas de fim de ano com a família.

Até hoje, não se sabe quem pagou a conta dessa operação aérea. Mas o fato é que, após três dias de internação, não houve cirurgia, Macedo e Bolsonaro falaram à imprensa e o então presidente foi publicamente orientado a mastigar mais vezes a comida.

Na época, Bolsonaro sofria um desgaste por conta das enchentes no sul da Bahia, que deixaram mortos e desabrigados, enquanto Bolsonaro aparecia na TV e nas redes sociais se divertindo na praia.

"Espero não ter que voltar antes", disse ao ser perguntado sobre a tragédia na Bahia. Foi muito criticado. Um dia depois da declaração, a notícia era que, em razão do ataque de Adélio Bispo de Oliveira três anos e quatro meses antes, tinha tido complicação intestinal.

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THE INTERCEPT BRASIL

Transplante de órgãos: Faustão furou a fila?

A notícia de que o apresentador Fausto Silva, o Faustão, terá prioridade na fila de transplante cardíaco vem provocando mentiras e ressuscitando velhos mitos sobre o sistema de doação de órgãos no Brasil. Como médico, trabalho há mais de 10 anos diretamente nessa área e vou te explicar como esse processo funciona.

1) Faustão está furando a fila de transplante?

Não. Para começar, fila é um termo inadequado, justamente por gerar esse tipo de confusão. Lista é mais adequado, porque há uma série de critérios para se fazer um transplante de órgãos, e a gravidade do paciente é o maior deles. Alguém que morrerá eminentemente sem o transplante receberá a doação antes de uma pessoa que está há mais tempo na lista, mas em estado menos grave.

Além disso, há outros fatores para alguém "passar na frente": o tipo sanguíneo ou o painel de anticorpos do doador pode não ser compatível com quem está esperando há mais tempo, por exemplo. A lista, então, vai ser analisada até um receptor compatível ser encontrado.

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As condições clínicas do receptor também interferem na possibilidade de doação. O estado de uma pessoa pode ser tão grave que ela não tem condições para suportar a cirurgia. Para pacientes com as mesmas condições, contudo, o tempo de espera é um fator decisivo.

O processo por trás de um transplante é extremamente delicado, e os profissionais envolvidos sofrem um grande desgaste físico e mental para uma única doação acontecer - imaginem como é trabalhar só com isso. Então, por favor, não façam acusações irresponsáveis sobre fura-filas ou atendimento de outros interesses escusos no Sistema Nacional de Transplantes.

2) Faustão vai saber quem doou seu coração para ele?

A princípio, não. A doação é anônima para a proteção do receptor, do doador, de sua família e da equipe envolvida. Ou seja, a família que opta por permitir o transplante de órgãos de um parente falecido não sabe para quem eles serão doados, e o receptor não sabe quem doou. É crime divulgar o nome de quem recebe um transplante.

Existem casos de famílias que conseguiram essa informação, mas isso ocorreu ou por esforço próprio ou por meio de reportagens, por exemplo. Pelo Sistema Nacional de Transplantes, não.

3) Como acontece a doação de órgãos para transplante?

A única doação que pode ocorrer em vida é a de rins, por ser possível viver com apenas um deles, e a de fígado, já que pode-se tirar uma parte do órgão, que irá se regenerar depois. Esse tipo de transplante pode ser feito por maiores de idade, mediante autorização expressa, para parentes até o quarto grau. Se você quiser doar um órgão para alguém de fora da família, é exigida ainda uma autorização judicial.

Os demais órgãos só podem ser retirados em caso de morte cerebral do doador. Apenas após a confirmação do diagnóstico - feita por meio de um processo rigoroso, que envolve exames especificados por lei - os profissionais de saúde podem fazer a entrevista familiar sobre doação.

A conversa é um passo necessário porque, no Brasil, o modelo de autorização de doação é o consentido, em que a decisão é dos familiares. Cabe ao cônjuge a palavra final. Quando não há companheiro a ser consultado, a linha decisória segue em linha reta ou colateral pelos parentes maiores de idade, juridicamente capazes, até o segundo grau.

Mesmo que você diga em vida que quer doar, sua família pode se recusar. O contrário também pode acontecer. O mais comum, contudo, é que a família respeite a decisão de quem faleceu. A nova carteira de identidade que entrou em vigor em março de 2022 permite colocar a opção de doador ou doadora. Essa é uma forma de expressar seu desejo, mas não anula o consentimento familiar.

Das 1.844 entrevistas familiares realizadas no primeiro trimestre desse ano, 45% resultaram em negativas de doação, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes. Por isso, é muito importante que você converse a fundo sobre sua vontade com seus parentes mais próximos, levando-os a entendê-la melhor e respeitá-la.

Pessoas sem familiares ou não identificadas - em situação de rua, por exemplo - não podem doar. Em hipótese alguma. (Contradição: os corpos delas podem ser doados para universidades para pesquisa.)

Se você quer ser doador, converse bastante com sua família a respeito. No final, a decisão é deles - e 45% das entrevistas familiares acabam em recusa de doação no Brasil. Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro.

4) E se meus órgãos forem postos à venda?

Existem muitas lendas urbanas sobre doação de órgãos para transplante. Já ouviu falar em pessoas encontradas mutiladas com órgãos retirados para doação? Eu também. Mas isso não passa de um mito. A doação só tem condições de ocorrer em ambiente hospitalar, porque é necessário manter o suporte hemodinâmico, cardíaco e respiratório do doador até o momento da cirurgia de captação. Só assim os órgãos podem manter-se funcionais após a morte cerebral.

Antes de dizer que se recusa a doar porque soube de um caso de venda de órgãos ou porque não confia no sistema, saiba que a documentação do processo é extremamente rígida. Há cópias das equipes que conversam com familiares e das centrais estaduais e nacionais de transplante. Há testemunhas, cópias de documentos pessoais, etc. A família é colocada a par de tudo.

O Brasil tem o maior sistema de transplante de órgãos do mundo e tudo é feito pelo SUS. Apesar disso, essas acusações infundadas interferem muito no processo de doação, e o número de doadores é muito aquém do necessário. No primeiro trimestre deste ano, 55.386 brasileiros esperavam por um órgão, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, e a taxa de doadores era de 17,5 a cada um milhão de pessoas.

Ponha-se no lugar do outro: se fosse você quem precisasse de um transplante de órgão para ficar vivo, tenho certeza absoluta de que esperaria muito o "sim" de alguém à doação.

Vale o registro de que a venda de órgãos é sempre ilegal. Você não pode escolher vender um rim, por exemplo. Sugerir a legalização desse tipo de transplante é simplesmente abjeto. Imagine uma pessoa em situação de fome, vendo seus filhos padecerem, que pensa em vender um rim. Uma decisão tomada nessas circunstâncias não envolve consentimento real.

Também por ser necessário consentimento, não se pode tornar obrigatória a doação de órgãos. A Holanda tornou esse tipo de transplante obrigatório a partir de 2020. Pessoas foram em massa a órgãos do governo para assinar documentos de recusa. A justificativa era justamente que não podiam ser obrigados.

5) Como podemos ajudar quem precisa de um transplante?

Evidências mostram que o treinamento das equipes de saúde sobre o tema e campanhas de estímulo à doação são as formas mais eficazes de aumentar os índices de doações. Quem precisa agir, principalmente, é o estado brasileiro.

Mas você pode e deve falar com sua família e seu círculo social sobre seu desejo de doar, além de ajudar a combater desinformações e mentiras sobre o Sistema Nacional de Transplantes. Se sua família autorizar o transplante, ele só será descartado em caso de contraindicações clínicas, como infecção por HIV, tuberculose ativa, câncer ou doenças virais em atividade (dengue, zika, covid-19, etc.), Alzheimer ou mal funcionamento dos órgãos, por exemplo.

Em tese, não existe idade máxima para doar. N
a prática, existe uma média. Para transplantes de coração, doadores homens costumam ter até 50 anos, e as mulheres, até 55 - isso porque eles têm mais chance de sofrer de doenças cardíacas do que elas. Para fígado e rins, a média é de 70 a 75 anos. Mas a idade nunca é avaliada de forma isolada, e sim em conjunto com as comorbidades de possíveis doadores. Uma pessoa pode ter 20 anos, por exemplo, mas ser portadora de um doença cardíaca que impeça a doação.

Para tornar-se doador, você não precisa assinar nenhum documento. Fale com as pessoas com quem você convive e deixe expressa a sua vontade. A vida pode continuar.

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Assessoria de Comunicação